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Ponte Rio-Niterói
A construção
Para erguer a terceira maior ponte do mundo na época, os construtores tiveram de superar
alguns desafios, entre os quais concretar as fundações debaixo d'água e fazer um vão central
de 300 metros de largura e 72 de altura. As obras avançaram pelo mar em duas frentes, Rio e
Niterói, e se encontraram no vão central.
Os operários e as sandálias
Os perigos não eram poucos. Trabalho nas alturas e sobre águas com 20 metros de
profundidade, canteiros de obra em ritmo frenético, onde os cuidados com a segurança do
trabalho eram detalhe dispensável, e operários sem qualquer instrução faziam parte da rotina
do canteiro de obras. Fotos da construção exibem trabalhadores com sandálias de borracha,
bermudas, sem camisa, fumando enquanto martelavam ou carregavam objetos. Capacetes e
botas eram raridade.
Operários comemoram a colocação do último vão da ponte, em 1973; governo contabilizou 33 mortos na obra. Foto: Rodolpho Machado/Ag.
O Globo
O engenheiro Bruno Contarini, responsável técnico da obra na época, diz que, eles cumpriram
o prazo, dentre outras coisas, graças à contratação de duas empresas alemãs, Bade e Wirth,
responsáveis pela perfuração das fundações, todas assentadas na rocha do fundo da baía. Uma
das máquinas importadas conseguia perfurar 30 centímetros por hora. Trabalhávamos em
ilhas flutuantes com pernas de 60 metros de altura.
Instalações provisórias
Segundo Carlos Henrique Siqueira (um dos engenheiros responsáveis pela obra), para fazer a
ponte, foi erguida uma verdadeira cidade na Ilha do Fundão. Era uma cidade dentro da
Guanabara, administrada por uma prefeitura com plenos poderes. Oferecia alojamento para
2.500 pessoas, cem casas destinadas a feitores, mestres de obra, encarregados, todas com dois
ou três quartos. Na vila, havia ainda 25 casas destinadas a engenheiros.
Em 1971, o ministro Andreazza se muda para canteiro de obras montado na Ilha do Fundão. O local oferecia alojamento para
2.500 pessoas. Foto: Arquivo/Ag. O Globo
Os trabalhadores contavam ainda com ambulatório, pronto-socorro, supermercado, agência
bancária, dentista, barbeiro, guarnição do Corpo de Bombeiros, posto de assistência social,
restaurante, destacamento policial, áreas de recreação, uma escola com cinco salas e 13 linhas
de ônibus gratuitas, com destinos de Copacabana a São João de Meriti.
Cercada de grades de arame, a cidade-canteiro também abrigou técnicos da Inglaterra
(responsáveis pelos trabalhos no vão central), Alemanha e Holanda (supervisão das ilhas
flutuantes), França (vigas de lançamento) e Portugal (concreto submerso).
Atualmente temos uma imagem mais nítida de instalações provisórias de um canteiro de obras
de uma das expansões da Ponte Rio-Niterói, que é a sua interligação com a Linha Vermelha.
A Interligação Ponte Rio-Niterói e Linha Vermelha: São 2.500 metros de um viaduto que
passa sobre a Rua Carlos Seixas, no Caju. Ele chega à Linha Vermelha na altura Km 3 da via,
ao lado de uma fábrica de concreto às margens da rodovia, a 1 quilômetro do atual acesso
para quem sai da Avenida Brasil.
Pablo Jacob / Agência O GLOBO
A Ponte deveria ter ficado pronta em março de 1971, mas sua construção atrasou em três anos.
No acesso de Niterói, pilares, travessias e vigas barrigudas. Até a abertura da ponte, travessia
era feita em barcaças.
Montagem do vão lateral da Ponte Rio-Niterói. Quando inaugurada, era a terceira maior do
mundo, com quase 14 quilômetros de extensão.
Ilhas flutuantes, montadas no pé dos pilares, foram fundamentais para o
assentamento das bases.
Içamento do vão central da Ponte, que tem 300 metros de comprimento, marcou a memória
da Ponte.
Nos pilares centrais foram instaladas torres de içamento dos vãos. Momento foi um dos mais
delicados da obra.
Ponte Rio-Niterói ganha asfalto pela primeira vez.
Prova de carga, feita antes da inauguração da ponte, reúne caminhões repletos de carga.
A primeira travessia
Três anos após à uma intervenção militar, e mais de cinco após a assinatura do contrato
inicial, Andreazza, ao lado de Guedes, fez a primeira travessia de carro pela ponte. Era 15 de
janeiro de 1974. O carro, um jipe nacional, o Candango, pilotado por Carlos Vicente da Silva.
Inauguração
Referências Bibliográficas
OTÁVIO, Chico et al. Ponte Rio-Niterói. O Globo, 2021. Disponível em:
https://infograficos.oglobo.globo.com/pais/ponte-rio-niteroi.html. Acesso em: 15 de jun. de
2021.
PONTE Rio-Niterói (1973). Youtube, 2021. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=YL-B3oOuzCo. Acesso em: 15 de jun. 2021.
LUCENA, Felipe. Ponte Rio-Niterói e Linha Vermelha vão se interligar. Diário do Rio,
2021. Disponível em: https://diariodorio.com/ponte-rio-niteroi-e-linha-vermelha-vao- se-
interligar/. Acesso em: 15 de jun. de 2021.
PONTE Rio Niterói. Ebanataw, 2021. Disponível em:
https://www.ebanataw.com.br/trafegando/ponterioniteroi.htm. Acesso em: 15 de jun. de 2021.
PRESIDENTE Médici inaugura ponte de 13 quilômetros que liga o Rio a Niterói.
Acervo O Globo, 2021. Disponível em: https://acervo.oglobo.globo.com/rio-de-
historias/presidente-medici-inaugura-ponte-de-13-quilometros-que-liga-rio-niteroi- 8891929.
Acesso em: 15 de jun. de 2021.