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FACULDADE DE ENGENHARIA
PORTOS BRASILEIROS:
PORTO DE SANTOS
INTEGRANTES:
Francisco Dias
Glória Maria
Gabriela Matos
Matheus Electo
Thaís Barros
RIO DE JANEIRO
2023
Introdução
O Porto de Santos iniciou suas atividades no início do século XVI, operando com estruturas
rudimentares até o fim do século XIX, quando houve a concessão do Porto a investidores
privados. A Companhia Docas de Santos (CDS), fundada em 1890 e detentora da concessão,
construiu e inaugurou em 1892 os primeiros 260 metros de cais, criando assim o primeiro
Porto Organizado do Brasil.
Figura 1 - Praia do Consulado, Porto de Santos – Benedito Calixto – Óleo sobre tela
Fonte: https://www.portodesantos.com.br/conheca-o-porto/historia-2/
Sua origem foi vinculada ao comércio do café, ponto crucial para que ele fosse implantado
na região de Santos como região estratégica para a exportação.
De lá para cá, o Porto de Santos conquistou um lugar de destaque na economia do país,
uma vez que, hoje, aproximadamente 30% das exportações e importações são
concentradas no porto de santos. Tornou-se, nesse tempo, o maior porto da América Latina,
criando altas oportunidades de emprego, incluindo trabalhos de fiscalização, operação
portuária, assessoramento, fornecimento de bens e serviços portuários, agentes marítimos,
amador, rebocador e despachantes.
O Porto possui aprox. 14km de cais acostado, incluindo os terminais privados. Dispõe de 38
armazéns de primeira linha e de 34 armazéns de retaguarda comportando cerca de 1
milhão de toneladas de mercadorias diversas.
Breve Histórico
O fundador da Vila de Santos, Brás Cubas, percebeu que, se o Porto fosse transferido para
o interior do estuário, no Lagamar do Enguaguaçú, haveria maior proteção aos navios
atracados contra intempéries e ataques de piratas. Assim, o primeiro trecho do maior Porto
do país se consolidou em um local conhecido como Valongo, região na qual ficavam
dispostos os antigos atracadouros, constituídos por pontes de madeira conhecidas como
trapiches.
Em 1859 o Barão de Mauá, junto com outros empresários, convenceu o governo imperial da
importância da construção de uma estrada de ferro ligando São Paulo ao Porto de Santos.
Em 1867 foi inaugurada a Estrada de Ferro São Paulo Railway ligando São Paulo ao porto
de Santos e com isso, as produções passaram a ser escoadas com maior rapidez.
Em julho 1888 iniciaram-se as obras para a construção do porto de Santos e em 1889, foi
criada a Empresa das Obras de Melhoramentos do Porto de Santos e, em 07 de novembro
de 1890, assinado o Termo de Concessão, com a criação da Companhia Docas de Santos
(CDS). Em 1892 foram concluídas as obras dos primeiros 260 metros de cais, com a
inauguração, em 02 de fevereiro, do primeiro trecho de Porto Organizado do País com a
atracação do navio inglês Nasmith.
Em 1901, a Gaffrée & Guinle recebeu autorização para instalar uma usina hidrelétrica no
Rio Itatinga, para fornecimento de energia elétrica para o Porto de Santos. Construída na
Serra do Mar, a 30 km de distância do Porto, e inaugurada em 1910, a usina abasteceu o
Porto e as cidades de Santos e Guarujá, além de fornecer eletricidade a outras localidades
e cidades do Estado de São Paulo. Hoje, com o aumento das demandas energéticas, a
usina ainda fornece parte da eletricidade consumida pelas operações portuárias.
Fonte: https://www.portodesantos.com.br/conheca-o-porto/historia-2/
Em 25 de fevereiro de 1993 é promulgada a Lei 8.630/93 (então Lei dos Portos), que
transfere as operações portuárias para o setor privado e seus trabalhadores de capatazia
para o Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo). A Codesp passa a exercer, então, o papel de
Autoridade Portuária de Santos, uma das razões pelas quais, mais tarde, alteraria seu nome
para Santos Port Authority (SPA).
Em 05 de junho de 2013 é promulgada a Lei 12.815/13 (conhecida como nova Lei dos
Portos), regulamentada pelo Decreto 8.033/13. A legislação flexibiliza a instalação de
Terminais de Uso Privado (TUPs) e recentraliza em Brasília o planejamento e as licitações
de arrendamentos portuários.
Nas últimas décadas, o Porto registrou grandes ampliações, modernizou suas instalações e
incorporou novas tecnologias, operando com terminais especializados para contêineres,
carga geral, granéis sólidos e líquidos. Consolidou-se, assim, como o maior complexo
portuário do País, quebrando recordes consecutivos de movimentação de carga e figurando
recorrentemente entre os maiores portos do mundo.
Metodologia Executiva
Um dos melhoramentos que o Porto teve em 1877 foi feito por Antônio Luís von Hoonholtz ,
o Barão de Teffé , através “Comissão de Trabalhos Hidrográficos” cujas obras vinculadas à
Repartição Hidráulica da Marinha . O melhoramento consistia na destruição dos picos de
uma laje submersa que existia no meio do canal de Santos, a laje por sua vez era um
obstáculo na entrada do porto , pois navios com grandes calados batiam nele e chegavam a
sofrer sérios danos. Para tal feito foram utilizados explosivos.
Nos 155 dias de trabalho foram detonadas 98 minas através do sistema de explosão por
eletricidade. Foram retiradas 339 placas de lajedos e mais 244 caixões de fragmentos,
gerando aproximadamente 750 toneladas de pedras estilhaçadas, além do entulho que
ficou submerso. A laje ficou conhecida por “Pedra do Teffé”. Em 2011 foi demolida por
completo.
Figura 3 – Perfil batimétrico feito para detonação de explosivos.
Fonte: https://www.16snhct.sbhc.org.br/resources/anais/8/1534099158_ARQUIVO_IvoneideCosta.pdf
Poucas foram as melhorias até 1880, uma delas foi a inauguração da segunda ponte sob
colunas de ferro fundido. Um dos principais motivos para falta de investimento foram os
altos valores orçados, o que fez com que nem mesmo o governo incentivasse, além das
queixas de uma grande quantidade de lodo (cerca de 20 metros) que faziam com que
grandes embarcações ficassem atoladas em períodos de baixa.
Fonte: https://www.16snhct.sbhc.org.br/resources/anais/8/1534099158_ARQUIVO_IvoneideCosta.pdf
Após a operação do Barão de Teffé, o governo decidiu formar uma Comissão de Hidráulica
do Império (CHI) e para comandar essa organização o governo contratou o engenheiro
americano Milnor Roberts que possuía significativa experiência em obras marítimas e
ferroviárias, tendo já participado no país na estrada de ferro D. Pedro II.
Complexo Portuário
Fonte: https://www.portodesantos.com.br/conheca-o-porto/o-porto-de-santos/
Fonte: https://www.portodesantos.com.br/conheca-o-porto/o-porto-de-santos/
Fonte: https://www.portodesantos.com.br/conheca-o-porto/panorama/
Fonte: https://www.portodesantos.com.br/conheca-o-porto/panorama/
INFRAESTRUTURA
Fonte: Wikipedia
Sendo assim, em 1790 iniciou-se a construção desta nova via,a chamada “calçada
de pedras”. As obras ficaram sob responsabilidade do Brigadeiro João da Costa
Ferreira, engenheiro da Real Academia Militar de Lisboa. A obra foi concluída em
1792, estendia-se por 50 km, reduzindo em cerca de 20% o percurso entre Santos e
São Paulo de Piratininga.
Figura 8 : Calçada do Lorena, São Paulo: aspecto de um trecho
Fonte:Wikipedia
Essa obra é considerada uma das maiores obras da engenharia durante a era da
colônia, uma vez que transpor os mais de 700 metros de desnível representados
pela serra do Mar, numa região de mata densa, com altos índices de chuva, foi um
desafio a ser vencido pelos construtores da época, que tiveram que adotar
diferentes técnicas, para conseguir finalizar a obra. As pedras além de serem
utilizadas na pavimentação foram utilizadas na construção de muros de arrimo e de
proteção junto aos despenhadeiros e nos canais pluviais da calçada.
Fonte:https://www.portodesantos.com.br
Fonte:
https://viatrolebus.com.br/2019/03/a-historia-da-ferrovia-santos-jundiai-que-levou-o-p
rogresso-ao-estado-de-sp/
SPA é uma empresa pública responsável pela gestão e fiscalização das instalações
portuárias e das infraestruturas públicas localizadas dentro do Porto Organizado.
Dentro do Porto Organizado, a modernização, ampliação e manutenção da
infraestrutura viária, da infraestrutura ferroviária, do acesso aquaviário e das demais
instalações públicas cabem à SPA. Com a conquista da sustentabilidade
econômico-financeira, a SPA vem reduzindo a dependência de recursos públicos
para a condução das grandes obras.
Fonte: https://www.portodesantos.com.br
● As obras da nova entrada da cidade de Santos, que criarão uma segunda
entrada para o Porto(Segue abaixo croqui do projeto);
Fonte: https://www.portodesantos.com.br
Fonte: https://www.portodesantos.com.br
Infraestrutura aquaviária
A infraestrutura aquaviária do Porto de Santo tem uma extensão de 25km, nela
contém 16 km de cais. O canal permite a navegação de embarcações com até 340
metros de comprimento e calado máximo de 14,50 metros. O canal tem 60 berços
de atracação, número que pode variar em função das dimensões médias dos
navios, permitindo o acesso a 53 terminais. O canal estende-se da Baía de Santos,
próximo das áreas de fundeio, até a região do Píer da Alamoa, onde termina o
trecho sob jurisdição da SPA e tem início o Canal de Piaçaguera, que permite o
acesso aos terminais privados do Tiplam e da Usiminas. Ter uma boa gestão do
canal é fundamental para garantir a eficiência das atividades portuárias. Para
garantir essa boa gestão é primordial ações como: batimetrias e homologação das
profundidades junto às autoridades competentes; monitoramento ambiental e
remediação; atendimento a emergências; sinalização e balizamento; implantação de
sistema de gerenciamento do tráfego de embarcações; e dragagem de manutenção
e aprofundamento do canal, bacias de evolução e berços de atracação. A dragagem
de manutenção é realizada no canal de acesso continuamente, nas bacias de
evolução (onde as embarcações executam manobras de giro e aproximação), e nos
berços de atracação (onde os navios aportam para realizar as operações), segundo
a SPA.
Dragagem
Infraestrutura dutoviária
Fonte: https://www.portodesantos.com.br
Energia Elétrica no Porto de Santos
Fonte: https://www.portodesantos.com.br
Fundações
Estaca raiz
O uso da estaca-raiz está presente nas mais distintas áreas da construção civil,
justamente pelo fato de proporcionar vantagens categóricas, o que
predominantemente acaba por atender os requisitos de um projeto dentro de um
excelente custo benefício. No caso obra de alinhamento e adequação do cais de
Outeirinhos no porto de santos, não foi diferente. A equipe de engenheiros que
projetaram o cais, após uma minuciosa coleta de dados e informações, obtidos por
meio de numeroso ensaios e testes de campo, optaram por empregar o uso das
estacas raiz como parte integrante da infraestrutura desta obra. A princípio, de
forma geral, as fundações consistiam basicamente em dois elementos, as estacas
escavadas com o uso de camisas metálicas cravadas, para execução da
infraestrutura sobre o mar, e as estacas raiz para execução da infraestrutura em
terra. Entretanto, apesar da setorização e utilização de métodos distintos, a
estrutura foi projetada para atuar de forma conjunta, distribuindo os esforços
solicitados pela própria utilização do cais e dos impactos provenientes de possíveis
atracações de navios. As estacas raiz empregadas na obra de Outeirinhos, foram
projetadas para atuar em blocos sobre duas estacas, porém no decorrer das
execuções muitas delas precisaram ser alteradas devido as interferências
encontradas durante o processo de escavação/ perfuração. Pelo fato deste tipo de
estaca ter como premissa o uso de pequenos diâmetros, tornava impossível o
acesso humano para averiguação e constatação da possível causa. Logo, a única
solução cabível era relocar a estaca, reiniciando todo o processo. Então, o projetista
era contatado e uma nova configuração de bloco era emitida já sendo considerada
excentricidade gerada pela mudança da estaca. Inicialmente em projeto, foram
estimadas 428 estacas raiz a serem executadas à margem do cais antigo para
distribuição dos esforços, entretanto, devido a uma série de fatores e elementos
contraproducentes, foram executadas apenas 65 estacas.
Na região portuária de Santos estacas moldadas “in loco” não tem condições de
atravessar as camadas de argila marinha que compõem o subsolo.
Em alguns locais a cravação de estacas exige jato d’água ou pré- furos preenchidos
de bentonita.
Após esta camada as estacas atravessam extensa camada de argila marinha muito
mole , até se apoiarem em solo residual à profundidade de aproximadamente 45
metros.
3. ADM- Armazém 39
Camada inicial até 10 metros de aterro, argila marinha e areia fina pouca a
medianamente compacta, sem problemas para a cravação de estacas.
Após esta camada o solo é constituído de argila marinha mole, areia siltosa
medianamente compacta até os 40 metros com camada de areia siltosa muito
compacta onde as estacas apoiaram.
É importante ressaltar que as estacas diam. 45cm foram utilizadas para 140
toneladas, fato que os testes de prova estática e dinâmica comprovaram.
4. Conclusão
Fonte: http://www.costafortuna.com.br/celular/portfolio.html
Jet-Grouting
Nas obras de recuperação e reforço do cais santista, está sendo aplicada a
tecnologia jet-grounting, técnica mais utilizada para tratamento e reforço de solos no
mundo. Para que o cais existente resista ao esforço causado pelo aprofundamento
dos berços de atracação, é necessário um reforço na estrutura, que será realizado
através de colunas de jet-grounting. A execução das colunas consiste na injeção de
uma calda de cimento, construída com jatos de alta pressão, que desagregam o
solo e formam colunas de solo-cimento.
BIBLIOGRAFIA
A TRIBUNA. Porto mar: Ilha Barnabé deve ter melhorias até 2022 com novas
intervenções no porto de Santos. Disponível em:
<https://www.atribuna.com.br/noticias/portomar/ilha-barnabe-deve-ter-melhorias-ate-2022-co
m-novas-intervencoes-no-porto-de-santos>. Acesso em: Janeiro de 2023.
POR FALAR EM HISTÓRIA. A primeira estrada de ferro paulista: São Paulo Railway
(Santos-Jundiaí). 2014. Disponível em:
<https://porfalaremhistoria.wordpress.com/2014/08/23/a-primeira-estrada-de-ferro-paulista-s
ao-paulo-railway-santos-jundiai/>. Acesso em: Janeiro de 2023.
Fonte: Rodrigues, Diego Martins Peres - Execução de estacas profundas injetadas tipo raiz:
o caso da obra de alinhamento e adequação do cais de outeirinhos no porto de Santo,
2016.
<https://cursos.unisanta.br/civil/arquivos/ESTACAS-RAIZ-OUTEIRINHOS-9,5.pdf>.Acesso
em: Janeiro de 2023.
SINDAPORT. O Porto de Santos faz 120 anos e ganha museu virtual. 2012. Disponível
em: <http://www.sindaport.com.br/conteudo-pesquisa.php?id=804>. Acesso em: Janeiro de
2023.
Fonte: https://www.portodesantos.com.br/wp- content/uploads/boletim_cais_12a_23.pdf