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PATOLOGIAS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO

ESTUDO DE CASO COLAPSO DO VIADUTO DO EIXO RODOVIÁRIO

BRASÍLIA-DF

CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE BRASÍLIA


LAÉCIO FERREIRA PEREIRA
Prof. Breno Peixoto

Prof. Kaíc Lopes


Prof. Lucio
ESTUDO DE CASO COLAPSO DO VIADUTO DO EIXO RODOVIÁRIO

BRASÍLIA-DF
ESTUDO DE CASO COLAPSO DO VIADUTO DO EIXÃO
Brasília/DF.
O Eixo Rodoviário foi inaugurado junto com a cidade em 21 de abril de
1960, o eixão como é conhecido surge junto com a proposta urbanística
de Lúcio costa para o Plano Piloto, entregue a comissão do concurso
para nova capital em 1957.

O eixo curva um dos eixos e atribui a esse eixo curvado uma


função circulatória, com vias centrais de velocidade e vias
marginais - que ficaram conhecidos como eixinhos - a esta para
tráfego local, com essa região ficando com a maior parte das
habitações: nascia ali tanto o Eixo Rodoviário quanto as Asas
Norte e Sul.
Plano Piloto
Colapso do Viaduto do Eixão Sul
• Um viaduto é estruturado com a tecnologia de Vigas Mistas, e com vigas e
pilares e Lajes em Concreto Armado.
• O acidente ocorreu pela manhã do dia no dia 06 de fevereiro de 2018 houve o
desabamento de parte do viaduto do Eixão Sul sobre a Galeria dos Estados em
Brasília-DF sem deixar vítimas.
• O engenheiro responsável pela construção do viaduto Bruno Contarini, de 84
anos, avalia que faltou manutenção na estrutura.
•  “Ainda não sei se é necessário demolir tudo, eu ainda preciso avaliar, mas o
que posso dizer é que, sim, faltou manutenção, e 50 anos sem proteger os
cabos, não dá.” Bruno Contarini.
Viaduto do Eixão Sul
A estrutura é isostática, sendo cada laje
apoiada por dois dentes gerber de concreto
protendido em suas extremidades. Os pilares
e a transversina central da laje também são
em concreto protendido. No total, o viaduto
possui cerca de 194 m de 2 comprimento e
28 m de largura. A ruptura ocorreu na região
entre os pilares P6 e P7.
Pilares P6 e P7
O concreto como um material elástico-linear. Como
a resistência à compressão característica
geralmente utilizada na época da construção do
viaduto era de 24MPa, foi atribuído um módulo de
elasticidade de 21GPa e Poisson de 0.2, conforme a
NBR 6118 (2014). O mesmo material foi aplicado
nos pilares e laje.
 
PATOLOGIAS ENCONTRADAS
Vida útil de projeto
Segundo a NBR6118/2014, a vida útil do projeto é;
 
Por vida útil de projeto, entende-se o período de tempo durante o qual
se mantêm as características das estruturas de concreto, sem
intervenções significativas, desde que atendidos os requisitos de uso e
manutenção prescritos pelo projetista e pelo construtor.
Lixiviação
• Nos pontos onde ocorrem o aparecimento de
indicadores de Lixiviação Carbonatação
provenientes das infiltrações, pode-se realizar o
recapeamento das áreas que mostram
desagregação do concreto e exposição da
armadura. Sendo necessário que haja o reparo
dos pontos de infiltração, além de melhoria nas
drenagens.
Exemplo de lixiviação em concreto
Um estudo realizado pela Universidade de Brasília, apresentado
à população numa coletiva de imprensa, indicou que as causas
do acidente foram a perda da capacidade resistente dos pilares
devido à corrosão dos cabos de protensão. A corrosão se deu
pela infiltração de água na estrutura, provida pelo aparecimento
de trincas na superfície do tabuleiro no sentido transversal ao
pilar e nas juntas entre a laje e o pilar P7 na região em balanço,
que acabou atingindo a armadura ativa, provocando a ruptura
dos cabos de protensão.
 A falta de manutenção pode causar em obras muito grandes e com grande volume de tráfego
poderia ter causado várias mortes. 
Protensão
A protensão pode resultar, em muitos casos, em estruturas com baixa ou
nenhuma necessidade de manutenção ao longo de sua vida útil, além de permitir
outras características como:

 grandes vãos
 controle e redução de deformações e da fissuração
 possibilidade de uso em ambientes agressivos
 projetos arquitetônicos ousados
 aplicação em peças pré-fabricadas
 recuperação e reforço de estruturas
 lajes mais esbeltas do que as equivalentes em concreto armado: isso pode
reduzir tanto a altura total de um edifício, como o seu peso e,
consequentemente, o carregamento das fundações.

FONTE:Eng. Maria Regina Leoni Schmid


Rudloff Sistema de Protensão Ltda.
Exemplo de cabos de protensão
POSSÍVEIS SOLUÇÕES
• Nos pontos onde ocorrem o aparecimento de indicadores de Lixiviação
Carbonatação provenientes das infiltrações, pode-se realizar o recapeamento das áreas
que mostram desagregação do concreto e exposição da armadura. Sendo necessário
que haja o reparo dos pontos de infiltração, além de melhoria nas drenagens.
 
• Nos pontos lixiviados é necessário retirar o concreto afetado, escovando-o com
palha de aço; a limpeza da corrosão formada pode ser realizada manualmente ou com
jatos de areia ou água, e realizar a aplicação de um graute para manter a integridade da
estrutura, garantindo o cobrimento necessário à armadura além de realizar um proteção
antioxidante em forma de pintura da superfície do metal e a aplicação de uma ponte de
aderência para melhorar a adesão do material usado no reparo com o material já
existente na construção.
A Manutenção do Concreto Protendido
• Tem-se como ideia dentro das normativas, que a vida útil de projeto
(VUP), gira em torno de 50 a 60 anos, porém essa determinação é um tanto
quando subjetiva, tendo em vista que uma série de fatores podem alterar,
para mais ou para menos, esse período. (MEDEIROS et al., 2011).

• O fator determinante para se estabelecer o fim da vida útil é a corrosão


da armadura, que se dá por carbonatação ou por difusão de cloretos, tendo
em vista que pode estar ocorrendo, sem que a estrutura apresente fissuras
excessivas ou até mesmo colapso de elementos estruturais. (MEDEIROS et
al., 2011).
JUNTAS DE DILATAÇÃO
• Não somente os dispositivos de drenagem em mau funcionamento são
responsáveis pela infiltração da água, mas também as juntas de dilatação em
mau estado de conservação contribuem para a infiltração da água pelo
tabuleiro, sendo necessário assim a substituição das mesmas, uma vez que já
se encontram desgastadas, gerando assim a carbonatação e a lixiviação.
 
• Uma manutenção periódica nos dispositivos de drenagens, realizando a
limpeza das calhas a fim de evitar o assoreamento, fazendo assim diminuir ou
acabar com o acúmulo de água que se infiltra no tabuleiro e causam patologias.
MANUTENÇÃO EM PONTES E
VIADUTOS
• A manutenção em pontes e viadutos representa importância econômica e papel
estratégico, devido aos altos custos de investimentos envolvidos na implantação
ou recuperação destas estruturas. Como exemplo, nos Estados Unidos foram
levantadas por meio de pesquisa que cerca de 200.000 tabuleiros de pontes
apresentam anomalias de corrosão das armaduras, representando um custo
direto de 2 bilhões de dólares para reabilitação (BDWA, 2015). Existem diversas
metodologias para abordagem dos sistemas para manutenção de pontes, como
aqueles desenvolvidos por ANDREY (1987), KLEIN (1981) e WEISSMAM et al.
(1990). O primeiro método baseia-se na sistematização por inspeções e indica
procedimentos de monitoração e controle das anomalias. Os dois outros
métodos abordam o tema manutenção de forma comparativa, conforme índices
de priorização de investimentos, estes baseados em parâmetros gerenciais e
estatísticos (apud MARQUES, 1991).
Ao decorrer deste trabalho, constatou-se que o grande vilão das construções de
concreto armado é a existência da fissuração, característica do concreto que por sua
vez, como trabalha precariamente a tração, segue fissurado.
 
A existência descontrolada de fissuras gera a maioria das patologias existentes
nas estruturas, pois facilita a agressão à armadura pelos agentes externos como
umidade, gás carbônico, salinidade, entre outros. Já as estruturas metálicas
possuem índices patológicos quase nulos.
 
Apesar das limitações, este trabalho pode ser o ponto de partida para análises
que considerem as perdas de protensão e também a perda de seção dos cabos
devido à corrosão das armaduras.
CONCLUSÃO
• Conclui-se que o concreto é um material muito utilizado nas construções do mundo todo, e que as patologias no
concreto armado são muito comuns, de forma que é importante que haja cada vez mais estudos e profissionais
especialistas em diagnostica-las, de forma que tais patologias possam ser tratadas evitando danos e prejuízos
consideráveis. 

• Patologias são problemas que afetam totalmente os grandes trabalhos, mas que quando têm o objetivo de
serem sanadas e resolvidas, podem não gerar tanta dor de cabeça, se torna importante que dentro desse campo,
conheçam-se as formas de conduta e prevenções que precisam ser adotadas. 

• Assim, este trabalho pretendeu, através da pesquisa científica na literatura e um estudo de caso, contribuir
com o tema, ajudando no entendimento sobre patologias e manifestações patológicas mais recorrentes nas
estruturas de concreto, além disso, explorar as formas de recuperação e fomentar os processos de manutenção
preventivas e recuperativas, e também, garantir a importância deste tipo de estudo sobre falta de manutenção.
Durante esses processos, foram identificadas as principais manifestações patológicas nestas estruturas, como
oxidação, lixiviação, corrosão e fissuração. Dessa forma, as principais causas das manifestações patológicas
referentes na construção estudadas, estão relacionadas à falta de manutenção, durante mais de 50 anos. 

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