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A INVENÇÃO DA LOCOMOTIVA
A Revolução Industrial, que se processou na Europa e principalmente na Inglaterra a
partir do século XIX, surgiu quando os meios de produção, até então dispersos em
pequenas manufaturas, foram concentrados em grandes fábricas, como decorrência do
emprego da máquina na produção de mercadorias. Numerosos inventos, surgidos no
século anterior, permitiram esse surto de progresso. Entre eles, destacam-se a invenção
do tear mecânico por Edmund Cartwright, em 1785, revolucionando a fabricação de
tecidos, e a máquina a vapor por James Watt, aperfeiçoando a descoberta de Newcomen,
em 1705.
Não tardou muito para que estas questões relacionadas à invenção da locomotiva e à
construção de estradas de ferro, fossem conhecidas no Brasil. Pode-se dizer que as
primeiras iniciativas nacionais, relativas à construção de ferrovias remontam ao ano de
1828, quando o Governo Imperial autorizou por Carta de Lei a construção e exploração
de estradas em geral. O propósito era a interligação das diversas regiões do País.
É importante destacar que, até a chegada das ferrovias no Brasil, o transporte terrestre de
mercadorias se processava no lombo dos burros em estradas carroçáveis. Naquela época,
os portos fluminenses de Parati e Angra dos Reis exportavam cerca de 100 mil sacas de
café, provenientes do Vale do Paraíba. Em São Paulo, anualmente, chegavam ao porto de
Santos cerca de 200 mil bestas carregadas com café e outros produtos agrícolas.
Em 26 de julho de 1852, o Governo promulgou a Lei n.º 641, na qual vantagens do tipo
isenções e garantia de juros sobre o capital investido, foram prometidas às empresas
nacionais ou estrangeiras que se interessassem em construir e explorar estradas de ferro
em qualquer parte do País.
FERROVIAS HISTÓRICAS
A Companhia Estrada de Ferro D. Pedro II, foi inaugurada em 29 de março de 1858, com
trecho inicial de 47,21 km, da Estação da Corte a Queimados, no Rio de Janeiro. Esta
ferrovia se constituiu em uma das mais importantes obras da engenharia ferroviária do
País, na ultrapassagem dos 412 metros de altura da Serra do Mar, com a realização de
colossais cortes, aterros e perfurações de túneis, entre os quais, o Túnel Grande com 2.236
m de extensão, na época, o maior do Brasil, aberto em 1864.
A Estrada de Ferro D. Pedro II, através do trabalho dinâmico de seus operários e técnicos,
transformou-se, mais tarde (1889) na Estrada de Ferro Central do Brasil, um dos
principais eixos de desenvolvimento do país.
Até o final do século XIX, outras concessões foram outorgadas, na bitola métrica,
destacando-se as seguintes:
Entre as bitolas menores, vale citar a Oeste de Minas , cujo primeiro trecho, de Sítio (hoje
Antônio Carlos) a São João-Del-Rey, foi aberto a 28/08/1881, com a bitola de 0,76 m.
Dentre as ferrovias citadas, salienta-se a implantação da Paranaguá – Curitiba, que se
constituiu um marco de excelência da engenharia ferroviária brasileira, considerado, à
época, por muitos técnicos europeus, como irrealizável.
A sua construção durou menos de 5 anos, apesar das dificuldades enfrentadas nos seus
110 km de extensão.Em 17 de novembro de 1883 foi inaugurado para tráfego regular o
trecho Paranaguá-Morretes. Esta ferrovia possui 420 obras de arte, incluindo, hoje, 14
túneis, 30 pontes e vários viadutos de grande vão, estando o ponto mais elevado da linha
a 955 m acima do nível do mar. Ao trecho pioneiro da ferrovia juntaram-se outras
interligações que possibilitaram o progresso dos atuais estados do Paraná e Santa
Catarina.
É importante salientar que em São Paulo, as estradas de ferro foram decorrência natural
das exportações agrícolas. Pode-se afirmar que existe uma relação natural entre a
expansão da produção cafeeira do Vale do Paraíba e a construção de estradas de ferro
naquela região.
Outro destaque merece ser dado à construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil,
citada anteriormente, iniciada em 16 de julho de 1905, que atingiu Porto Esperança em
1914. Partindo de Bauru, esta ferrovia atravessava São Paulo e o atual Estado de Mato
Grosso do Sul, chegando, até Corumbá na fronteira com a Bolívia, com a construção da
ponte ferroviária sobre o Rio Paraguai, em 1947.
No Rio Grande do Sul, construiu-se a primeira via férrea, por Lei Provincial de 1867, que
autorizava o Governo a abrir concorrência para concessão de uma estrada de ferro entre
Porto Alegre e São Leopoldo ou Novo Hamburgo. A empresa concessionária foi
autorizada a funcionar em 23 de novembro de 1871, como Companhia Limitada Estradas
de Ferro de Porto Alegre a Nova Hamburgo. Em 14 de abril de 1874 foi inaugurada a
seção de Porto Alegre a São Leopoldo, com extensão de 33,75 km.
Em 1884, o país contava com 6.116 km, além de 1.650 km em construção. Em dezembro
de 1888 existiam 9.200 km em exploração e 9.000 km em construção ou em estudo.
Em 1942 foi criada a Companhia Vale do Rio Doce, que absorveu a Estrada de Ferro
Vitória a Minas (construída a partir de 1903). Esta ferrovia foi então modernizada com o
objetivo de suportar o tráfego pesado dos trens que transportavam minério de ferro entre
as jazidas de Itabira, em Minas Gerais, e o Porto de Vitória, no Espírito Santo.
Dentre os objetivos da encampação das estradas de ferro pela União podem-se destacar:
evitar a brusca interrupção do tráfego, prevenir o desemprego, propiciar a melhoria
operacional, objetivando a reorganização administrativa e a recuperação de linhas e
material rodante.
No início da década de 1950, o Governo Federal, com base em amplos estudos decidiu
pela unificação administrativa das 18 estradas de ferro pertencentes à União, que
totalizavam 37.000 km de linhas espalhadas pelo país.
Em 16 de março de 1957 foi criada pela Lei n.º 3.115 a sociedade anônima Rede
Ferroviária Federal S.A. - RFFSA, com a finalidade de administrar, explorar, conservar,
reequipar, ampliar e melhorar o tráfego das estradas de ferro da União a ela incorporadas,
cujos trilhos atravessavam o País, servindo as regiões Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e
Sul.
A CRIAÇÃO DA FEPASA
Cabe mencionar que, em novembro de 1971, pela Lei n.º 10.410/SP, o Governo do Estado
de São Paulo, decidiu unificar em uma só empresa, as cinco estradas de ferro de sua
propriedade. Naquela época, pertenciam ao Estado a Companhia Paulista de Estradas de
Ferro, Estrada de Ferro Sorocabana, Estradas de Ferro Araraquara, Companhia Mogiana
de Estrada de Ferro e Estrada de Ferro São Paulo-Minas. Assim, em decorrência dessa
junção, foi criada a FEPASA – Ferrovia Paulista S.A., para gerir, aproximadamente,
5.000 km de vias férreas.
O PROCESSO DE DESESTATIZAÇÃO
Medida de ajustamento institucional foi tomada pelo Governo Federal, com o afastamento
da RFFSA dos transportes urbanos. O Decreto n.º 89.396, de 22/02/84, constituiu a
Companhia Brasileira de Transporte Urbano – CBTU que ficou responsável pela
prestação daqueles serviços. Note-se que estes, na maioria dos casos, são altamente
deficitários.
Foi editada a Lei n.º 8.031/90 e suas alterações posteriores, que instituíram o Programa
Nacional de Desestatização – PND, sendo a RFFSA incluída no referido Programa, em
10/03/92, por meio do Decreto n.º 473. Neste processo atuou como gestor o Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES que, nos termos do Decreto
n.º 1.024/94, elaborou a forma e as condições gerais para concessão das malhas da
RFFSA.
O processo de desestatização da RFFSA, foi realizado com base na Lei n.º 8.987/95, (Lei
das Concessões). Esta lei estabeleceu os direitos e obrigações para as partes envolvidas
no processo de concessão, definindo ainda, o princípio da manutenção do equilíbrio
econômico e financeiro e os direitos dos usuários. O processo obedeceu a seguinte
cronologia:
Com o leilão da Malha Paulista (antiga FEPASA incorporada à RFFSA pelo Decreto n.
o 2.502, em 18/02/98), concluiu-se o processo de desestatização das malhas da RFFSA.
O Governo Federal outorgou, em 28/06/97, à Companhia Vale do Rio Doce, no processo
de sua privatização, a exploração da Estrada de Ferro Vitória a Minas e Estrada de Ferro
Carajás.
Entre o final do século XIX e início do século XX os recursos, sobretudo dos britânicos,
alavancaram a construção de linhas férreas. A expansão ferroviária, além de propiciar a
entrada de capital estrangeiro no País, tinha também o objetivo de incentivar a economia
exportadora. Desta forma, as primeiras linhas interligaram os centros de produção
agrícola e de mineração aos portos diretamente, ou vencendo obstáculos à navegação
fluvial.
Mesmo assim, o Estado atuou para equipar, estender e recuperar as linhas entre as várias
regiões do País, resultado dos diversos planos viários elaborados. Mas, a situação
econômica de diversas estradas de ferro controladas pelo governo agravava-se e, em
1952, o Ministro de Estado dos Negócios da Viação e Obras Públicas, Álvaro de Souza
Lima propõe, em relatório ao então presidente Getúlio Vargas, “medidas drásticas em
relação à melindrosa situação financeira das estradas de ferro, com a constituição, o mais
breve possível, da Rede Ferroviária Federal S. A” para administrar as estradas de ferro de
propriedade do Governo Federal.
Posteriormente incorporou mais duas empresas, a malha gaúcha, que até 1959 esteve
arrendada ao Governo do Rio Grande do Sul sob administração da Viação Ferroviária do
Rio Grande do Sul – VFRGS; e a malha paulista, também arrendada ao Governo de São
Paulo e administrada pela FEPASA até 1998.
Essa transferência foi efetivada no período 1996 a 1998, de acordo com o modelo que
estabeleceu a segmentação do sistema ferroviário em seis malhas regionais, resultando na
concessão por parte da União, pelo período de 30 anos, mediante licitação, e o
arrendamento, por igual prazo, dos ativos operacionais da RFFSA aos novos
concessionários.
BRASIL – BOLÍVIA
TRATADO DE PERMUTA DE TERRITÓRIO E OUTRAS COMPENSAÇÕES
TRATADO DE PETRÓPOLIS
Acreditamos que esses títulos de crédito – “ bonds’’ possam ser de grande utilidade para
empresários bolivianos que tenham negócios com empresas brasileiras.
Foi a 15ª ferrovia a ser construída no país, tendo as suas obras sido executadas
entre 1907 e 1912. Estende-se por 366 quilômetros na Amazônia, ligando Porto
Velho a Guajará-Mirim, cidades fundadas pela EFMM.
Após duas tentativas fracassadas para a sua construção no século XIX, espalhou-se o mito
de que, mesmo com todo o dinheiro do mundo e metade de sua população trabalhando
nas suas obras, seria impossível construí-la. O empreendedor estadunidense Percival
Farquhar aceitou o desafio e teria afirmado "(...) vai ser o meu cartão de visitas".[1]
Foi a primeira grande obra de engenharia civil estadunidense fora dos EUA após o início
das obras de construção do Canal do Panamá, na época então ainda em progresso.
Com base naquela experiência, para amenizar as doenças tropicais que atingiram parte
dos mais de 20 mil trabalhadores de 50 diferentes nacionalidades, Farquhar contratou o
sanitarista brasileiro Oswaldo Cruz, que visitou o canteiro de obras e saneou a região.
Homens posam para fotografia junto a uma locomotiva que circulou pela Estrada de Ferro
Madeira-Mamoré.
O seu objetivo principal era vencer o trecho encachoeirado do rio Madeira, para facilitar
o escoamento da borracha boliviana e brasileira, além de outras mercadorias, até um
ponto onde pudesse ser embarcada para exportação, no caso Porto Velho, de onde as
mercadorias seguiam por via fluvial, pelo mesmo rio Madeira e, então, pelo rio
Amazonas até o Oceano Atlântico. Anteriormente, esses produtos eram transportados
com precariedade em canoas indígenas, sendo obrigatória a transposição das cachoeiras
no percurso.
Voltou a operar em 1981 num trecho de apenas 7 quilômetros dos 366 km do percurso
original, apenas para fins turísticos, sendo novamente paralisada por completo em 2000.
Cronologia
Século XVIII
Século XX
Século XXI
Ver também
Referências
Bibliografia
Ligações externas
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de Ferro Madeira-Mamoré
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• Belle Époque brasileira
• Fundações no Brasil em 1912
Índice
• 1História
• 2Dados operacionais e posição econômica e social
• 3Transporte de passageiros
• 4Fase de pintura das locomotivas
• 5Ver também
• 6Referências
• 7Ligações externas
Em 1911, após a via férrea alcançar a atual região de Naque, a partir de onde
seguiria o curso do rio Santo Antônio rumo ao centro-norte mineiro, o foco
foi alterado para Itabira devido ao desenvolvimento da mineração em função
da extração de minério de ferro no município.[3][4][8] Isso foi possível após a
obra ser comprada por empresários ingleses, que também estavam a atuar em
Itabira.[9] Questões como a Primeira Guerra Mundial e a gripe espanhola de
1918atrasaram as obras, paralisadas em Belo Oriente em 1914, no entanto,
em 1919 o projeto é adquirido pelo empresário americano Percival
Farquhar.[9]
No começo da década de 1920, as construções são retomadas e dão origem
à embrionária cidade de Coronel Fabriciano (primeiramente distrito de Melo
Viana, pertencente a Antônio Dias) e posteriormente ao Vale do Aço.
Entre 1971 e 1977 a linha foi duplicada e a ferrovia, que terminava no Ramal
de Nova Era, pertencente à EFCB, alcançou a capital mineira em 1994.[3][4]
A maior parte dos produtos transportados pela EFVM tem como destino
o Porto de Tubarão, onde está situado o único pátio ferroviário totalmente
sinalizado da América Latina, onde os vagões são classificados por
gravidade.
Transporte de passageiros
Referências
1. ↑ «PORTARIA No 112, DE 1o DE
OUTUBRO DE 2015» (PDF). Diário Oficial
da União(Nº 189): 72. 2 de outubro de
2015. ISSN 1677-7042. Consultado em 9 de
março de 2017
2. ↑ Secretaria de Planejamento e Investimentos
Estratégicos (2006). «Ministério dos
Transportes. Caderno: 24». Plano Plurianual
2004-2007 : relatório anual de avaliação :
ano base 2005 : exercício 2006 (pdf).
Brasília: Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão. Consultado em 3 de
março de 2017
3. ↑ Ir para:a b c d e f Museu Vale. «História da
EFVM». Consultado em 19 de maio de
2014. Cópia arquivada em 19 de maio de
2014
4. ↑ Ir para:a b c d e f Estações Ferroviárias do
Brasil. «EFVM - Estrada de Ferro Vitória a
Minas». Consultado em 19 de maio de
2014. Cópia arquivada em 19 de maio de
2014
5. ↑ Ir para:a b Assessoria de Comunicação (3 de
julho de 2009). «Organização do município».
Prefeitura. Consultado em 19 de maio de
2014. Cópia arquivada em 19 de maio de
2014
6. ↑ Ir para:a b c d Jornal Vale do Aço (14 de maio
de 2014). «Estrada de Ferro Vitória a Minas
completa 110 anos». Consultado em 19 de
maio de 2014. Cópia arquivada em 19 de
maio de 2014
7. ↑ Ailton Krenak (16 de junho de
2009). «Genocídio e resgate dos
"Botocudo"». Consultado em 19 de maio de
2014
8. ↑ Revista Caminhos Gerais, nº 38, pag. 12.
9. ↑ Ir para:a b Estações Ferroviárias do Brasil (25
de fevereiro de 2006). «Frederico Sellow
(antiga Cachoeira Escura)». Consultado em
19 de maio de 2014. Cópia arquivada em 19
de maio de 2014
10. ↑ Estações Ferroviárias do Brasil (11 de julho
de 2009). «Coronel Fabriciano (antiga
Calado)». Consultado em 19 de maio de
2014. Cópia arquivada em 19 de abril de 2013
11. ↑ Ir para:a b Centro-Oeste. «G1 - Guia Geral das
Estradas de Ferro - 1960». Consultado em 19
de maio de 2014. Cópia arquivada em 19 de
maio de 2014
12. ↑http://www.vale.com/brasil/PT/business/log
istics/railways/Passenger-Train-Vitoria-
Minas/Paginas/default.aspx
13. ↑ Ministério dos Transportes
(2001). «Sistema de Carga e de Passageiros
de Longo Percurso». Consultado em 19 de
maio de 2014. Cópia arquivada em 19 de
maio de 2014
14. ↑ Paulo Fleury (7 de fevereiro de
2012). «Evolução do desempenho das
ferrovias brasileiras privatizadas - 1997 a
2010 - Parte 2». Luxafit. Consultado em 19 de
maio de 2014. Cópia arquivada em 19 de
maio de 2014
15. ↑ Thiago Lemos (19 de dezembro de
2013). «Viagens do trem Vitória/Minas
continuam suspensas por causa da chuva».
Estado de Minas. Consultado em 21 de maio
de 2014. Cópia arquivada em 21 de maio de
2014
16. ↑ Jornal Vale do Aço (29 de janeiro de
2009). «Rio desaloja famílias em Monlevade
e ameaça cidades do Vale do Aço».
Consultado em 21 de maio de 2014. Cópia
arquivada em 21 de maio de 2014
17. ↑ Alice Silva de Castilho (9 de fevereiro de
2011). «Avaliação preliminar da
variabilidade do uso de reservatórios
previstos para geração de energia elétrica para
minimização dos efeitos de cheias na bacia do
rio Doce» (PDF). Simpósio Brasileiro de
Recursos Hídricos. Consultado em 21 de
maio de 2014. Cópia arquivada em 21 de
maio de 2014
18. ↑ Ir para:a b c d Associação Nacional dos
Transportadores Ferroviários
(ANTF). «EFVM - Apresentação».
Consultado em 19 de maio de 2014. Cópia
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19. ↑ Ir para:a b c Vale S.A. «Embarque no novo
trem!». Consultado em 19 de maio de
2014. Cópia arquivada em 19 de maio de
2014
20. ↑ Ir para:a b Centro-Oeste. «Estrada de Ferro
Vitória a Minas». Consultado em 19 de maio
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2014
21. ↑ Ir para:a b c Guia do Viajante (31 de janeiro de
2008). «Viagem de trem: de Belo Horizonte-
MG a Vitória-ES». Consultado em 19 de maio
de 2014. Cópia arquivada em 19 de maio de
2014
22. ↑ IDB América (9 de fevereiro de
2005). «Projeto Educação nos Trilhos: Uma
transformação nas Ferrovias». Consultado em
19 de maio de 2014. Cópia arquivada em 19
de maio de 2014
23. ↑ FGVces (2 de dezembro de
2004). «Ferrovia coloca a educação nos
trilhos». Consultado em 19 de maio de
2014. Cópia arquivada em 19 de maio de
2014
24. ↑ Folha Vitória (24 de julho de 2014). «Veja
as fotos e embarque no novo Trem de
Passageiros da Estrada de Ferro Vitória a
Minas». Consultado em 4 de agosto de
2014. Cópia arquivada em 4 de agosto de
2014
25. ↑ Jornal Diário do Aço (18 de julho de
2014). «Trem de luxo da Vale começa a
circular dia 5 de agosto». Consultado em 4 de
agosto de 2014. Cópia arquivada em 4 de
agosto de 2014
26. ↑ Revista Ferrovia (30 de maio de
2008). «Locomotivas da Vale de cara nova».
Consultado em 19 de maio de 2014. Cópia
arquivada em 19 de maio de 2014
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Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande
Tempo de 1909–1942
operação
Sucessora RVPSC
Bitola 1000 mm
Em 1908 Percival Farquhar, através de sua holding Brazil Railway Company, adquiriu o
controle da Companhia de Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande (EFSPRG) Antevendo
o enorme potencial de lucro que poderia obter com a exportação de madeira das densas
florestas centenárias de araucária existentes na região (sob a copa das araucárias
havia imbuias com mais de 10 metros de circunferência) - em terras que viria a receber
como doação do governo federal, nos termos do contrato de concessão da ferrovia - já
fundara, anteriormente, a Southern Brazil Lumber & Colonization Company, que se
tornou conhecida como a Lumber.
O trecho de Porto União a Taquaral Liso foi inaugurado em 3 de abril de 1909 pelo
presidente Afonso Pena.
A União garantiu, por contrato, à Brazil Railway Company uma subvenção de 30 contos
de réis por quilômetro construído e, ainda mais, garantiu juros de 6% a.a sobre todo o
capital que fosse investido pela concessionária na obra. Como a Brazil Railway
Company, contratualmente, recebia por quilómetro, cuidou de alongar ao máximo a linha,
fazendo curvas desnecessárias e economizando assim em aterros, pontes, viadutos e
túneis.
Essas terras foram oficialmente consideradas, pelo governo, pela Justiça do Paraná, e pela
concessionária, como sendo terras devolutas e desabitadas. A realidade dos fatos era,
entretanto, bem outra. Seu povoamento tivera início já no século XVIII, com o comércio
de gado entre o Rio Grande do Sul e São Paulo, quando ali surgiram os primeiros locais
de pouso.
Durante muito tempo os milhares de habitantes desses longínquos rincões viveram, semi-
isolados, da criação extensiva de gado, da coleta de erva mate e da extração rudimentar
de madeira para seu próprio consumo. A erva mate podia ser vendida na região do rio da
Prata.[5]
Se por um lado não se poderá isentar, totalmente, Farquhar na culpa pelos trágicos
episódios que vieram a suceder na região do Contestado - como veremos adiante - por
outro lado o governo federal, ao doar à Brazil Railway Company - mediante um contrato
de concessão de serviços públicos - terras que eram ocupadas há séculos por brasileiros
como se fossem terra de ninguém, destacou-se como o principal causador dos graves
conflitos ali ocorridos.
Todo o complexo da Brazil Railway Company acabou sendo dominado pela corrupção,
indo à concordata em 1917. Em 1942 o governo Getúlio Vargas encampou todos os bens
da Brazil Railway Company, incorporando o acervo da ferrovia à RVPSC (Rede de
Viação Paraná-Santa Catarina). Esta, por sua vez, foi incorporada à RFFSA (Rede
Ferroviária Federal S/A) em 1957.
No ano de 1940, foi inaugurado o novo trecho de serra entre Porto União/SC e Matos
Costa/SC, denominado "variante de São João", com uma declividade máxima de 1,3%,
que é muito boa para os padrões nacionais (a Curitiba-Paranaguá tem 3%). O leito da
ferrovia original foi transformado em estrada de rodagem, que acompanha
aproximadamente o sentido da variante. [6]
EFSPRG nas imediações de Jaguariaíva com destaque para as ferrovias. Linha original,
extremamente tortuosa, ao sul da rodovia. Variante ao norte da rodovia.
No Google Earth é possível constatar pedaços do traçado antigo, que foram aproveitados
como estradas locais, divisas de propriedades, etc.
Nos anos 1960, possivelmente foi construída uma variante curta entre Jaguariaíva/PR e
Piraí do Sul/PR. Embora não se encontre documentação a respeito, a carta do IBGE faz
constar o trajeto a linha abandonada ao lado da nova.
Os trechos da ferrovia Itararé-Uruguai encontram-se em estados bastante diferentes de
uso e conservação. No geral, a situação da antiga EFSPRG é bastante crítica, por diversos
motivos. A baixa densidade econômica das regiões que atravessa, a extinção de trechos
que hoje poderiam torná-la viável, e a falta de interesse no desenvolvimento do transporte
de passageiros de massa colaboram com este mau estado de coisas. É notório que as
cidades marginais à antiga EFSPRG e deixaram de receber transporte de carga e
passageiros por trem, minguaram economicamente.
O trecho entre Jaguariaíva e Itararé foi extinto em 1996, apesar de já ser uma variante
melhorada. O trecho entre Porto União/SC a Irati/PR foi extinto em 1992. [7] Também era
extremamente tortuoso e já era evitado por cargas desde o final dos anos 1960 [8] desde
que o Tronco Principal Sul (que segue aproximadamente o trajeto da BR-116) entrou em
operação.
O trecho entre Ponta Grossa/PR e Jaguariaíva/PR permanece com trilhos mas sem tráfego
há muitos anos. Dois ramais que partem desse trecho (Barra Bonita e Paranapanema)
também estão abandonados. A fábrica da Klabin em Telêmaco Borba/PR, que poderia
gerar tráfego para este trecho, financiou a construção de um novo ramal do outro lado do
rio, conectando-se à mais moderna ferrovia Apucarana-Uvaranas.
Referências
1. ↑ ESPIG, Márcia Janete. A construção da Linha Sul da Estrada de Ferro São Paulo
- Rio Grande (1908-1910): mão de obra e migrações.
2. ↑ ANGELO, Vitor Amorim de. Guerra do Contestado: Conflito alcançou
enormes proporções. UOL Educação, Especial para a Página 3 Pedagogia &
Comunicação Reproducão.
3. ↑ Ir para:a b QUEIROZ, Maurício Vinhas de. Messianismo e Conflito Social – A
Guerra Sertaneja do Contestado: 1912/1916. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1966.
4. ↑ THOMÉ, N. PR e SC Disputam Território. Curitiba: Gazeta do Povo,
Suplemento, 2003.
5. ↑ História de Santa CatarinaGeocities Arquivado em27 de outubro de 2009,
no Wayback Machine.
6. ↑ THOMÉ, Nilson. História do Trem no Contestado (p.222)
7. ↑ Site Estações Ferroviárias, índice da linha-tronco Itararé-Uruguai
8. ↑ THOMÉ, Nilson. História do Trem no Contestado (p.252)
9. ↑ Associação Brasileira de Preservação Ferroviária - Piratuba
10. ↑ Site Estações Ferroviárias, índice da linha-tronco Itararé-Uruguai
Bibliografia
Resolve:
c de linhas de navegação a vapor nos rios Araguaya e das Mortes, em todas as secções
navegaveis, podendo estender-se aos affluentes destes rios, bem como aos do Tocantins.
Art. 2º Conceder para esse fim os seguintes favores, salvos os direitos de terceiros:
1º Privilegio por 60 annos para a construcção, uso e gozo das linhas ferreas
mencionadas no artigo precedente, e, outrosim, garantia de juros de 6% ao anno, durante
30 annos, sobre o capital que for empregado, até ao maximo correspondente a 30:000$
por kilometro;
2º Privilegio por 25 annos para uso e gozo das linhas de navegação, e subvenção annual
por 20 annos de 30:000$ para a do Baixo Tocantins, de 60:000$ para a do trecho desse
rio acima da estrada de ferro, e de igual importancia para a do Araguaya e rio das Mortes;
Art. 4º Nos contractos que forem celebrados para execução deste serviço serão
observadas as clausulas, integrantes deste decreto que baixam assignadas pelo General
Francisco Glicerio, Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Agricultura,
Commercio e Obras Publicas, que assim o faça executar.
1º Cessão gratuita dos terrenos devolutos e nacionaes e bem assim dos comprehendidos
nas sesmarias e posses, excepto as indemnizações que forem de direito, em uma zona
maxima de 20 kilometros para cada lado do eixo das linhas de que se trata, comtanto que
a área total de taes terrenos não exceda á que corresponder á média de 10 kilometros para
cada lado da extensão das referidas linhas.
A companhia deverá utilisar esses terrenos dentro do prazo de 50 annos, a contar da
data presente, sob pena de perder o direito aos que não tiverem sido utilisados ao findar
aquelle prazo.
Esta isenção não se fará effectiva emquanto a companhia não apresentar, no Thesouro
Nacional ou na Thesouraria de Fazenda do Estado, a relação dos sobreditos objectos,
especificando a respectiva quantidade e qualidade, que aquellas repartições fixarão
annualmente, conforme as instrucções do Ministerio da Fazenda.
Cessará o favor, ficando a companhia sujeita á restituição dos direitos que teria de pagar
e á multa do dobro desses direitos imposta pelo Ministerio da Agricultura, Commercio e
Obras Publicas ou pelo da Fazenda, si se provar que ella alienou, por qualquer titulo,
objectos importados, sem que precedesse licença daquelles Ministerios ou do Governador
do Estado, e pagamento dos respectivos direitos.
II
III
IV
1º Planta geral da linha e um perfil longitudinal com indicação dos pontos obrigados
de passagem.
O traçado será indicado por uma linha vermelha e continua sobre a planta geral, na
escola de l por 4.000, com indicação dos raios de curvatura, e a configuração do terreno
representada por meio de curvas de nivel equidistantes de tres metros; e bem assim, em
uma zona de 80 metros, pelo menos, para cada lado, os campos, mattas, terrenos
pedregosos, e, sempre que for possivel, as divisas das propriedades particulares, as terras
devolutas e minas.
Nessa planta serão indicadas as distancias kilometricas, contadas do ponto de partida
da estrada de ferro, a extensão dos alinhamentos rectos, e bem assim a origem, a
extremidade, o desenvolvimento, o raio e sentido das curvas.
O perfil longitudinal será feito na escala de 1 por 400 para as alturas, e de 1 por 4.000
para as distancias horizontaes, mostrando respectivamente por linhas pretas e vermelhas
o terreno natural e as plataformas dos córtes e aterros. Indicará por meio de tres linhas
horizontaes, traçadas abaixo do plano de comparação:
No perfil longitudinal e na planta será indicada a posição das estações, paradas, obras
de arte e vias de communicação transversaes.
7º Tabella dos alinhamentos e dos seus desenvolvimentos, raios das curvas, inclinação
e extensão das declividades.
XI. Relatorio geral e memoria descriptiva, não sómente dos terrenos atravessados pelo
traçado da estrada, mas tambem da zona mais directamente interessada.
VI
Procurar-se-ha dar ás curvas o maior raio possivel. O raio minimo será de 100 metros.
As curvas dirigidas em sentidos contrarios deverão ser separadas por uma tangente de
10 metros pelo menos.
A declividade maxima será de 3 %, limite que só será attingido em casos excepcionaes.
Sobre as grandes pontes e viaductos metallicos, bem como á entrada dessas obras, se
procurará não empregar curvas de pequeno raio ou as fortes declividades, afim de evitar
a producção de vibrações nocivas ás juntas e articulações das diversas peças.
VII
A estrada será de via singela, mas terá os desvios e linhas auxiliares que forem
necessarios para o movimento dos trens.
A inclinação dos taludes dos córtes e aterros será fixada em vista da altura destes e
natureza do terreno.
VIII
A companhia executará todas as obras de arte e fará todos os trabalhos necessarios para
que a estrada não crêe obstaculo algum ao escoamento das aguas, e para que a direcção
das outras vias de communicação existentes não receba sinão as modificações
indispensaveis e precedidas de approvação do Governo. Os cruzamentos com as ruas ou
caminhos publicos poderão ser superiores, inferiores, ou, quando absolutamente se não
possa fazer por outro modo, de nivel, construindo, porém, a companhia, a expensas suas,
as obras que os mesmos cruzamentos tornarem necessarias, ficando tambem a seu cargo
as despezas com os signaes e guardas que forem precisos para as cancellas durante o dia
e a noite. Terá nesse caso a companhia o direito de alterar a direcção das ruas ou caminhos
publicos, com o fim de melhorar os cruzamentos ou diminuir o seu numero, precedendo
consentimento do Governo e, quando for de direito, da Camara Municipal e sem que
possa perceber qualquer taxa pela passagem nos pontos de intersecção.
A estrada de ferro não poderá impedir a navegação dos rios ou canaes, e nesse intuito
as pontes ou viaductos sobre os rios e canaes terão a capacidade necessaria para que a
navegação não seja embaraçada.
Nos cruzamentos de nivel os trilhos serão collocados sem saliencia nem depressão
sobre o nivel da via de communicação que cortar a estrada de ferro, de modo a não
embaraçar a circulação de carros ou carroças.
O eixo da estrada de ferro não deverá fazer com o da via de communicação ordinaria
um angulo menor de 45º.
IX
Nos tunneis, como nos viaductos inferiores, deverá haver um intervallo livre nunca
menor de 1m,50 de cada lado dos trilhos.
Além disso haverá de distancia em distancia, no interior dos tunneis, nichos de abrigo.
X
A companhia empregará materiaes de boa qualidade na execução de todas as obras,
seguirá sempre as prescripções da arte, de modo que obtenha construcções perfeitamente
solidas.
O systema e dimensões das fundações das obras de arte serão fixados por occasião da
execução, tendo em attenção a natureza do terreno e as pressões supportadas, de accordo
entre a companhia e o Governo.
XI
Os edificios das estações e paradas terão do lado da linha uma plata forma coberta para
embarque e desembarque dos passageiros.
XII
O Governo reserva o direito de fazer executar pela companhia ou por conta della
durante o prazo da concessão, alterações, novas obras, cuja necessidade a experiencia
haja indicado em relação á segurança publica, policia da estrada de ferro ou do trafego.
XIII
O Governo poderá prohibir o emprego do material que não preencha estas condições.
A companhia incorrerá na multa de 2:000$ a 5:000$ por mez de demora, além dos seis
mezes que lhe são concedidos para o augmento do trem rodante acima referido.
E, si passados seis mezes mais, além do fixado para o augmento, este não tiver sido
feito, o Governo fornecerá o dito augmento do material por conta da companhia.
XIV
XV
XVI
XVII
XVIII
Durante o tempo da concessão o Governo não concederá outras estradas de ferro dentro
de uma zona de 20 kilometros para cada lado do eixo da estrada e na mesma direcção
desta.
O Governo reserva-se o direito de conceder outras estradas que, tendo o mesmo ponto
de partida e direcções diversas, possam approximar-se até cruzar a linha concedida,
comtanto que, dentro da referida zona, não recebam generos ou passageiros.
XIX
O exame, bem como o ajuste de contas de receita e despeza para o pagamento dos juros
garantidos, compete a uma commissão composta do engenheiro fiscal e por elle presidida
ou por quem suas vezes fizer, de um agente da companhia e de mais um empregado
designado pelo Governo ou pelo Governador do Estado.
E' livre ao Governo, em todo tempo, mandar engenheiros de sua confiança acompanhar
os estudos e os trabalhos da construcção, afim de examinar si são executados com
proficiencia, methodo e precisa actividade.
XX
Si, durante a execução ou ainda depois da terminação dos trabalhos, se verificar que
qualquer obra não foi executada conforme as regras da arte, o Governo poderá exigir da
companhia a sua demolição ou reconstrucção total ou parcial, ou fazel-a por
administração, á custa da mesma companhia.
XXI
XXII
Logo que se verificar a juncção das linhas que fazem objecto da presente concessão, as
companhias serão obrigadas a estabelecer trafego mutuo e tarifas differenciaes reciprocas.
XXIII
XXIV
A companhia poderá fazer todos os transportes por preços inferiores aos das tarifas
approvadas pelo Governo, mas de um modo geral e sem excepção, quer em prejuizo, quer
em favor de quem quer que seja. Estas baixas de preço se farão effectivas com o
consentimento do Governo, sendo o publico avisado por meio de annuncios affixados nas
estações e insertos nos jornaes. Si a companhia fizer transporte por preços inferiores aos
das tarifas, sem aquelle prévio consentimento, o Governo poderá applicar a mesma
reducção a todos os transportes de igual categoria, isto é, pertencentes á mesma classe de
tarifa, e os preços assim reduzidos não tornarão a ser elevados, como no caso de prévio
consentimento do Governo, sem autorização expressa deste, avisando-se o publico com
um mez pelo menos de antecedencia.
As reducções concedidas a indigentes não poderão dar logar á applicação deste artigo.
XXV
Neste caso o Governo, si o preferir, pagará á companhia o que for convencionado pelo
uso da estrada e todo o seu material, não excedendo o valor da renda média, de periodo
identico, nos ultimos tres annos.
XXVI
XXVII
O Governo poderá fazer, depois de ouvida, a companhia, concessão de ramaes para uso
particular, partindo das estações ou de qualquer ponto da linha concedida, sem que a
companhia tenha direito a qualquer indemnização, salvo si houver augmento eventual de
despeza de conservação.
Todas as obras definitivas ou provisorias necessarias para obter, neste caso, a segurança
do trafego, serão feitas sem onus para a companhia.
XXVIII
XXIX
O Governo terá o direito de resgatar a estrada depois de decorridos 30 annos desta data.
O preço do resgate será regulado em falta de accordo pelo termo médio do rendimento
liquido do ultimo quinquennio e tendo-se em consideração a importancia das obras,
material e dependencias no Estado em que estiverem então, não sendo esse preço inferior
ao capital garantido, si o resgate se effectuar antes de expirar o privilegio.
Fica entendido que a presente clausula só é applicavel aos casos ordinarios e que não
abroga o direito de desapropriação por utilidade publica que tem o Estado.
XXX
A companhia não poderá alienar a estrada ou parte desta sem prévia autorização do
Governo.
XXXI
E' concedida á companhia a garantia de juros de 6 % ao anno sobre o capital que, dentro
do maximo correspondente a 30:000$ por kilometro, for fixado e reconhecido pelo
Governo como necessario á construcção de todas as obras da estrada, para acquisição do
respectivo material fixo e rodante e outros, linha telegraphica, compra de terrenos,
indemnização de bemfeitorias e quaesquer despezas feitas antes e depois de começados
os trabalhos de construcção da mesma estrada, até sua conclusão e acceitação definitiva
a ser ella aberta ao trafego publico.
Além desses planos e mais desenhos de caracter geral exigidos, a companhia sujeitará
á approvação do fiscal por parte do Governo os de detalhe necessarios á construcção das
obras de arte, taes como: pontes, viaductos, pontilhões, boeiros, tunneis, e os de qualquer
edificio da estrada de ferro, um mez antes de dar-se começo á obra, e, si, findo esse prazo,
a companhia não tiver solução do fiscal, quer approvando-os, quer exigindo
modificações, serão elles considerados approvados.
§ 2º Si alguma alteração for feita em um ou maior numero dos ditos planos, desenhos,
documentos e requisitos já approvados pelo Governo, sem consentimento deste, a
companhia perderá o direito á garantia dos juros sobre o capital que se tiver despendido
na obra executada, segundo os planos, desenhos, documentos e mais requisitos assim
alterados.
Si, porém, a alteração for feita com approvação do Governo e della resultar economia
na execução da obra construida segundo a dita alteração, a metade da somma resultante
desta economia será deduzida do capital garantido.
XXXII
Decorrido que seja o primeiro anno da entrada das chamadas, cessarão os juros até á
conclusão das obras que deviam ser executadas nesse anno. Construidas que sejam ellas,
continuará o pagamento dos juros.
§ 4º Si, porém, convier á companhia levantar maior capital do que o necessario para as
obras de um anno, poderá fazel-o desde que o deposite no Thesouro Nacional ou na
Delegacia em Londres, para ser reembolsado á medida que a despeza da construcção o
exigir e mediante pedido dirigido ao ministerio da agricultura com a antecedencia de 90
dias.
Neste caso os juros garantidos de 6 % ao anno serão pagos sobre as quantias que forem
depositadas, a contar das datas dos depositos.
XXXIII
A construcção das obras não será interrompida; e, si o for por mais de tres mezes,
caducarão o privilegio, a garantia e mais favores acima mencionados, salvo caso de força
maior, julgado tal pelo Governo, e sómente por elle.
E, si passados 12 mezes além do prazo acima fixado, não ficarem concluidos todos os
trabalhos acima referidos, e não estiver a estrada aberta ao trafego publico, ficarão
tambem caducos o privilegio, a garantia e mais favores já mencionados, salvo caso de
força maior, só pelo Governo como tal reconhecido.
A perda do privilegio e da garantia de juros e mais favores não será extensiva á parte
da estrada que estiver concluida.
XXXIV
1º A companhia obriga-se ainda a exhibir, sempre que lhe forem exigidos, os livros de
receita e despeza do custeio da estrada e seu movimento, prestar todos os esclarecimentos
e informações que lhe forem reclamados pelo Governo em relação ao trafego da mesma
estrada ou pelo Governador do Estado pelos fiscaes por parte do mesmo Governo ou
quaesquer agentes destes, competentemente autorizados; e bem assim a entregar
semestralmente aos supraditos fiscaes ou ao Governador do Estado um relatorio
circumstanciado do estado dos trabalhos em construcção e da estatistica do trafego,
abrangendo as despezas do custeio convenientemente especificadas, e o peso, volume,
natureza e qualidade das mercadorias que transportar, com declaração das distancias
médias por ellas percorridas, da receita de cada uma das estações e da estatistica de
passageiros, sendo estes devidamente classificados, podendo o Governo, quando o
entender conveniente, indicar modelos para as informações que a companhia tem de
prestar-lhe regularmente.
XXXVI
XXXVII
XXXVIII
XXXIX
A subvenção annual se fará effectiva, relativamente a cada uma das secções navegaveis
especificadas, a contar da data em que for estabelecida a navegação depois de realizados
os melhoramentos correspondentes que o concessionario obriga-se a effectuar de
conformidade com a clausula seguinte.
XL
Nos trabalhos e obras a realizar para esse fim se terão em vista as seguintes condições
da navegação a estabelecer: profundidade minima na estiagem 0m,60; largura minima dos
canaes 16m, e velocidade maxima 13 kilometros, para que possam ser empregados vapores
de 0m,40 de calado.
XLI
XLII
Este numero de viagens, bem como o material fluctuante empregado poderão ser
augmentados proporcionalmente ao desenvolvimento do trafego a juizo do Governo, caso
o concessionario por si proprio não attenda á necessidade semelhante augmento.
XLIII
O numero das escalas dos vapores, o dia e a hora da partida e da chegada dos mesmos,
o preço dos transportes, serão determinados em tabellas approvadas pelo Ministerio da
Agricultura, as quaes serão revistas pelo menos de tres em tres annos.
XLIV
XLV
XLVI
XLVII
O Governo Federal e os Governadores dos Estados poderão lançar mão dos vapores do
concessionario para o serviço do Estado, em circumstancias imperiosas e imprevistas,
mediante prévio accordo sobre o preço, quer do fretamento, quer da compra; tomar-se-
ha, porém, para base o seguinte:
O fretamento será regulado pelo maior rendimento, que dentro do anno obtenha o
concessionario em uma das viagens da linha.
A compra o será pelo valor que tiver o navio no ultimo balanço, abatendo-se 10%.
XLVIII
XLIX
O typo do material fluctuante que houver de ser empregado na navegação, será sujeito
á approvação do Governo.
O material fluctuante será revistado de seis em seis mezes pelo fiscal do Governo, nos
portos que elle designar.
O Governo nomeará um fiscal, por elle pago, ao qual incumbirá velar pelo fiel
cumprimento do contracto, podendo ter os ajudantes que forem necessarios.
LI
LII
LIV
Findo o prazo do privilegio reverterão para a União, sem indemnização alguma as obras
que o concessionario houver executado no leito dos rios para facilitar a navegação.
LV
1º De dous annos para o começo das obras do melhoramento dos rios, e o de seis annos
para a respectiva conclusão;
LVI
4ª De 50$ a 200$ por carta ou objecto postal que transportar sem estar devidamente
franqueado e inutilisados os sellos;
5ª De 100$ a 300$ pela inobservancia de alguma das presentes clausulas, para a qual
não haja pena especial;
LVII
LVIII
LIX
Si os arbitros nomeados não chegarem a accordo, cada uma das partes indicará mais
um nome e a sorte designará o desempatador.
LX
LXI
Pela inobservancia de qualquer das presentes clausulas, para a qual não se tenha
comminado pena especial, poderá o Governo impôr multas de 200$ até 5:000$, e o dobro
na reincidencia.
LXII
Si, decorridos os prazos fixados, não quizer o Governo prorogal-os, poderá declarar
caduco o contracto, salvo o disposto nas clausulas XXXIII e LVII.
LXIII
Este texto não substitui o original publicado no Coleção de Leis do Brasil de 1890
Publicação:
• Coleção de Leis do Brasil - 1890, Página 2855 Vol. Fasc.X (Publicação Original)
A região do conflito, localizada entre os dois Estados, era disputada pelos governos
paranaense e catarinense. Afinal, era uma área rica em erva-mate e, sobretudo, madeira.
Originalmente, os moradores da região eram posseiros caboclos e pequenos fazendeiros
que viviam da comercialização daqueles produtos.
No final do século 19, o governo brasileiro autorizou a construção de uma estrada de ferro
ligando os Estados de São Paulo e Rio Grande do Sul. Para isso, desapropriou uma faixa
de terra, de aproximadamente 30 km de largura, que atravessava os Estados do Paraná e
de Santa Catarina - uma espécie de "corredor" por onde passaria a linha férrea.
Ao mesmo tempo, os posseiros que viviam na região entre o Paraná e Santa Catarina
foram expulsos de suas terras. Isso porque, embora estivessem ali já há bastante tempo, o
governo brasileiro, no contrato firmado com a Brazil Railway, declarou a área como
devoluta, ou seja, como se ninguém ocupasse aquelas terras.
Além de construir a estrada de ferro, Farquhar, por meio da Southern Brazil Lumber,
passou a exportar para os Estados Unidos a madeira extraída ao longo da faixa de terra
concedida pelo governo brasileiro. Com isso, os pequenos fazendeiros que trabalhavam
na extração da madeira foram arruinados pelo domínio da Lumber sobre as florestas da
região.
Messianismo
A construção da estrada de ferro ligando São Paulo ao Rio Grande do Sul trouxe consigo
os principais elementos político-econômicos que levaram à eclosão da Guerra do
Contestado. Afinal, a presença das empresas de Farquhar na região e os termos do acordo
firmado com o governo brasileiro levaram de uma só vez, à expulsão dos posseiros que
trabalhavam no local, à falência de vários pequenos fazendeiros que viviam da extração
da madeira e à formação de um contingente de mão de obra disponível e desempregada
ao fim da construção.
Em 1912, apareceu na região um monge chamado José Maria de Santo Agostinho, nome
que mais tarde a polícia descobriria ser falso. José Maria foi saudado pelos habitantes do
local como a ressurreição de outro monge que vivera ali até 1908, o monge João Maria:
era como se o antigo líder espiritual tivesse voltado.
José Maria rapidamente ganhou fama na região por seu suposto dom de cura. Em meio
aos problemas político-econômicos provocados pelas atividades das empresas de Percival
Farquhar, o monge passou a envolver-se também com questões que estavam muito além
dos problemas espirituais dos seus seguidores.
A guerra
A mobilização na região passou a incomodar o governo federal não apenas por crescer
rapidamente, com a formação de novas comunidades, mas também porque os rebeldes
passaram a associar os problemas econômicos e sociais à República. Ao mesmo tempo,
os coronéis locais ficaram incomodados com o surgimento de lideranças paralelas, como
José Maria. Já a Igreja, diante do messianismo que envolvia o movimento, também
defendeu a intervenção na região.
Com quase 46 meses de conflito, a Guerra do Contestado superou até mesmo Canudos em
duração e número de mortes. Famintos e com cada vez mais baixas, diante do conflito
prolongado, da força e crueldade das tropas oficiais e da epidemia de tifo, os revoltos
caminharam para a derrota final, consumada em agosto de 1916 com a prisão de Deodato
Manuel Ramos, último líder do Contestado.