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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO - UFMT - CAMPUS CUIABÁ

FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA - FAET


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

ANTONY GABRIEL DE OLINDA MENDES


JOAQUIM PERPÉTUO PEREIRA DOS SANTOS NETO
JULIA RIBEIRO RODRIGUES DA SILVA

MEMORIAL DE CÁLCULO

PROJETO DE PONTE COM VÃO DE 20 METROS

CUIABÁ - MT
SETEMBRO DE 2023
ANTONY GABRIEL DE OLINDA MENDES
JOAQUIM PERPÉTUO PEREIRA DOS SANTOS NETO
JULIA RIBEIRO RODRIGUES DA SILVA

MEMORIAL DE CÁLCULO

PROJETO DE PONTE COM VÃO DE 20 METROS

Memorial de Cálculo apresentado à disciplina de


Pontes, do Curso de Engenharia Civil,
Universidade Federal de Mato Grosso - Campus
Cuiabá, avaliação, sob orientação do Prof. Dr.
Manoel Santinho Rodrigues Júnior.

CUIABÁ - MT
SETEMBRO DE 2023
Sumário
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 4
2 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................................ 6
3 METODOLOGIA ...................................................................................................................... 6
4 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................................ 6
5 CÁLCULOS CARGAS PERMANENTES ............................................................................... 7
6 CARGA MÓVEL ...................................................................................................................... 9
7 COEFICIENTES DE PONDERAÇÃO ................................................................................... 10
8 TABELA RESUMO ................................................................................................................ 11
9 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 11
1 INTRODUÇÃO

As pontes, ao longo da história da civilização, têm desempenhado um papel fundamental


na conectividade e na facilitação do fluxo de pessoas, veículos e mercadorias. Elas são estruturas
icônicas que não apenas unem margens opostas de rios, mas também transcendem fronteiras
culturais, fortalecem comunidades e impulsionam economias. Desde as antigas pontes de pedra
construídas pelos romanos até as modernas estruturas de aço e concreto, as pontes representam o
progresso da engenharia e a perseverança humana na superação de obstáculos naturais e
geográficos.
A definição de uma ponte é multifacetada, incorporando elementos funcionais, estruturais
e estéticos. Funcionalmente, as pontes superam obstáculos geográficos, mas sua característica
mais proeminente é a sua influência visual. Uma ponte delimita o espaço de forma distinta e
horizontal, criando uma transição abrupta entre o que se encontra antes dela, o que está depois, a
linha do horizonte e o próprio céu.
Desde tempos antigos, existe a preocupação em projetar pontes duráveis, especialmente
considerando que essas estruturas podem representar ligações vulneráveis em sistemas
rodoviários. Além das preocupações com a segurança, a falha de uma ponte pode causar desvios
significativos no tráfego para rotas alternativas, aumentando consideravelmente as distâncias
percorridas pelos usuários em suas atividades diárias. Mesmo com a construção emergencial de
uma nova ponte, a resolução completa da situação pode levar anos, obrigando os utilizadores a
adotar medidas alternativas, como ferries ou vias secundárias.
Hoje, graças às inúmeras ferramentas disponíveis, a engenharia é capaz de conceber
pontes de diversas formas, tamanhos e extensões, sempre priorizando a segurança dos usuários e
reconhecendo sua importância econômica, especialmente para cidades e países que podem ser
unidos por meio de uma ponte. Além disso, é crucial enfatizar a necessidade de manutenção
regular das pontes para evitar acidentes e interdições, que, dependendo de sua duração, podem
causar sérios problemas econômicos e sociais para as regiões interligadas pela estrutura e para
áreas circundantes.
Projetar pontes é um empreendimento complexo que requer a síntese de uma ampla gama
de informações por parte dos engenheiros e projetistas. No contexto do projeto de grandes pontes,
o processo criativo desempenha um papel significativo, proporcionando aos profissionais a
autonomia necessária para criar soluções inovadoras e adequadas. No entanto, a concepção bem-
sucedida depende da análise detalhada de todos os aspectos envolvidos. No âmbito estrutural, o
projeto adequado de uma ponte é de suma importância, pois afeta diretamente a viabilidade, os
custos e a funcionalidade da estrutura. Embora a eficiência estrutural seja frequentemente
considerada uma premissa básica de um projeto de qualidade, deve ser equilibrada com outras
considerações, como funcionalidade, aspectos hidráulicos, geotécnicos e estéticos.
Em projetos de pontes, uma análise minuciosa de fatores diversos é essencial para
garantir a segurança e eficiência da estrutura. Entre esses fatores, destacam-se as cargas
permanentes e móveis, bem como as linhas de influência. As cargas permanentes referem-se ao
peso próprio dos elementos estruturais e dos componentes permanentemente fixados à ponte,
como guarda-corpos, defensas, pavimentação, postes de iluminação, trilhos e lastros. Por outro
lado, as cargas móveis representam as forças geradas pelos veículos que trafegam sobre a ponte,
seguindo as diretrizes estabelecidas pela norma NBR 7188 de 2013 para carga móvel em pontes.
O cálculo dos elementos da ponte é baseado no conceito do "trem-tipo", em que as cargas são
modeladas de maneira fictícia para considerar multidões e veículos mais leves ou posicionados a
maiores distâncias das áreas críticas da estrutura.
A ponte definida, será projetada em concreto armado, um balanço de 5 metros e uma
extensão de 20 metros, bi apoiada, além de contar com uma transversina dnas extremidades e uma
transversina localizada no centro. A sua seção transversal apresenta um formato em T e duas
longarinas, com uma camada de asfalto de 12 centímetros de espessura, e terá uma viga de altura
de 2,75 metros.

Figura 1 – Seção transversal da ponte

Figura 2 – Seção transversal da ponte


2 DESENVOLVIMENTO

Este trabalho tem como objetivo determinar os momentos e cortantes mínimos e máximos
em seções de interesse da ponte, definindo assim, o diagrama de envoltórias. Este processo se
baseará na aplicação do modelo teórico das linhas de influência, e seguindo as diretrizes da NBR
7188 (2013), determinaremos o trem-tipo para o carregamento móvel que atuará sobre a ponte.

3 METODOLOGIA

Este trabalho utilizou software (Excel, Word, AutoCAD) e cálculos manuais, baseados
em normas brasileiras (ABNT NBR 7187/2017, ABNT NBR 7188/2013, ABNT NBR
6118/2014), literatura técnica (Sussekind,1981; Fusco, 1985) e ensino acadêmico para abordar o
projeto e análise de uma ponte. O objetivo foi garantir precisão e confiabilidade nas análises,
seguindo as melhores práticas da engenharia estrutural.

4 DESENVOLVIMENTO

A ponte em questão possui uma extensão de 20 metros (L) e está sujeita a tráfego
de classe C45, com uma estrutura de concreto de classe C30 e reforço em aço CA-50. A
escolha desses materiais e especificações é fundamental para garantir a durabilidade e a
resistência da ponte ao longo do tempo, bem como para assegurar a segurança dos
usuários.

Figura 3 – Seção transversal da ponte


Figura 4 – Seção longitudinal da ponte

5 CÁLCULOS CARGAS PERMANENTES

As cargas permanentes podem ser classificadas em distribuídas ou concentradas. Essas


cargas são derivadas do peso próprio dos componentes estruturais, bem como dos elementos
permanentemente fixados à estrutura, como guarda-corpos e pavimentação. É importante ressaltar
que cada material utilizado possui um peso específico, o que significa que diferentes componentes
contribuem de maneira distinta para a carga permanente total da estrutura. Essa consideração é
fundamental para avaliar o comportamento estrutural e dimensionar adequadamente os elementos
da ponte, garantindo a segurança e a estabilidade da mesma ao longo de sua vida útil.

Para efetuar o cálculo das cargas distribuídas utilizamos a seguinte equação:

𝑞 = ϒ × 𝐴

q = carga permanente distribuída, em kN/m;ϒ =

peso específico do material, em kN/m³

A = Área do respectivo elemento na seção transversal da ponte, em m²

Para calcular a carga permanente distribuída g que atua na estrutura, multiplicou-se a área
efetiva de concreto suportada por uma longarina pelo peso específico do material γconc= 25
kN/cm². Além disso, adicionou-se o peso do revestimento asfáltico γasf =24 kN/cm² multiplicado
pela sua área, suportado pela mesma longarina. Além desses fatores, foi considerada a presença de
três transversinas intermediárias ao longo da ponte e duas de apoio, juntamente com cortinas e
alas em suas extremidades. Cada uma dessas componentes gera cargas concentradas na estrutura,
nas quais também foram calculadas.
Carga distribuida (KN/m)
 Concreto = 61,0
 Asfalto = 9

Dessa forma a carga distribuída atuando na seção longitudinal da ponte será


aproximadamente:

𝒒𝒌 = 𝟔𝟏 + 𝟗 = 𝟕𝟎 𝑲𝑵/𝒎

Juntamente com a carga distribuída, é crucial levar em consideração uma carga


concentrada de 49 kN. Essa carga resulta da presença da transversina na ponte de concreto e foi
calculada com base nas dimensões precisas apresentadas no desenho. A inclusão dessa carga
concentrada é de extrema importância para a análise estrutural, pois afeta significativamente as
tensões, as deformações e a capacidade de carga da ponte,
𝑷𝒕𝒓𝒂𝒏𝒔𝒗𝒆𝒓𝒔𝒊𝒏𝒂 = 𝟓, 𝟔 𝒙 𝟏, 𝟕𝟓 𝒙 𝟎, 𝟒 𝒙 𝟐𝟓 / 𝟐 = 𝟒𝟗 𝒌𝑵

Figura 5 – Esquema estático da viga – carga permanente

Com os dados permanentes obtidos, foi possível calcular o momento característico.


Primeiramente calculou-se os valores das reações de apoio e do momento máximo, e eles
estão graficamente indicados nos diagramas abaixo.

𝑹𝒂 = 𝑹𝒃 = (𝟕𝟎𝒙𝟐𝟎 + 𝟒𝟗) / 𝟐 = 𝟕𝟐𝟒, 𝟓 𝒌𝑵


Figura 6 – Diagrama do Momento Fletor Característico

Figura 7 – Diagrama de Cortante Característico

6 CARGA MÓVEL
De acordo com a ABNT NBR 7188 de 2013, a carga móvel rodoviária padrão TB-
450 é caracterizada por um veículo tipo com um valor total de carga de 450 kN,
possuindo seis rodas, cada uma com uma carga de 75 kN. Essas rodas estão distribuídas
em três eixos de carga, que estão espaçados entre si em 1,5 metros. Além disso, o
veículo tem uma área de ocupação de 18 metros quadrados, e essa área é circundada por
uma carga uniformemente distribuída constante de 5 kN/m².
7 COEFICIENTES DE PONDERAÇÃO

Coeficientes de Impacto Vertical (CIV) - Balanço


𝐶𝐼𝑉 = 1 + 1,06 ∗ (20/𝐿𝑖𝑣 + 50)

𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑟𝑢𝑡𝑢𝑟𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑣ã𝑜 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 10 𝑚 𝑒 200 𝑚 𝐶𝐼𝑉 = 1 + 1,06 ∗ (20/𝐿𝑖𝑣 + 50)
𝐶𝐼𝑉 = 1 + 1,06 ∗ (20/(2 ∗ 5) + 50)
𝑪𝑰𝑽 = 𝟏, 𝟑𝟓𝟑

Coeficientes de Impacto Vertical (CIV) – Vão


𝐶𝐼𝑉 = 1 + 1,06 𝑥 (/20/𝐿𝑖𝑣 + 50)
𝐶𝐼𝑉 = 1 + 1,06 𝑥 (20/(20) + 50)

𝑪𝑰𝑽 = 𝟏, 𝟑𝟎𝟑

Coeficientes de Números de Faixa – (CNF)

CNF = 1 – 0,05 x (n-2) > 0,9

Onde n = número de faixas de tráfego rodoviário a serem carregadas sobre umtabuleiro


transversalmente contínuo.
𝑪𝑵𝑭 = 𝟏 > 𝟎, 𝟗 = 𝑶𝑲!

Coeficiente de Impacto Adicional – (CIA)

𝑪𝑰𝑨 = 𝟏, 𝟐𝟓 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒐𝒃𝒓𝒂𝒔 𝒅𝒆 𝒄𝒐𝒏𝒄𝒓𝒆𝒕𝒐

𝐶𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝐼𝑚𝑝𝑎𝑐𝑡𝑜 𝑏𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑜


(𝛷)𝑏𝑎𝑙 = 𝟏, 𝟑𝟓𝟑 𝒙 𝟏 𝒙 𝟏, 𝟐𝟓 = 𝟏, 𝟔𝟗

𝐶𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝐼𝑚𝑝𝑎𝑐𝑡𝑜 𝑣ã𝑜


(𝛷)𝑣ã𝑜 = 𝟏, 𝟑𝟎𝟑 𝒙 𝟏 𝒙 𝟏, 𝟐𝟓 = 𝟏, 𝟔𝟑
8 TABELA RESUMO

Momentos máximos gerados pela carga


Sem considerar coeficientes Considerando coeficientes
Seçã Mk (kN/m) (+) Mk (kN/m) (-) Md (kN/m) (+) Md (kN/m) (-)
o
A 5325,2 2342,5 8999,588 3958,825
B 5607,5 1868,5 9140,225 3045,655
C 5901,2 1787,5 9618,956 2913,625
D 6206,2 1787,5 10116,106 2913,625
E 6524,3 1787,5 10634,609 2913,625
F 6855,2 1787,5 11173,976 2913,625
G 6966,5 1787,5 11355,395 2913,625

9 REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de
estruturas de concreto - Procedimento. Rio de Janeiro, 2004.

DINIS, H. A Estética como Requisito para o Projeto de Pontes, Rio de Janeiro, 2018.
Décimo Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas. Disponível em:
http://www.abpe.org.br/trabalhos2018/162.pdf

QUADROS, H.S, Bersch, J.D, Pelizzoli, L. et al. Evolução das manifestações patológicas
das pontes durante um período de seis anos: um estudo de caso no Rio Grande do Sul -
Brasil. J Construir Reabilitação 8 , 75 (2023). https://doi-
org.ez52.periodicos.capes.gov.br/10.1007/s41024-023-00325-y

CURLE, Mateus Cristiano. Análise da viabilidade e da importância do projeto da nova


ponte entre Uruguaiana e Itaqui. 2021. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de
Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul –
UNIJUÍ, Ijuí, 2021. Disponível em:
https://bibliodigital.unijui.edu.br:8443/xmlui/bitstream/handle/123456789/7222/Mateus%20C
ristiano%20Curle.pdf?sequence=1&isAllowed=y

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7188. Carga móvel rodoviária e


de pedestres em pontes, viadutos, passarelas e outras estruturas. Rio de Janeiro, 2013.
PFEIL, W. Pontes em Concreto Armado: Elementos de Projeto Solicitações
Superestrutura, 4ed. Rio de Janeiro: Campus, 1990. v. 1 e v. 2.

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