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Manutenção e recuperação das juntas de dilatação em pontes e viadutos https://monografias.brasilescola.uol.com.

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Manutenção e recuperação das juntas de


dilatação em pontes e viadutos
Análise das principais juntas de dilatação e seus tipos usuais em OAE, relacionando
inspeção, critérios de dimensionamento, patologias e manutenção.

RESUMO
As pontes e viadutos são nomenclaturas pertencentes às OAEs e estruturas utilizadas para transpor o tráfego de veículos,
pessoas e trens. Com o objetivo de vencer um vão, seja este composto por cursos d’água, no caso de pontes, ou composto
por vales e depressões, neste caso viadutos. Assim como qualquer estrutura, as pontes e viadutos estão suscetíveis a
sofrer muitas ações, como frenagens e acelerações, empuxo de terra, pressão d’água e variação de temperatura. Isto
posto, para que estas ações sejam resistidas pelas pontes e viadutos, são designados elementos com o propósito de
diminuir os impactos destas ações, e para amenizar os impactos de variação de temperatura são projetadas as juntas de
dilatação.

As juntas de dilatação são elementos que não apresentam características estruturais, entretanto, são de grande importância
para o funcionamento pleno de uma OAE. São posicionadas sobre os tabuleiros, e definem as transições entre eles.
Devemos ressaltar que as juntas de dilatação, são elementos que estão posicionados na superfície dos tabuleiros, e grande
parte dos tipos estão expostas as ações dos veículos, trens, pedestres e intemperismo.

Este trabalho final de graduação em Engenharia Civil, tem como foco demonstrar o início do uso de juntas de dilatação em
pontes e viadutos, explicitar as características e aspectos dos principais tipos de juntas usuais. Sendo assim, iremos
apresentar o desenvolvimento de inspeção de pontes e viadutos, com foco nas técnicas empregadas para a análise das
juntas de dilatação e atribuindo estas técnicas as possíveis anomalias que possam apresentar. E por fim, buscaremos
esclarecer as opções existentes para solucionar as possíveis patologias de forma exequível economicamente.

Palavras chave: Juntas de dilatação; Manutenção em Ponte e viadutos; Inspeção de OAEs;

ABSTRACT

The bridges is nomenclature belonging to Special Art, and structures that is used to transpose the vehicle traffic, people and
trains, with the purpose to overcome a valley, be this composed by water courses, or compose just with a dry valley. As well
any structure, the bridges is susceptible to suffer many actions, as braking and acceleration, water pressure, and
temperature variation, then, to those actions be resisted by the bridges, are designed elements to decrease the impacts of
the actions, and to decrease the impacts of the temperature variation are designed the joints.

The Bridge’s joints, is an element that not present structural characterizes, however, are very important to the bridge’s
complete operations. The joints is positioned over the bridge’s deck and is the responsible to define the transitions between
the decks. We have to emphasize that joints is positioned on the bridge’s deck surface, and the most part are exposed to
actions by vehicles, trains, people and weathering.

This academic work of Civil Engineering graduation, has the focus to demonstrate the first use of the joints in bridges, and
evince the characterizes and aspects of the main usual types, then, we will present the bridge’s inspection, with focus in the
techniques to analyze, and the techniques to identify the anomalies that could be present. Lastly, we will clarify the existing
options to solve the possible pathologies of form economically executable.

Keywords: Expansion Joints; Bridge maintenance; Bridge’s inspections;

INTRODUÇÃO
As juntas de dilatação são elementos de grande importância para a constituição de OAEs. São responsáveis pela

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amenização das movimentações provenientes dos fenômenos de variação de temperatura. Assegurando que estas
movimentações sejam contidas apenas em seus componentes para transmitir os esforços ao restante das partes
constituintes de pontes e viadutos. Gerando aos usuários das OAEs maior segurança e mantendo o exercício pleno da
função destas.

O emprego das juntas de dilatação foram se tornando cada vez mais perceptíveis em pontes e viadutos, através de
verificação das ações da variação de temperatura nos diferente materiais em que são utilizados para compor a estrutura
das pontes e viadutos. Em pontes que eram constituídas por pedras e madeira, não havia a necessidade do uso das juntas
de dilatação, visto que, os esforços provenientes da variação de temperatura sobre as OAEs eram considerados
insignificantes e não ofereciam riscos aos usuários. Com o passar do tempo, o emprego do aço na estrutura de pontes
ferroviárias, foi verificado que a incidência dos esforços de dilatação térmica era danosa e significante, foi constatado que o
uso das juntas de dilatação se tornou necessário e essencial para o pleno funcionamento de pontes e viadutos.

Com o aumento das tecnologias e o grande tráfego de veículos, apesar das inovações, aspectos de inspeção e
manutenção do sistema de juntas de dilatação não apresentaram grandes evoluções. Sem grandes evoluções nesses
quesitos, as juntas de dilatação têm se tornado cada vez mais suscetíveis ao surgimento de anomalias e patologias, e
consequentemente convergindo no aumento de incidência danosa aos elementos pertencentes a ponte. Por meio destes
fatos, é conveniente que seja realizado um estudo aprofundado referente as manutenções e métodos de recuperação de
juntas de dilatação de pontes e viadutos.

Objetivos

Objetivo geral

Obter e promulgar conhecimentos em infraestrutura, dando foco em dispositivos elaborados e aplicados com o objetivo de
absorver a movimentação proveniente da dilatação garantindo o conforto e prolongando a vida útil do tabuleiro. Da mesma
forma, realizar a análise das principais juntas de dilatação e seus tipos usuais em OAE, relacionando inspeção, critérios de
dimensionamento, patologias e manutenção. Desenvolvendo o estudo com base nos principais autores, utilizando fontes
atuais de diversos países.

Objetivos específicos

Esclarecer questões pertinentes ao fenômeno físico causador da chamada dilatação térmica, explicitando a sua importância
para o estudo e bom funcionamento das estruturas

Apresentar fatos históricos estudados sobre o emprego das juntas durante o avanço tecnológico das construções de grande
porte pelo mundo.

Bem como, conhecer os métodos e critérios para o correto dimensionamento, para escolha das tipologias mais usuais de
juntas e caracterizar suas instalações.

Igualmente, abordar desde as principais anomalias danosas até o bom funcionamento das juntas e seus elementos, que
ocasionalmente prejudicam o exercício pleno e a durabilidade das demais estruturas que compõem as obras de arte
especiais.

Da mesma forma, catalogar e identificar as principais técnicas de inspeção, assim como os tipos patológicos provenientes
do meio ambiente e das formas de uso.

Assim como, demonstrar as possíveis soluções economicamente exequíveis para sanar as principais deteriorações
presentes em juntas de dilatação.

Metodologia

A concepção desta monografia concebida através do estudo erudito, relacionando os conhecimentos abordados em livros,

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normas, artigos e pesquisas acadêmicas de diversas nacionalidades, englobando diversas perspectivas de estudo do tema
abordado. Por meio dessas diferentes óticos, pudemos realizar comparações entre métodos executados em países que
apresentam climas, culturas e estudos diferentes ao nosso. Sendo assim, o conhecimento obtido por meio das literaturas
internacionais, nos introduziu a diferentes realidades, tornando-o mais abrangente e com maior critério.

De forma empírica, por meio do estudo de campo, constatamos sua utilização em pontes e viadutos, com isso foi possível
identificar diversos conhecimentos obtidos durante o estudo teórico, nos proporcionando experiência devido o
acompanhamento da execução de manutenção de juntas de dilatação em uma ponte submetida ações prejudiciais
provenientes do intemperismo e desgaste por uso. Não obstante, a visita técnica nos possibilitou ter a oportunidade de
coletar informações por meio de entrevistas com profissionais que lidam no dia-a-dia com situações que envolvem o
conteúdo deste trabalho acadêmico.

Mediante estudo erudito e empírico, foi elaborado e estruturado didaticamente questões relacionadas ao tema proposto.
Esta dissertação tem como embasamentos as principais literaturas atuais para a análise e conhecimento das juntas de
dilatação. Ademais, utilizando imagens à busca de conhecimentos de autoria própria em sua maioria, foi exemplificado
diversas situações pertencentes à busca de conhecimento sobre as juntas de dilatação, buscando demonstrar que grande
parte do cenário desses dispositivos está presente de alguma em nosso cotidiano. Para complementação houve a inserção
de tabelas e gráficos, que com a finalidade de proporcionar maior esclarecimento das informações, tornando textos e
exemplos mais compreensíveis.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Dilatação Térmica

Gaspar (2010), afirma que a dilatação térmica pode ser definida como o aumento das dimensões de um corpo, através da
elevação de temperatura. Sendo assim, o autor destaca que o fenômeno da dilatação pode ocorrer com quase todos os
materiais conhecidos, e ressalta que materiais em estado líquido, sólido e gasoso, podem ser submetidos ao fenômeno da
dilatação térmica.

Ramalho, Ferraro e Toledo (2007), definem de forma clara, que quando há um aumento de temperatura, os corpos também
aumentam suas dimensões e que este fenômeno é denominado como a dilatação térmica. Afirmam também, que a
dilatação térmica é resultante do aumento da agitação das partículas que fazem parte do corpo. O aumento da agitação das
partículas provoca colisões entre as mesmas, ocasionando um aumento da divisão entre elas. Além disso, ressaltam que
quando há a diminuição das dimensões de corpos, e esta diminuição é proveniente da diminuição da temperatura do
ambiente, pode ser denominada como contração térmica.

Calçada e Sampaio (2012), explicam que quando um corpo é aquecido, geralmente ocorre o aumento de suas dimensões.
Isto acontece por conta do aumento da distância entre as moléculas ou átomos, provenientes do acréscimo de agitação
térmica. Ainda ressaltam que o estudo da dilatação térmica de corpos em estado sólido é experimental, e para que haja
uma facilidade na compreensão, este assunto costuma-se ser dividido em três e de acordo com o número de faces que irão
ser estudadas. Sendo assim, definem que quando há o estudo de uma única dimensão, este é definido como dilatação
linear. Quando o estudo é direcionado a duas dimensões, é denominado dilatação superficial, e caso sejam estudas três
dimensões, é definido como dilatação volumétrica ou cúbica.

Histórico do uso das juntas de dilatação

A parte histórica das juntas é de grande importância, pois, com os erros cometidos anteriormente os pesquisadores e
estudiosos conseguiram compreender e criar fórmulas para lidar com o fenômeno físico da dilatação térmica. Assim hoje
em dia temos soluções concretas para lidar com as adversidades que a dilatação pode causar.

Assim como, descreve Rambeger (2002), a importância do estudo histórico do uso das juntas de dilatação, se dá por conta
da análise dos critérios de dimensionamento aplicados antigamente. Além disso, o aprendizado com o surgimento de um
elemento de grande relevância para ponte e viadutos, demonstra que a ausência deste em diversas estruturas feitas na
história da humanidade, pode ter culminado na deterioração destas.

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Ferreira (2013), compartilha da mesma opinião exposta por Ramberger (2002), e afirma que o estudo da história das juntas
é de grande valia para o desenvolvimento de novas tecnologias para as juntas de dilatação. Além do mais, ressaltou os
defeitos que eram encontrados incialmente quando começou o emprego do sistema de juntas em pontes. Lembrou que
estes passaram a ser estudados, e aplicados para que novas juntas não voltassem a apresentar estas anomalias.

Critérios para dimensionamento das juntas de dilatação

Chen, Wai-Fah, Duan e Lian (2000) relatam que as juntas de dilatação devem acomodar os movimentos produzidos pelas
peças de concreto, descrevem como pontos importantes os efeitos de encurtamento e alongamento, pós-tensionamento,
variação térmica, carregamento móveis e permanentes, vento e cargas sísmicas. O foco principal é nas fórmulas da
variação tanto de encurtamento quanto de temperatura, apresentando de maneira sucinta e elucidativa o método de se
alcançar numericamente os resultados físicos consequentes dessas variações. Cabe incluir o ressalto de que é deixado
bastante claro pelos autores a questão da singularidade de cada tipo de construção e situação, definindo diferentes
aspectos primordiais e mesmo assim colocáveis em prática de maneira específica para cada situação.

Em concordância ao que Ramberger (2002) expõe, o movimento das juntas de dilatação dependem do tamanho da ponte e
do posicionamento dos aparelhos de apoio, no caso do estudo de Ramberger (2002), a movimentação das peças
componentes da ponte, como rotação e translação, tanto transversalmente como longitudinalmente, são severamente mais
evidenciadas e demonstradas, apontando a importância do conhecimento no que se refere aos movimentos físicos em cada
eixo da peça, para que assim se possa ter uma maior congruência com o que realmente acontece quando se tem uma
ponte funcionando.

Já WSDOT (2018) prefere abordar o assunto de maneira a se preocupar com a perfeita instalação da junta, indicando os
efeitos mais comuns que ocorrem nessa parte da estrutura e fazendo com que seja elaborada a questão de maneira
descritiva, com foco nos materiais utilizáveis em toda estrutura e que modificam o funcionamento que é exigido da junta de
dilatação.

Tipologia das juntas de dilatação para pontes e viadutos

Este conteúdo tem como objetivo apresentar os tipos de juntas de dilatação, que serão utilizadas em pontes e viadutos.
Também veremos suas principais características, pois elas são de grande importância para entendermos sua aplicação em
determinados ambientes. Tendo em vista que a sua forma de trabalhar e os esforços que a mesma consegue suportar,
podemos afirmar que tem uma notável relevância para a vida útil de grandes estruturas.

Ferreira (2013), ressalta que as juntas de dilatação são compostas por diversos elementos, e podem ser constituídas de
diferentes materiais. Além disso, podem ser classificadas através da movimentação e configuração das mesmas para a
realização do fechamento do vão. Esclarece também que a natureza das juntas de dilatação de pontes e viadutos há uma
grande dependência do material em que é constituída.

Ramberger (2002), afirma que as juntas de dilatação, independentemente de sua constituição, devem apresentar uma baixa
emissão de sons e oferecer aos usuários de pontes e viadutos suavidade durante a passagem de veículos, trens e
pedestres. Ainda destaca que as juntas devem apresentar resultados satisfatórios, e que estejam de acordo com os
requerimentos do Estado Limite Último (ELU).

Patologias em juntas de dilatação

As juntas de dilatação, tem uma grande importância para o funcionamento pleno de pontes e viadutos. Podemos afirmar
que, é um elemento que não apresenta função estrutural, entretanto, quando não apresenta um desempenho de forma
adequada a sua função, pode desencadear em diversas anomalias estruturais em OAEs.

De acordo com Ferreira (2013), as patologias presentes em juntas de dilatação em pontes e viadutos, podem provocar
novas patologias ao em torno das juntas, e em outros elementos de pontes e viadutos. Sendo assim, por conta de as juntas
de dilatação serem elementos que geralmente estão em contato direto com veículos e pedestres, o surgimento de
anomalias em sua composição, pode interferir no exercício pleno da função de pontes e viadutos, podendo causar grande
incômodo aos usuários, ou até a interdição da passagem de veículos e pessoas.

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O DNIT (2010), ressalta que a importância de realizar o estudo de patologias de juntas de dilatação, também implica na
prevenção de ocorrer patologias em outros elementos de pontes e viadutos. Desta forma, ressalta que a estanqueidade das
juntas de dilatação, é uma das ações importantes para que a estrutura não seja submetida a infiltração de água em seus
elementos, e que consequentemente seja protegida de uma provável corrosão nas armaduras.

Segundo Souza e Ripper (1998), a falta de estanqueidade de juntas de dilatação, traduzindo na infiltração de água em
outros elementos das pontes, pode desencadear na danificação de armadura e apoios. Além disso, em casos de pontes e
viadutos construídas em concreto protendido, a entrada de água em cabos, pode causar corrosão e em consequência uma
possível ruptura dos cabos.

De acordo com o estudo de caso de Laner (2001), grande parte e de pontes e viadutos em Porto Alegre ressalta sofrem
com as anomalias de umidade e infiltração em juntas de dilatação. Além disso, de acordo com os levantamentos de Laner
(2001), estas patologias são um dos principais agentes desencadeadores de anomalias em outros elementos de pontes e
viadutos de Porto Alegre. Demonstrando a importância do estudo de anomalias presentes em juntas de dilatação de pontes
e viadutos.

Técnicas de inspeção de OAEs

O estudo sobre como são executadas as inspeções de Obras de Arte, é de grande importância para compreendermos quais
são os parâmetros adotados pelos inspetores na determinação da manutenção nas juntas de dilatação de pontes e
viadutos. Os inspetores devem estar atentos a alguns fatores, que serão determinantes para delegar a manutenção das
juntas de dilatação. As juntas de dilatação devem ser inspecionadas de modo visual. Para Lima e Brito (2007), outra técnica
destacável para a identificação de danos é a inspeção auditiva, que pode auxiliar o inspetor a identificar componentes soltos
das juntas.

Segundo Ramberger (2002), os inspetores devem analisar os seguintes parâmetros: Vedação das juntas, rachaduras nos
elementos metálicos que compõem as juntas de dilatação, danos em proteções anticorrosivas e obstrução ou danos no
sistema de drenagem. É relevante que a verificação destes parâmetros seja realizada não só no pavimento da pista de
rolamento, mas também em acostamentos. Além disto, a compreensão do exercício de inspeção em Obras de Arte é
relevante para analisarmos a regularidade das inspeções e suas tipologias.

De acordo com o DNIT (2004), a inspeção rotineira, responsável por identificar possíveis anomalias em grande parte dos
elementos de pontes e viadutos, é realizada em períodos adequados, e geralmente são adotados intervalos de 1 a 2. Sendo
assim, é recomendável que concessões de rodovias e o Estado responsável pela administração das vias, adotem um
padrão de intervalo para a realização da inspeção rotineira.

Manutenção e recuperação das juntas de dilatação em pontes e viadutos

Ferreira (2013) apresenta de forma breve alguns métodos aplicáveis no que se refere ao alongamento de vida útil e de
durabilidade do sistema de juntas, porém sem ser criterioso ou detalhista, apenas indicando as ações possíveis para obter
um bom rendimento advindo das juntas de dilatação.

No que se refere ao designado por Chen, Wai-Fah, Duan e LIAN (2000), a proposta de manutenção é dada por meio de um
conselho para que os fabricantes de juntas, os calculistas e os instaladores tivessem um maior contato para ampliar a base
de conhecimento sobre o funcionamento das juntas e expandir de maneira tecnológica, para obter desempenhos cada vez
melhores. É dito que, os calculistas e o pessoal de manutenção das juntas devem enviar um feedback para os fabricantes e
que, segundo Chen, Wai-Fah, Duan e Lian (2000), a comunicação é a chave para aumentar a vida útil e durabilidade dos
dispositivos.

DESENVOLVIMENTO
Dilatação Térmica

Podemos definir a dilatação térmica como um fenômeno. Este ocorre quando há o aumento das dimensões de um corpo,
seja este em estado sólido, líquido ou gasoso, por conta da elevação de temperatura. A ocorrência deste fenômeno pode

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ser explicada como o aumento da agitação das partículas de um corpo proveniente do aumento de temperatura. Sendo
assim, esta elevação da agitação de partículas provoca um maior distanciamento entre elas, e consequentemente um
acréscimo na divisão entre as partículas, resultando no aumento das dimensões deste corpo.

O estudo da dilatação térmica tem grande importância na engenharia, ainda mais em um país tropical como o Brasil, onde
uma estrutura pode ser sujeita a uma grande variação térmica em apenas em um dia, por conta da notável amplitude
térmica presente em boa parte dos estados brasileiros. Sendo assim, estruturas que apresentam grandes dimensões, o
aumento da agitação de suas partículas originado pelo o aumento de temperatura, implica em um aumento significativo de
suas dimensões, tornando necessário o estudo íntegro dos efeitos da dilatação térmica em grandes estruturas.

Assim como descreve Ramalho, Ferraro e Toledo (2007), para que haja uma padronização didática no ensinamento do
fenômeno da dilatação térmica, ocorre a divisão deste assunto em três diferentes categorias. Esta classificação ocorre por
meio do número de dimensões se um corpo que serão estudadas. Desta forma, é definido que o estudo da dilatação
térmica em apenas em uma dimensão de um corpo (comprimento), é denominada dilatação linear. Caso o estudo seja
direcionado para duas dimensões de um corpo (comprimento e largura), este é nomeado como dilatação superficial, e por
fim se o estudo for dedicado as três dimensões de um corpo, é chamado de dilatação volumétrica ou cúbica.

Dilatação Linear

A dilatação linear estuda o fenômeno da dilatação térmica em apenas uma dimensão de um corpo sólido. Desta forma, o
estudo é direcionado apenas na variação de comprimento do corpo em análise. É muito usual que as literaturas descrevam
e exemplificam a dilatação linear de um corpo sólido por meio de experiências com barras. O motivo desta metodologia é a
maior clareza na visualização do fenômeno.

A dilatação linear pode ser definida através de uma consideração empírica classificada como simples, se comparadas com
outras constatações físicas. Sendo assim podemos definir a dilatação linear com a seguinte expressão matemática:

\(L=L0\times\alpha\times∆t\)

onde:

L= Comprimento do corpo final (m);

L0 = Comprimento do corpo inicial (m);

α = Coeficiente de dilatação linear (1.10^-6 °C^-1);

∆t = Variação de temperatura (°C).

Figura 1 - Efeitos da dilatação térmica linear em uma barra.

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Fonte: IFRS, 2016.

O coeficiente de dilatação linear (α), é definido para cada material, e varia de acordo com o intervalo de temperatura
estudado. Sendo assim, geralmente as tabelas com coeficientes de dilatação linear apresentam a temperatura pela qual se
referem, pois, o coeficiente de dilatação de um sólido só é constante dentro de um intervalo de temperatura definido.

Tabela 1 - Coeficientes de dilatação linear.

Coeficientes de dilatação linear*

Material α (1.10^-6 °C^-1)

Alumínio 24

Cobre 17

Concreto 12

Ferro 12

Vidro 9

* Valores definidos para a temperatura de 20°C.

Fonte: Cordeiro, Gomes e Osório, 2019.

Dilatação Superficial

Assim como a Dilatação linear, a dilatação superficial é uma das padronizações didáticas, destinadas para o ensinamento
do fenômeno da dilatação. Sendo assim a dilatação superdicial é o estudo dos efeito da dilatação térmica térmica em duas
dimensões de um corpo sólido. Desta forma, o estudo da dilatação superficial é voltado para a análise da varição do
comprimento e da largura do corpo em observação. Assim como, Calçada e Sampaio (2010) descrevem, a dilatação
superficial de um corpo sólido, pode ser considerada como a análise da superfície de um corpo sólido.

Para exemplificarmos a ação da dilatação superficial, iremos tomar como exemplo uma placa de metal, submetida ao
aumento de temperartura. A lei da dilatação superficial determina que a váriação da área do corpo em estudo quando
submetida ao aumento de temperatura, sofre uma variação de seu área proporcional á area incial. Sendo assim, uma placa
metálica com área inicial (Ai), submetida ao fenômeno da dilatação, terá uma variação de sua área (ΔA), que implicarã em
uma área final (Af).

Figura 2 - Efeitos da dilatação térmica superficial em uma placa metálica.

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Fonte: Villaruel, 2014.

A dilatação superfical pode ser descrita matematicamente com a seguinte expressão:

\(∆A=Ai×β×∆t \)

onde:

∆A = Variação da área do corpo (m²);

Ai = Área inicial (m²);

β = Coeficiente de dilatação superficial (1.10^-6 °C^-1);

∆t = Variação de temperatura (°C).

Bem como a dilatação térmica linear, a resultante da dilatação térmica superficial também é dependente do material que é
composto o corpo em estudo, assim sendo, para a definicçãoda variação da área do corpo em analise, devemos considerar
o coeficiente dedilatação superficial (β), referente ao material do corpo observado.

O coeficiente de dilatação pode ser definido como duas vezes o coeficiente de dilatação linear.

\(\beta=2\times\alpha\)

Sabendo disto, para o cálculo de variação da área de um corpo poderá ser utilizado a tabela 1, se atentando a multiplicar
por dois os coeficientes presentes para que atendam a expressão matemática que apresenta a variação da área do corpo.

Dilatação Volumétrica

A dilatação térmica volumétrica de um sólido, pode ser definida como o aumento de todas as dimensões de um corpo, por
conta do aumento da temperatura. Sendo assim, devemos ressaltar que este fenômeno também pode acontecer em corpo
líquidos. Como ressalta Haliday, Resnick e Walker (2016), o fenômenos da dilatação volumétrica é o único dentre os
fenômenos de dilatação térmica, que faz sentido ocorrer em corpos líquidos. Sendo assim, podemos definir a dilatação
volumétrica de um sólido através da seguinte expressão matemática:

\( ∆V=V0×γ×∆t\)

onde:

∆V = Variação do volume do corpo (m³);

V0 = Volume inicial (m³);

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γ = Coeficiente de dilatação volumétrica (1.10^-6 °C^-1);

∆t = Variação de temperatura (°C).

Figura 3 - Corpo sólido submetido aos efeitos da dilatação volumétrica.

Fonte: Adaptado de Física Resolvida, 2015.

Assim como, o coeficiente de dilatação superficial (β), o coeficiente de dilatação volumétrica (γ) também poderá ser obtido
através da tabela 1, referente a coeficientes de dilatação linear. Sendo assim, para que o coeficiente de dilatação
volumétrica seja obtido deve ser calculado através da seguinte expressão matemática:

\(\gamma=3\times\alpha\)

Para os corpos sólidos, a tabela 1 referente aos coeficientes de dilatação é suficiente para a determinação dos três tipos de
dilatação térmica existentes em corpos sólidos. Pois como pudemos observar nos capítulos destinados a dilatação térmica
linear e dilatação térmica superficial, o coeficiente de dilatação linear (α) pode ser extraído da tabela 1, e o coeficiente de
dilatação superficial (β) também é proveniente da tabela 1, entretanto, deve atender ser multiplicado por dois para poder ser
utilizado.

A dilatação térmica volumétrica em corpos líquidos, segundo Gaspar, 2010 deve ser estudada considerando o líquido em
um recipiente, pois de acordo com autor, não é possível realizar o estudo da dilatação térmica volumétrica de um corpo
líquido, sem a presença de um recipiente.

É válido ressaltar que o estudo da dilatação térmica volumétrica em um corpo líquido pode ser dividido em duas
classificações. A dilatação real de um corpo líquido consiste na análise de um líquido em um recipiente, submetido a
variação de temperatura. Sendo assim, há ação do fenômeno da dilatação nos dois corpos, e é levado em conta a variação
de volume dos dois corpos em estudo. Já a dilatação aparente, o corpo líquido será inserido em um recipiente e será
submetido a variação de temperatura, entretanto, a variação do volume do recipiente em que o corpo líquido que está
sendo analisado não é considerado, apenas a variação do volume do corpo líquido é estudado.

Atualmente com o avanço da tecnologia, e do surgimento de novas materiais, as tabelas destinas a explicitar os
coeficientes de dilatação volumétrica de líquidos aparente, deixou de ser utilizada, e tem sido cada vez mais comum o uso
de tabelas apresentando os coeficientes de dilatação volumétrica de líquidos real.

Tabela 2 - Coeficientes de dilatação volumétrica de líquidos real.

Coeficientes de dilatação volumétrica de líquidos real

Material γ (1.10^-4 °C^-1)

Água 1,3

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Álcool etílico 11,2

Benzeno 10,6

Mercúrio 1,8

Petróleo 10

Fonte: Cordeiro, Gomes e Osório, 2019.

Histórico do uso das juntas de dilatação

Várias estruturas assim como ferrovias no passado se deterioraram devido ao mal dimensionamento ou/e execução das
juntas de dilatação mal-acabada. Por exemplo, a ponte Amílcar Cabral, em João Landim, que liga Bissau a zona norte do
país, concretamente região de Cacheu, está num estado avançado de degradação. Onde mais de 8 cm da junta está
cortada, possibilitando ver o mar ao passar por cima da junta.

Assim como descreve Ramberger (2002), ao longo da história foi percebido por engenheiros civil e construtores de pontes,
que não havia a necessidade de elementos adicionais para combater os esforços provenientes de dilatação térmica em
pontes constituídas em sua totalidade por madeira e rochas, por conta que os esforços sofridos pela estrutura através da
dilatação térmica, eram considerados insignificantes, e não resultavam em patologias para a estrutura das pontes.

Ramberger (2002), afirma ainda que as primeiras pontes que tiveram a introdução de sistemas de juntas, foram as pontes
em aço destinadas para a passagem de trens. Com estudos e observações, foi possível constatar que a ação da dilatação
térmica sobre o aço produzia esforços significantes na estrutura, e era necessário a adição de elementos que amenizassem
estes efeitos sobre as pontes, sendo assim, foram desenvolvidas as juntas de dilatação.

Figura 4 - Vão da ponte Amilcar Cabral.

Fonte: Conosaba, 2018.

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Ferreira (2013), ressalta a evolução das juntas com o tempo, afirma que no início as juntas de dilatação não eram
estanques, sendo assim, havia percolação de água sobre as juntas, e poderiam atingir os elementos da mesoestrutura das
pontes. As primeiras juntas de dilatação estanques eram constituídas por placas de metal e envolvidas em borracha, e a
partir destes sistemas houve uma evolução tecnológica no design e criação de novos tipos de juntas.

Ferreira (2013), ainda afirma que há grande importância da análise e estudo dos tipos de juntas de dilatação e suas
evoluções, pois proporciona ao Engenheiro Civil maior sensibilidade no dimensionamento e escolha dos melhores sistemas
de juntas aplicáveis a cada caso.

Critérios de dimensionamento de juntas de dilatação

Juntas de dilatação devem ser objetivamente dimensionadas para harmonizar as movimentações produzidas e transmitidas
pelas peças de concreto, tal sistema suportará movimentos mecânicos como: Tração, Compressão, Recalque, Rotação,
Cisalhamento e ações combinadas.

Movimentos causados por variados fatores físicos ocorrentes na estrutura, as três principais fontes dessas movimentações
são, de acordo com WSDOT (2018), o encolhimento do concreto, incluindo variações térmicas e deformações de longo
prazo. Esses são fatores criteriosos utilizados no desenvolvimento que leva ao correto dimensionamento dos dispositivos
conhecidos como juntas de dilatação. Como Chen, Wai-Fah, Duan e Lian (2000) demonstram, por motivo de incertezas nas
previsões, e no consequente aumento de custos, as movimentações sísmicas são, em grande parcela das situações, não
incluídas nos cálculos para dimensionamento.

Segundo WSDOT (2018), no cálculo são levados em consideração os efeitos do tipo de superestrutura, comprimento do
tabuleiro, condições da fixação entre a superestrutura e subestrutura, flexibilidade do pilar e tamanho total da ponte ou
viaduto.

Em conformidade com o que Ramberger (2002) aponta, normalmente a forma do sistema de dilatação depende da
translação horizontal ortogonal em relação à junta. Faz-se necessário considerar todas as translações e rotações para
assegurar que os deslocamentos não irão, de modo algum, ultrapassar a força de resistência da junta instalada. Existem
três formas de translação e três formas de rotação na junta, diferenciando-se por suas inclinações e direções.

Figura 5 - Movimentações.

Fonte: Günter Ramberger, 2002.

Estas movimentações resultantes de variados fatores, assim como, temperatura, deslocamentos devido a cargas externas,
expansão, encolhimento do concreto e elementos da estrutura. É possível obter informações sobre as características
desses deslocamentos e movimentações através das análises do sistema, por outro lado, movimentos oriundos de cargas
externas dependem exclusivamente da localização dessas cargas. As deformações podem ser determinadas utilizando
como base a linha de influência.

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A linha de influência provinda deflexão é uma linha curva, devido a um carregamento que exerce força na direção do
movimento considerado.

Figura 6 - Linha de influência translação.

Fonte: Günter Ramberger, 2002.

Figura 7 - Linha de influência rotação.

Fonte: Günter Ramberger, 2002.

Translação horizontal na direção do eixo Ux da ponte.

No estudo desenvolvido e demonstrado por Ramberger (2002), é discorrida a afirmativa de que ocorre o fenômeno de
translação quando existe uma variação na temperatura, deformação por força normal e movimentação conduzida por
dilatação ou encolhimento da ponte. Uma variação de temperatura na seção oposta causa apenas uma translação
horizontal na junta. Cabe ressaltar que os coeficientes de dilatação térmica do aço e do concreto possuem grande
semelhança numérica, fazendo com que tais atribuições de comportamentos sejam aplicáveis também em pontes
compostas.

Cálculo dos movimentos das juntas de expansão.

Figura 8 - Dilatação e encolhimento uniforme.

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Fonte: Günter Ramberger, 2002.

O cálculo do deslocamento térmico é expresso por:

\(U_{Xt.n}=\ \alpha t\times L\times∆t\)

O cálculo de Deformação e Encolhimento das pontes de concreto é dado por:

Deformação:

\(U_{XC.N}=\ -\frac{Nper}{Ec.Ac}\times\varphi\times L\)

Encolhimento:

\(U_{XS.N}=\ -\ \varepsilon_{cs}\times L\)

Onde:

φ = coeficiente de deformação;

L = comprimento do vão;

Nper = força normal permanente;

Ec = módulo de elasticidade do concreto;

Ac = área do concreto; = coeficiente de encolhimento;

εcs = coeficiente de encolhimento;

De acordo com Ramberger (2002), possíveis contratempos podem vir a ser a mudança da localização do ponto de fixação
ou localização desconhecida do ponto de fixação. Nas pontes arcadas a superestrutura geralmente é fixada na coroa do
arco. Esse ponto de fixação é movido pela deformação do arco devido carregamentos assimétricos.

Ainda segundo Ramberger (2002), juntas de dilatação ocultas, ou seja, juntas escondidas, não visíveis externamente, são
usadas geralmente em pontes de tamanho curto. Se o ponto de fixação da junta estiver posicionado em pilares longos, tal
junta atuará como um aparelho de apoio elástico horizontal. Consequentemente devido à movimentação na junta,
acontecerá uma deformação plástica da camada de asfalto e a estrutura terá uma determinada rigidez. Existirá diferença de
rigidez, apresentadas por juntas localizadas no pilar esquerdo e direito, e possivelmente uma deformação longitudinal pode
conduzir ao aparecimento de fissuras na camada de asfalto sobre o pilar. Levando em consideração que a rigidez dessa
junta é compatível, até mesmo equivalente, à rigidez do pilar, sendo assim o novo ponto de fixação é situado em uma
posição adjacente à junta de dilatação não danificada.

Figura 9 - Mudança do ponto de fixação.

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Fonte: Adaptada de Günter Ramberger, 2002.

Em caso de um ponto de fixação elástico, sucederá um acréscimo nas movimentações das juntas de dilatação, tais
movimentações serão decorrentes em consequência das forças de aceleração e frenagem.

Ramberger (2002) relata que as rigidezes atuais dos pilares podem diferir da rigidez de projeto. Além do mais, se a ponte é
fixada em mais de um pilar, o posicionamento do ponto de fixação ocasionalmente poderá divergir da localização
anteriormente projetada.

Nas pontes compostas, retração e dilatação, que age apenas nas partes de concreto de seção transversal, levando
precipuamente a diferentes deflexões que resultam em rotações sobre o eixo Y. Deformação pode ser considerada
utilizando-se uma seção de área reduzida e, objetivamente idem, recorre-se ao uso de um momento de inércia reduzido, o
encolhimento substituído por uma força elástica Nsh agindo na retração livre do concreto, Nsh é uma força de compressão
agindo nos componentes da seção transversal.

Figura 10 - Força de encolhimento equivalente.

Fonte: Günter Ramberger, 2002.

Nsh= εcs x Ac x Ec

Onde:

εcs = coeficiente de encolhimento;

Ac = área do concreto;

Ec = módulo de elasticidade do concreto para considerar dilatação.

Figura 11 - Deflexão sob carregamento.

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Fonte: Günter Ramberger, 2002.

O deslocamento dos apoios relativos à deflexão sob carregamento é equacionado, correspondentemente a Ramberger
(2002), da forma que será exposta a seguir, levando em consideração os fatores apresentados na figura anterior.

UXd.n= φ1xeu+φnxeo

Os movimentos horizontais presentes nas juntas de dilatação também podem ser causados devido aos deslocamentos
verticais oriundos dos apoios, ocasionados por situações atribuídas às fundações ou pela substituição dos aparelhos de
apoio.

Figura 12 - Deslocamentos dos aparelhos de apoio.

Fonte: Günter Ramberger, 2002.

Seguindo os estudos de Ramberger (2002), para efetuar o cálculo que demonstra numericamente o deslocamento dos
apoios, é utilizada a mesma formulação descrita previamente quando tratado sobre deflexão sob carregamento.

Se o ponto fixado estiver localizado em um pilar alto, deverão ser adicionadas movimentações devido a deformação desse
pilar e é imprescindível a consideração dessa tal deformação na análise estrutural. As resultantes possíveis podem ser
advindas de forças de aceleração, frenagem, e efeitos provenientes da temperatura, tanto uniformes quanto não uniformes.

Translação horizontal na direção Uy da seção transversal.

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Levando em consideração o que expressa Ramberger (2002), o efeito de translação horizontal em uma direção cruzada é
resultante se o ângulo entre a junta e a direção do movimento do aparelho de apoio não é 90º. A magnitude da
movimentação é dependente da grandeza do movimento na direção do eixo da ponte e no seu ângulo.

Figura 13 - Demonstração de translação horizontal na ponte.

Fonte: Günter Ramberger, 2002.

Nesses casos, o cálculo da resultante da translação horizontal é realizado por:

UX= sin φ×Ueff

Uy= cos φ×Ueff

Figura 14 - Condições no rolamento.

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Fonte: Günter Ramberger, 2002.

A equação designada para nessa situação específica demonstra-se a seguir:

\(U_y=\frac{U_x}{Tan\ \varphi\ }\)

Translação vertical Uz.

As translações verticais no eixo z aparecem geralmente quando ocorre substituição do aparelho de apoio e condições
geométricas no pilar.

Figura 15 - Ponte oblíqua com aparelho de apoio horizontal.

Fonte: Günter Ramberger, 2002.

Equacionado por:

\(U_z=U_x\times\tan{\theta}\ \)

Figura 16 - Ponte com pequeno cantilever no pilar.

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Fonte: Günter Ramberger, 2002.

Para obter o deslocamento nesse caso usa-se:

\(U_z=Icant\times\varphi\)

Figura 17 - Deslocamento vertical do aparelho de apoio devido elevação por macaco hidráulico.

Fonte: Adaptado de Günter Ramberger, 2002.

Em situações de deslocamento realizado com o objetivo de substituir o aparelho de apoio, realizado por macaqueamento
hidráulico, o tamanho desse deslocamento e intensidade de movimento é estritamente obtido através da observação e
acompanhamento da altura em que o macaco hidráulico levantará a estrutura.

Rotação em todo o eixo φx da ponte.

Acontece quando se faz necessário à substituição de um dos aparelhos de apoio em algum dos lados da seção transversal
da ponte, acontece o efeito de rotação no eixo φx. Entretanto, existe a possibilidade de se evitar tal movimento de rotação,
apenas levantando toda a seção transversal uniformemente.

Figura 18 – Hasteado em um dos lados.

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Fonte: Günter Ramberger, 2002.

Rotação em torno do eixo φy.

Dada deformação apresenta- se quando se há uma situação de carregamento vertical e temperatura não uniforme, o que
ocasiona a rotação no eixo y. O correto controle do posicionamento das cargas consequentes do tráfego consegue ser feito
através da determinação pela linha de influência.

Figura 19 - Representação detalhada de rotação devido deflexão.

Fonte: Günter Ramberger, 2002.

Figura 20 - Representação simples de rotação devido deflexão.

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Fonte: Günter Ramberger, 2002.

Rotação em torno do eixo φz.

Diferentemente da rotação nos outros eixos, no eixo y ocorre uma movimentação causados por dois fatores, somados ou
não, esses fatores são, primeiramente oriundos de uma ação na direção horizontal gerada através da variação de
temperatura no ambiente, e o segundo fator são as cargas provenientes do vento.

Figura 21 - Deformação devida variação de temperatura.

Fonte: Adaptado de Günter Ramberger, 2002.

Figura 22 - Ação ocasionada pela variação de temperatura.

Fonte: Adaptado Günter Ramberger, 2002.

Efeitos da Retração.

Congruente ao especificado por Chen, Wai-Fah, Duan e Lian (2000), o cálculo correto do encurtamento como uma
funcionalidade do tempo requer que sejam levados em consideração aspectos como: um ambiente de média umidade, a
relação entre área e volume e os métodos de cura.

Pois, dispositivos de juntas de dilatação são geralmente instalados nos seus respectivos vãos em no mínimo 30 a 60 dias

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seguintes à concretagem da laje, e a junta somente tem início no auxílio às movimentações do concreto após ser
devidamente instalada. Na maioria dos casos, esse encurtamento/dilatação pode ser suposto em aproximadamente 0.0002,
Chen, Wai-Fah, Duan e Lian (2000), para carga normal no concreto em condição livre. Dado valor pode ser corrigido por
condições limitadoras impostas pelos diversos tipos de superestrutura.

A equação a seguir expressa como se obtém a variação de retração:

\(∆retração=β×μ×L\)

Onde:

L= comprimento da estrutura sujeita à retração;

β= tensão última de encurtamento após instalação da junta de dilatação, estimado em 0,0002 na maioria dos cálculos;

μ= fator limitador de acordo com as limitações impostas pelos elementos da superestrutura instalados antes da
concretagem da laje; 0,0 para vigas de aço, 0,5 para vigas pré-moldadas e protendidas de concreto, 0,8 para viga quadrada
de concreto e viga T, 1,0 para lajes planas.

Efeitos térmicos.

De acordo com WSDOT (2018), as pontes são sujeitas a todas as formas de transferência de calor, seja por radiação,
convecção ou condução. Cada maneira afeta os gradientes térmicos dos padrões de indução e deflexão gerados na
superestrutura de uma ponte de formas diferentes. Influências climáticas variam conforme a geografia do ambiente
resultando em diferentes valores da média de variação térmica durante os dias e noites. Inclusive, diferentes construções
têm divergentes propriedades térmicas de “inércia”. Por exemplo, uma viga quadrada de concreto maciço responderá mais
lentamente a um estímulo térmico imposto do que uma ponte constituída por uma viga de aço e diversos componentes da
estrutura com dimensões esbeltas e materiais em aço.

Ainda segundo WSDOT (2018), variações na temperatura média das superestruturas fazem com que ocorra alongamento
uniforme na peça ou encurtamento uniforme. O movimento médio uniforme devido ao efeito térmico é calculado utilizando a
média máxima e mínima coerentes com os materiais utilizados na composição da ponte.

Chen, Wai-Fah, Duan e Lian (2000) denotam que para calcular as deformações, levando em considerações os valores
térmicos de máxima e mínima, esses valores variam geograficamente de acordo com a localização da estrutura e os
materiais utilizados na ponte e o tipo de ponte. A movimentação térmica dada em milímetro (mm), é calculada por:

\(∆temp=α×L×δT×1000 mm/m\)

onde:

L= comprimento da estrutura sujeita à dilatação;

α = Coeficiente de dilatação térmica;

δT = Variação da temperatura média da superestrutura em função do tipo e local da ponte.

Tipologia das juntas de dilatação de pontes e viadutos

As estruturas possuem vários elementos que encaixados formam uma ponte ou viaduto, cada uma dessas partes sofre
expansão ou contração, essas variações se devem ao aumento da temperatura e forças atuantes nas mesmas, além do
mais, devido os veículos automotores estarem se deslocando pela estrutura, acarreta uma movimentação, assim faz-se
necessário que a junta de dilatação trabalhe de forma dinâmica e com alta variação. Desta forma as forças que a mesma
deve suportar estão exemplificadas na imagem a seguir:

Figura 23 - Forças que as juntas de dilatação devem resistir.

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Pforzheim, 1980.

As juntas podem ser verticais e horizontais. As Juntas verticais trabalharão com a movimentação em apenas uma direção a
longitudinal, mas o sentido pode variar tanto para direita quanto para a esquerda, essa movimentação pode provocar
fissuras na estrutura, por isso a junta é de fundamental importância nas edificações e em obras gerais, garantindo a
qualidade da obra e a segurança dos usuários. As juntas horizontais trabalharão na direção vertical da estrutura, assim ela
se movimenta tanto para a cima como para baixo.

Figura 24 - Representação de juntas verticais e horizontais.

Ebanataw, 2017.

Diversos tipos de juntas serão abordadas em nosso estudo, pois elas são essenciais para o pleno funcionamento de
estradas, pontes e viadutos, além de serem utilizadas em estruturas de todo o mundo.

Cada junta possui suas peculiaridades, seu tempo de vida e sua forma, assim poderemos adquirir uma boa bagagem nesse
estudo sobre juntas de dilatação, observando os diferentes modos de lidar com cada propriedade características das juntas,
visto que tudo está em constante mudança em nosso mundo.

Como veremos na imagem a seguir, há diferentes tipos de juntas, cada uma delas é aplicável em uma determinada

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situação, dentre elas algumas estão entrando em desuso, devido ao avanço tecnológico e a novas formas de lidar com a
dilatação das pontes e rodovias, pois algumas delas não se mostraram muito eficientes ou não tiveram uma duração
satisfatória.

Figura 25 - Apresentação de alguns tipos das juntas de dilatação

Marques Lima, 2006.

Junta Aérea

As juntas aéreas que são as utilizadas em pontes e viadutos, possuem diversos requisitos de fundamental importância para
garantir a segurança dos usuários e assim cumprir os requisitos feitos por norma. Elas devem atender os seguintes
quesitos, listados por Ferreira (2013) em sua dissertação:

Ter a capacidade de realizar movimentos, que estes ocasionem danos a outros elementos;
Proporcionar uma boa qualidade na circulação de veículos e apresentar possíveis conforto para todos os usuários;
Manter um nível de resistência à derrapagem, que seja considerável e aceitável, ou que atenda o mínimo exigido
pelos órgãos regulamentadores para a resistência a derrapagem em pavimentos;
Apresentar capacidade para suportar carregamentos estáticos e dinâmicos;
Ser estanque para poder oferecer uma proteção os aparelhos de apoios e elementos da infraestrutura;
Facilidade de fiscalização, manutenção e substituição de elementos suscetíveis à danos;
Resistência passível a deterioração momentânea

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Emitir sons considerados baixos ou pequena vibração na passagem de veículos;


Proporcionar segurança durante a passagem de veículos e pedestres.

As juntas aéreas podem se encontrar em sua direção normal, ou pode estar colocada de forma obliqua, ou seja, com certa
angulação.

Figura 26 - Junta de dilatação a 90° (Normal).

Fonte: Max Asphalt, 2019.

Figura 27 - Junta de dilatação com ângulo diferente de 90° (Obliqua).

Fonte: UNIONTECH, 2019

Junta Aberta

As juntas abertas possuem um reforço antes da canelura, elas ser constituídas em concreto, sendo as mesmas protegidas
por um perfil metálico ou não.

Ela permite a passagem das intempéries, sendo pouco recomendadas para estruturas que exijam proteção nessas
aberturas, pois com a passagem das intempéries pode-se ocorrer avarias as mesmas.

Em alguns casos é colocada uma membrana na parte de baixo da junta, para segurar detritos e direcionar a água.

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O vão Máximo admissível a esta junta é de 6,5 cm, tendo sua vida útil na casa dos cinco anos.

Junta Enterrada

No pavimento asfáltico é feito o selamento para que os veículos possam passar normalmente. Na parte inferior abaixo do
pavimento asfáltico é feita uma camada protetora e abaixo da camada protetora é colocado um bloco elastomérico,
possuindo em ambas as suas extremidades um preenchimento flexível que possui uma camada protetora contra a água,
por fim na canelura é colocado um suporte.

A junta enterrada tem uma vantagem muito significativa, pois ela fica imperceptível ao usuário, mas em alguns casos pode-
se observar sua abertura nas estradas, sendo assim necessário o reforço do pavimento para que as cargas sejam
dissipadas, o valor mínimo para essa espessura deve ser 8 cm.

O comprimento máximo de uma junta enterrada não pode ser superior a 3 cm, este tipo de junta tem uma vida aproximada
de 10 a 12 anos.

Junta de Concreto Modificado

Uma característica interessante desta junta é a substituição do manto asfáltico por um material elastômero que possui
agregados silícios e basálticos. Esta estrutura tem um comprimento de 30 a 70 cm de largura. A mesma possui a camada
flexível de encontro com o manto asfáltico e em sua parte inferior é colocada uma chapa metálica apoiada em um perfil de
borracha.

Esta junta é destinada às estruturas de pequenas dimensões em que a canelura não seja superior a 2,5 cm, porém ela
pode ser aplicada para todas as vias de trafego. Quando a junta é colocada de forma obliqua é aconselhável para este tipo
uma angulação de aproximadamente 45°, assim evita-se danos na própria. O vão que esse tipo de junta suporta é de 4 cm
e possui uma vida útil de 5 anos.

Junta com Material Elástico

Este tipo de junta cada vez mais vem sendo deixada de lado, que resumidamente é feita colocando um material elástico em
seu vão, esses materiais podem ser (silicones, poliuretanos e entre outros), eles são colocados nas bordas da mesma, e o
material elástico é colocado em seguida com o volume de acordo com o vão em cima de uma matéria flexível, podendo ser
uma espuma ou algum material similar, que tem a função de apoiar o material em seu trabalho, servindo como uma fôrma
para o material elástico, sendo que o material elástico deve ter uma espessura de 1,5 ou 2 cm de espessura e no máximo 7
cm de largura. A parte lateral de chegada pode ser executada em concreto ou perfis metálicos.

Esse tipo de junta possui uma vida útil de 5 anos e deve-se ser feito uma inspeção de 2 em 2 anos.

Junta de Compressão

A junta de compressão possui alvéolos feitos com borracha, esse material de borracha é colocado em contato com as
bordas do vão. Para que não haja o desprendimento da borracha esta é colada com uma cola epóxi de alta resistência,
também pode ser colocado perfis metálicos do tipo cantoneira para ajudar a resistir a força de compressão.

Esta junta pode ser utilizada em diversos tipos de estruturas, como edifícios, pontes, viadutos, barragens, esgoto e muitos
outros.

A roca deste tipo de junta deve ser feita quando se perceber que a borracha foi deslocada de sua posição pré-estabelecida
em projeto ou devido a sua perda de elasticidade. Sua vida útil é de 5 anos, seu vão máximo é de 5 cm e sua inspeção
deve ser feita de 2 em 2 anos.

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Figura 28 - Representação da junta de compressão.

Fonte: Ferreira, 2013,

Junta de Perfil Elastomérico

Essa junta nucleada, é constituída por 3 elementos, câmara nucleada, epóxi e pressurização. O material de neoprene é
colocado entre as bordas vão e para manter o mesmo em seu devido lugar é colocada uma cola epóxi de alta resistência.

Este tipo de junta é utilizado em estruturas de comprimento médio, e apresenta resistência para todos os tipos de tráfego.
Além disso, Ferreira (2013), considera este tipo de juntas como o mais impermeável do mercado.

Para que haja uma maior durabilidade é colocado um berço em concreto de alta resistência, e próximo da borda é feito um
lábio polimérico, onde será colocado o perfil. Maiores detalhes da instalação deste tipo de junta, serão explicitados no
capítulo destinado ao estudo de caso deste trabalho acadêmico.

Figura 29 - Junta de Perfil Elastomérico.

Fonte: Carvalho, 2014

Junta Banda Flexível

Esta junta funciona na união do elastômero a dois pontos fixos na borda da mesma por meio de elementos rígidos.

Deve apresentar uma amplitude máxima de cerca de 50 mm na horizontal e 10 mm na vertical com angulação de 30 a 40°,
sendo assim, caracterizando-a como uma junta oblíqua. De acordo om Ferreira (2013), este tipo de junta tem um tempo
médio de duração de 20 anos. E deve ser submetida a inspeção em um período de no máximo 6 anos. Além disso, quando
ultrapassado o tempo médio de vida útil, esta junta deve ser submetida a inspeções com períodos menores, sendo
recomendável 2 anos entre cada inspeção.

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Patologias em juntas de dilatação

As juntas de dilatação estão entre os elementos de pontes e viadutos mais suscetíveis a sofrer patologia. O motivo se dá,
por conta de que são elementos que geralmente estão em contato com os veículos em grande parte do tempo de seu
funcionamento, ou seja, ao longo de sua vida útil as juntas de dilatação sofrem com os impactos provenientes das cargas
dos veículos. Além disso, grande parte dos modelos de juntas de dilatação, estão sujeitas aos efeitos do intemperismo, que
podem ser mais um agravante para o surgimento de patologias.

Como ressalta Ferreira (2013), apesar das juntas de dilatação não apresentarem funções estruturais para a composição de
pontes e viadutos, as patologias presentes nas juntas, podem desencadear diversas complicações, inclusive por serem um
componente da superestrutura, as patologias de juntas de dilatação podem provocar incomodo aos usuários durante a
passagem dos veículos e trens, e dependendo da gravidade das patologias, podem provocar o impedimento da passagem
de veículos e trens.

Tendo o conhecimento das consequências que as patologias de juntas de dilatação podem provocar sobre pontes e
viadutos, é conveniente sempre que serem diagnosticadas patologias em juntas de dilatação, elas sejam submetidas a
manutenção ou recuperação, e para podermos ter o conhecimento íntegro das técnicas de manutenção, devemos conhecer
com plenitude as possíveis patologias que as juntas de dilatação podem sofrer.

Tipos de patologias em juntas de dilatação

As patologias de juntas de dilatação de pontes e viadutos, podem ser decorrentes de uma série de condições e aspectos.
Para obtermos um parâmetro das maiores incidências de patologias em OAEs. Podemos realizar uma análise de um estudo
realizado por Laner (2001), que retrata as maiores incidências de patologia em juntas de dilatação em pontes, viadutos e
passarelas na cidade de Porto Alegre no estado do Rio Grande do Sul. Este estudo de caso apesar de ser de carácter
regional, representa grande parte da realidade encontrada nas OAEs do Brasil.

Em seu estudo, Laner (2001), analisou no total 71 juntas de dilatação em viadutos, e outras 6 em pontes e 3 em passarelas.
Posto isto, para exemplificar a porcentagem de incidência de anomalias presentes nestas juntas, realizou-se a construção
de um gráfico que está retratado abaixo.

Figura 30 - Gráfico da Incidência de manifestações patológicas em juntas de dilatação em pontes, viadutos e passarelas de
Porto Alegre - RS.

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Fonte: Laner (2001).

Ao realizarmos a análise do gráfico, podemos observar que viadutos e pontes, apresentam uma porcentagem elevada de
anomalias relacionadas a ressaltos, sujeira e infiltração. Estas manifestações patológicas são comuns em muitas das OAEs
do Brasil, e grande parte está relacionada à falta de manutenção.

Para melhor análise das principais patologias, iremos classificá-las de acordo com os fatores causadores, explicitando as
principais teorias dos autores que realizaram estudos das manifestações patológicas em juntas de dilatação.

Impermeabilidade e drenagem

Segundo Souza e Ripper (1998), um dos motivos da falta de estanqueidade das juntas pode ser atribuído a falta de
detalhamento adequado para as juntas de dilatação de pontes. Portanto, a ausência de detalhamento nas vedações das
juntas, implica em uma execução inadequada, que posteriormente implicará na passagem de água no estrado de pontes e
viadutos, podendo atingir outros elementos que compõem as OAEs.

Ferreira (2013), acredita que a falta de impermeabilidade em juntas de dilatação pode ser proveniente de outras patologias,
pois considera improvável que as juntas de dilatação e seus elementos de fixação sofram fraturas parciais de forma
repentina. Consequentemente, afirma que a passagem de água pelas juntas de dilatação expõe o concreto, e
consequentemente pode vir a expor os aparelhos de apoio à mesma ação.

Movimento

Durante o dimensionamento das juntas de dilatação de pontes e viadutos, é essencial que o projetista dimensione o

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espaçamento para a movimentação das juntas, como explicitado no capítulo 3.3 Critérios de dimensionamento das juntas
de dilatação.

De acordo com Ferreira (2013), a restrição dos movimentos das juntas de dilatação, podem ser resultantes de vários
fatores. Com isso, o autor evidencia como um dos fatores que impedem o movimento das juntas, o depósito de detritos
entre as juntas. Estes detritos podem chegar até as juntas através dos efeitos de precipitações, movimentações de veículos
e pessoas. Não obstante, ressalta que o impedimento da movimentação das juntas pode estar relacionado aos espaços,
que podem apresentar dimensões consideradas com aberturas excessivas ou excessivamente fechadas, impossibilitando
que o material designado para realizar a função não consiga executar de forma plena a movimentação.

Figura 31 - Crescimento de vegetação em juntas de dilatação em Boulevard Cônego Belisário Elias de Souza na cidade de
Mauá – SP

Fonte: Cordeiro, Gomes e Osório, 2019.

Segundo Laner (2001), o impedimento do movimento das juntas de dilatação, também pode ser resultante pela presença da
umidade nas juntas, juntamente com o efeito de colmatação provocado pelos detritos. Estas ações podem provocar
desagregação das paredes das juntas, realizando a restrição dos movimentos das juntas.

Conforto de Utilização

É recorrente que durante a passagem de veículos sobre as juntas de dilatação em pontes e viadutos, os usuários sintam
incômodo, por conta da condição das juntas. De acordo com Dornsife (2000), as juntas de dilatação devem ser elementos
que proporcionem ao usuário uma dirigibilidade suave, ou seja, não devem oferecer resistência ao veículo durante a sua
passagem. Portanto, para que ofereçam esta qualidade de funcionamento, não devem estar suscetíveis as patologias.
Como visto no capítulo 3.5 Patologias em juntas de dilatação deste trabalho acadêmico, as patologias em juntas de
dilatação, se não solucionadas, podem desencadear em novas anomalias, então Ferreira (2013), ressalta que o desconforto
causado pelas juntas de dilatação durante a passagem dos usuários, pode ser proveniente de infiltração de água, e que
pode evoluir para o crescimento de vegetação. Além disso, Ferreira (2013), afirma que a danificação dos selantes, podem
ser uma das causas do surgimento de ruídos e falta de aderência dos veículos com a pista de rolagem.

Figura 32 – Quebra do pavimento próximo as juntas de dilatação no viaduto na Rodovia BR-116 Régis Bittencourt – SP.

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Fonte: Cordeiro, Gomes e Osório, 2019

Fixação

A forma que uma junta de dilatação está fixada a estrutura da ponte é muito importante, pois esse aspecto garantirá a
resistência esforços, e irá garantir conforto aos usuários durante a passagem. Quando há um desaperto, ou danificação na
fixação da estrutura das juntas, o som emitido através da passagem de veículos, torna perceptível que há anomalias
relacionadas à fixação das juntas de dilatação. Muitas vezes, a verificação por meio da técnica de inspeção visual desta
anomalia é dificultosa, por conta que algumas juntas de dilatação não têm as fixações expostas.

Geometria

Este tipo de anomalia é bem frequente, e é caracterizada por cobrimento das juntas de dilatação com pavimento asfáltico. É
comum que pontes e viadutos sejam submetidos a recapeamento, para adequar as pistas de rolamento a um bom padrão
de conforto aos usuários, entretanto, podemos observar que durante este procedimento, pode ocorrer que o órgão
responsável pelo recapeamento, efetue o recapeamento ao longo da pista de rolamento, e por cima das juntas de dilatação,
desta maneira, este pavimento asfáltico sobre as juntas de dilatação impede a movimentação das mesmas.
Consequentemente os esforços provenientes das juntas de dilatação irão realizar ação no pavimento asfáltico, que poderá
sofrer fissuras e até aberturas.

Figura 33 - Pavimento Asfáltico sobre Juntas de dilatação em Viaduto Pedro Dell Antônia na cidade de Santo André – SP.

Fonte: Cordeiro, Gomes e Osório, 2019

Segundo Ferreira (2013), este tipo de patologia pode implicar o conforto do usuário das pontes e viadutos. Inclusive, a

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mesma poderá causar trepidações durante a passagem dos veículos, assim como, com as movimentações das juntas
poderá ter sobressaltos no pavimento asfáltico, que poderão tornar suscetível ocorrências de acidentes graves.

Fissuras no pavimento

Esta patologia é caracterizada por apresentar fissuras crônicas no pavimento da pista de rolagem, e ocorre quando há a
falta de um material elástico para atenuar os esforços das juntas de dilatação, ou como exemplificado no capítulo destinado
as patologias de geometria, quando há o recapeamento do pavimento asfáltico sobre as juntas de dilatação limitando a
movimentação das mesmas. Este tipo de anomalia é resultante, bem como não há emprego de juntas de dilatação, com
isso, a movimentação das peças do tabuleiro proveniente pelo fenômeno da dilatação volumétrica, pode provocar fissuras
no pavimento.

Transição para o pavimento

Este tipo de patologia ocorre por meio da danificação da camada de transição. Quando há anomalias neste elemento,
poderá ocorrer avaria nos sistemas de fixação das juntas de dilatação e em suas bordas, podendo ocorrer fissuração nos
lábios poliméricos, em casos de juntas que utilizam cantoneiras em suas bordas, poderá haver fissuras e até ruptura nas
cantoneiras.

Figura 34 - Ruptura da transição do pavimento e dos lábios poliméricos das juntas de dilatação no viaduto da Rodovia
BR-116 Régis Bittencourt – SP.

Fonte: Cordeiro, Gomes e Osório, 2019

Assim como descreve Ferreira (2013), a camada de transição tem uma grande importância na composição das juntas de
dilatação, pois são os elementos responsáveis por realizar a integração entre as juntas e o tabuleiro, e de juntas com o
pavimento de encontro. Logo é o elemento submetido aos esforços provenientes das juntas, e aos esforços provenientes do
pavimento asfáltico, consequentemente as anomalias na transição para o pavimento podem ocasionar patologias no
pavimento ou/e nas juntas de dilatação.

Principais causas de patologias nas juntas de dilatação

É comum que pontes e viadutos sejam suscetíveis a patologias e anomalias, visto que grande parte destas sãos
provenientes do próprio tráfego de veículos transeuntes, e intemperismo. Então, podemos classificar estas patologias como

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naturais, por conta que ocorrem durante o exercício da função de pontes e viadutos, e são decorrentes do tempo de
utilização. Como foi explicitado neste trabalho acadêmico, as juntas de dilatação são elementos que estão posicionados
sobre o tabuleiro de pontes e viadutos, e são passíveis das cargas oriundas da movimentação de veículos, por este motivo
se tornam um dos elementos que tem maior propensão a sofrer anomalias.

Para que haja uma redução dos danos provenientes das patologias é importante que as OAEs sejam submetidas a
inspeções periódicas, como aclarado no capítulo destinado a inspeções. E para que as anomalias sejam corrigidas, é
fundamental que sempre quando for identificada patologia nas estruturas, haja a execução de manutenção, assim, iremos
destacar as principais causas de patologias em juntas de dilatação.

Erros de projeto e dimensionamento

Assim como em muitas das estruturas de concreto armado e em aço, é de grande importância que as fases de anteprojeto
e projeto sejam executadas com rigor e de acordo com as normas. Ademais, devem ser revisadas por profissionais que não
fizeram parte do projeto, para que haja uma avaliação concisa e evite possíveis falhas. E erros em no dimensionamento e
projeto são determinantes para que não haja o funcionamento pleno das juntas de dilatação de pontes e viadutos.

O dimensionamento de juntas de dilatação realizado de maneira errônea, pode resultar em espaçamentos menores que os
solicitados pelas estruturas, e consequentemente este erro poderá resultar nos outros tipos de patologias já citados
anteriormente.

A falta de detalhamento em projeto também poderá resultar em erros na construção de juntas de dilatação. Assim como
descrevem Souza e Ripper (1998), a falta de detalhamento nos elementos de vedação de juntas de dilatação de pontes,
podem ocasionar a falta de estanqueidade do sistema de juntas e consequentemente a permeabilidade de água nos
elementos da superestrutura e mesoestrutura.

Soluções para as patologias

Como pudemos observar há algumas patologias que são recorrentes em nosso dia-a-dia, entretanto as soluções que temos
atualmente não satisfazem os problemas de forma rápida e não sanam os mesmos de maneira individual. Desta forma, é
recomendável que seja executada a recuperação de forma completa, devemos ressaltar que a solução para qualquer tipo
de patologia não é feita de forma individual, mas através da substituição de todo o sistema danificado por um sistema com
peças novas e que seja executado de acordo com as etapas descritas no estudo de caso. A detecção e identificação de
elementos patológicos por meio de inspeção é realizado somente para a constatação da real necessidade de substituição.

Inspeção de pontes e viadutos

As inspeções de Obras de Arte Especiais são fundamentais para garantir o pleno funcionamento de pontes e viadutos. São
responsáveis por examinar de forma minuciosa cada elemento que compõe uma OAE, tendo como foco a avaliação da
capacidade de carga, o conforto oferecido aos usuários, a segurança e a imposição de manutenções e eventuais
recuperações. As inspeções em OAE, devem ser realizadas de forma organizada e metódica, de maneira a que todos os
elementos previstos sejam inspecionados e registrados nas fichas de inspeção. Nas fichas de inspeção devem conter
documentos fotográficos, que constem fotos de todas as vistas dos elementos da mesoestrutura e de elemento visíveis da
infraestrutura.

Tipos de Inspeção

De acordo com a ABNT NBR 9452:2016 Inspeção de pontes, viadutos e passarelas de concreto ― Procedimento, as
inspeções em pontes podem ser classificadas em quatro inspeções diferentes, e são realizadas conforme estará descrito
nos próximos capítulos. Devemos ressaltar que algumas literaturas consideram que existem cinco tipos de inspeções
diferentes, como por exemplo na Norma DNIT 010/2004 Inspeções em pontes e viadutos de concreto armado e protendido

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– Procedimento.

Inspeção cadastral

A inspeção cadastral é a primeira realizada após a conclusão da obra ou após a modificação de itens sensíveis na OAE,
como: reforços, alargamentos, acréscimos em seu comprimento e mudanças em seu sistema estrutural. Como apontado
em seu próprio título, tem como função registrar todas informações relevantes as inspeções posteriores através da ficha
cadastral, registro fotográfico, classificação da OAE, Desenhos (planta, Cortes transversais e longitudinais) e informações
importantes adicionais para a inspeção.

Inspeção rotineira

As inspeções rotineiras têm como características principais ser programada e ser realizada em intervalos predeterminados,
geralmente são adotados intervalos de 1 a 2 anos. Neste tipo de inspeção são realizadas observações visuais com ou sem
o auxílio de equipamentos de possíveis evoluções de anomalias registradas em inspeções anteriores, assim como, a
verificação da necessidade de manutenção/recuperação, e registro de novas ocorrências.

Inspeção especial

A inspeção especial deve quantificar todas anomalias presentes nos elementos acessíveis e aparentes de uma OAE,
buscando realizar o diagnóstico e prognóstico da estrutura.

A inspeção deve ser realizada em uma frequência de cinco anos, podendo ser prorrogado para oito anos caso a obra
apresente uma classificação de intervenção de longo prazo e tenha acesso total a seus elementos integrantes da
intervenção rotineira.

Inspeção extraordinária

A Inspeção extraordinária é realizada a partir de uma exigência sem programação, que pode ser causada pelos seguintes
fatores: Impacto de veículos, embarcações ou trens na obra, necessidade de avaliação criteriosa de algum elemento da
OAE e possíveis danos referentes a natureza, como: inundações, sismos, vendaval e entre outros.

Inspeção das Juntas de dilatação

Neste capítulo, iremos nos dedicar a relatar como um inspetor rotineiro deve proceder a inspeção de juntas de dilatação,
demonstrando pontos relevantes a se observar e realizar análises.

Assim como a maioria dos elementos que formam uma OAE, as juntas de dilatação devem ser inspecionadas de forma
rotineira como descrito no capítulo 3.6.3 Inspeção rotineira, entretanto, por ser um elemento que geralmente é suscetível a
eventuais manutenções e restaurações, deve ser inspecionado com uma maior cautela do que outros elementos.

Para a inspeção das Juntas de dilatação, o inspetor deve iniciar sua observação identificando o tipo das juntas, como
descritas no capítulo 3.4 Tipologia de juntas de dilatação de pontes e viadutos, e realizar o registro no relatório de inspeção.
Após a identificação das juntas é recomendável que seja realizado a medida da abertura das juntas, concomitantemente
com o registro da temperatura ambiente com o horário e a data da realização da inspeção.

Além destas recomendações, o inspetor deve estar atento ao funcionamento das juntas de dilatação. Desta forma, deve
realizar a verificação do funcionamento da junta, registrando se há acúmulo de detritos que podem prejudicar seu
desempenho. Caso seja constatado o acúmulo de detritos nas mesmas, deve solicitar que seja realizada uma manutenção
nas juntas de dilatação, como será descrito nos próximos capítulos.

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O Inspetor deve estar atento também a capacidade de vedação das juntas de dilatação, pois a junta não pode estar sujeita
a ter infiltrações de água e possíveis produtos químicos. Outrossim, o inspetor deve avaliar as juntas também quando há a
passagem de veículos e trens, assim como descreve Ralph J.Dornsife (2000), as juntas de dilatação devem oferecer ao
motorista uma sensação suave durante a passagem de seu veículo, isto posto, se o inspetor verificar possível desconforto
aos usuários da ponte ou viaduto, deve comunicar a empresa ou órgão responsável pela manutenção das juntas de
dilatação da OAE em inspeção.

É recomendável que a inspeção de juntas de dilatação de pontes e viadutos, seja realizada através de modo visual.
Entretanto, Lima e Brito (2007) recomenda que as inspeções de juntas de dilatação sejam realizadas não somente através
do modo visual, mas com o modo auditivo também. Lima e Brito (2007), ressalta que a inspeção auditiva é uma
complementação da inspeção visual, pois identifica alguns parâmetros que através do modo visual, não é possível
identificar claramente. Um exemplo claro, que devemos citar que a inspeção auditiva pode identificar, é se há elementos
das juntas de dilatação soltas. Como dito, no parágrafo anterior deste capítulo, o inspetor deve observar a passagem de
veículos sobre as juntas de dilatação, desta maneira, é recomendável que o inspetor ouça como a junta de dilatação reage
a passagem de veículos pesados e realizar a comparação com os veículos leves.

Metodologia da Inspeção

A regularidade das inspeções é de grande importância para a execução plena da inspeção de juntas de dilatação de pontes
e viadutos. Além de que, segundo o DNIT (2004), o profissional que obtém o título de inspetor, deve ser um Engenheiro
Civil, com registro no CREA, sendo obrigatório que este esteja familiarizado com projeto de pontes, inspeção e o manual de
inspeção. Deste modo, o inspetor deve ter um conhecimento prévio para a execução da inspeção, de maneira que consiga
desempenhá-la com êxito. É importante ressaltarmos as qualificações exigidas para ser um inspetor, visto que, as
metodologias utilizadas para a inspeção de juntas de dilatação de pontes e viadutos exigem estas qualificações para serem
executadas.

Alguns autores designam parâmetros importantes para a metodologia de inspeção de juntas de dilatação de pontes e
viadutos. Segundo Ramberger (2002) a inspeção deve ser feita de modo visual, e o período de execução da inspeção varia
de acordo com a sensibilidade da construção. Ramberger (2002) afirma ainda que, antes da execução da inspeção, deve
ser realizada uma limpeza, e caso a junta de dilatação seja composta por placas de coberturas, as placas devem ser
removidas. De acordo com o Ramberger (2002), a inspeção de juntas de dilatação deve ser prevista pelos seguintes
parâmetros:

Danos na proteção anticorrosiva;


Fissuras visíveis em componentes em metal, devido a fadiga;
Danos na selagem;
Trabalhabilidade nos elementos de ligação das juntas;
Danos ou obstrução no sistema de drenagem;
Verificação do pavimento adjacente a faixa de rodagem.

Outros autores como Marques Lima (2007), apresentam parâmetros para verificação da realização da inspeção de juntas
de dilatação, que possuem similaridades com a de Ramberger (2002), entretanto, ressalta um parâmetro importante, que
deve ser observado. Este parâmetro é a verificação do interior de pilares de transição ou de encontros, caso sejam
possíveis de serem visitáveis.

O DNIT (2004), apresenta uma metodologia de inspeção de juntas de dilatação, considerada branda e rasa, se comparada
com as metodologias discutidas neste trabalho acadêmico. A importância de analisarmos a metodologia apresentada pelo
DNIT se dá pelo fato de ser um dos órgãos reguladores utilizados pelos inspetores, para a execução das inspeções no
Brasil. De acordo com a norma do DNIT 010/2004 a inspeção de juntas de dilatação de pontes e viadutos em concreto
armado e protendido, deve ser realizada através da verificação da capacidade de vedação e da junta de dilatação em sua
totalidade. A Norma ainda prevê a verificação se há a presença de acúmulo de detritos na junta de dilatação.

A ABNT (2016), dispõe da mesma importância de análise da sua metodologia para a inspeção de juntas de dilatação de

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pontes e viadutos se comparada com o DNIT, visto que, também é um órgão regulamentador utilizado pelos inspetores. A
ABNT (2016) apresenta uma metodologia de inspeção de juntas de pontes, que busca realizar a inspeção dos elementos
considerados acessórios de uma ponte de forma individualizada, desta forma, recomenda que assim como as juntas de
dilatação, outros elementos como: Apoios, guarda-corpos, pavimentos e entre outros, sejam inspecionados de maneira
individualizada. Segundo a ABNT NBR 9452:2016 Inspeção de pontes, viadutos e passarelas de concreto ― Procedimento,
o inspetor deve estar atento às principias anomalias que as juntas de dilatações de pontes, viadutos e passarelas podem
apresentar. É possível verificar as anomalias descritas na ABNT NBR 9452, observando a parte II – Anomalias, referentes
às juntas de dilatação.

Técnicas de inspeção e diagnóstico

É importante que se apresente as técnicas necessárias para a realização da inspeção, para que seja possível a
identificação das anomalias de forma clara e bem definida. Assim sendo, é importante ressaltarmos que assim como
relatado na maioria das literaturas, grande parte das anomalias presentes nas juntas de dilatação de pontes e viadutos,
podem ser verificadas através da inspeção visual. Como dito no capítulo 3.2.6 Inspeção de Juntas de dilatação, é
conveniente que o inspetor não se dedique integralmente a inspeção visual, pois para uma inspeção detalhada de juntas de
dilatação, é necessário o emprego de outras técnicas além da técnica de observação.

Lima e Brito (2007), propuseram uma classificação em cinco categorias das técnicas que podem auxiliar na inspeção de
juntas de dilatação. Dentro destas 5 categorias, estão distribuídas 13 técnicas de inspeção e diagnósticos. Para melhor
disposição destas técnicas, iremos representá-las em forma de tabela, com uma breve descrição de cada técnica que
poderá ser aplicada pelo inspetor.

Tabela 3 - Técnicas de Observação e Diagnóstico.

Técnicas de Observação e Diagnóstico

Classificação Técnicas

Observação visual direta


Observação
Observação com equipamentos (Binóculos, máquina fotográfica e filmadora)

Verificação auditiva direta

Auditiva Medição de ruído através do sonômetro

Percussão com martelo

Medição com trena

Medição com paquímetro


Medição
Medição com régua de folga

Medição com transferidor

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Monitoração do espaçamento da junta

Estudo de amostra da junta


Mecânica
Teste com chave dinanométrica

Impermeabilidade e drenagem Teste de estanqueidade

Fonte: Adaptado de Lima e Brito, 2007.

Como podemos observar na Tabela 1, o inspetor pode realizar a aplicação de diversas técnicas para a realização plena de
uma inspeção. É importante que o inspetor tenha a ciência destas técnicas, e tenha o conhecimento de quando é
conveniente aplicá-las, visto que, dependendo da técnica, é necessário a disponibilização de recursos para a sua execução.

Manutenção e recuperação das juntas de dilatação em pontes e viadutos

Objetivando manter um tempo de vida útil prolongado e boa funcionalidade das juntas de dilatação devidamente instaladas,
é preciso manter um cronograma de ações periódicas de manutenção.

Porém, de tempos em tempos, é inevitável que o sistema de dilatação seja substituído, quando, por exemplo, os danos são
visíveis, como destacamento de concreto, buracos na pista de rolamento e também deterioração do próprio material
elastomérico, ocasionados por fadiga avançada.

Entretanto, existem maneiras para adiar a possível substituição, algumas iniciativas de manutenção preventiva auxiliam na
conservação da estrutura. São ações variadas, de acordo com a tipologia da junta e de seu sistema, incluindo também o
método de instalação.

É de pleno conhecimento que a umidade e infiltração são inimigas de qualquer estrutura de concreto, pois bem, uma das
características mais importantes dos sistemas de juntas de dilatação é a estanqueidade, por isso uma limpeza do sistema
de drenagem é coerente, objetivando melhores condições para o total e pleno funcionamento da junta.

Outro aspecto importante é manter os componentes durante o Máximo de tempo o mais próximo possível do aspecto de
quando foram instalados, então é preferível que ocorra uma limpeza da junta, assim como o aperto de suas fixações, caso o
tipo de junta em questão disponha de tais caracteres.

Por ser uma parte da estrutura suscetível a impactos de cargas móveis e intempéries, pode ocorrer que em alguma parte da
selagem no comprimento da junta se solte, nesse caso deve-se recolocar as selagens que se soltarem, e analisar se no
caso será necessário substituir ou não todo o sistema que compõe a junta.

Seguindo o mesmo raciocínio, deve-se identificar e substituir todos os componentes danificados ou perigosos, usando as
selagens como exemplo, e discernir a respeito da capacidade do sistema de trabalhar de forma totalmente satisfatória.

Por fim, precedendo uma troca completa do sistema de juntas de dilatação, um dos métodos é inspecionar e caso
necessário pode-se executar uma operação de reparação das bandas de transição, aproveitando boa parte da estrutura já
instalada. Lembrando que apenas é possível tal reparação em casos específicos, dependendo da situação a alternativa
mais confiável possa ser a substituição completa do sistema de juntas de dilatação Ferreira, 2013.

Estudo de Caso

O estudo de caso foi efetuado de maneira prática, através de uma visita técnica, acompanhada pelo supervisor da obra no
dia 12 de março de 2019 entre às 09h00 da manhã e 17h00 da tarde, proporcionada pela Jeene Juntas e
Impermeabilização Ltda., empresa responsável por executar a manutenção e fabricação de diversos sistemas de junções.

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O objetivo deste estudo foi agregar conhecimento na área de manutenção, com acompanhamento supervisionado de um
profissional experiente, hábil e instruído, somado à sua equipe, composta de 5 operários por obra, que tem pleno domínio
do exercício da função. Pudemos constatar por meio da observação, o desenvolvimento, passo a passo, da remoção de
uma estrutura de junção com manifestações patológicas e substituição por um novo sistema componente de uma junta, que
se dá por: Berço, lábios poliméricos e a junta elastomérica em si.

A obra foi feita em uma seção da BR 116 - Régis Bittencourt, em um trecho da rodovia próximo à cidade de Miracatu - SP.
Além disso, devemos ressaltar que a obra foi realizada em uma ponte.

Ao chegar na obra nos deparamos com o sistema de junção da seguinte forma, como visto na figura abaixo.

A primeira etapa é o fechamento de uma das faixas de rolamento para a efetuação do serviço contratado, levando em
consideração que não pode ocorrer fechamento total da via. Prevendo a inserção da sinalização adequada, seguindo as
normas de trânsito da região, para a garantia da segurança dos trabalhadores.

Figura 35 - Sistema de junções com manifestações patológicas.

Fonte: Cordeiro, Gomes e Osório, 2019.

Pode ser observado a sobreposição do pavimento asfáltico sobre o berço e o lábio polimérico, devido à
frenagem/aceleração dos veículos e também por decorrência durabilidade das juntas. Outro fator que pode ser atribuído é a
execução da instalação.

Devido ao problema apresentado a empresa JEENE foi contratada para a realização da substituição deste sistema. Tendo
objetivo de trazer maior conforto ao usuário da via, e melhor proteção para o exercício da movimentação das longarinas e
tabuleiro de concreto, proporcionando maior durabilidade aos elementos da mesoestrutura e superestrutura da ponte.

Figura 36 - Resíduos da britagem da junta de dilatação.

Fonte: Cordeiro, Gomes e Osório, 2019.

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A manutenção inicia-se com a britagem do lábio polimérico, berço e junta antiga, até que se exponha armadura do tabuleiro.
Esta tem uma altura aproximada de 20 cm abaixo do pavimento. Em contrapartida, vale ressaltar que a falta da correta
britagem nesta etapa da manutenção, pode ocasionar em desplacamento do berço e enfraquecimento do lábio polimérico.

Figura 37 - Exposição da armadura do tabuleiro.

Fonte: Cordeiro, Gomes e Osório, 2019.

Simultaneamente à britagem, um dos membros da equipe realiza a confecção de um gabarito em madeira de acordo com
as dimensões, e critérios aplicáveis para colocação da nova junta elastomérica, especificado em projeto.

Figura 38 - Exemplo de gabarito em madeira para sistema de juntas.

Fonte: Cordeiro, Gomes e Osório, 2019.

A importância deste gabarito é fundamental para garantir algumas condições, como por exemplo: O alinhamento do material
elastomérico, garantia da dimensão para aplicação do lábio polimérico e da junta e nivelamento para ser efetuada a correta
concretagem do berço. Por outro lado, o alinhamento feito de forma incorreta pode ocasionar em esforços não previstos.

Ao término da britagem, é atribuída a um dos operários a função da retirada da escória pulverulenta residual. Que é feita
por meio de um soprador de ar. Uma atenção deve ser tomada, pois este pó não deve ultrapassar os limites das faixas de
rolamento trabalhadas, para que não atrapalhe as faixas utilizadas para o tráfego local.

Figura 39 - Retirada de resíduo pulverulento.

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Fonte: Cordeiro, Gomes e Osório, 2019.

Como demonstrado na imagem, um dos métodos aplicáveis para se evitar a mudança de direção deste material
pulverulento, o operário que está manuseando o soprador deve apontá-lo na direção oposta a pista liberada para o trânsito.

Após a retirada desse material, é colocada uma placa de isopor, dimensionada na espessura da junta, e posicionada no
local que posteriormente será instalado a faixa elastomérica.

A placa é fixada entre uma estrutura metálica previamente colocada no local que foi britado, como forma de reforço a
estrutura.

Figura 40 - Instalação da placa de isopor entre estrutura metálica.

Fonte: Cordeiro, Gomes e Osório, 2019.

Ao mesmo tempo em que era feita a instalação da placa de isopor, é realizada a betonagem do concreto que será colocado
no berço. Este concreto deve apresentar alta resistência, ser auto adensável, é implementado um aditivo para reduzir o
calor da reação exotérmica do concreto, e caso necessário, uma camada de aditivo após a concretagem, constituindo uma
cura química. Além disso, deve ter a característica de secagem rápida e ser autonivelante. Sua composição deve prever
30% de brita, constituindo um traço de 1:1:3.

Figura 41 - Betonagem do concreto destinado ao berço.

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Fonte: Cordeiro, Gomes e Osório, 2019.

Nesse ponto se atribui o gabarito, que é encaixado no isopor preparando assim a estrutura para a concretagem. É
imprescindível que o gabarito esteja feito nas corretas dimensões para um bom encaixe.

Figura 42 - Atribuição do gabarito de madeira.

Fonte: Cordeiro, Gomes e Osório, 2019.

O operário realiza a fixação do gabarito à armadura de apoio, para que não haja deslocamento do gabarito durante a
concretagem, garantindo o alinhamento. Esta fixação é realizada com o uso de uma chave turquesa. Deve ser umidificado o
local da concretagem, para resfriamento e assim o ambiente está preparado para receber o concreto.

Figura 43 - Concretagem do berço.

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Fonte: Cordeiro, Gomes e Osório, 2019.

Após a concretagem e nivelamento do berço, ocorre a retirada da parte superior do gabarito, e no isopor é feito um corte de
nivelamento, desprezando a parte sobressalente. Sendo assim, é umidificado o concreto devido à alta temperatura do dia,
evitando fissuras.

Em seguida ao nivelamento do isopor, um processo químico é realizado para retirar-lhe totalmente, adicionando-se gasolina
para que o isopor derreta.

Figura 44 - Aplicação de gasolina sobre a placa de isopor.

Fonte: Cordeiro, Gomes e Osório, 2019.

Neste momento acontece a retirada do isopor e do gabarito restante. Obtendo assim, a hachura do lábio polimérico e o vão
em que haverá a junta. Para a realização do acabamento da canelura da junta, o trabalhador utiliza uma esmerilhadora,
para que assim seja feita a colocação do lábio.

Para a constituição do lábio polimérico, o operário executa a mistura com a adição dos seguintes elementos: resina RP
3980, resina RL 1990, agregado miúdo, endurecedor EL 1990 e endurecedor EP 3980. Esta mistura deve ser realizada com
o auxílio de um misturador, para que não ocorra segregação e garanta a homogeneidade.

Figura 45 -Mistura para a constituição do lábio polimérico.

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Fonte: Cordeiro, Gomes e Osório, 2019.

Com a mistura do lábio polimérico pronta, é colocado o isopor no vão da junta para manter a canelura. E assim, há a
aplicação do lábio com o auxílio de uma colher de pedreiro. Esta aplicação exige ser feita de forma cuidadosa, e o operário
deve passar álcool etílico na colher de pedreiro, para que haja maior trabalhabilidade e o lábio polimérico não se aglutine na
ferramenta

Figura 46 - Aplicação do lábio polimérico.

Fonte: Cordeiro, Gomes e Osório, 2019.

Após a aplicação uma espera de cerca de 30 minutos para a retirada do isopor, O método da retirada do isopor é através do
uso de gasolina, sendo o mesmo método que foi relatado neste capítulo deste trabalho acadêmico. Assim como relatado
em alguns parágrafos acima, o operador realiza o acabamento do vão da junta por meio de uma esmerilhadora.

Figura 47 - Acabamento do vão da junta com o auxílio de esmerilhadora.

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Fonte: Cordeiro, Gomes e Osório, 2019.

Novamente há o uso do soprador, para que as partículas pulverulentas provenientes da aplicação do lábio polimérico, sejam
retiradas do vão da junta mantendo o cuidado com a finalidade as partículas não atinjam as faixas de rolagem em
funcionamento.

Figura 48 - Acabamento do vão da junta com o auxílio de esmerilhadora.

Fonte: Cordeiro, Gomes e Osório, 2019.

A preparação do vão para o recebimento da junta é encerrada após a aplicação de álcool nas bordas utilizando pincel.
Enquanto isso é feita a mistura que dará origem ao aglutinante epóxi.

Na junta elastomérica é executado a medição de seu comprimento, para que apresente dimensões suficiente para percorrer
o tabuleiro e chegar até um pouco além do topo do guarda-rodas. Nas duas extremidades há a colagem de uma borracha
selante, e na extremidade destinada ao guarda rodas é realizado o furo no fechamento para inserção de um tubo de
diâmetro pequeno, analogamente ao de uma câmara de uma bicicleta, que deve ser posicionado para a extremidade do
guarda-rodas. Esse processo tem como objetivo preencher de ar o interior da peça, para ter uma melhor adesão ao canal
do sistema que se destina, evitando assim o serpenteamento da junta posteriormente, mantendo assim seu total
encaixamento na reentrância.

Com a mesma preparada, os operários aplicam epóxi no vão e nas laterais da peça elastomérica. Durante esta aplicação é
feita a instalação no vão. A instalação é executada do centro da pista de rolamento em direção ao guarda-rodas. Deve-se
ressaltar que a instalação da junta reside ao longo da faixa de rolamento, e entre o guarda rodas, como exemplificado nas
figuras abaixo.

Figura 49 - Aplicação de epóxi na peça elastomérica.

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Fonte: Cordeiro, Gomes e Osório, 2019.

Com a JEENE posicionada no vão destinado, inicia-se o enchimento da peça elastomérica por meio de uma bomba de ar
com acionamento manual. Ao finalizar o enchimento da peça elastomérica, é instalado um prego no furo em que estava
instalado o tubo de enchimento, para assegurar que o ar não se extravie.

Figura 50 - Instalação do prego em tubo de enchimento.

Fonte: Cordeiro, Gomes e Osório, 2019.

Após a instalação da junta é efetuada a limpeza da pista, guardados os devidos equipamentos e separados todos os tipos
de resíduos gerados. Sendo assim, ocorre a operação de liberação da pista de rodagem de maneira imediata, permitindo a
passagem dos veículos no trecho. Demonstrando que no momento da instalação da peça elastomérica, a junta já apresenta
as resistências às movimentações.

Figura 51 - Diferença entre sistema novo e sistema antigo de juntas.

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Fonte: Cordeiro, Gomes e Osório, 2019.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
No presente projeto foram elaborados todos os aspectos envolvendo as juntas de dilatação, seus componentes e
funcionalidades. Não obstante, também foi incluído uma pertinente explicação sobre o fenômeno físico de dilatação
térmica, presente em todos os materiais expostos às variações de temperatura.

Incluindo, de forma breve, a evolução do sistema de juntas de dilatação com o passar do tempo. Analisando que, somente
algum tempo após ser percebido pelos engenheiros que era necessário um tipo de dispositivo para suportar a dilatação dos
materiais, é que foi implementado a necessidade de estanqueidade, que hoje é uma de suas características essenciais.

Apesar da evolução das juntas, ainda é necessário se atrelar a alguns critérios existentes para a elaboração e escolha do
tipo de junta e suas dimensões. Vale ressaltar, com veemência, que para cada situação, ambiente, posição geográfica e
característica da construção, o projetista irá determinar qual a melhor opção de junta é escolhida e aplicada, levando em
consideração as movimentações possíveis e as dimensões da estrutura.

São existentes hoje no mercado variadas opções tipológicas de juntas, mesmo apesar de alguns tipos serem mais usados
que outros, essa variedade tipológica oferece ao projetista uma gama de possíveis soluções, em frente às circunstâncias de
projeto em que se encontra.

Uma questão também importante é que, o sistema de dilatação é um dos componentes da ponte com maior suscetibilidade
às patologias, por motivo de sofrer as cargas provenientes dos automóveis, incluindo as ações climáticas também
ocorrentes. Algumas dessas patologias, se agravadas, pode gerar diversas complicações no bom funcionamento da ponte,
algumas soluções são possíveis para se evitar tal situação, assim como operações de manutenção preventiva, inspeções
periódicas e, se necessário, realizar a substituição de todo o sistema.

Comparativamente com a situação atual do país, é evidente que existe uma certa negligência no que diz respeito ao
sistema de dilatação, pois, não existe um incentivo estudo aprofundado no tema, apesar de existir algumas empresas no
mercado de grande qualidade e eficiência. Ainda observamos casos de completo desapego e descaso em relação ao
conhecimento da importância dos dispositivos de dilatação, para melhorar tal situação é preciso que se entenda a
necessidade de manter todos os elementos da estrutura com o melhor aproveitamento possível, para que assim não
ocorram patologias que afetam os usuários que trafegam sobre as pontes e viadutos juntamente com a diminuição da
recorrência de gastos por parte dos órgãos e empresas responsáveis pela estrutura e também entender que uma estrutura
é tão forte quanto seu elemento mais fraco.

REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724 Informação e documentação – Trabalhos Acadêmicos

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Manutenção e recuperação das juntas de dilatação em pontes e viadutos https://monografias.brasilescola.uol.com.br/imprimir/17993

– Apresentação. Rio de Janeiro, 2011. Acesso em: 27/04/2019.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6027 Informação e documentação – Sumário – Apresentação.
Rio de Janeiro, 2002. Acesso em: 27/04/2019.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023 Informação e documentação – Referências –


Elaboração. Rio de Janeiro, 2002. Acesso em: 27/04/2019.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9452 Inspeção de pontes, viadutos e passarelas de concreto -
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DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. DNIT 010/2004. Juntas de dilatação –


Especificação de serviço. Rio de Janeiro, 1994. Acesso em: 25/03/2019.

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WASHINGTON STATE DEPARTMENT OF TRANSPORTATION. Bearing and Expansion Joints. Bridge Design Manual.
Olympia, Cap. 9, 2018. Acesso em: 15/04/2019.

Por

Alailson de Oliveira Cordeiro

Alan Gomes de Souza

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Manutenção e recuperação das juntas de dilatação em pontes e viadutos https://monografias.brasilescola.uol.com.br/imprimir/17993

Henrique Gabriel Osorio

Fonte: Brasil Escola - https://monografias.brasilescola.uol.com.br/engenharia/manutencao-e-recuperacao-das-juntas-de-


dilatacao-em-pontes-e-viadutos.htm

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