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Norma brasileira

A NBR 6122/2022 trata-se de uma norma regulamentadora de projetos e


execução de fundações de qualquer tipo de estrutura especificada como
convencional na Engenharia Civil.

Esta norma foi criada em 1986, passando por modificações no ano de 2010 e
2019 e recentemente foi publicada sua mais nova revisão em 2022.

A versão utilizada no trabalho foi a de 2019 por falta de acesso a versão


atualizada.

Fundações profundas

Estacas metálicas

● Características gerais

As estacas metálicas podem ser constituídas por perfis laminados ou soldados,


simples ou múltiplos, tubos de chapa dobrada (seção circular, quadrada ou
retangular), tubo sem costura e trilhos.

As estacas metálicas devem apresentar perfil retilíneo e flecha máxima de


0,2% de qualquer segmento nela contido. As variações máximas aceitas em
relação às dimensões externas são de 5 mm em relação aos valores nominais
de altura e largura. Já nas espessuras, a variação não pode ultrapassar 0,5 mm
em relação aos valores previstos e informados pelo fabricante.

As estacas metálicas devem resistir à corrosão pela própria natureza do aço ou


por tratamento adequado. Quando inteiramente enterradas em terreno natural,
independentemente da situação do lençol d’água, as estacas metálicas
dispensam tratamento especial. Havendo, porém, trecho desenterrado ou
imerso em aterro com materiais capazes de atacar o aço, é obrigatória a
proteção deste trecho com um encamisamento de concreto ou outro recurso
adequado (por exemplo: pintura, proteção catódica, etc.). Podem dispensar
tratamento especial desde que seja descontada uma espessura de sacrificio,
como indicado na tabela a seguir.
Tabela 5 (Fonte: NBR 6122/2019 – Projeto e execução de fundações)

Nota: Em obras especiais (por exemplo: marítimas, subestações, Metrô, etc.),


cuidados especiais para sua proteção podem ser necessários.

Fig. 11.3 Estacas metálicas: proteção contra a corrosão. (Fonte: Velloso e


Lopes – Fundações)

● Cravação

No caso de estacas para carga admissível de até 1000 kN, quando empregado
martelo de queda livre, a relação entre o peso do martelo e o peso da estaca
deve ser a maior possível, não se usando relação menor que 0,5 nem martelo
com peso inferior a 10 kN. A norma também exige que os martelos automáticos
e vibratórios sigam as orientações informadas pelos fabricantes.

Nota: No caso de perfis metálicos, o uso de martelos de peso elevado pode


provocar cravação excessiva.

As emendas das estacas de aço, realizadas por meio de talas soldadas ou


parafusadas, devem resistir a todas as solicitações que possam ocorrer durante
o manuseio, a cravação e o trabalho da estaca, conquanto que seu eixo
respeite as características da estaca.

Na emenda por solda de estacas de aço, o eletrodo a ser utilizado deve ser
compatível com a composição química do material da estaca. O uso de talas
parafusadas ou soldadas é obrigatório nas emendas, devendo ser
dimensionadas conforme a NBR 8800.

Os procedimentos para as emendas deverão ser detalhados em projeto. As


emendas também devem obedecer ao disposto na tabela 5 apresentada
anteriormente.

Atenção deve ser dada aos esforços de tração decorrentes da cravação por
percussão ou vibração.

No caso de ocorrência da camada de argila mole, deve-se levar em conta o


comprimento cravado e a inércia da peça metálica a fim de reduzir a
possibilidade de ocorrência de instabilidade dinâmica direcional durante a
cravação.

● Carga estrutural admissível

Para as peças novas, o cálculo dos esforços resistentes, devem ser obedecidas
as prescrições da NBR 8800 (Projeto de estruturas de aço e de estruturas
mistas de aço e concreto de edifícios), ao tipo de aço constituinte da estaca,
considerando-se a seção reduzida (pela espessura de sacrifício) da estaca. Os
desenhos de projeto devem especificar o tipo de aço da estaca.

Quando a estaca trabalhar total e permanentemente enterrada em solo


natural, deve-se descontar da sua espessura 1,5 mm por face que possa vir a
entrar em contato com o solo, excetuando-se as estacas que dispõem de
proteção especial de eficiência comprovada à corrosão.

Nas pecas reutilizadas (perfis e trilhos usados), deve-se verificar a seção real
mínima da peça. A redução da área da seção transversal, em qualquer ponto da
estaca, deve ser no máximo de 20% do valor nominal da peça nova. A carga
admissível ou a força resistente de cálculo deve ser fixada após análise dos
aspectos geotécnicos de transferência de carga para o solo.
Para verificação de segurança pelo método de valores de valores admissíveis
deve-se utilizar:

No caso de trilhos, devem-se empregar elementos cuja composição química


seja de aço carbono comum, e evitar aços especiais, duros, pela dificuldade de
emendas (Se esse tipo de trilho for empregado, o projeto deve especificar os
procedimentos de soldagem).

● Preparo de cabeças e ligação com o bloco de coroamento

Deve ser cortado o trecho danificado durante a cravação ou o excesso em


relação à cota de arrasamento, recompondo-se, quando necessário, o trecho de
estaca até esta cota, ou adaptando-se o bloco.

Quando as estacas de aço constituídas por perfis laminados ou soldados


trabalharem a compressão, basta uma penetração de 20 cm no bloco. Pode-se,
eventualmente, fazer uma fretagem, através de espiral, em cada estaca neste
trecho.

No caso de estacas metálicas trabalhando a tração, deve-se soldar uma


armadura capaz de transmitir ao bloco de coroamento as solicitações
correspondentes.

Biblografia:
6122/2019 – Projeto e execução de fundações

Velloso e Lopes – Fundações

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