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Um toque de SIMPLICIDADE – Bruno


Contarini
Publicado na 13-09 Categoria:Engenharia

Por: Júlio Santos | Jornalista da Revista MEMO

Com uma carreira de meio século nas áreas de projeto e


execução de obras, o engenheiro Bruno Contarini gosta de soluções simples. A receita rendeu-lhe a marca
como um dos principais especialistas em construção de pontes e viadutos do Brasil

Quem sente o prazer de ter nas mãos o currículo vitae do engenheiro Bruno Contarini
logo vê que o conteúdo vale muito mais do que uma entrevista. Um livro talvez seja a
melhor mídia para transmitir o conhecimento de um profissional da mais alta estirpe da
Engenharia brasileira, como provam seus 50 anos de trabalho. Com Oscar Niemeyer,
desenvolveu projetos estruturais para uma série de obras no Brasil e no exterior. A lista
inclui, em solo brasileiro, o Palácio Alvorada, o Teatro e a Plataforma Rodoviária de
Brasília, o Edifício da Universidade de Brasília, o Tribunal Superior de Justiça (STJ) e o
Museu de Artes Contemporâneas de Niterói (RJ). Fora do País, a Editora Mandodori de
Milão, na Itália, a Universidade de Constantine, em Argel, e Embixada do Brasil na
Argélia, para onde foi para montar um escritório e acabou ficando longos 18 anos.

Além da assinatura de obras com o toque artístico de Niemeyer, Bruno Contarini tem
uma marca própria como um dos maiores especialistas brasileiros em pontes e grandes
estruturas e portos de mar, rios e canais. Na bagagem traz, por exemplo, a ponte sobre o
Rio Tocantins em 1960, a Ponte Rio-Niterói e o Viaduto do Joá, que liga os bairros de
São Conrado e Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Seja num ou noutro caso, o segredo
deste engenheiro civil formado, em 1956, pela Escola Nacional de Engenharia da
Universidade do Brasil com especialização em arquitetura, está em fazer tudo com
muita simplicidade.

“Eu gosto de fazer as coisas fáceis. Não gosto de fazer nada complicado”, destaca
Bruno Contarini, que junto com Mario Franco, é um dos dois únicos engenheiros
brasileiros citados na Enciclopédia Delta Larousse. Curtido em canteiros fazendo
projetos e executando obras, ele sente muita falta de um lugar que considera muito
especial: a sala de aula, de onde está distante há uns 30 anos por não ter mestrado nem
doutorado. “Não fiz mestrado e nem doutorado porque tinha que trabalhar. Em Brasília,
a gente começava o trabalho às 7 horas da manhã e ia até às 8 horas da noite, todos os
dias, e no domingo, até o meio-dia. Não tinha tempo para fazer mestrado ou doutorado”,
conta ele, que comanda a Bruno Contarini Engenharia, lembrando a época de boom na
construção civil brasileira.Com inúmeros prêmios e a experiência de meio século de
trabalho, Bruno Contarini não pode dar aula por não ter tais títulos. Na Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), foi por 15 anos professor fazendo
Protendido. E o engenheiro lança um desafio:

“Tire o Mário Franco do circuito, duvido que exista um professor que tenha mais
experiência do que eu em obras. Não posso passar a experiência de anos para os alunos.
Isso me chateia bastante”, desabafa o engenheiro que, nesta entrevista exclusiva para a
Revista MEMO faz um histórico de sua trajetória e fala sobre o know how da
Engenharia do País, destacando projetos como o da Ponte Rio-Niterói e o trabalho de
recuperação do Viaduto do Joá.

Revista MEMO – O currículo do senhor, na verdade, é quase um livro. Os seus 50


anos de trabalho na área de Engenharia não deixam dúvidas. Como foi o começo
desta longa trajetória?

Bruno Contarini - Eu me formei, em 1956, pela Escola Nacional de Engenharia da


Universidade do Brasil, numa época em que o País precisou muito de engenheiros, no
período de governo de Juscelino Kubitschek. Não fiz mestrado e nem doutorado porque
tinha que trabalhar. Em Brasília, a gente começava o trabalho às 7 horas da manhã e ia
até às 8 horas da noite, todos os dias, e no domingo, até o meio-dia. Este era o ritmo de
trabalho em Brasília, onde foram feitas muitas obras, dando uma confiança ao
engenheiro brasileiro. Fizemos várias obras, como a Ponte do Tocantins, que foi recorde
mundial na época; a ponte de Foz do Iguaçu (Ponte da Amizade), na ocasião similar ao
recorde mundial. Enfim, existia trabalho para os engenheiros, com salário bom. Esta
época foi muito boa para toda a engenheira, com um boom de construções.

Revista MEMO – Por que trabalhar com cálculo estrutural?

Bruno Contarini – Sempre tive muita facilidade em Matemática. Fui um dos primeiros
alunos da turma, não precisando fazer nenhuma prova oral nos cinco anos de
universidade. Só fui terceiro lugar no Vestibular porque um professor me deu nota 3 na
prova oral, pois seria primeiro também. Comecei a pegar as disciplinas todas, como
Resistência de Materiais, que é uma das mais críticas da escola, e tive 10 na prova. O
professor convidava os melhores alunos para trabalhar no escritório dele, que
era especializado em cálculo estrutural. Trabalhei um ano e meio, saindo depois para
outro escritório de cálculo, só que voltado para área de protensão. Assim comecei a
fazer protendido como aluno Então, já sai da escola formado e empregado, fazendo
protendido. Na época, já pegamos uma série de obras importantes como o
Hipódromo de Cristal, em Porto Alegre (RS), até que saiu Brasília. A Rabelo me levou
para fazer as obras dela em Brasília. Com isso, peguei a parte de cálculo e de execução
também. Trabalhei com muita execução e programação de obras. Sou um dos poucos
engenheiros que faz projetos e execução de obras.
Revista MEMO – Como surgiu a possibilidade de trabalhar com o arquiteto
Oscar Niemeyer?

Bruno Contarini – O contato com o Oscar Niemeyer surgiu quando trabalha na


Rabelo, em Brasília, que fez muitas obras como o Palácio do Alvorada, o Supremo
Tribunal Federal, o Teatro de Brasília, a Universidade de Brasília e a Plataforma
Rodoviária. Com o trabalho de cálculo dos projetos, fiz amizade e criei intimidade com
o Oscar. Um dos primeiros projetos foi o Teatro de Brasília, uma grande obra que
tínhamos seis meses para fazer, desde o projeto original do Oscar até a execução da
obra. Enquanto ele fazia o projeto arquitetônico, nós cuidávamos da estrutura e da
execução da obra. Depois pegamos uma série de obras em Brasília e construção
de edifícios, como o Tribunal Federal de Recursos, o Tribunal Regional Federal, o
Ministério de Relações Exteriores e o Supremo Tribunal de Justiça (mais recente), além
de dar assistência a obras de execução de projeto como o Palácio Alvorada. No
Alvorada, por exemplo, já fiz muita intervenção para facilitar a execução da obra.

Revista MEMO – Como o senhor avalia hoje o estágio da Engenharia brasileira no


cenário mundial?

Bruno Contarini – O País sempre teve competência técnica para fazer obras, com boa
qualidade e prazos pequenos. Por exemplo, fizemos a Estação Rodoviária de Brasília,
que é uma obra de 60 mil metros quadrados, em um ano O Teatro de Brasília, que tinha
21 metros para baixo e 26 metros para cima, foi feito em seis meses. No caso da Ponte
do Tocantins, o vão central foi feito em 45 dias.

Com 200 metros de extensão e 26 metros de largura, o viaduto em frente ao Banco do


Brasil em Brasília, que Juscelino precisou para inaugurar a capital do País, também foi
feito em 45 dias. Esses são exemplos de grandes obras.
Revista MEMO – E por falar em grandes obras, o senhor também trabalhou no
projeto de construção da Ponte Rio-Niterói. Qual foi o desafio de construir uma
ponte de pouco mais de 13 quilômetros de extensão sobre a Baía de Guanabara?

Bruno Contarini – Na Ponte Rio-Niterói, o prazo de execução foi de 24 meses, após a


entrada em funcionamento do equipamento de fundação, um prazo que não existe em
nenhum lugar do mundo. Para o equipamento de fundação funcionar, foram 14 meses.
Quando chegamos na ponte estava tudo embananado. O equipamento de fundação
não funcionava. O primeiro consórcio perdeu a ponte por causa do equipamento de
fundação, pois não conseguiu fazer os tubulões necessários para a obra. Aí nós
entramos. Fomos à Alemanha e contratamos equipamentos para fazer as escavações de
rocha, com uma garantia de 30 centímetros por hora. Caso esta marca não fosse
cumprida, o equipamento ficaria de graça. Os alemães toparam este negócio desde que
os equipamentos fossem operados por eles. Nesta hora, exigi que o meu pessoal
aprendesse a operá-los com eles. Depois, em rocha que escolhi, ele fez três metros por
hora. Nós podíamos colocar 120 toneladas em cima da ferramenta e ele colocou 60
toneladas apenas. Eu perguntei por que não se colocava mais para dar uma maior
produção. Eles alegaram que, se colocasse mais, começaria a pular e não daria
produção. Propus que se cortasse a rocha como se fosse manteiga, dando os
tiquinhos nela. Com isso, deu os três metros por hora. No lugar em que ia ter 30
tubulões, que faria com que o seu preço ficasse absurdo, fizemos com oito.
Tivemos mais trabalho para consertar o que estava feito do que para fazer a obra, que
foi entregue no dia 4 de maio de 1974.

Revista MEMO – O senhor considera a Ponte Rio-Niterói um modelo de excelência


da Engenharia brasileira?

Bruno Contarini - A Ponte Rio-Niterói, na qual fui responsável pela execução, era uma
obra imensa onde trabalharam 10 mil operários e 130 engenheiros, aprendendo a
tecnologia da Europa. Depois esta tecnologia passou a ser adotada no Brasil e
o equipamento Virtus começou a ser utilizado em larga escala no País porque
funcionava. Hoje se fala muito em concreto autoadensável, concreto que você não
precisa botar vibrador. Isto foi feito numa ponte no Japão, em 1990, e o inventor é um
japonês. Em 1970, nós fizemos 150 mil metros cúbidos de concreto autoadensável, pois
o tubulão para a Ponte Rio-Niterói não podia vibrar. A Ponte Rio-Niterói tinha uma
tecnologia de ponta, mas muita coisa foi inventada por nós também, pois tínhamos um
corpo técnico muito bom.
Por exemplo, concreto submerso muito pouca gente no mundo sabia fazer, se é
que tinha alguém que sabia fazer. Com isso, pegamos um know how, e fizemos
inicialmente 150 mil metros cúbicos de concreto submerso. Isto não é fácil, porque você
não pode jogar o concreto debaixo da água que ele desagrega todo. A gente tinha uma
série de técnicas. Visitamos diversas firmas de fornecimento de bombas, mas ninguém
tinha know how para fazer concreto submerso. Então, começamos a fazer
muita experiência. Fizemos tubulão com 10 metros de profundidade de altura dentro de
água, concretando, depois cortamos para testar a qualidade do concreto. Tínhamos uma
boa técnica. Num congresso técnico, o Enec, em Portugal, do Laboratório Nacional
de Engenharia Civil de Portugal, em 1985, foi mostrado uma ponte feita com concreto
que passou por ensaio de impermeabilidade. Nesta hora, eu disse que o negócio
funcionava. Na Ponte Rio-Niterói, fizemos uns seis mil ensaios de impermeabilidade e
o concreto lá ficou bom. Aprendemos muito. O congresso aconteceu 11 anos após a
ponte ter sido inaugurada.

Revista MEMO – Existe um projeto para a construção de um túnel submerso para


fazer a ligação de metrô entre Rio e Niterói. A estrutura da ponte poderia ser
usada como alternativa para se ter uma solução mais econômica?

Bruno Contarini – Não fui eu que fiz o projeto da ponte. O projeto é do Noronha com
o Ernani, mas eu conheço a obra. Sei que é possível colocar um metrô em cima dela,
fazendo pequenas modificações, com reforço, jogando-o na parte central. Por baixo
não tem espaço, mas pode-se jogar duas linhas por cima. Para não diminuir as pistas,
sobe uma estrutura, fazendo uma espécie de viaduto em cima da ponte, por onde
passararia o metrô. Claro que existe muito interesse envolvido para se fazer uma grande
obra, como a construção de um túnel para Niterói.
Na minha opinião este túnel vai ser feito dois anos depois de “Nunca”. Não tem
dinheiro para fazer isso. Jogar o metrô em cima da ponte vai gerar uma despesa muito
menor. Em reunião com o prefeito, no Teatro de Municipal de Niterói, para apresentar
as soluções, todo mundo manifestava o interesse em fazer o túnel. Na hora em que se
falava em aproveitar a ponte, o pessoal dava o corte.

Revista MEMO – Importante via que liga os bairros de São Conrado e Barra da
Tijuca, o Viaduto do Joá vem sendo uma obra muito constestada nos últimos anos.
Afinal, qual é o problema do Joá?

Bruno Contarini - O Joá tem uma série de probleminhas de projeto. Na sua estrutura
em V, existem buracos que se entrar água ela não tem como sair. Este foi um dos
problemas, pois o concreto não é impermeável como mostraram os seis mil ensaios que
fizemos. No Joá, o concreto entrou pela lage, passando pela armação de protendido e,
com esta armação de protendido, corroeu o aço. Então, tivemos que fazer um reforço do
aço. Segundo o pessoal da Coppe, este aço estava em fase de corrosão. Fizemos uma
recuperação para trocar a armação inteira, colocando cabos para substituir o aço solto.
Não existe esta possibilidade de a armação, pelo menos no trecho de cima, estar em
processo de corrosão. O pessoal está falando e levantando dúvida sobre a armação do
dente. Mas o dente tem 1 metro e 80. O pessoal da Coppe está fazendo a inspeção para
ver se acha alguma coisa. Já quebraram um pedaço lá e não acharam nada. Eu não posso
falar que não tenha nada ou que tenha tudo. Acho que o pessoal da Coppe deve
continuar a quebrar e ver. A Coppe não pode é ter um contrato para ver isso e informar
que acha que não tem nada ou acha que tem. Achismo não existe em Engenharia. No
lugar que ela vai quebrar não tem problema nenhum de resistência, pois é uma estrutura
de apoio que praticamente não trabalha. Então, você quebra e olha os dentes. Também
se o dente estiver ruim, ele está na superficie. Não tem este negócio de o dente estar
ruim no interior. Ferro no interior não fica ruim. Só existe corrosão quando o PH do
ambiente for de 9 para baixo. O cimento provoca um PH de 12. No trabalho de
recuperação do Maracanã nos anos 90, nas mesmas condições climáticas, o PH era de
11, numa obra de 40 anos na época.
Revista MEMO – Existe uma corrente que defende a demolição do Viaduto do Joá.
Como o senhor analisa isso?

Bruno Contarini – Eu acho isso muito fácil, pois primeiro o dinheiro não é deles.
Segundo, pergunte se eles têm base para falar para derrubar. Eu não acho que tenham
base. Eles acham que o negócio têm corrosão, acham que pode dar problema. No dia em
que o Joá foi interdidato, fizemos uma reunião com o Marcelo Alencar (ex-governador
e prefeito do Rio de Janeiro) e com o Lobo Carneiro, um dos maiores engenheiros que o
Brasil já teve. Foi apresentado que o Joá tinha perigo de rotura brusca. Estranhei o fato
de se falar em rotura brusca, pois esta obra do que jeito que está, o que está aparecendo,
o que a gente pode ver não é perigo de rotura brusca. Disse ao Lobo Carneiro que o
concreto não era de má qualidade. Fizemos 60 corpos de provas e eles deram
todos resultados altos. O que existe é o aço que está sendo corroído, mas o aço corroído
não dá rotura brusca. Aço corroído dá fissura. O concreto da estrutura está com boa
qualidade. Agora o pessoal está achando que tem rotura brusca por causa do problema
de dente. No Joá, pelo menos aparentemente, você não pode falar que tem perigo de
rotura brusca.

Revista MEMO – Na avaliação do senhor, qual é a solução para o Joá?

Bruno Contarini – Primeiro, é preciso ver quais são os defeitos e reforçar. Por
exemplo, apesar de a fundação apresentar buracos por conta da ação do mar, a estrutura
está dentro dos padrões de segurança, pois levamos cinco meses para fazer o reforço.
Tínhamos que cercar o pilar. Então, fizemos uma armação metálica para concretar o
bloco debaixo da água. Os outros cinco ou seis pilares estão apenas com a armação
aparente. Neste caso, é só consertar os cinco pilares.

Revista MEMO – No caso do Joá, que consideração é possível fazer da ação


da prefeitura?

Bruno Contarini - A prefeitura tem agido corretamente, às vezes, faltando um pouco


de pressa, mas isso é um problema do TCU. Não se pode resolver de qualquer maneira,
pois o TCU vem e prende todo o mundo. A prefeitura falha porque, às vezes, custa a dar
a definição. Se tivesse o TCU antigamente, eu não teria feito a metade das obras que fiz.
O processo ficou muito lento e a Lei 8.666 manda fazer tudo barato. O TCU vai
em cima de coisas que não entende, que é a execução de uma obra. Ele quer ver se o
contrato foi feito de acordo com a lei. Só que o mais barato, às vezes, é o melhor e não o
que custa menos.

Aqui no Brasil estamos cansados de ver obras em que o camarada sai para a solução
mais barata, principalmente, em cálculo estrutural. Eu hoje estou concorrendo
com garotos recém-formados que compram programa de computador, só que não sabem
usá-lo. Tentam usar, fazem besteira. O que eu já corrigi de besteira feita não está no
gibi. A toda a hora aparece um problema.

Revista MEMO – Como o projeto estrutural pode ajudar a ter boas construções,
seguras e com bons custos?

Bruno Contarini – Existe uma tal de lei de Sitter que é característica. Segundo ela, um
dólar investido em projeto economiza cinco dólares na execução, 25 dólares na
manutenção e 125 dólares na recuperação. Então, tem que pagar bem para projeto. Eu já
fiz obra que cobrei duas ou três vezes o preço do projetista. Eu te garanto que ela ficou
50% mais barata. Tem que pagar bem pelo projeto. Hoje, todas as firmas querem fazer
projetos mais baratos. Existem empresas que selecionam o calculista, forçando a barra
para ele dar um preço baixo. Isso está matando os calculistas. Os preços do
governo para pagar os projetos são absurdos. São muito baixos. Meu escritório, por
exemplo, já teve mais de 130 engenheiros. Hoje, tenho três, quatro. E a minha tendência
é fechar. Não dá para continuar fazendo projeto, concorrendo com garotos recém-
formados que estão com programas de computador, sem saber mexer com ele, sem
saber fazer uma armação.

Revista MEMO – Qual é o segredo para construir uma boa obra?

Bruno Contarini – Certa vez, numa palestra do Ibracon, em Recife, recebi do Mário
Franco, um dos dois engenheiros brasileiros citados no Delta Larrousse – o outro sou eu
– a seguinte afirmação: “eu acho o Bruno um camarada incapaz de pegar uma obra
complicada e calcular a obra complicada. Ele pega a obra complicada e transforma em
simples e calcula. Ele simplifica todas as obras”. Eu gosto de fazer as coisas fáceis. Não
gosto de fazer nada complicado. Um exemplo é a armação em estrela de Davi do Museu
de Arte Contemporânea (MAC), que é única no mundo, mas uma solução simples para
burro.
Veja também: edição Nº7
Um toque de SIMPLICIDADE – Bruno Contarini

MMM Roberto: Organização profissional, parcerias e o Edifício Marquês


do Herval

Ciência em Aço – MUSEU DE CIÊNCIAS de Volta Redonda | Rio de


Janeiro

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