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Universidade Estadual de Goiás -UniEVANGÉLICA | Arquitetura Brasileira - Maíra Teixeira

Alunas: Anna Laura Morais, Geovanna Costa e Marcela Geovana

Estudo de caso

ENGENHO
MORENO
O Engenho Moreno é um sítio histórico localizado no município
de Moreno, na área metropolitana do Recife em Pernambuco,
estando às margens da PE-07, próximo ao entroncamento da BR-
232 com a PE-07, distante apenas 3 km da sede do município.
Compõem o conjunto edificado do antigo engenho de açúcar a
casa-grande, a capela (sob a invocação de Nossa Senhora da
Apresentação) e a moradia dos escravos domésticos.
No mapa de 1665, da “Capitania de Pharmanboque”, do cartógrafo
holandês Vingbons (Atlas da Biblioteca do Vaticano), aparece o
engenho Nossa Senhora da Apresentação (engenho Moreno),
movido a água e de fogo morto, localizado a oeste de Santo Amaro
do Jaboatão (Jaboatão dos Guararapes), até então desbravada pela
lavoura do açúcar.

Mapa da Capitania de Pernambuco


Originalmente Engenho Nossa Senhora da Apresentação, derivado
da capela existente na propriedade, ele pertencia ao judeu
converso Carlos Frederico Drago. Não é possível definir a data em
que foi construído, porém sabe-se que as terras foram adquiridas
entre o fim do século XVI e início do século XVII. O engenho foi
comprado em 1616 pelo português Baltazar Gonçalves Moreno, que
veio dar o nome à cidade. Quarenta anos depois foi despejado pela
WEST INDISHE COMPAGNIE porém voltou a recomprá-la em
momento posterior. A propriedade passou por vários donos até ser
comprada por Antônio de Souza Leão. Antônio de Souza Leão,
que ao receber a visita do imperador Dom Pedro II em 1859,
ganhou o título de Barão de Moreno. O engenho permanece em
poder da mesma família (SOUZA LEÃO) há mais de cento e
cinquenta anos, ao longo da qual desfilam nomes de ressonância
histórica ou aparentados à antiga linhagem pernambucana.

Engenho Moreno, 1955. Fonte: IBGE


A casa-grande do engenho Moreno considerada um dos mais perfeitos
solares do Brasil e apresenta uma fachada no estilo neo-clássico,
semelhante à fachada da capela, localizada no ponto mais elevado do
engenho. Segundo Geraldo Gomes suas principais características, são:
dois pavimentos, sistema construtivo de elementos importantes em
alvenaria de tijolos, planta retangular, estrutura de coberta em
madeira e recobrimento em telhas de barro, telhado em quatro águas e
um prolongamento para cobrir cômodos salientes, escada interna, piso
do pavimento superior em tábuas apoiadas em vigamento de madeira,
fachada formada por onze balcões com sacadas de ferro e em série de
três, pavimento térreo com parapeito murado.

Casa-Grande do Engenho Moreno, 1955. Fonte: IBGE

Casa-Grande do Engenho Moreno, atualmente.


Sua arquitetura assemelha-se com as casas rurais e urbanas de
Portugal, daí a denominação de Solar, como são chamadas tais
residências em Portugal. No fundo da casa grande existe uma
pequena mata e o Rio Jaboatão, que compõem um significativo
cenário natural ao entorno do engenho. O crítico de arte José
Mariano Filho atribuiu o desenho do casarão do engenho ao
arquiteto francês Louis Vauthier.

Vistas da Casa-Grande do Engenho Moreno, atualmente.


A capela do engenho, sob a invocação de Nossa Senhora da
Apresentação, foi construída em 1616. Possui sacadas de ferro
idênticas às existentes no casarão, apresenta frontão barroco e
fachada neoclássica com sacada de ferro. Em seu interior se
encontram sepultados descendentes da família Sousa Leão, sendo o
túmulo dos Barões todo em mármore de Carrara, encimado por
uma urna, ostentando as armas da família em baixo-relevo.

Capela do Engenho Moreno, atualmente.


Capela do Engenho Moreno, atualmente.
Ainda compõem o conjunto das edificações do engenho Moreno,
as ruínas do que teria sido a fábrica (área de produção do açúcar) e
a moradia dos escravos domésticos.

Engenho Moreno, 1955. Fonte: IBGE


Durante a campanha da Restauração Pernambucana, o engenho,
foi palco de memorável acontecimento histórico: Pedro Marinho e
João Paes Cabral encontraram abrigo no engenho, e se juntaram às
tropas de André Vidal de Negreiros que marchava para os Montes
das Tabocas onde, em 03/08/1645, derrotaram os flamengos. Na
fuga os batavos refugiaram-se no engenho Moreno, mas
perseguidos pelos insurgentes, se retiraram para o Recife.

Algumas ruínas no Engenho Moreno, atualmente.


Em 1884, a direção da estrada de ferro The Great-Western of
Brasil Railway Company Limited pretendeu construir uma estação
no ponto de cana do engenho Moreno, mas a família do Barão de
Moreno não consentiu e pôs à disposição dos ingleses outro
terreno dentro de suas propriedades, entre os engenhos Bom-Dia e
Xixaim. O ponto escolhido foi as terras do engenho Catende e que
se tornaria, no futuro, o centro comercial da Vila Nathan, assim
chamada em homenagem ao judeu Allan C. Nathan –
administrador da fábrica de tecidos que por muito tempo foi a
principal indústria do município de Moreno.
O conjunto edificado do engenho Moreno foi catalogado pela
FIDEM, no plano de preservação de sítios históricos (PPSH), em
1978. O tombamento do conjunto arquitetônico do engenho foi
proposto pela Fundação do Patrimônio Artístico e Cultural de
Pernambuco (FUNDARPE) em 06/1996, quando foi publicado no
Diário Oficial.

Engenho Moreno, atualmente.


A organização do engenho
Os engenhos de cana-de-açúcar foram a base
da economia colonial até o século XVII. Nesses
engenhos havia a plantação da cana-de-açúcar,
sua extração e preparação do açúcar para a
exportação.

1- Casa grande 3- Moenda


2- Capela 4- Senzala

Organização do Engenho ( Século XVI)

1- Casa grande 3- Moenda


2- Capela 4- Senzala
Estrutura técnicaem pau- a - pique

Pau a Pique é o nome dado a uma Técnica


Construtiva que utiliza: terra,misturada com
água, e fibra realizando assim, uma massa
homogenia, e aplicada na amarração e “trama”
(gaiola) de madeira, formando assim a parede de
terra.

A moeda (Século XVI)

Moenda: para extrair o caldo da cana e moer a


cana; um equipamento usado pelas usinas para
esmagar a cana e fazer a extração do seu caldo.
Trata-se de um equipamento de baixa velocidade
e alta pressão que resulta na separação do
bagaço e do caldo
Engenho do Século XVII, em Pernambuco

No alto, podemos ver a casa-grande. À direita, a


capela e, embaixo, as instalações destinadas à
produção do açúcar.
Lavradores fornecem cana para ser moída no
engenho. Contudo, os lavradores eram
responsáveis por transportar a cana para o
engenho e ir buscar o açúcar.

Escravizados trabalhando

Nessa ilustração podemos ver dois escravos


mexendo nos tachos das caldeiras, e no lado
esquerdo pode-se ver o melaço sendo colocado
nos pães de açúcar para iniciar a purgação.
Louisléger Vauthier (1815- 1901)Engenho em Pernambuco

Capela
Casa-grande
Quarto para hós edes
Senzalas
Sobradinho, casa do administrador
Alpendre para os cavalos da moeda
Casa da moeda
Telheiro acima da fornalha
Casa do bagaço
Estrebaria
Casa de purgar, destilaria, armazém de açúcar,
of cinasdo carpinteiro, do serralheiro, etc.,
pavilhão para a fábrica das farinhas de mandioca
Alpendre ser vindo para olaria
Portões de entrada e saída do engenho
Horta
Terreno plantado de mandioca
Pasto
Campos de cana de açúcar
Ilustração do processo de fabricação de açúcar por um
engenho de grande porte.

Ilustração do processo de fabricação de açúcar por um


engenho de grande porte

Senhores de engenho
Lavadores
Colonos
1 os escravos
indígenas
2 os escravos negros
africanos: as peças
Outros
Feitor-mor
Mestre
contra-mestre
banqueiro
etc

Importante observar os limites do nome “ciclo”.


Ele pressupõe que, após o apogeu de uma
determinada atividade econômica, ocorre,
sempre, o seu desaparecimento, e não foi isso
que aconteceu com a economia da cana-de-
açúcar, por exemplo, a qual continuou existindo
durante toda a época da mineração no século
XVIII.

Almanjarra e moeda
Reservatorio de madeira oara o caldo de cana
Bateria para evaporaçao e cozimento
chamine
deposito de cana

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