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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

ARQUITETURA E URBANISMO

FREDERICO ABRAÃO AMÂNCIO MARIANO FERREIRA DA SILVA

EDIFÍCIO EMPRESARIAL SUSTENTÁVEL E

TECNOLÓGICO NO PORTO MARAVILHA

Rio de Janeiro – RJ
2021
FREDERICO ABRAÃO AMÂNCIO MARIANO FERREIRA DA SILVA

EDIFÍCIO EMPRESARIAL SUSTENTÁVEL E

TECNOLÓGICO NO PORTO MARAVILHA

Trabalho Final de Graduação apresentado


como requisito para a obtenção do título de Bacharel
em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Veiga
de Almeida.

Orientadora: Prof. Msc. Flavia Rodrigues.

Rio de Janeiro – RJ
2021
FREDERICO ABRAÃO AMÂNCIO MARIANO FERREIRA DA SILVA

EDIFÍCIO EMPRESARIAL SUSTENTÁVEL E

TECNOLÓGICO NO PORTO MARAVILHA

Trabalho Final de Graduação


apresentado ao curso de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade Veiga de Almeida,
requisito parcial à obtenção do título de Bacharel
em Arquitetura e Urbanismo.

Orientadora: Flavia Rodrigues.

Rio de Janeiro, 18 de Novembro de 2021.

Orientador XXXXXXXXXX
Universidade Veiga de Almeida
Professora Flavia Rodrigues

Examinador

Universidade Veiga de Almeida


Professor Especialista

Examinador

Universidade Veiga de Almeida


Professor Especialista
FICHA CATALOGRÁFICA

Silva, Frederico Abraão Amâncio Mariano Ferreira da

EDIFÍCIO EMPRESARIAL SUSTENTÁVEL E


TECNOLÓGICO NO PORTO MARAVILHA: Trabalho de
conclusão de curso sob orientação da Prof. Msc. Flavia Rodrigues
– Rio de Janeiro: Universidade Veiga de Almeida, 2021. 136 f.

ISBN

1. Edifício Empresarial Sustentável e Tecnológico


2. Universidade Veiga de Almeida

xx-xxxx CDD-xxx-x
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus que me concedeu o privilégio de estar aqui.


Agradeço a minha família que sempre me apoiou e acreditou em mim.
Agradeço a todos os professores, alguns in memoriam, que passaram pela minha
vida, desde a infância, que compartilharam seus conhecimentos e me impulsionaram, com
seus exemplos, a seguir em frente.
Agradeço à minha orientadora, Prof. Msc. Flavia Rodrigues, por ter contribuído e por
ter, sobretudo, confiado, que eu seria capaz de desenvolver esse trabalho.
Agradeço aos membros da banca pela presença, pela contribuição e leitura deste
trabalho.
Agradeço aos meus colegas de jornada da Universidade Veiga de Almeida que
estiveram presentes, colaborando e me incentivando.
Agradeço a todas as pessoas que contribuíram para a conclusão de mais essa etapa da
minha vida.
“Estou surpreso por ainda estar aqui e fazer
tudo isso. Mas aí eu olho para Oscar Niemeyer
no Rio, que foi um herói meu quando eu era
estudante em Manchester. Oscar ainda está
ocupado no trabalho aos 102 anos, então há
esperança. Em qualquer caso, eu simplesmente
não saberia como parar.” (FOSTER, N. The
Guardian, 2010)
RESUMO

A pesquisa realizada retrata o processo que originou e transformou o


pensamento sustentável voltado a arquitetura e urbanismo, além de reforçar a
importância dessa metodologia e todo seu processo prático. Para dar fundamento a
essa tese foi indispensável compreender o conceito de sustentabilidade de modo geral,
bem como abranger a pesquisa, a existência de edificações tecnológicas e no quanto
esses processos estão conectados.

O objetivo deste trabalho é apresentar um estudo e proposta de anteprojeto


arquitetônico de um edifício tecnológico e sustentável que está situado no Porto
Maravilha - Rio de Janeiro.

O projeto tem como objetivo incluir conceitos de arquitetura voltados a


tecnologia e sustentabilidade, ressaltando sua origem, custos e materiais utilizados
dentro do processo de construção civil, destacar referências de edificações que
contemplam o mesmo conceito e funcionalidade, além de reforçar a importância do
uso dessa metodologia voltado ao meio ambiente.

A pesquisa tem como ponto principal fazer um levantamento de dados


referentes aos locais que utilizam estes recursos e técnicas, as certificações existentes e
suas relevâncias para a arquitetura, evidenciar elementos sustentáveis, tecnológicos e
funcionais além de destacar técnicas inovadoras existentes no mercado. Estabelece
como resultado elaborar uma edificação que dispõe um programa de necessidades que
possa não somente garantir a integridade e longevidade sustentável do meio ambiente,
bem como reforçar a importância do uso de todas as técnicas retratadas no decorrer da
pesquisa, propiciar uma relação harmônica entre os fluxos internos do projeto com seu
exterior, remetendo ao usuário além de conforto e bem estar, a melhor experiência no
decorrer dos fluxos da edificação seguindo todas as normativas e diretrizes exigidas
para a implantação e funcionalidade do projeto.

Palavras-chave: Edifício Sustentável, Edifício Tecnológico,


Sustentabilidade, Tecnologia da Construção, Meio Ambiente, Arquitetura e
Urbanismo.
ABSTRACT

The research carried out portrays the process that originated transformed the
sustainable thought focused on architecture and urbanism besides reinforcing the importance
of this methodology and all its practical process. To give foundation to this thesis it was
indispensable to understand the concept of sustainability in general, as well as to cover the
research on the existence of technological buildings and how these processes are connected.

The objective of this work is to present a study and proposal for a preliminary
architectural design of a technological and sustainable building that is located in Porto
Maravilha - Rio de Janeiro.

The project aims to include concepts of architecture focused on technology and


sustainability emphasizing its origin, costs and materials used in the construction process,
highlighting references of buildings that contemplate the same concept and functionality,
and reinforce the importance of using this methodology focused on the environment.

The main point of the research is to survey data regarding the places that use these
resources and techniques, the existing certifications and their relevance to architecture, to
highlight sustainable, technological and functional elements, and to highlight innovative
techniques existing in the market. It establishes as a result to elaborate a building that has a
program of needs that can not only ensure the integrity and longevity of the environment as
well as reinforce the importance of the use of all the techniques portrayed during the
research, provide a harmonic relationship between the internal flows of the project with its
exterior, sending the user in addition to comfort and well-being, the best experience during
the flow of the building following all the norms and guidelines required for the
implementation and functionality of the project.

Keywords: Sustainable Building, Building Technology, Sustainability, Building


Technology, Environment, Architecture and Urbanism.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Modelo de construção sustentável..........................................................................................26
Figura 2: Exemplo de estrutura sustentável (Edifício 25 Verde)...........................................................27
Figura 3: Demonstrativo da redução de impactos ambientais e recursos ..............................................28
Figura 4: Exemplo de reforma verde......................................................................................................29
Figura 5: Torre Eiffel – um exemplo de Reforma Verde..........................................................30
Figura 6: Captação de águas pluviais.....................................................................................................31
Figura 7: Exemplo de telhado verde.......................................................................................................32
Figura 8: Respectivas pontuações de cada selo......................................................................................37
Figura 9: Caminho da certificação AQUA.............................................................................................42
Figura 10a: Hines’ Ducat Place III.........................................................................................................46
Figura 10b: Rogiet Primary School........................................................................................................46
Figura 11: Países de atuação do selo BREEAM.....................................................................................47
Figura 12: Madeira de Reflorestamento.................................................................................................48
Figura 13: Madeira produzida a partir de plástico reciclado..................................................................48
Figura 14: Integração entre os serviços do smart building.....................................................................55
Figura 15: Planta baixa do Pearl River Tower.......................................................................................59
Figura 16: Fachada da Torre...................................................................................................................60
Figura 17: Abertura para a passagem de vento.......................................................................................60
Figura 18: Conceitos presentes no Pearl River Tower...........................................................................61
Figura 19: Fachada do Eldorado Business Tower..................................................................................62
Figura 20: Corte da edificação................................................................................................................63
Figura 21: Área de 15 minutos de caminhada, desconsiderando e considerando o traçado de Paris.....75
Figura 22: Menara Mesiniaga.................................................................................................................78
Figura 23: Planta do edifício..................................................................................................................79
Figura 24: Composição dos jardins na edificação..................................................................................80
Figura 25: Fotografia de uma das varandas do Mesiniaga.....................................................................80
Figura 26: Faixa de alumínio ao longo da fachada Oeste.......................................................................81
Figura 27: Estrutura no topo do prédio para receber os painéis solares e as venezianas na fachada.....82
Figura 28: Planta Editt Tower................................................................................................................83
Figura 29: Centro de pesquisas L’Óreal.................................................................................................84
Figura 30: Edifício CH2 (Council House 2)...........................................................................................87
Figura 31: Sistema de condicionamento do ar no edifício CH2.............................................................88
Figura 32: Planta Tipo............................................................................................................................89
Figura 33: Mesas de trabalho..................................................................................................................90
Figura 34: Shower Towers.....................................................................................................................91
Figura 35: Indices do setor A.................................................................................................................95
Figura 36: Parâmetros urbanísticos do sub setor A3..............................................................................96
Figura 37: Mapa dos setores da AEIU do Porto Maravilha...................................................................96
Figura 38: Quadro de áreas...................................................................................................................100
Figura 39: Mapa de referências............................................................................................................101
Figura 40: Mapa de influência e principais vias de escoamento..........................................................102
Figura 41: Mapa do fluxo de trânsito de veículos automotores...........................................................102
Figura 42: Mapa do fluxo de trânsito de bicicletas..............................................................................103
Figura 43: Raio de ação de uma caminhada de 15 minutos.................................................................103
Figura 44: Estudo da insolação da área................................................................................................104
Figura 45: Corrente de vento vinda de Nordeste e do Sul....................................................................104
Figura 46: Mapa de áreas verdes no entorno dos lotes ........................................................................105
Figura 47: Exemplo de embasamento..................................................................................................106
Figura 48: Sistema de arcodiconado VRV...........................................................................................108
Figura 49: Sistema de captação de água da chuva e reutilização.........................................................108
Figura 50: Exemplo de varanda comercial...........................................................................................109
Figura 51: Esfera Niemeyer..................................................................................................................110
Figura 52: Jardim desenhado por Burle Marx no Aterro do Flamengo................................................111
LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Inovação tecnológia para os sistemas ....................................................................58


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ONU - Organização das Nações Unidas


LEED - Leadership in Energy and Environmental Design
AQUA - Alta Qualidade Ambiental
BREEAM - Building Research Establishment Environmental Assessment Method
BMS - Building Management System
OIT - Organização Internacional do Trabalho
OMS - Organização Mudial da Saúde
IBM - International Business Machines Corporation
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Critérios de certificação LEED................................................................. 36


Tabela 2: Qualidade Ambiental dos Empreendimentos........................................... 43
Tabela 3: Economia de energia em um edifício inteligente..................................... 58
LISTA DE GRÁFICO

Gráfico 1: Perfil para certificação............................................................................. 43


SUMÁ RIO

1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................................................17

2. OBJETIVO.................................................................................................................................................20
2.1 Objetivo Geral.........................................................................................................................20
2.2 Objetivos específicos...............................................................................................................20

3. METODOLOGIA DA PESQUISA..........................................................................................................21

4. JUSTIFICATIVA......................................................................................................................................22

5. ORIGEM DO PENSAMENTO SUSTENTÁVEL..................................................................................22

6. O CUSTO DA CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL.................................................................................26

7. EDIFÍCIO SUSTENTÁVEL....................................................................................................................29
7.1 CERTIFICAÇÕES SUSTENTÁVEIS E SUAS RELEVÂNCIAS........................................35
7.1.1 CERTIFICAÇÃO LEED..................................................................................................36
7.1.2 SELO AQUA....................................................................................................................42
7.1.3 SELO BREEAM...............................................................................................................46
7.2 MATERIAIS, DEFINIÇÕES E DIFERENÇA ENTRE SUSTENTÁVEL E ECOLÓGICO..................................................49
7.3 ELEMENTOS DE UM EDIFÍCIO SUSTENTÁVEL..................................................................................................50
7.4 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E DA ÁGUA, O GRANDE FOCO.................................................................................52

8. EDIFÍCIO TECNOLÓGICO (SMART BUILDING)............................................................................55

9. WELL BEING, BEM ESTAR NO AMBIENTE DE TRABALHO......................................................67


9.1 CONFORTO VISUAL E CORES NOS AMBIENTES DE TRABALHO........................................................................70

10. CIDADE DE QUINZE MINUTOS..........................................................................................................73

11. A ELETROMOBILIDADE......................................................................................................................75

12. REFERENCIAS E ANÁLISES................................................................................................................77


12.1 – MENARA MESINIAGA..........................................................................................................................77
12.2 – EDIT TOWEER........................................................................................................................................81
12.3 CENTRO DE PESQUISAS L’OREAL.......................................................................................................83
12.4 – EDIFÍCIO CH2.........................................................................................................................................85
13. LEGISLAÇÃO VIGENTE.......................................................................................................................91

14. PRECEDENTES DE PROJETO.............................................................................................................97

15. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................................................110

ANEXO B–MODELO PARA ENCADERNAÇÃO EM CAPA DURA......................................................115

ANEXO C – MODELO PARA ETIQUETA DO CD...................................................................................117


17

1. INTRODUÇÃO

O conceito de sustentabilidade surgiu em pauta – com repercussões internacionais e


maior abrangência - no ano de 1972, na conferência da Organização das Nações Unidas
(ONU), realizada em Estocolmo, preocupada em preencher as demandas da geração atual sem
interferir e comprometer as possibilidades das próximas gerações de suprir as suas próprias,
isto é, configurar a civilização e a atividade humana, de tal maneira que as sociedades e as
respectivas economias possam satisfazer as suas necessidades e expressar o seu maior
potencial no presente, ao mesmo passo em que preserva a biodiversidade, os ecossistemas
naturais e a vida humana, tudo isso em harmonia com as novas tecnologias.
Dovers e Handmer (DOVERS, S.R.; HANDMER, 1992, p.262-276), ao discorrer
sobre Desenvolvimento Sustentável (DS), afirmam que:

Sustentabilidade é a capacidade do ambiente humano, natural ou misto


resistir ou se adaptar à mudança endógena ou exógena por tempo indeterminado, e,
além disso, o DS é uma via de mudança intencional e melhoria que mantém ou
aumenta esse atributo do sistema, ao responder às necessidades da população
presente. Numa primeira visão, o DS é o caminho para se alcançar a
sustentabilidade, isto é, a sustentabilidade é o objetivo final, de longo prazo.

Ao se retratar a tecnologia entende-se o produto da ciência e da engenharia que


envolve uma ampla gama de instrumentos, métodos e técnicas que visam a resolução de
problemas, estes processos provocam externalidades, impactos sociais, podendo proporcionar
um resultado positivo como inovações que proporcionam melhor qualidade de vida e
evolução humana e impactos negativos voltados a questões sociais como desemprego que está
diretamente relacionado à substituição do trabalho e eficiência humana por máquinas e
problemas ambientais como a poluição do ecossistema existente.

Para Castells (2000, p. 37):

A inovação tecnológica e a transformação organizacional com enfoque na


flexibilidade e na adaptabilidade foram absolutamente cruciais para garantir a
velocidade e o sucesso da reestruturação e o processo de transformação econômica e
as mudanças que aconteceram nas organizações e governos não teriam tido a
magnitude e o impacto que tiveram se não tivesse sido pela tecnologia.
18

A junção da tecnologia e sustentabilidade voltados ao processo de construção civil


vem se tornando o grande diferencial para a implantação de novos empreendimentos, esse
segmento vem crescendo devido a dois fatos: valorização da construção e menor tempo de
produção. Com o tempo, a projeção dos edifícios passa a utilizar técnicas renováveis em suas
construções, mudando gradativamente o processo de planejamento e a construção como o uso
de eficiência energética, utilização racional da água e o reuso dos mais variados materiais.

A construção sustentável é todo tipo de construção que utiliza de técnicas ou materiais


sustentáveis para a criação do empreendimento, seja ele residencial ou comercial, criando
uma harmonia e respeito entre a natureza e o meio ambiente. Mas somente isso não é o
suficiente para se ter uma arquitetura sustentável, deve-se pensar na matéria prima
empregada, na idealização e no planejamento do desenvolvimento de uma metodologia para
se ter mais sustentabilidade, durante toda a fase de construção e pós construção.
Um edifício tecnológico traz mais segurança e conforto para quem os frequenta,
exemplo desse tipo de tecnologia é a automatização dos controles de fluxo de pessoas e
qualidade do ar nos ambientes de trabalho, uso de recursos digitais para maximizar a interação
de seus funcionários com os meios de trabalho e recursos áudio visuais. A construção civil
está cada vez mais entrando nessa nova era da sustentabilidade e com isso, passa a
implementar novas tecnologias para se ter um edifício cada vez mais sustentável.
A arquitetura sustentável leva diversos parâmetros em consideração, mas os principais
deles é o mimetismo dessa arquitetura com o entorno e para isso ela se apropria dos elementos
da natureza em maior abundância no local. Em uma construção ecológica a utilização de
materiais de reuso e as construções são pensadas de modo a maximizar os lucros e, muitas
vezes para esses lucros serem maximizados, deixamos de lado coisas de suma importância
para o futuro da próxima geração, que é o pensar na reutilização dos materiais para se
diminuir o impacto ambiental.
Temos de pensar mais em não somente extrair a matéria prima da natureza a qualquer
custo e valor, mas também em poupá-la, em dar tempo para a natureza poder se renovar e
também em auxiliar essa renovação, para que nossas futuras gerações possam desfrutar de
tudo o que nós temos em abundância atualmente.
A construção sustentável é um modo de construção de casas e edifícios,
harmonizando-os com o ambiente. Ela procura, durante toda sua produção e pós-construção,
amenizar os impactos à natureza, reduzindo o máximo possível os resíduos e utilizando com
19

eficiência os materiais e bens naturais. Uma boa edificação sustentável ela mimetiza com o
seu entorno e a natureza, no sentido de se apropriar dos meios naturais para se ter menor
impacto ambiental.
Pensar nas pessoas que irão trabalhar naquele ambiente, cuidar da saúde, do bem estar
daquele colaborador que estará ali todos os dias trabalhando, falar um pouco sobre o well-
being (bem estar), esse novo método de trabalho que as empresas vêm cada vez mais
aplicando em seus escritórios.
20

2. OBJETIVO

2.1 Objetivo Geral

O presente trabalho tem o objetivo de apresentar um estudo e proposta de anteprojeto


arquitetônico de um Edifício que abrange técnicas voltadas a Sustentabilidade e Tecnologia
que busca englobar conceitos de arquitetura inteligente, funcional e que compactue com os
princípios do desenvolvimento ecológico, econômico e social sustentável atendendo as
necessidades de seus usuários, utilizando técnicas e metodologias que possam influenciar de
forma positiva no bem-estar dos usuários.

2.2 Objetivos específicos

Entre os objetivos específicos, buscamos identificar de dados históricos referentes a


Sustentabilidade e Tecnologia; dissertar características das edificações que utilizam dessas
metodologias e a importância da utilização desses recurso para o meio ambiente; analisar
metodologias de arquitetura voltada ao princípio tecnológico e sustentável; e verificar
tipologias de edificações que utilizam destas técnicas e evidenciar seus benefícios e
certificações.
21

3. METODOLOGIA DA PESQUISA

A metodologia utilizada para a elaboração desse trabalho consistiu


fundamentalmente nas seguintes inciativas:
i. realização de pesquisas na internet, livros, revistas de arquitetura;
ii. referências de projetos emblemáticos em outras partes do mundo, com
destaque para os seguintes edifícios: Menara Mesiniaga (sede da IBM); Edit
Tower, em Singapura; Centro de Pesquisa L’Oreal (Rio de Janeiro); CH2
(Melbourne);
iii. pesquisas a legislações vigentes aplicáveis, especialmente à Lei
Complementar nº 101, de 23.11.2009, do município da cidade do Rio de
Janeiro, que institui a Operação Urbana Consorciada da região do Porto do
Rio de Janeiro; e
iv. estudos relativos à implantação do projeto eleito, com destaque para mapas
de referência, da área de influência e das principais vias de escoamento, de
fluxo de trânsito de veículos automotores, de trânsito de bicicletas, e estudo
de insolação da área.
22

4. JUSTIFICATIVA

A ideia de dar ênfase à sustentabilidade em seu conceito amplo deveria ser um


axioma, uma premissa fundamental, a estar presente na sociedade desde os primórdios da
humanidade (preocupação com as gerações futuras) e em todos os ambientes, familiar,
escolar, empresarial, deveria ser um lugar comum, e receber mais efetividade e maior
aderência com as políticas públicas.

5. ORIGEM DO PENSAMENTO SUSTENTÁVEL

A consciência global de que alguns recursos neste planeta são limitados produziu
uma transição entre empresas, governo, escolas, empresas midiáticas, ONGs e a sociedade de
modo geral. É um tema que se discute todos os dias, uma nova mudança no setor tecnológico,
uma nova cultura e uma maneira de pensar no ambiente, em escala global e até mesmo local,
e que ajuda a criar um senso de coletividade, onde cada indivíduo é responsável por uma
pequena parte do que acontece na sua região (jogando lixo nos lugares certos, preocupação
com a reciclagem).
Segundo Oliveira (2007):

É necessário também desenvolver um trabalho de conscientização para a


superação do individualismo e do egoísmo, baseado nos valores da solidariedade,
cooperação, respeito, compromisso coletivo, participação e responsabilidade social.

É importante nos conscientizarmos de que é necessário usar recursos pequenos e não


renováveis, promover o reuso, a reciclagem e reduzir os prejuízos ambientais.
A ideia de desenvolver estruturas e bairros sustentáveis não é uma realidade nova.
Como resultado de construções precárias e enormes distúrbios, muitas comunidades
densamente povoadas enfrentaram vários problemas de saúde. Nas cidades europeias
industriais, entre os séculos 18 e 19, eclodiram várias epidemias, gerando uma crise
habitacional e a necessidade imprescindível de se adotar um programa de migração urbana,
com regras e regulamentos.
Lugares com densidades demográficas mais elevadas sofreram grandes mudanças. O
primeiro programa urbano projetado para o bem-estar social foi em Paris, França, chamado de
23

programa Haussmann, de 1853. A adaptação ao novo modelo urbano está acontecendo, com a
abertura de novas estradas, a expansão das estradas existentes e a demolição, a construção de
infraestruturas novas e a promoção do saneamento. Diversas mudanças urbanas aconteceram
em Paris, Barcelona, Washington, Chicago, Viena, Rio de Janeiro e Nova York. O novo
conceito de cidade pensando é construído, com leis, regulamentos, controle público sobre
edifícios em todo o universo, onde a cidade dita o que pode ser construído, evitando o uso
indesejado perto de residências, por exemplo, indústrias poluentes. Os primórdios do
pensamento da cidade foram baseados na limpeza, blocos de construção perigosos foram
proibidos, descarte descritivo de resíduos, coleta geral de resíduos e melhor gestão de águas
residuais para as pessoas.
Os higienistas da época, conhecidos como médicos sanitaristas, baseavam-se em seu
conhecimento e experiência, e mudanças nas mais diversas cidades do mundo se baseavam
em conselhos médicos. Com essas esperanças de saúde e bem-estar, os níveis de habitação
mudaram drasticamente, com menos demanda por ventilação através de portas e janelas,
ventilação entre prédios vizinhos, áreas de exposição ao sol, segurança e muitos outros
problemas de saúde.
Seguindo essa mudança no pensamento urbano e na arquitetura e na adesão aos
códigos de construção aceitos, ele foi introduzido em 1980, através de estudos, pesquisas e
ampla preocupação dos cientistas sobre como os impactos ambientais são criados, não apenas
para a saúde, mas também em animais, plantas e em todo o ecossistema. Foi um grande
avanço para mudar a forma como os governos atuam nessas áreas, com foco no meio
ambiente, na sustentabilidade e pensando no desenvolvimento, na alimentação e na produção
sustentáveis, sem abandonar o conceito de conservação.
Os anos 90 foi um marco na geração do pensamento sustentável, quando governos ao
redor do mundo voltaram sua atenção sobre os problemas naturais que suas respectivas nações
estavam produzindo e propuseram melhorar os níveis de produção, com a redução do número
de emissões de carbono, manutenção de indústrias mais modernas e produção de mais energia
limpa, criação de veículos menos poluentes, construções sustentáveis, proteção ao meio
ambiente e reabilitação de áreas que foram danificadas pela ação antrópica, entre outras ações
e cuidados com o ambiente, através do surgimento de metas que são alcançadas e
desenvolvidas continuamente ao longo dos anos.
Atualmente, há grandes mudanças nas cidades e arredores em vários países, que
continuam a ser consideradas para unir a comunidade e trazer benefícios locais para seus
cidadãos, para trazer novos e modernos investimentos, muitas prefeituras recuperam espaços
24

públicos, novos espaços verdes e vias públicas, troca de móveis urbanos, reforma de prédios,
estradas e redução da aplicação da lei local para atrair novos empregos, cidadãos e comércio,
e lugares com mudanças singelas, muitas das quais às vezes são menos óbvias para a
população, com a integração entre os transportes, como trem e metrô, com pontos de ônibus
fixos, iluminação pública intercambiável para operação eficaz e de baixo custo, alternância de
encanamentos modernos evitando eventuais vazamentos, plantios de árvores e áreas de flores,
desobstruindo canais e para limpar cidades de forma eficaz.
No Brasil, uma das ferramentas da administração pública que permitiu e promoveu
tais reformas foi o plano-diretor de 1988, uma lei que visa reduzir a desigualdade nas diversas
áreas urbanas, criando desenvolvimento urbano e criando bem-estar social, permitindo aos
municípios administrar e administrar de forma eficaz e consolidar terras e abordar políticas
ambientais, Preços, Gestão Municipal, Saneamento, Preços e Esquemas de Planejamento
Espacial Municipal Propostos, que podem se concentrar em negócios e indústrias locais que
beneficiam a população local, como emprego e renda, bem como a lei e a ordem a depender
do tamanho da cidade. As decisões coletivas são tomadas pela participação ativa na formação
dos conselhos municipais, que auxiliam na gestão da gestão como prefeitos e vereadores.
Segundo Mattos, (2002):

O Plano Diretor deve prestar atenção especial à necessidade dos


funcionários do poder público para criar um lugar mais justo para a população em
geral e para reduzir a desigualdade entre as diferentes áreas urbanas. Soma-se a
esses princípios a descrição dos processos de remediação dos processos de
crescimento e o estabelecimento dos tipos de participação popular planejada no
processo de expansão e decisões sobre programas ou orçamentos.

No campo da construção civil, embora tenha havido várias mudanças ao longo dos
anos, se baseando em modelos retrospectivos, onde é apenas onerosa e destinada a
construtoras e outras pessoas envolvidas na construção. O advento de tecnologias de
construção consideradas rápidas e limpas, construção sólida, construção civil, leis que
garantem a segurança dos trabalhadores e acordos internacionais entre os governos para a
redução da poluição, tiveram impacto no mercado público da construção.
Mudanças de paradigmas, além de demandas de compras públicas e mais
conhecimento global, têm levado ao uso das melhores práticas na construção de novos
edifícios e na adaptação aos edifícios existentes. Tal movimento pelo desenvolvimento
25

construtivo, a busca por meios de vida sustentáveis e o desejo das pessoas por justiça social
ajudaram a moldar a mentalidade do nível de governo em relação às suas cidades e
assentamentos, com ênfase na qualidade de vida local e sobre o desenvolvimento local
sustentável.
Segundo Krebs (2002, p. 18):

Modificações feitas no interior. Portanto, a estrutura de uma urbanidade


também depende de regras que incluem intervenções e medidas administrativas
tomadas pelos administradores. Para além das garantias jurídicas previstas na
legislação ordinária e na constituição do país, é o direito urbano, como instrumento
jurídico de regulação do uso do solo público e privado.

Isso garante a implementação deste ou daquele modelo de planejamento.


Finalmente, a origem do direito urbano depende muito da extensão em que uma
cidade grande ou pequena é construída na cidade.

Uma área urbana é caracterizada por um conjunto de conquistas,


benefícios, recursos e amenidades que dão à cidade uma medida de qualidade de
vida, bem-estar de seus cidadãos, de sua personalidade, respeitando suas
características, preservando sua singularidade em relação às demais. Supõe-se,
portanto, que a mobilização da cidade está ligada à forma que ela dá, e à sua
estrutura.

Atualmente, essa é uma realidade em vários países, inclusive no Brasil, embora seja
uma pequena parte de todas as obras na construção civil. Este nicho construtivo já tem seu
mercado consumidor e é utilizado em diversos níveis, algumas edificações usam menos
sustentabilidade e algumas estão legalmente comprometidas com o tema, utilizando padrões
internacionais de qualidade, expedidos por órgãos de fiscalização governamentais, ou não,
que avalia, verifica e mantém a edificação materiais, classificados como estáveis ou naturais,
monitoram a extração vegetal e mineral e instalações internacionais que garantem a
construção verde ou sustentável. Essas instituições monitoram as atividades, desde a
implementação até a entrega do projeto, supervisionam a manutenção e a operação dos
projetos e exigem que os limites sustentáveis permaneçam dentro dos padrões recomendados
por um indicador de qualidade contínuo.
26
27

6. O CUSTO DA CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL

A construção sustentável do projeto e os parâmetros de integração pode considerar o


custo adicional de apenas 1% a mais e, na maior parte dos casos, 2% do total da obra. A base
para esta consideração é todo o processo de tomada de decisão do projeto, se os designers e
gestores da construção forem bem direcionados, sendo considerado desde o início do projeto
de pesquisa na área a ser utilizada, o trabalho pode ser realizado sem custo adicional, ou a um
custo muito baixo.
No entanto, mais investigações forenses devem ser realizadas, sendo considerado
cada caso de maneira isolada, com uma medida significativa feita em nível técnico para
determinar estratégias eficazes que tenham pouco impacto em relação aos custos,
considerando o seguintes fatores:

 Condições climáticas;
 Localização;
 Proporção e formato da edificação;
 Vizinhança;
 O impacto no meio ambiente e nos ecossistemas;
 Proteção e a criação de novos espaços verdes;
 Conservação e reaproveitamento de água;
 Recursos utilizados;
 Redução da utilização de energia;
 Pouca quantidade de resíduos oriundos da obra;
 Reciclagem e destinação correta;
 Aumento da eficiência e da qualidade da edificação, no que concerne a
construção;
 Conservação e manutenção;
 Durabilidade desses benefícios para seus usuários;
 Durabilidade da construção;
 Possibilidade de reciclagem da construção ao final de seu uso.
28

A construção típica, ou convencional, é menos focada no planejamento estratégico,


muitas vezes não cria aplicações e metas desde o início do design do projeto. Os grupos falam
pausadamente, de forma independente na maior parte do tempo em seus escritórios e só se
comunicam durante o processo, gerando muitas mudanças e divergências nos níveis de
projeto técnico, soluções construtivas e inúmeras reuniões para melhorar a tomada de decisões
e obras de construção que já estão em andamento, ao contrário do planejamento inicial de
uma obra de gestão sustentável, onde partindo da ideia de construção já foram resolvidos
objetivos bem definidos e sistemáticos.
Muitos empresários e profissionais do setor ainda têm uma visão negativa do alto
custo da sustentabilidade, embora o bom planejamento integrado e a gestão eficaz pode-se
gastar menos dinheiro no curto e longo prazo e ganhar mais, graças a bens imóveis. "É
possível projetar e construir edifícios eficientes sem ir além do orçamento." (YUDELSON,
2013, p. 96).
Um projeto do tipo sustentável aumenta a vida útil do empreendimento,
considerando as diversas formas de manutenção e adaptação de futuras tecnologias. O diretor
de Design da Construção da Tishman Speyer, Luiz Henrique Ceotto afirma que colocar itens
de sustentabilidade durante a concepção do edifício custa menos do que num edifício pronto.
Uma construção ecologicamente correta é aquela que utiliza matérias primas
renováveis, resíduos, materiais reciclados, materiais sem componentes tóxicos e tecnologias
que não causem danos ao meio ambiente. Todos estes elementos tornam uma construção
ecologicamente correta, que busca sua auto sustentabilidade, provocando considerável
diminuição na degradação do ambiente. Ainda para Sattler (2007), para ter uma construção
sustentável e ecologicamente correta, é necessário seguir alguns princípios, atitudes simples
como citadas a seguir.

a) Usar com parcimônia e de modo racional todas as formas de água;


b) Usar, preferencialmente, recursos energéticos renováveis, buscando minimizá-
los e usá-los racionalmente;
c) Reduzir o uso de materiais de construção (reduzindo, inclusive, a escala das
edificações construídas);
d) Entre os materiais disponíveis, selecionar aqueles menos impactantes, tanto ao
homem como ao ambiente;
e) Quando construir, buscar maximizar a durabilidade da edificação, assim como,
nas novas construções, fazer uso de materiais já usados anteriormente e
29

minimizar perdas. (SATTLER, 2007, pág. 22).

Este fato ganha grande importância, visto que, a construção civil é uma atividade
econômica com efeitos adversos no ambiente, pois contribui para o esgotamento de recursos
naturais, para o consumo de energia, para a poluição do ar e para a criação de resíduos. Elas
geram menos despesas, normalmente possuem sistema de aquecimento solar, maior
quantidade de vidros e janelas, que acabam gerando maior iluminação e ventilação dos
ambientes. Todos estes recursos farão com que o dono gaste menos com lâmpadas, energia
elétrica e ar condicionado.
30

7. EDIFÍCIO SUSTENTÁVEL

Em uma construção sustentável, o ideal é que os condicionantes ambientais e a


sustentabilidade sejam respeitados e o interesse com o meio em que se insere, com o menor
potencial de impacto, e que elementos naturais disponíveis sejam bem aproveitados. A Figura
1 representa um modelo de edifício sustentável, também chamado de edifício verde.

Figura 1: Modelo de construção sustentável

A partir dessa figura, podemos compreender alguns dos aspectos técnicos das
tecnologias, como o gerenciamento de energia fotovoltaica, coberturas verdes, que auxiliam
na conservação da água pluvial e possibilitam o acesso à água para as mais variadas
utilidades, sistema de isolamento térmico auxiliar, o impacto de longo prazo dos custos de
energia no aquecimento ou resfriamento do prédio em clima quente, prevenção da luz solar
para evitar superaquecimento, sistema de reciclagem de água, uso em banheiros, lavanderia e
jardinagem, equipamentos de alta energia como bons em termos de controle de climatização
interna e controle de iluminação econômico e eficaz em diversos setores diferentes, onde se
pode controlar melhor a luz que deseja para o ambiente e a necessidade de uso.
31

Figura 2: Exemplo de estrutura sustentável (Edifício 25 Verde)

O prédio se chama 25 verde, localizado na cidade de Turim, na Itália, e tem 7.500


m². É um edifício residencial, construído em estrutura metálica e os seus pilares foram
idealizados de forma a assemelhar-se a troncos de árvores. O edifício foi pensado de forma a
integrar os espaços interiores e exteriores, utilizando uma vasta gama de vegetação que
também ajuda a reduzir a poluição atmosférica e a facilitar a temperatura ambiente.
Os revestimentos de parede utilizados no edifício permitem e contribuem para um
melhor e mais eficiente isolamento térmico, sendo pensado para proteger do sol direto do
verão, com um telhado verde responsável pela captação e armazenamento da chuva, e a água
também foi usada para dar descarga em vasos sanitários, limpar o prédio e irrigar a vegetação.
Há um jardim público no telhado.
Os equipamentos de limpeza são menos utilizados e o condomínio promove a coleta
e a reciclagem do lixo e do lixo em geral, que dá origem a instalações de manutenção predial.
A iluminação é inteligente, organizada e automatizada. O sistema de água quente nas casas
emite calor e o calor desse calor é aproveitado pelo sistema de aquecimento das casas. Os
materiais da construção possuem marcas de produção que garantem que a cadeia de produtos
tenha responsabilidade ambiental e social, como a madeira reciclada certificada, e que os
32

materiais utilizados no ambiente de trabalho não sejam prejudiciais à saúde, como tintas e
solventes no ar ao longo dos anos.

Figura 3: Demonstrativo da redução de impactos ambientais e recursos

Outros benefícios da construção sustentável são:

 A redução do desperdício da água;


 O reaproveitamento e captação de água pluvial;
 Consumo de energia reduzido;
 Geração de energia necessária para a operação do edifício;
 A redução das emissões de carbono;
 A redução das emissões da construção;
 Reciclagem;
 Construções de excelência nos níveis de vendas e locação.

No caso das empresas, demonstra-se o compromisso com o ambiente, com a redução


de custos de operação e manutenção e com a melhoria da qualidade de vida dos usuários das
edificações, além de trazer benefícios à vida dos proprietários. Também possui redução de
impostos para o estado, dependendo da região onde a obra estiver instalada.
33

Há estudos que mostram que áreas residenciais bem construídas e ecologicamente


corretas possuem preocupação com o ambiente interno, no que concerne poeira, controle de
temperatura eficiente, iluminação eficaz, produtos químicos ecologicamente corretos e
refrigeração regular, reduzindo infecções respiratórias e alergias, locais como escolas que
promovem o aprendizado e o aumento das notas de alunos, em hospitais, onde os pacientes
recebem alta hospitalar rapidamente, os escritórios que apresentam entre 2 e 11% de aumento
de produtividade, com as empresas registradas crescendo, as safras produtivas registrando
maior produtividade, a retenção de pessoal alta e o absenteísmo por doença diminuindo.

Figura 4: Exemplo de reforma verde

A Reforma Verde é o modo de renovar edifícios antigos que visam manter sua
estrutura original e se adaptar aos materiais mais modernos e naturais e uma melhor eficiência
energética do edifício. Normalmente todo o edifício é demolido por dentro, restando fachadas
e o telhado. O histórico de edificações é necessário e realizar uma extensa pesquisa técnica,
que inclui planos de construção desde o tempo de construção, intervenções, pré-reformas,
materiais, diagnósticos de estrutura de construção e fundações, estudo de viabilidade técnica e
de transformação financeira, levantamento acerca das leis e regulamentos de construção e
reforma, entre outros.
No caso desse tipo de mudança, as vantagens são grandes, tais como: nenhuma
demolição significativa, redução do descarte de resíduos de materiais, reciclagem, reciclagem
de materiais como madeira que pode ser usada em reparos, muitos materiais de construção
podem ser devolvidos, reciclados ou doados a uma determinada instituição, como janelas,
portas, objetos de decoração antigos, dependendo do estado do prédio e da localização.
34

Essas intervenções podem em breve ter um impacto positivo nas novas construções e
podem precisar ser regulamentadas em termos de documentos e licenças da prefeitura e
agências reguladoras do governo. Um exemplo de renovação ou modernização ecológica é a
Torre Eiffel em Paris.

Figura 5: Torre Eiffel – um exemplo de Reforma Verde

A grande reforma verde realizada na Torre Eiffel, em Paris, França, onde


determinadas características, tais como a produção de energia limpa no local, foram
consideradas, usando pequenas turbinas eólicas desenhados e projetados para a água da chuva
e a sua armazenagem. Os painéis solares foram instalados, as luzes foram substituídas por
LEDs mais eficientes, um plano para reduzir o impacto ambiental e melhorar o acesso à torre
(ROSA, 2015).
Adotando métodos alternativos de captação de água é fácil de instalar, utilizar,
manter e é benéfico. O sistema pode ser calha no teto ou na cobertura, onde a água é
canalizada para o filtro e retém a água, e por meio de uma bomba de reforço é bombeado para
utilização, ou, dependendo do tamanho da construção, esta reciclagem de água pode ser
utilizado diretamente, sem uma bomba de água. Outra forma comumente utilizada de recolha
de águas pluviais é o telhado verde, dependendo do modelo, a área de armazenamento de água
35

situa-se abaixo da grama e acima da laje, distribuição de água através de tubos, bombas ou
gravidade de pressão. A adoção de um sistema de automação para controlar o fluxo de água
ajuda a gerenciar e monitorar seu uso.

Figura 6: Captação de águas pluviais


36

Figura 7: Exemplo de telhado verde

7.1 CERTIFICAÇÕES SUSTENTÁVEIS E SUAS RELEVÂNCIAS

Os certificados sustentáveis são marcas registradas emitidas por ONGs ou pelo


governo, muitas das quais internacionais e aplicam os mesmos critérios dos testes em países
onde existem e certificam uma ampla variedade de edifícios.
Para obter a certificação ambiental, é necessário definir um nível de sustentabilidade
tanto para o projeto quanto para a construção. São necessários alguns estudos de potencial
construtivo e financeiro, além da estratégia de pré-planejamento, que atenda a todos os
objetivos e procedimentos exigidos pela empresa, que pode aprovar ou rejeitar o projeto.
Todo o trabalho é monitorado e avaliado em várias etapas até a entrega final, pelo orientador
ou coordenador indicado pelo órgão credenciador.
Um edifício aprovado por uma organização privada tem valor superior a um imóvel
autossustentável, que ainda não foi inspecionado para garantir a aplicação dos benefícios
pretendidos.
Existem vários certificados no mercado da construção, entre eles, o Selo Aqua
[empreendimento de alta qualidade ambiental], selo brasileira baseado na metodologia
francesa e que incorpora diversas práticas sustentáveis, entre as mais importantes funções de
gestão ambiental, conservação de água e energia, além da redução de resíduos e o aumento da
qualidade de vida dos usuários.
O selo BREEAM [Método de Avaliação Ambiental do Building Research
Establishment] um instituto de pesquisa em construção, é uma certificação internacional de
origem no Reino Unido, amplamente utilizada em todo o mundo, certificando edifícios. Entre
seus objetivos, podemos destacar a redução do consumo de energia e água, o uso sustentável,
a gestão de resíduos de construção e a minimização dos impactos ambientais.
A Certificação Leed [Leadership in Energy and Environmental Design] é o
certificado mais utilizado no mundo. Desenvolvido nos Estados Unidos, possui uma série de
padrões e princípios de certificação a seguir. Entre os mais adequados, temos o uso eficiente
de água e energia, uso responsivo dos recursos naturais, uso sustentável, qualidade de
estrutura do ambiente e preocupações com atualizações de recursos e infraestrutura.
A seguir, abordaremos um pouco mais sobre cada uma dessas certificações.
37

7.1.1 CERTIFICAÇÃO LEED

Liderança em Energia e Design Ambiental – Leadership in Energy and


Environmental Design (LEED) é um certificado de construção sustentável. É um sistema de
classificação baseado na questão da sustentabilidade ambiental. Foi concebido e doado pela
ONG norte-americana US Green Building Council (USGBC), sujeito às condições de
filtragem de recursos naturais, como energia, água, etc. coberto com uma estrutura estável
(EDIFÍCIOS E EDIFÍCIOS, sem ano).
É uma certificação bem conhecida e amplamente aceita no Brasil. As empresas que
aderem a este certificado têm condições como redução do custo de funcionamento do seu
negócio, água e energia, além do valor do imóvel.
O certificado LEED é um selo verde destinado a edifícios que atendem aos padrões
internacionais de sustentabilidade, sendo um indicador chave do desenvolvimento global
sustentável (MACEDO, 2014).
Desde a sua criação, o sistema de certificação LEED tornou-se um dos sistemas mais
completos e facilmente aceitos por organizações internacionais. O programa vem sendo
adotado por diversos países, inclusive o Brasil, onde, por meio do Green Building Brasil,
descreve os métodos de análise de acordo com os padrões estabelecidos pelo USGBC,
adaptando-se à realidade brasileira (SZILAGYI et al, 2012, p. 50).
A primeira versão do programa LEED (Liderança em Energia e Design Ambiental)
foi desenvolvida pelo US Green Building Council (USGBC) em 1998 e lançada em 1999. Ele
examinou o funcionamento natural de uma estrutura global ao longo de seu ciclo de vida. Sua
avaliação é baseada em um padrão mínimo, em conformidade com os requisitos obrigatórios.
Uma vez atendidos todos os requisitos, passa-se à fase de classificação de desempenho, na
qual os créditos são calculados de acordo com o consenso dos itens testados. A versão 2.0 foi
lançada em 2000 e, em 2002, a versão 2.1 e depois a versão 2.2. No início de 2009, foi
lançada a versão 3. O LEED 2009 apresenta diferenças significativas na inclusão de requisitos
de cuidado na instalação dos canteiros de obras, o que não existia nas versões anteriores
(BUENO; ROSSIGNOLO, 2010, p.46).
O LEED é um sistema de certificação verde reconhecido mundialmente, com
princípios de sustentabilidade que permitem a exploração de canteiros de obras, análise desde
38

o projeto até a construção, utilizando técnicas que garantem a eficiência dos recursos naturais,
como eficiência energética, eficiência hídrica, redução de emissões de CO2, em ambientes
internos. e controle de qualidade do ar externo, gestão de recursos e seu impacto
(RODRIGUES et al., 2010, p.4).
Para obter um certificado LEED, é necessário o cumprimento de uma série de
condições estabelecidas na lista de requisitos e a concessão de créditos com base em uma lista
de objetivos pré-selecionados. Existem quatro níveis diferentes de certificação de edifícios
verdes - Certified, Silver, Gold e Platinum. Com uma estrutura simples, o LEED é uma
alternativa interessante entre as condições prescritas e as especificações de desempenho, e é
baseado nos princípios de uso e força ambiental combinados com padrões e recomendações
de rotas bem conhecidas, como a American Society of Heating, Refrigerating and Air-
Condição Engenheiros (ASHRAE). ); Sociedade Americana de Testes e Materiais (ASTM);
Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA); e o Departamento de Energia dos EUA
(DOE) (RODRIGUES et al., 2010, p.4).
É necessário reconsiderar o método atual de desenho e construção, eliminando
paradigmas e conscientizando a equipe que trabalhará em todas as etapas do processo. Para a
obtenção da pontuação exigida é necessária a apresentação de documentos comprovativos.
Portanto, é necessária a documentação rigorosa de todas as ações realizadas entre todas as
etapas do projeto de forma integrada, clara e eficaz.
O certificado LEED tem 7 dimensões para serem testadas em edifícios, todos eles
com requisitos, nomeadamente procedimentos obrigatórios e responsabilidades, que são
recomendações que, quando cumpridas, confirmam pontos de construção. O nível de
certificado é definido pelo número de pontos obtidos (GBCBrasil, 2014).

 Áreas sustentáveis (sustainable sites) - promove estratégias que reduzem o


impacto no ecossistema durante a implantação da edificação e abordam
questões importantes dos grandes centros urbanos, como redução do uso de
veículos e ilhas de calor;
 Eficiência hídrica (water efficiency) - desenvolve novas formas de uso
eficiente da água, com foco na redução do uso de água potável e outros
tratamentos e reaproveitamento dos recursos hídricos;
 Energia e espaço (Energy and atmosphere) - promove a economia de energia
em edifícios por meio de estratégias inovadoras e inovadoras, como
39

simulações de energia, medições, aprovações de sistemas e o uso de ativos e


sistemas funcionais;
 Materiais e recursos de construção (Materials and resources) - promove o uso
de materiais ecologicamente corretos e reduz a destinação de resíduos, além
de promover a destinação final de resíduos, desviando a quantidade de
resíduos gerados em aterros sanitários;
 Qualidade ambiental interna (Indoor environmental quality) - promove a
qualidade do ar interno, importante em assentamentos humanos de longo
prazo, com foco na ventilação seletiva, controle de sistemas, conforto térmico
e priorização de espaços externos e ecologicamente corretos. luz;
 Design e processos (Innovation in design or innovation in operations) -
promove a busca de informações sobre estruturas verdes, bem como a criação
de etapas não especificadas nas seções LEED; e
 Créditos regionais importantes (Regional priority credits) - os créditos
promotores são definidos como a importância regional em cada país, com
base na diversidade ambiental, social e econômica que existe em cada região
(GBCBrasil, 2014).

Tabela 1: Critérios de certificação LEED


40

O processo de pesquisa do selo LEED é dividido em duas fases: a fase de projeto e a


fase de construção, que podem ser pesquisadas separadamente. A fase de projeto leva em
média três meses, e a fase de construção, de três a seis meses após a conclusão. A estrutura
precisa atender a um número mínimo de pontos em questões como localização e implantação
do projeto, redução do uso de água, redução do consumo de energia, uso de materiais
ecologicamente corretos e qualidade interna do espaço (ABBATE, 2010).

Cada item tem um peso diferente, uma empresa testada pode somar até 110 pontos e,
para obter o certificado LEED, é necessário ter uma pontuação superior a 40 pontos. Quanto
maior a pontuação da construção, melhor é a qualidade da marca alcançada (SPITZCOVSKY,
2012).

 Selo LEED - concedido a empresas com mais de 40 pontos;


 Selo LEED Prata - concedido a empresas com mais de 50 pontos;
 Selo LEED Ouro - concedido a empresas com mais de 60 pontos;
 Selo LEED Platinum - para empresas que ganharam mais de 80 pontos
(SPITZCOVSKY, 2012).

Figura 8: Respectivas pontuações de cada selo

Segundo o Green Building Council Brasil, pesquisas mostram que cerca de 80% do
custo durante o uso da edificação vem da operação da edificação e manutenção, duas
categorias exatas que podem ser convertidas em realidade sustentável (CONDOMÍNIOS
VERDES, 2013).
41

O Certificado LEED tem como objetivo promover a transformação de projetos, obras


e atividades construtivas, com foco particular na sustentabilidade (GBC Brasil, 2014).

Existem alguns benefícios em obter um certificado LEED. Entre estes encontram-se:

 Benefícios econômicos, nomeadamente a redução dos custos operacionais;


redução do risco regulatório; a avaliação de um edifício para venda ou
arrendamento; um aumento na velocidade de liquidação; retenção aumentada;
e a melhoria e redução do prazo de validade de edifícios;
 Benefícios sociais, que visam melhorar a segurança e priorização de vida de
colaboradores e moradores; inclusão social e ampliação da consciência da
comunidade; treinamento profissional; conscientização da equipe e do usuário;
estimular fornecedores com grandes obrigações socioambientais; maior
satisfação e bem-estar do usuário; e a promoção de políticas comunitárias de
fomento à construção sustentável;
 Benefícios ambientais, como uso racional e redução da mineração de recursos
naturais; redução do consumo de água e energia; instalação cuidadosa e
sistemática; redução dos impactos das mudanças climáticas; o uso de materiais
e tecnologias que pouco impactam o meio ambiente; e redução, gestão e
reciclagem de resíduos de construção e operacionais (GBC Brasil, 2014).

A validação ambiental aumenta o custo do projeto de 5% para 10%, o tamanho do


projeto é grande, reduzindo o impacto desses custos no orçamento do projeto. Os custos
adicionais de certificação geralmente são reduzidos com a economia de água, energia e uso de
material durante a vida útil do edifício. Os custos também podem variar dependendo do nível
de certificação que se deseja alcançar (ABBATE, 2010).

Um projeto de certificação ambiental pode demorar mais para ser reiniciado, estimado
em cerca de 30% a mais do que um projeto padrão. Isso se deve à necessidade de maior
manutenção na construção e operação dos empreendimentos, por meio da participação de uma
equipe multistakeholder com conhecimento detalhado das áreas operacionais (ABBATE,
2010).
42

O estudo da Poli-USP mostra que o aumento no valor das vendas de Green Building
pode chegar a 20%, enquanto o valor do condomínio pode ser reduzido em cerca de 30%, nos
cálculos de custos de energia, água e operação (ABBATE, 2010).

Como resultado do movimento dos Edifícios Verdes, uma série de incentivos fiscais
foi aprovada por algumas prefeituras, como Sorocaba - SP, Guarulhos - SP e São Carlos - SP,
com a construção dos IPTUs Verdes passando a oferecer descontos por meio da aplicação
desses processos, bem como a criação de bancos privados e privados (BNDES) que separam
linhas de crédito de longo prazo e taxas de juros mais baixas desde a construção,
incorporaram esses créditos sustentáveis (CASADO, 2010).

Um negócio sustentável pode reduzir o consumo de energia em 30%, o consumo de


água em 50%, as emissões de CO2 em 35% e o descarte de resíduos em até 70% (CASADO,
2010).

O sistema LEED analisa todos os aspectos do projeto, portanto a seleção adequada do


terreno é muito importante, pois é um fator importante e primeiro que determinará o quanto o
projeto irá impactar nos aspectos ambientais, econômicos e sociais. Os planos de transporte
existentes e sua potencial expansão e / ou modernização também devem ser considerados,
pois são fatores que podem reduzir o impacto de um novo negócio. A acessibilidade do solo
tem um impacto positivo e negativo no sistema de drenagem existente ou subaquático
(RODRIGUES et al., 2010, p.7).

O desenvolvimento deve considerar o melhor ambiente possível para o sol,


aproveitando assim a luz da natureza e os ventos predominantes, colhendo a brisa da natureza.
Também devem ser feitas pesquisas sobre a proteção necessária de aberturas e fachadas.
Esses fatores, quando medidos corretamente, reduzem a quantidade de luz solar, reduzem o
uso de ar condicionado e, consequentemente, a necessidade de energia elétrica. Devem ser
considerados sistemas energéticos eficientes, levando em consideração o uso de energias
renováveis, como a solar, biocombustíveis e biomassa, levando em consideração o potencial
regional.

A gestão adequada da gestão da água reduz e aumenta os recursos hídricos, a


reutilização deve ser considerada e minimizada a poluição. O consumo de água da chuva deve
ser aumentado na forma de armazenamento, armazenamento, tratamento e distribuição,
reduzindo, assim, o uso de água potável e purificadora e o descarte nas redes de coleta. Como
exemplo de conservação de água, podemos incluir o reaproveitamento da água subterrânea
43

para irrigação, o uso da água do telhado e de condicionadores de ar para reaproveitamento em


vasos sanitários.

Os materiais regionais devem ser importantes, desde que sejam ambiental e


socialmente sustentáveis, principalmente no caso da lenha, estes devem ser garantidos para
que sua retirada não seja feita com pouca frequência. Sempre que possível a reciclagem e a
reutilização de materiais e resíduos dentro da empresa devem ser priorizadas, reduzindo,
assim, o descarte de resíduos e as instalações de transporte, que por sua vez contribuem para a
produção de poluição do ar. A preocupação com a poluição do ar deve ser constante e a
adoção de melhores tecnologias deve ser utilizada sempre que possível, desde que técnica e
economicamente viáveis, minimizando os efeitos do aquecimento ambiental e global.

7.1.2 SELO AQUA

AQUA é uma versão brasileira do certificado HQE francês (Haute Qualité


Environnementale = Alta Qualidade Natural), que surgiu após cuidadosa consideração em
uma conferência realizada no Rio de Janeiro, a ECO92. Desde 2007, a Fundação Vanzolini
vem adaptando o programa AQUA à realidade brasileira. O processo visa verificar o elemento
natural de um projeto de renovação ou reconstrução por meio de contabilidade independente.

Em 2013, o processo AQUA passou a ser AQUA-HQE, no qual as organizações de


certificação residencial QUALITEL e CERTIVEA se fundiram para formar a Rede
Internacional de Certificação HQE, um consórcio de procedimentos e indicadores, que cria
uma identificação global única do produto, seu organismo de certificação passa a ser o
Cerway, sempre baseado em estruturas de certificação HQE francesas (Fundação Vanzolini,
2014).

Para obter o certificado, é importante que o empresário entre em contato com a


Fundação Vanzolini e verifique em qual indicador técnico está inserindo. Existem os
seguintes indicadores técnicos no Brasil:

I. Habitação: Arrecadação, Desenvolvimento de Habitação Individual, Habitação


Estudantil, Foyer (Habitação Combinada), Serviços de Habitação;
II. Escritório: Construções de escritório: agência (banco, viagens), escritório,
44

administração, etc. Delegacia, Delegacia de Polícia Militar, Call Centers,


Centro de Saúde, Bombeiros e Centro de Atendimento, Centro de Negócios;
III. Educação: Escola primária (maternal e escola), ensino médio (liceu e colégio),
ensino superior (universidade), Conservatório, escola especializada, creches,
jardim de infância, centro de acolhimento para crianças em situação de abrigo;
IV. Comercial: Centro Comercial, Prédio Comercial, Comércio no térreo de
imóveis, Serviços de Campismo e Trailers;
V. Hospitalidade: Hotel, Edifício de alojamento semelhante ou não para hóspedes
(alojamento para hóspedes, pensões, albergues, apart-hotel);
VI. Materiais: Armazenamento, Instalações técnicas, Serviços de mercadorias
frigoríficas;
VII. Transporte: Rodoviária, estação ferroviária, aeroporto, estação portuária;
VIII. Exposições: Teatro, Teatro, Ópera, Cinema, espetáculos complexos (sala de
concertos, etc.);
IX. Cultura: Edifício de exposições (museu, galeria privada, etc.), Centro de
congressos;
X. Centro de conferências, biblioteca de mídia, biblioteca;
XI. Refeições: Restaurante Ocupacional, Restaurante no térreo de imóveis,
Restaurante Universitário, Restaurante Inter-empresas, Cantina;
XII. Prisão, Centro Penitenciário, Centro de Reabilitação Infantil;
XIII. Indústria: Gráfica, Oficina, Laboratório, Artesanato, Trabalho de pesquisa de
banco de dados;
XIV. Outros: Tribunal

O processo de certificação é feito com base na avaliação do local seguida de análise


que confirma os termos técnicos de referência. A auditoria é agendada ao final de cada fase:
Projeto Preliminar, Projeto e Execução. Um breve diagrama do método de verificação é
mostrado na Figura 9.
45

Figura 9: Caminho da certificação AQUA

A auditoria é um processo escrito e independente que visa obter evidências e avaliá-las


para determinar se os requisitos dos padrões de certificação estão sendo atendidos. Existem
dois objetivos principais: garantir os requisitos de referência do Sistema de Gestão
Empresarial (SGE) e garantir a garantia da qualidade da Estrutura QAE (Tabela 2).
46

Tabela 2: Qualidade Ambiental dos Empreendimentos

A certificação pode ser concedida ou não à empresa, excluindo níveis intermediários.


O selo é baseado no desempenho, dividido em três níveis: Melhores Práticas (MP), ou seja,
desempenho medido no mais alto desempenho recentemente reconhecido por desempenho
local de alta qualidade; Boas Práticas (BP) e Básicas (B), ou seja, práticas atuais ou de
controle. Para obter um certificado, é necessário um número mínimo de divisões MP e um
número máximo de variantes de classe B. O Gráfico 1 mostra os requisitos para certificação.

Gráfico 1: Perfil para certificação

Onde:

Base – prática corrente ou regulamentar;

Boas práticas – boas práticas;


47

Melhores práticas – desempenho calibrado de acordo com o máximo desempenho


constatado.

7.1.3 SELO BREEAM

BREEAM é a abreviação do Building Research Establishment Environmental


Assessment Method, um programa de teste projetado para descrever o desempenho ambiental
de um edifício. Lançado em 1989 no Reino Unido, é o sistema de medição arquitetônico mais
antigo e serve como base para muitos outros sistemas de classificação, incluindo LEED e
AQUA-HQE. Existem atualmente mais de 200.000 edifícios BREEAM em todo o mundo, 20
vezes o número total de edifícios certificados LEED e 1 milhão de construções registradas
para a certificação.

BREEAM define o padrão para as melhores práticas de construção no Reino Unido.


Ele pode ser usado para testar qualquer tipo de estrutura, e existem vários programas de teste
de propriedade BREEAM, cada um projetado para um tipo específico de estrutura. Também é
amplamente utilizado em outros países, por exemplo, Holanda, Noruega, Suécia e Espanha.

No Brasil, a certificação não foi amplamente aceita e ainda é desconhecida. São


apenas dois prédios, ambos no Rio, com certificados: a organização Terras, condomínio de
casas de vegetação construída em Petrópolis há cerca de dois anos; e o BNDES, que adquiriu
no ano passado a BIU (BREEAM in use), versão certificada de edificações existentes (O
Globo, 2014).

Qualquer tipo de construção (nova ou existente) pode ser testada, com base em
critérios de desempenho ambiental, com certificações BREEAM. Existem dezesseis sistemas
disponíveis para verificar e avaliar adequadamente certas propriedades, tais como:

 BREEAM Other buildings;


 BREEAM Courts;
 BREEAM Ecohomes;
 BREEAM EcohomesXB;
 BREEAM Industrial;
 BREEAM Offices;
 BREEAM Healthcare;
48

 BREEAM Prisons;
 BREEAM Retail;
 BREEAM Education;
 BREEAM, Multi-Residential;
 BREEAM Communnities;
 BREEAM Domestic Refurbishment;
 BREEAM In Use.

Edifícios mais complexos estão sendo testados pelo BREEAM Bespoke, enquanto
aqueles fora do Reino Unido estão sendo testados pelo BREEAM International.

Dentro de cada um dos programas acima mencionados, dez categorias são avaliadas,
com diferentes níveis de importância, incluindo: gestão, saúde e bem-estar, energia,
transporte, água, resíduos, poluição do solo, uso do solo e meio ambiente, materiais de
construção e reciclagem, que são medidos mais tarde, como um bônus.

O número total de pontos ganhos em cada categoria determina a fase final do projeto.
Vale ressaltar que cada categoria possui um nível de importância, sendo que a estes são
atribuídos um número de pontos muito elevado. É necessário que você atinja um mínimo de
marcas acreditadas, eventualmente obtendo um certificado com vários níveis de qualificação,
como Aprovado (≥30), Bom (≥45), Muito Bom (≥55), Excelente (≥75) e Excelente (≥ 85 )
Cada nível tem um número mínimo de créditos a serem ganhos, os chamados créditos
obrigatórios, e a adequação de construção é proporcional ao número de pontos ganhos.

BREEAM tem mais de 200.000 propriedades certificadas e aproximadamente um


milhão registrado para concluir a certificação (BREEAM). Alguns exemplos de projetos
acreditados pelo BREEAM são:

 Hines' Ducat Place III (Moscou) foi o primeiro projeto de certificação


BREEAM da Rússia no país e até mesmo o primeiro escritório de certificação
Green Building, regido por padrões internacionais, com a melhor distância
final possível;
 O projeto da Escola Primária Rogiet (Monmouthshire) foi desenvolvido para
substituir a escola existente em uma área vizinha. Utilidades como a medição
da penetração da luz natural em todo o edifício e a ventilação natural através da
utilização de janelas automáticas e manuais, claraboias e aberturas foram
49

utilizadas para garantir um bom conforto térmico. Obteve nota excelente no


programa BREEAM Education.

(a) (b)

Figura 10: (a) Hines’ Ducat Place III (b) Rogiet Primary School

Desse modo:

 O método BREEAM oferece maior visibilidade das emissões de CO2 no


sistema construtivo;
 O processo de documentar os termos de desempenho, apresentados como
créditos, permite um estudo consistente de objetos especificados e seu ciclo de
vida;
 A flexibilidade na escolha das condições de trabalho, apresentada a crédito,
permite um estudo consistente dos significados e do seu ciclo de vida.
 A flexibilidade na seleção de condições confere um certificado pessoal, que
prevê também projetos de tipologia única ou invulgar e que requeiram um
elevado grau de estabilidade e visibilidade;
 Em muitos casos, é possível aplicar códigos e regulamentos de construção
brasileiros em vez de padrões externos, o que facilita os processos de projeto e
teste.

A Figura 11 mostra os países e continentes onde o certificado está localizado. O selo


BREEAM é uma certificação mundial.
50

Figura 11: Países de atuação do selo BREEAM

7.2 MATERIAIS, DEFINIÇÕES E DIFERENÇA ENTRE SUSTENTÁVEL E


ECOLÓGICO

Os materiais têm uma análise abrangente na cadeia de produção, que vai desde o tipo
de produção, impacto ambiental, origem, transporte, armazenamento, eficiência de longa
duração e eficiência de mercadorias, análise do ciclo de vida, ingredientes químicos, se eles
têm características sustentáveis e quando usam produtos perigosos para a saúde do
trabalhador. Em geral, todas essas categorias são rastreadas e avaliadas com selos de rodovias
internacionais e órgãos governamentais como Inmetro, Procel Edifícios e Casa Azul, que são
marcas brasileiras e certificadas. Um exemplo de reflorestamento florestal sustentável, onde
novas áreas florestais nunca foram demolidas.

Figura 12: Madeira de Reflorestamento


51

Os produtos ecológicos são ser oriundos de maneira artística ou industrial, não


podendo ser poluentes, não sejam tóxicos e promovam benefícios para o ambiente e não
prejudiquem a saúde humana e animal. O reaproveitamento de materiais na produção também
está incluída. Um exemplo de material natural é a madeira plástica, feita a partir da
reciclagem de plásticos e extratos, possui grande resistência e durabilidade e possui aparência
semelhante à da madeira comum.

Figura 13: Madeira produzida a partir de plástico reciclado

Materiais reutilizáveis e reciclados são amplamente usados em construções novas,


como madeira de demolição, que pode ser um belo mobiliário, fachada ou elemento de
campo, portas de madeira maciça encontradas em construções anteriores sendo usados como
portas ou janelas, aplicações de demolição, tijolos em novos projetos construtivos são muito
comuns, e o uso de materiais reciclados em sua estrutura, o que auxilia na produção, cria um
pequeno impacto no meio ambiente, e mantém a cadeia produtiva do material em uso, sem
desperdícios.

7.3 ELEMENTOS DE UM EDIFÍCIO SUSTENTÁVEL

Para promover a construção sustentável, a escolha de um local de projeto é muito


importante, outros fatores devem ser considerados, como condições climáticas, vegetação,
topografia, conservação do solo, utilização da água, acesso ao transporte, ciclovias, os
52

serviços essenciais existentes nas proximidades, você pode ir, como uma comunidade
conectada.

A construção deve cumprir as leis ambientais e licenças de construção em uma área


designada, conservação, e conservação ambiental na fase de construção e operacional da
construção, seleção de materiais de construção sustentáveis e, se possível, sempre selecionar
materiais de desenvolvimento regional para o desenvolvimento sustentável. tripé contínuo.

A manutenção da estabilidade deve resultar na redução do tráfego de pedestres,


favorecer o uso de veículos menos ou menos poluentes, como bicicletas, e reduzir o número
de vagas de estacionamento, desde que não violem o estatuto, e quem constrói bicicletários
conecta a construção ao perímetro possível, com incentivos para veículos elétricos com posto
de abastecimento de combustível e talvez com estacionamento baixo ou fechado, para evitar
ilhas de calor, que é um problema que ocorre em altitudes muito elevadas, além de
congestionamento estrutural ou grave escassez de solo. Essa condição pode aumentar a
temperatura da área para 10 graus em comparação com uma floresta próxima ou área rural.

Gerenciar o escoamento de águas pluviais é muito importante, pois ajuda a prevenir


enchentes e o uso desses recursos naturais deve ser aproveitado para beneficiar o projeto;
podem ser feitas barragens para economizar água da chuva por um tempo e purificar a água
para uso futuro ou simplesmente construir barragens que retêm água de volta, reter
temporariamente a água e devolvê-la em um sistema de esgoto público.

A poluição sonora e luminosa é um problema que também deve ser considerado em


um edifício com forte viés, oriundos de grandes condicionadores de ar, caldeiras, aquecedores
e geradores, pode ser um problema para os vizinhos e para o meio ambiente, chocando a vida
selvagem no meio ambiente. Esses dispositivos devem estar no lugar certo, de preferência em
ambientes fechados e à prova de som.

Para poluição luminosa, recomenda-se limitar-se aos limites da área de construção. É


importante ter um projeto detalhado com luminárias que não tenham muita luz, para que não
haja postes ou luzes bem colocadas, o que incomoda os vizinhos. O excesso de luz também
prejudica os animais que podem pensar que o dia acabou, o que tem um efeito profundo na
saúde e até na morte das espécies.
53

7.4 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E DA ÁGUA, O GRANDE FOCO

Dois fatores-chave em construções sustentáveis são: o uso eficiente de água e energia


elétrica e o planejamento de qual maneira esses recursos podem ser obtidos de maneira menos
prejudicial, sendo produzidos localmente por outros meios, como gás natural ou luz solar. Em
muitos casos, reduzir a utilização de água em construções públicas acaba por estar associada
ao consumo de energia, pois são necessárias bombas para bombear a água de uma barragem
para outra ou da torneira.
O item “água” também deve ser bem planejado, sabendo-se quanta água será usada
para este projeto e quanto será utilizado a cada mês no projeto existente. Com este
levantamento da utilização da água, é possível estabelecer metas para reduzir o consumo da
água e usar esses materiais de forma inteligente. Algumas definições para a qualidade da água
são:

 A água potável geralmente vem do sistema de distribuição do serviço público e


tem custo, e seu uso é adequado para humanos e animais.

 A água da chuva, coletada em telhados verdes ou calhas, é uma importante


fonte de recursos e não é um resíduo, além de ser uma fonte de água para
limpeza, lavoura, construção e saneamento.

 A água cinza tem esse nome porque contêm resíduos e já é usada em outras
aplicações, como lavar roupas, pratos, água que é facilmente reciclável, pode
ser usada para regar, limpar jardins.

 A água negra tem esse nome porque contém matéria orgânica, saneamento,
alimentos, eles precisam de um sistema de tratamento de esgoto eficiente para
tratar essa água de reuso.

As estratégias de conservação de água são: reduzir o consumo de água potável,


reutilizar o uso da água, instalar aparelhos elétricos eficientes para economizar água na
construção, dupla rotação, construção comercial, uso de urina seca ou baixo uso de água, usar
torneiras e chuveiros com controle de fluxo de água, usar paisagismo para as plantas
indígenas, ou que requeiram irrigação mínima, levar água da chuva para diversos usos, para
54

evitar água potável, para monitorar o uso da água na edificação, por meio de vários
hidrômetros, que devem ser instalados de forma prática, como medidor de abastecimento de
água, medidor de jardim e garagem, cada medidor de casa, ou sala comercial dependendo do
tipo de construção.
A adoção de tecnologias de economia de energia é um desafio que requer cuidadosa
consideração e design, antes de se considerar a geração de energia na área a ser utilizada, é
necessário focar no consumo mínimo de energia com o uso de aparelhos elétricos modernos e
inteligentes, como condicionadores de ar e aquecedores eficientes, iluminação eficiente e
controle de luz. Uma estrutura funcional bem projetada pode se beneficiar de soluções
eficazes de proteção solar e térmica. Outras soluções como: ar rarefeito e prismas de luz,
direcionando a transmissão da fachada para permitir a entrada de luz solar, mas não muito
quente, o que pode ser feito com telas de vento solar ou venezianas internas, que aumentam a
luz natural, tomando cuidado para não sair dos arredores muito quente no verão e não muito
frio no inverno, exigindo muito pouca luz elétrica para iluminar, resfriar ou aquecer o interior
dos edifícios.
Atualmente, a produção de energia renovável na área do projeto já está espalhada em
todo o mundo e, apesar do alto custo de instalação e manutenção, o sistema se paga a longo
prazo. Existem edifícios de vários tamanhos que produzem parte ou toda a sua energia e
alguns dos edifícios geram tanta energia que podem vender o resto da empresa para o resto do
mundo ou receber futuros descontos de cobrança de dívidas, a energia renovável mais comum
nas edificações, a energia solar, é obtida com a instalação de um sistema de painéis
fotovoltaicos e eólica por meio de aerogeradores.
O Brasil é um dos países com maior quantidade de energia limpa e pode ser um grande
promotor de energias renováveis. O seu cenário natural é magnífico, com muito vento e luz
solar e muitos eventos ao longo do ano. É importante ressaltar que os países se preocupam
com os gases de efeito estufa e o aquecimento global e mudam e promovem a geração de
energia limpa, reduzindo ao máximo o uso de combustíveis fósseis, que são os mais
degradantes para o ambiente.
Segundo Porto (2013. p. 5):

O crescimento econômico e o desenvolvimento de máquinas para


fortalecer os padrões de produção e consumo, embora orientados pelos princípios da
"sustentabilidade" como tecnologia "limpa", sem emissão de gases de efeito estufa,
continuam sendo doutrina de instituições e governos, apresentando-se como única
55

forma de melhorar a sociedade e resolver problemas como a pobreza e o


desemprego. Talvez toda a comunidade, especialmente as ciências sociais e
humanas, deva se perguntar como podemos transformar uma pessoa para trazer
novos níveis de consciência e práticas sociais antes que mudanças ou desastres
ocorram, não apenas depois ou depois deles (PORTO et al., 2013).

Os padrões de construção devem ser avaliados estritamente pelos órgãos


governamentais locais, a fim de minimizar o impacto ambiental da construção e, ao mesmo
tempo, maximizar os benefícios fiscais dos incorporadores sustentáveis.

8. EDIFÍCIO TECNOLÓGICO (SMART BUILDING)

“Edifício inteligente” é uma palavra que não tem um significado, mas sim alguns. É
natural que pessoas diferentes tenham opiniões diferentes sobre um determinado assunto.
Portanto, algumas definições do que é uma estrutura inteligente pode ser incluída:
“Smart Building é aquele que integra dispositivos de controle automatizado em seus
sistemas técnicos e administrativos” (FRAZATTO, 2000).
O IBI - Instituto de Edifícios Inteligentes, define como: “aqueles que proporcionam
um ambiente produtivo e econômico por meio de quatro elementos básicos: Estrutura,
sistemas, serviços e gestão; e a relação entre eles”.
“Edifício é aquele que responde às necessidades dos seus utilizadores, ainda que
variadas, e mantém a capacidade de desenvolvimento, incorporando a qualquer momento os
recursos tecnológicos que podem ser facilitados” (NEVES, RPAA, 2002).
“Uma estrutura inteligente é aquela que incorpora, de forma lógica e econômica, os
recursos tecnológicos e técnicos disponíveis para fornecer os meios adequados para o
desenvolvimento da actividade humana” (NEVES, RPAA, 2002).
A partir de cada sub-definição, pode-se concluir que um edifício é considerado
inteligente se for capaz de proporcionar um ambiente produtivo e apresentar uma boa relação
custo-benefício por meio da melhoria de seus sistemas, serviços, estrutura e sua útil gestão da
saúde. Portanto, a "inteligência" de um edifício só pode ser testada pelo número de sistemas
automatizados em um edifício, pois o edifício pode ter um alto grau de automação e não é
inteligente. Desse modo, uma estrutura inteligente deve ter uma combinação de sistemas,
56

como: construção e gerenciamento de sistemas automatizados; sistema de comunicação e,


finalmente, um programa de computador que controla todos os itens acima.
No passado, não havia preocupação sobre como os programas individuais em um
prédio poderiam afetar outros. Uma estrutura que utiliza luz natural, por exemplo, reduz a
quantidade de calor que pode ser gerada pela luz sintética, o que, por sua vez, diminui o uso
de aparelhos de ar condicionado.
O novo modelo de construção de alto desempenho apresenta uma filosofia de
construção abrangente que incorpora características espaciais, energia, materiais de
construção, qualidade do ar interno, recursos naturais e relações entre todos esses elementos.
À medida que os edifícios se tornam mais caros e sofisticados, e à medida que
aumenta o número e a complexidade da tecnologia instalada neles, torna-se cada vez mais
crítico gerenciar edifícios e suas tecnologias com eficácia. Nesse contexto, o conceito de
integração é fundamental.
Considerando os sistemas tecnológicos básicos de estrutura - automação, computação
e comunicações - o conceito de integração deve ser aplicado dentro de cada sistema e entre
diferentes sistemas, ou seja, a integração deve ser o mais completa possível. A solução ideal
reside na diversidade completa dos diferentes sistemas, situação em que, do ponto de vista do
usuário, não é possível diferenciar determinados sistemas ou funções.
O conceito de integração é muito importante no contexto de estruturas inteligentes.
Isso se deve ao conjunto significativo de benefícios e potencialidades que proporcionam, que
incluem: melhor aproveitamento dos recursos disponíveis e maior eficiência na sua utilização;
novas funções, como valor adicional de colaboração e colaboração entre programas /
aplicativos; resposta altamente correlacionada; a capacidade de integrar informações,
processá-las e estender decisões; acesso a diferentes sistemas com o mesmo ponto, o que se
traduz em simplicidade, flexibilidade e eficiência; aumenta a produtividade, facilitando a
execução de tarefas complexas que integram diferentes sistemas; soluções com melhor
relação desempenho / custo.
Embora os benefícios da integração sejam inegáveis, há alguns aspectos negativos que
precisam ser enfatizados: podem surgir problemas operacionais relacionados à
interoperabilidade entre sistemas e pode não ser trivial identificar suas origens e quais etapas
devem ser tomadas para resolvê-los; pode haver barreiras legais à integração (por exemplo, há
países que exigem que os sistemas de detecção de incêndio sejam independentes e
segregados). Abaixo está uma possível integração do serviço em uma construção inteligente.
57

Figura 14: Integração entre os serviços do smart building

A melhor maneira de mostrar o valor da construção inteligente é por meio de


exemplos simples capazes de ilustrar a integração de serviços. Fica claro, portanto, que
estruturas inteligentes possuem funcionalidade própria, proporcionando funcionalidade,
conforto ou resolvendo problemas antigos.
Alguns dos serviços que podem ser prestados num edifício inteligente:

 Serviços Variados (Gestão de Inventários e Ativos, Controle de


Estacionamento de Veículos, Elevador, Controle de Irrigação, Gestão e
Administração de Sistemas, Localização de Pessoas e Equipamentos);

 Energia (Gestão de Energia, Iluminação, Aquecimento, Ventilação e


Resfriamento de Ar);

 Manutenção (Diagnóstico de Erros e Manutenção do Sistema, Gerenciamento


de Cabos, Manutenção Patrimonial);

 Interação com o usuário (gerenciamento de disponibilidade);

 Segurança (Detecção de Emergências, Informação, Detecção e Detecção de


Vigilância, Controle de Acesso, Comunicação de Distribuição de Áudio e
Vídeo, Suporte de Portaria).
58

Para todos os serviços é possível configurar e gerir o serviço, para permitir que se
adapte a cada situação (eventualmente, por exemplo, para definir quais os equipamentos
associados ao serviço e de que tipo, especificar a sua identificação, locais da construção onde
se encontram instalados). Também é possível monitorar e avaliar o funcionamento do
equipamento e seus equipamentos de controle, a fim de detectar a ocorrência de falha e
registrar as horas de operação (esta informação será muito útil na realização de ações de
manutenção).
Embora tenha sido comprovado que funciona em coisas como: economia de energia,
simplificação da gestão institucional e prevenção da falha de equipamentos caros, alguns
investidores e proprietários de residências ainda consideram os edifícios inteligentes como
algo inacessível. Este é um dos muitos mitos que cercam edifícios inteligentes, já que o
investimento em tecnologia de construção se paga em um ou dois anos, proporcionando
economia de energia e outras formas de eficiência. Existem sistemas de gestão que geraram
retornos em poucos meses. E não é apenas a eficiência energética que os edifícios inteligentes
têm se destacado, reduzindo o custo de reparo de equipamentos por meio de sistemas que
detectam quando uma determinada peça precisa ser substituída ou reparada, tornando a vida
útil da máquina mais longa e mais reduzida.
Ao contrário do que algumas pessoas pensam, edifícios inteligentes e edifícios verdes
não são a mesma coisa. Enquanto o primeiro aumenta a eficiência energética dos sistemas
prediais e garante a qualidade do ar, o último inclui técnicas que vão além da construção de
sistemas flexíveis. Portanto, essas duas soluções não são o mesmo conceito, mas podem se
complementar. Além disso, acabam sendo muito atrativos para os locatários, pois eficiência
energética, redução dos custos de vida e manutenção e aumento da produtividade são fatores
de maior valor para os locatários, que reconhecem os benefícios e buscam cada vez mais
recursos inteligentes no edifício, como melhorias nos sistemas de segurança e sistemas de
alerta para a manutenção de equipamentos eficazes.
Não apenas em novos edifícios onde soluções inteligentes podem ser usadas, um dos
menores edifícios do mundo não é completamente novo, o Empire State Building, por
exemplo, mostrou um retorno sobre o investimento em tecnologia inteligente e superou a
economia de energia esperada pelo segundo ano consecutivo, após um processo de
restauração abrangente e gradual que começou em 2009. Todos os tipos de edifícios, sejam
comerciais ou residenciais, podem ser construídos ou reformados para serem inteligentes e
59

funcionais, incluindo recursos industriais ou especializados, como laboratórios com soluções


inteligentes.
Outra característica sobre edifícios inteligentes brilhantes é que eles são geralmente
mais fáceis de operar e manter do que um edifício com pouca ou nenhuma automação. Um
sistema de gerenciamento de edifício inteligente pode detectar problemas mecânicos em uma
taxa sem precedentes, mas ainda envolve o gerenciamento de aplicações e extração de dados
para reparo e manutenção de equipamentos em análise de desempenho. Inicialmente,
equipamentos de construção e controles flexíveis foram criados como sistemas proprietários,
mas a nova tecnologia acessível permite que tecnologias inteligentes funcionem em conjunto,
possibilitando a coleta de dados de diferentes sistemas para uma melhor arquitetura.
Não é possível relacionar todas as tecnologias utilizadas no projeto inteligente, pois
variam em função dos detalhes do local, do tipo de construção, entre outros fatores. Portanto,
apenas as tecnologias mais comuns a serem introduzidas provaram agregar benefícios quando
usadas. O quadro abaixo fornece exemplos de renomeação que podem ser expressos por um
edifício inteligente e separados por espaços.

Quadro 1: Inovação tecnológica para os sistemas


60

Alguns estudos conduzidos por empresas especializadas em energia, como a Indústria


Schneider Electric Brasil Ltda, por exemplo, mostram que quando novas tecnologias são
utilizadas em sistemas de gestão de energia, os benefícios financeiros podem chegar a 30%, se
comparados à estrutura convencional. A tabela abaixo mostra isso:

Tabela 3: Economia de energia em um edifício inteligente

Os fatores que contribuem para os benefícios da conservação são: fornecimento de


energia, que inclui todos os cabos, sistema de proteção, sistema de gerenciamento de demanda
e áreas de utilidades; ar condicionado; Iluminação, considerada apenas interna.
Outros recursos, como melhor uso do elevador, espaço de estacionamento, iluminação
externa e comodidades gerais, oferecem uma economia de 30%.
Só com a preocupação de gerir a eficiência energética, percebe-se que a utilização do
conhecimento pessoal e das novas tecnologias garante um retorno financeiro significativo e,
sobretudo, reduz a necessidade de recursos energéticos.
A Pearl River Tower, localizada em Guangzhou, China, é um edifício de 71 andares e
309 pés de altura e é um exemplo de um projeto engenhoso que leva em consideração o
projeto geral e a estrutura do edifício. Este projeto conta com diversas tecnologias novas, que
atuam em conjunto para reduzir a quantidade de energia utilizada devido ao desempenho da
estrutura. Esses sistemas também oferecem altos níveis de conforto pessoal e qualidade do ar
que vão além do que os procedimentos mais comuns podem oferecer.
A fachada da Torre possui um sistema que controla a quantidade de luz solar e, como
resultado, o calor entra por ela. O clima da região onde o edifício está localizado é quente e
úmido, por isso a necessidade de implantação desse sistema atua como um controlador
térmico. As três figuras a seguir mostram a planta baixa do Pearl River e sua frente.
61

Figura 15: Planta baixa do Pearl River Tower

Figura 16: Fachada da Torre

Figura 17: Abertura para a passagem de vento


62

Entre as tecnologias existentes encontram-se uma fachada climatizada de dupla


fachada, com zonas recreativas autopropelidas, superfícies norte e sul, e um sistema
tridimensional brilhante com exterior automatizado a nascente e a poente. Fachadas com ar
duplo ou triplo brilhante permitem maior flexibilidade na concepção dos ambientes, devido à
redução da temperatura e da variabilidade da luz solar. Portanto, o conjunto permite maior
desempenho térmico e oscilações levando a um aumento na captação de luz solar e uma
redução no uso de iluminação iluminada. O sistema de desidratação utiliza o calor coletado
pela fachada dupla como fonte de energia.

Figura 18: Conceitos presentes no Pearl River Tower

Inaugurado em 2007, o Eldorado Business Tower é considerado um dos edifícios mais


brilhantes do Brasil. O prédio está localizado em São Paulo, um dos mais importantes centros
financeiros da cidade. O Eldorado Business Tower é utilizado principalmente para escritórios
corporativos, com 36 pavimentos, 32 pavimentos, 4 subsolos, garagem com 7 pavimentos,
63

heliporto e centro de montagem, localizado em 128.645 m² de área construída e altura de


141m.

Figura 19: Fachada do Eldorado Business Tower

Desde o seu início, o edifício foi desenhado de uma forma moderna e, como resultado,
de uma forma inteligente. Os criadores estavam pensando em um brilhante projeto brasileiro
de verdade, quase sempre fora de sintonia com o mundo. O trabalho foi baseado em quatro
pilares principais, incluindo a capacidade de se conectar mais de perto com os mais diversos
sistemas. Além disso, era importante que o design fosse flexível, moderno e amigo do
ambiente. A seguir, trazemos parte do plano de layout da construção.
64

Figura 20: Corte da edificação

Essa obra se tornou realidade em 2006, quando as obras foram iniciadas. A construtora
buscou novos materiais necessários para a construção de outros edifícios ao redor do mundo
e, com isso, obteve um resultado bastante satisfatório. O primeiro ponto importante,
estabelecido quando o projeto foi batizado, embora bastante comum hoje, é a fachada
lustrosa. O vidro usado, na cor verde, permite que 70% da luz solar passe pela fachada e, além
disso, apenas 28% do calor também passa pelas placas de vidro. Embora o vidro usado na
construção seja duas vezes mais caro do que o vidro comum, os benefícios de curto e longo
prazo são muito maiores.
Está comprovado que, no curto prazo, mesmo durante a construção, ao reduzir a
necessidade de uso de ar condicionado para refrigeração dos ambientes, o projeto tem
conseguido reduzir custos com materiais de construção, pois tem menos carga. Estima-se que
haverá uma redução de cerca de 600 aparelhos de ar condicionado, o que também ajuda a
incorrer em gastos com energia no longo prazo. As janelas nos quartos com persianas
automáticas controlam a abertura e o fechamento dependendo da posição do sol.
Os condicionadores de ar utilizados foram baseados na tecnologia japonesa, que
consome menos energia e permite controlar a temperatura individual. Além disso, essa
tecnologia funciona muito bem, pois em aplicações de alto desempenho, é possível manter o
65

equipamento operando apenas onde for necessário, ao contrário das unidades de ar


condicionado com sistema central de água fria, onde existe uma única instalação de
refrigeração.
O prédio também possui muitas tecnologias que ajudam a reduzir os custos de
eletricidade. Os elevadores possuem um sistema de energia renovável. Quando o elevador
chega e sai, ele gera energia para o dínamo, compensando a transferência de um elevador para
outro, ou seja, quando um vai mais rápido e o outro desce, a descida gera energia nessa
velocidade. Esta máquina pode economizar de 40% a 50% da energia usada em dinheiro.
Durante a construção, os planos de construção foram devidamente aprovados,
garantindo que foram executados e fiscalizados e que funcionaram conforme o planejado para
a obra. É por isso que existe um sistema de medidor de energia individual com um sistema de
gerenciamento de energia baseado em computador integrado que funciona perfeitamente.
Além disso, existe um sistema denominado “roda entálpica”, que aproveita a energia
calorífica remanescente no ar (frio) que é libertado do edifício, permitindo que o ar que entra
no edifício arrefeça, reduzindo assim o consumo de energia na atmosfera.
Existe também uma economia no uso de água. Parte disso é reutilizada. A água da
chuva é captada, purificada e utilizada em irrigação, banhos, lavanderia e mictórios, além de
espelhos d'água. As plantas e árvores aceitas no planejamento urbano são as que menos
necessitam de água para irrigação. Os banheiros possuem box em anexo. Além disso, junto
com os lavatórios, existem sensores com fechamento automático.
Estruturas inteligentes geralmente consistem em um ou mais sistemas inteligentes.
Geralmente, um sistema inteligente tem poder de computador, que é capaz de detectar e
controlar situações e usar os dados coletados para tomar decisões e responder de forma
adequada. De acordo com um estudo de 2017 do Conselho Americano para uma Economia
em Energia, existem sete categorias técnicas que poderiam fazer parte de uma estrutura
inteligente:

 Aquecimento inteligente, ventilação e ar condicionado: Ao usar vários sensores


que monitoram e controlam a temperatura e a qualidade do ar, os sistemas
inteligentes de aquecimento, ventilação e ar condicionado limitam o consumo
de energia quando os componentes estruturais não são usados. Além do
hardware, o software complementar analisa a entrada e faz alterações para criar
total conforto para os usuários, enquanto usa os recursos de forma eficiente.
Em termos de economia, um sistema de termostato inteligente pode reduzir o
66

consumo de energia em até 10%. O conversor de frequência, que controla a


velocidade do motor CA, pode economizar até 50% da potência necessária
para acionar o motor. No Reino Unido, essa tecnologia está sendo oferecida
por um número crescente de empresas, incluindo Daikin, Mitsubishi,
Smartcool, tado°, para residências e pequenos negócios, e a Ecovent, somente
para residências.

 Iluminação inteligente: A iluminação inteligente inclui sistemas que


aproveitam ao máximo a luz natural, utilizam sensores que fornecem luz com
base na quantidade que já atinge o espaço, além de outros recursos como
função em um determinado momento e para que espaço é utilizado, os usuários
podem fazer login aplicativos baseados na web. Os sistemas avançados de
controle de iluminação normalmente usam 45% menos energia do que aqueles
equivalentes a "baixa intensidade". A Philips é um conhecido fabricante de
sistemas de iluminação inteligentes, tendo se tornado um dos primeiros
produtos a comercializar em 2012 com o Hue System. Sua tecnologia está em
casa tanto em residências privadas quanto em escritórios modernos.

 Cargas de plugue inteligente: Os edifícios precisam ser capazes de permitir


uma ampla variedade de eletrônicos portáteis, desde laptops e outros
dispositivos de escritório até os equipamentos e equipamentos de pós-venda
mais procurados. Os controles de plugue inteligente controlam o acesso às
informações de carga e iluminação com BMS, sensores de movimento e / ou
detecção de carga para reduzir a energia de equipamentos desnecessários em
determinados momentos. Essa tecnologia pode trazer economia de energia
entre 50% e 60%. Algumas duplicatas inteligentes podem não apenas detectar
a carga principal, mas também controlar dispositivos secundários,
economizando energia por um fator de 25% a 50% em comparação com um
plugue múltiplo padrão. O Smart Plug WiFi da TP-Link oferece muitos
recursos que você pode usar em casa e pode ser conectado a assistentes de voz
como o Amazon Alexa. A Bosch também faz lojas para residências inteligentes
e pode medir seus sistemas para construir um prédio comercial conectado. O
sistema BEM inteligente do enModus permite medição detalhada,
monitoramento e gerenciamento do consumo de energia.
67
68

9. WELL BEING, BEM ESTAR NO AMBIENTE DE TRABALHO

O capital humano das empresas, as pessoas, é sem dúvida o principal ativo da


empresa, por isso garantir a saúde e o bem-estar no trabalho é um investimento importante
para garantir esse capital. As Nações Unidas, junto com a Organização Mundial da Saúde
(OMS) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), veem a saúde ocupacional e o bem-
estar como um direito fundamental de todos os cidadãos e, portanto, o valor universal deve ser
compartilhado por todos. No entanto, ainda há muito a fazer para garantir que esse direito seja
efetivamente garantido a todos os cidadãos.
De acordo com dados da OIT, estima-se que 2,3 milhões de pessoas morram
anualmente em todo o mundo em decorrência de problemas de saúde ocupacional (acidentes
de trabalho e doenças ocupacionais) (OIT, 2010). Os acidentes de trabalho e as doenças
ocupacionais geram custos mais elevados para as organizações, tendo seu custo global, em
2000, de US$ 1,25 bilhão (OIT, 2003).
Na União Europeia, apenas o número de dias de trabalho perdidos (devido a acidentes
e doença) foi de 500 milhões e estima-se que os custos devido a acidentes de trabalho variem
entre 1% e 3% da produção nacional total (por Estado-Membro) e o custo do estresse
ocupacional na UE (15) é estimado em € 20 bilhões (Agência Europeia para a Segurança e
Saúde no Trabalho, 2002, 2009).
Além dos custos diretos associados ao absenteísmo por doença ou acidente, existem
outras consequências negativas decorrentes da falta geral de segurança e de saúde na
produtividade organizacional. Por outro lado, surgem custos imediatos e diretos, tais como:
indenizações e danos aos funcionários, custas judiciais relacionadas com os procedimentos;
pagamento de prêmios de risco; altos prêmios de seguro; perda de material; multas e
penalidades. Por outro lado, as organizações têm custos indiretos, que estão associados a
reduções significativas de pessoal e maiores lucros organizacionais (lucro).
Com a perda de pessoal qualificado e com conhecimento, a empresa investe em
treinamento, e o desempenho da organização é afetado. A empresa, por outro lado, por ser
considerada insegura/insalubre, tem impacto no seu status social, afetando negativamente o
seu apelo, tanto para os seus clientes como para os potenciais colaboradores.
Por fim, também podem surgir disputas com sindicatos, funcionários da comunidade
e/ou residentes locais, em casos extremos, o que pode levar à perda da licença de operação da
empresa. Ao mesmo tempo, a promoção da saúde no trabalho traz vários benefícios
69

econômicos. Por exemplo, apenas nos Estados Unidos, as empresas que aderiram ao programa
voluntário OSHA (Administração de Segurança e Saúde Ocupacional), que inclui a
implementação de programas padrão de segurança e saúde, têm 54% menos acidentes e
doenças e menos de 60% a. 80% de dias perdidos do que outras empresas do mesmo setor no
mesmo país. Estima-se que desde 1982 houve uma economia de $ 1 bilhão como resultado
desses programas (OIT, 2003).
A Declaração de Barcelona sobre Boas Práticas para a Promoção da Saúde no
Trabalho (2002) destacou que a presença de trabalhadores e empresas saudáveis é essencial
para uma economia estável e próspera.
Cinquenta anos atrás, a OMS desafiou uma visão tradicional de saúde que se
concentrava em sua condição física e na ausência de doença e até mesmo descreveu a saúde
como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, não apenas a ausência de
doença ou enfermidade” (OMS, 1946). Em 1950, a OMS, juntamente com a OIT, definiu
ainda saúde e saúde ocupacional como a promoção e manutenção de maior bem-estar físico,
mental e social em todas as ocupações, buscando prevenir problemas de saúde ocupacional, a
proteção dos trabalhadores mediante a exposição a perigos e trabalho habitual no local de
trabalho. Mais recentemente, em 1999, a American Psychological Association estabeleceu um
local de trabalho saudável como um local onde atividades de promoção da saúde eram
fornecidas, programas de apoio aos funcionários eram fornecidos, benefícios eram fornecidos
e condições de trabalho flexíveis eram administradas de maneira adequada ao seu
desenvolvimento, saúde e segurança e prevenção do estresse.
As últimas décadas foram marcadas por um trabalho significativo na identificação das
causas e efeitos da saúde e bem-estar ocupacional e na promoção da implementação de bons
hábitos (Caetano e Silva, por destaque; Chambel, 2005; Danna e Griffin, 1999). A literatura
existente (seja narrativa, sistemática ou meta-análise) revela que a saúde e o bem-estar no
trabalho são influenciados por dois tipos principais de coisas. Fatores individuais, como
características sociais, personalidade e recursos pessoais, e características organizacionais,
como condições de trabalho, relacionamento interpessoal, cultura e clima corporativo e
políticas e práticas de gestão.
Em seguida, o trabalho de consolidação apresentado na literatura revela que altos
níveis de saúde e bem-estar no local de trabalho estão associados a um alto grau / frequência
de comportamento de cidadania organizacional e alguns comportamentos de retração
organizacional (por exemplo, absenteísmo e benefícios), respectivamente, como efeitos
70

positivos sobre os indivíduos, como baixos distúrbios psicossomáticos e altos níveis de


atividade física e motivação, satisfação no trabalho e satisfação geral com a saúde.
Nos últimos anos, têm sido feitas várias tentativas para iniciar e estudar intervenções
destinadas a promover a boa saúde e o bem-estar no trabalho. Esses procedimentos podem
não ter como objetivo prevenir a prevenção primária, secundária ou secundária. A prevenção
principal visa eliminar ou reduzir significativamente os riscos no local de trabalho e promover
um ambiente de trabalho saudável. Isso significa o desenvolvimento de ações para alterar ou
eliminar as fontes de estresse no ambiente de trabalho e, com isso, reduzir seu impacto
negativo sobre o indivíduo.
Um exemplo de trabalho de redesenho; horários de início flexíveis; disponibilidade de
oportunidades de desenvolvimento de empregos, acesso ao apoio e feedback da comunidade.
E neste contexto, recomenda-se que as ações da gestão da organização tenham em
consideração: a carga horária e o ritmo de trabalho adequado às competências e recursos da
organização; jornada de trabalho que atenda às necessidades e responsabilidades fora do
trabalho; para evitar mal-entendidos e criar falsas expectativas sobre oportunidades de
promoção de emprego, desenvolvimento de emprego e segurança no emprego; um ambiente
social saudável que permite a uma pessoa ter oportunidades de interagir com outras pessoas
ou realizar tarefas ou suporte emocional; conteúdo motivador e significativo e dando ao
funcionário a oportunidade de usar suas habilidades.
A segunda prevenção começa com a detecção precoce dos problemas e busca para
reduzi-los, ou seja, focar nos funcionários que já apresentam determinados sintomas de
depressão ou doença e que buscam aumentar sua capacidade de lidar com esses problemas.
Um exemplo de uma segunda prevenção é realizar atividades de treinamento e atividades de
ensino que permitam a uma pessoa adquirir as habilidades necessárias para controlar o
estresse ou desenvolver estilos de vida saudáveis.
A prevenção em instituições terciárias visa a recuperação e reabilitação de indivíduos,
ou seja, focar no tratamento, reabilitação e recuperação de funcionários que já se encontram
enfermos ou que já estão com deficiência.
A construção de instalações de saúde e médicas, bem como programas de apoio ao
pessoal, é um exemplo de ação possível. Schabracq (2003) enfatiza o papel da liderança e da
gestão de pessoas na promoção da saúde e do bem-estar no ambiente de trabalho. Segundo o
autor, além das ferramentas que um gestor de RH pode utilizar para promover a saúde e o
bem-estar dos indivíduos da organização (e temos destacado quando se trata de intervenções
no nível básico de prevenção), a boa liderança deve estimular a justiça no local de trabalho e o
71

líder devem mostrar claramente seu respeito e preocupação com a saúde e o bem-estar dos
funcionários.
Por último, é de referir que, nos últimos anos, várias medidas foram postas em prática
para reconhecer e valorizar os esforços das empresas que promovem a saúde e o bem-estar em
contextos organizacionais, muitas vezes na forma de prémios, como o “Healthy Workplace”
pela American Psychological Association.
No local de trabalho, os desafios da prevenção e promoção da saúde ocupacional
renovam-se, exigindo um trabalho contínuo, quer por parte das empresas, no desenvolvimento
de programas de desenvolvimento contínuo, e pela comunidade científica em suas pesquisas
(diagnóstico e intervenção). Ao mesmo tempo, há o surgimento de novas medidas
preventivas, por exemplo, a tendência de integrar os sistemas de saúde em sistemas integrados
de gestão de saúde e segurança, projetados para promover o comportamento saudável e
garantir a adição de resultados positivos à produtividade organizacional (OIT, 2010).
Para além das intervenções ao nível organizacional, assegurar que se avança para a
criação de locais de trabalho saudáveis e o seu desenvolvimento contínuo requer a existência
de uma Cultura Nacional de Prevenção. O desenvolvimento e promoção desta nova cultura
requer que o direito à saúde e segurança no trabalho seja respeitado em todos os níveis, que
haja participação efetiva de governos, empregadores e trabalhadores na garantia de um
ambiente de trabalho saudável (onde as obrigações são claras, direitos e deveres de todas as
partes envolvidas).

9.1 CONFORTO VISUAL E CORES NOS AMBIENTES DE TRABALHO

A cor é um fenômeno físico relacionado à nossa visão e revelado por meio da luz. A
manifestação das cores, no entanto, não é um evento físico somente, mas também fisiológico
e psíquico (BARROS, 2006). Sentir e perceber as cores é um pensamento decorrentes dos
estudos feitos por Goethe, um pensador e poeta alemão.

Em “Doutrina das Cores”, o autor foi o primeiro a relacionar tais sensações e


percepções à natureza das cores. Essas ideias sofreram bastante resistência, principalmente no
final do século XVIII e início do século XIX, devido a Newton e seus pensamento, que
estavam a todo vapor na época, e o amplo crescimento da física. A ideia de definir as cores do
mesmo modo que elas se manifestam à visão, como qualidades, de acordo com suas
propriedades específicas, se tornou uma problemática por conta do desenvolvimento da física.
72

As cores têm grande influência em nossa vida e se tornaram alvo de constantes estudos
nas mais variadas áreas, como o marketing, a comunicação, a administração, os recursos
humanos, entre outros.

A cor é, sem dúvida alguma, a mais importante ferramenta da qual o


designer de interiores dispõe. Possui a capacidade de transmitir instantaneamente a
atmosfera e o estilo e de criar efeitos visuais. Também é um dos primeiros aspectos
percebidos em um ambiente. As pessoas podem não mencionar o esquema
cromático de um projeto, mas certamente, comentarão que um determinado
ambiente é muito acolhedor, cálido, convidativo, limpo, espaçoso, elegante ou
intimista – impressões diretamente provocadas pelas tonalidades de cor utilizadas
(GIBBS, 2014, p.110).

Existem diversos estudos sobre as cores, que sempre foram observadas de modo a
facilitar a compreensão sobre sua influência no psicológico e nas escolhas das pessoas.
Alguns estudos apontaram que as cores podem influenciar as pessoas das mais diferentes
formas, dentro dos aspectos culturais da sociedade em que estão inseridas, influenciando de
modo direto na vida das pessoas.

De acordo com Farina (2006), as cores influenciam os seres humanos tanto em seu
caráter fisiológico quanto no psicológico, intervindo em sentimentos como alegria, tristeza,
exaltação, depressão, atividade, passividade, calor, frio, equilíbrio, desequilíbrio, e assim por
diante. Sob essa luz, se faz importante o estudo das cores e o modo como elas influenciam os
humanos.

De acordo com OKAMOTO (2002), o comportamento humano é impulsionado por


uma reação ao ver o ambiente pelos motivos por trás dele. Para o autor, o processo visual
inclui:

Temos uma sensação do ambiente por meio dos motivos do ambiente, sem perceber.
No sentido escolhido, quando confrontado com uma explosão de sistema, características
interessantes ou que chamam a atenção são selecionadas, e é somente quando ocorre a
percepção (imagem) e consciência (pensamento, sentimento) que leva a uma reação que leva
ao comportamento.
73

Portanto, pode-se supor que a cognição é uma resposta a um estímulo da natureza,


derivado dos sentidos humanos. OKAMOTO (2002), considera os sentidos humanos um meio
de interação com a realidade.

Desta forma, a visão natural leva a pessoa a ver o ambiente construído como real e a
vê-lo. No caso dos locais de trabalho, existem alguns fatores ambientais, entre os quais
destacamos a cor, que atua como motivador e, quando surge, atrapalha o comportamento dos
colaboradores e, consequentemente, o seu desempenho e bem-estar.

A cor é um elemento natural que atua como motivador e pode influenciar o humor, a
satisfação e a motivação de uma pessoa (STONE, 2003). Dependendo do tipo de trabalho
executado, a cor do entorno pode influenciar o desempenho (KWALLEK et al., 1998;
KWALLEK & LEWIS, 1990) e a percepção das atividades (nível de demanda) (STONE &
ENGLISH, 1998). Portanto, determinar o efeito das cores locais em uma pessoa pode ser útil
na construção de espaços de trabalho (STONE, 2001).

10. CIDADE DE QUINZE MINUTOS

O Urbanista Carlos Moreno, que cunhou o conceito (Ville du 1/4h) e também leciona
na Universidade de Sorbonne e é assessor da Anne Hidalgo, prefeita de Paris. A cidade de
quinze minutos surge a partir de uma nova realidade vivenciada por conta da pandemia do
Corona Virus, o projeto propõe que tudo o que os moradores da cidade necessitam deve estar
em um raio que seja a pé ou bicicleta a uma distância máxima de 15 minutos. Isso faria com
que os deslocamentos passassem a ser mínimo: entre residência, trabalho, escola, restaurante,
espaços de lazer, hospitais, parques e praças entre outras coisas.

O conceito da cidade de 15 minutos é guiado por 4 diretrizes principais, capazes de


construir uma vida urbana mais ágil, saudável e flexível:

1 – Ecologia: para uma cidade verde e sustentável

2 – Proximidade: para viver a uma distância curta de outras atividades

3 – Solidariedade: para criar vínculos entre pessoas

4 – Participação: deve envolver ativamente os cidadãos na transformação do seu bairro


74

Segundo o que foi discorrido na matéria no estadão por Beatriz Faria em 2021, a ideia
surgiu a partir de uma teoria desenvolvida pelo urbanista de ‘crono-urbanismo’, isso é, uma
mudança da ideia da relação que temos com o tempo de deslocamento dentro das cidades.
Carlos Moreno defende que vivemos em cidades fragmentadas e que, por não conhecermos
nossos vizinhos, não ocupamos o espaço urbano dos nossos bairros, estamos sozinhos,
sofremos.

De acordo com Richard Bentall, professor de psicologia da Universidade de Sheffield,


as mudanças promovidas pelas Cidades de 15 minutos trariam maior resiliência para os
cidadãos lidarem com a adversidade. O sentimento de pertencimento que uma cidade
promove para os seus cidadãos é, de acordo com o professor, essencial para deixar os
cidadãos mais felizes.

Cada vez mais as cidades inteligentes tem voltado seus esforços para atender o bem
estar de seus cidadãos. A pandemia mostrou a necessidade de resiliência, como também a
fragilidade da saúde mental das pessoas. As cidades inteligentes devem ter políticas que
garantam a felicidade de seus cidadãos.

É importante ressaltar que o movimento cidade de 15 minutos tem conceitos diferentes


a outros movimentos voltados a mobilidade urbana em smart cities: o projeto é inteiramente
desenvolvido como uma resposta direta ao Coronavírus, mudanças climáticas e à
globalização. Paris durante a pandemia adotou as ideias, com o objetivo de repensar na
inclusão dessas atividades sociais no cotidiano, promovendo assim uma maior conexão social.

Defina o perímetro acessível em 15 minutos a pé.

Uma pessoa na cidade de Paris se desloca a pé a uma velocidade de cerca de 4,5


Km/h. Nessa velocidade, ela cobre uma distância de 1.125 metros em 15 minutos.

Para se cumprir o objetivo de Carlos Moreno, é necessário que os estabelecimentos


que atendam às necessidades do dia a dia e os empregos de uma família parisiense estejam
dentro desse raio, de cada residência.

O perímetro total desse raio, daria 398 hectares e se levar em consideração o traçado
da cidade de Paris esse perímetro se reduziria a um polígono com área total com cerca de uns
300 hectares.
75

Figura 21: Área de 15 minutos de caminhada, desconsiderando e considerando o traçado de Paris

Na escala de Paris, 300 hectares equivale a 3,4% da área habitada do município. A


proposta de Carlos Moreno então propõe que uma família parisiense viva em uma quase
autarquia (quase poder absoluto da localidade) de apenas 3,4% do território municipal.

Alimentação, empregos e deslocamento, dependerão de todo a infraestrutura já


existente, então demandam-se novas políticas de zoneamento e novas leis para se fazer
modificações de espaços privados já existentes.

Na cidade do Rio de Janeiro, é possível trazer alguns desses conceitos para serem
introduzidos na nova região do Porto Maravilha.

11. A ELETROMOBILIDADE

A importância do pensar sustentável é enorme e tornar os grandes centros urbanos que


anteriormente não eram dessa forma também é. A importância de se utilizar meios de
transporte que cada vez menos emitam CO² é extrema e não somente pensando nos meios de
transporte de massa também os transportes individuais.

A maneira como se entende a mobilidade urbana mudou muito com as novas


tecnologias: o ‘novo normal’ fez com que mudanças que já vinham ocorrendo no setor de
transportes fossem aceleradas e soluções inovadoras passaram a ser cada vez mais necessárias
para a sustentabilidade das cidades.
76

O Connected Smart Cities & Mobility realizou um webnar para discutir a


eletromobilidade e universalização de carros elétricos que contou com a presença do
presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Igor Calvet, além de
Jens Giersdorf, Diretor de projeto – GIZ – Cooperação Alemã, Sergio de Oliveira Jacobsen,
CEO – Operating Company Smart Infrastructure – Siemens Brasil e a diretora executiva do
Instituto de Políticas de Transporte & Desenvolvimento (ITDP), Clarisse Cunha Linke.
(Beatriz Faria 2021).

De acordo com Igor Calvet, o governo já está trabalhando para que a infraestrutura de
recarga, com novos modelos de negócios públicos e privados, seja possível no país: “Todos os
países enfrentam talvez os mesmos obstáculos: custo, autonomia, tempo de recarga,
infraestrutura de recarga e, por fim, assimetria de informação do consumidor”.

Falar sobre mobilidade urbana sustentável é um dos grandes desafios para tornar as
cidades mais inteligentes e conectadas. O monitoramento do tráfego em tempo real nas vias
através de câmeras e sensores, de sistemas de controle de semáforos e os próprios aplicativos
de mobilidade que mostram as melhores rotas a serem seguidas ou em que local está o
determinado transporte de uma determinada rota, são exemplos de como a tecnologia vem
atuando no setor, mas somente isso não basta para que tornemos o meio de transporte mais
sustentável.

A modificação do transporte de massa para meios elétricos é de suma importância,


porém só será possível com um grande investimento e concordância dos setores de transporte
dessa nova visão mais sustentável.

O Rio de Janeiro tem a pior mobilidade urbana do país. De acordo com pesquisa feita
pelo aplicativo MOOVIT. De acordo com o aplicativo 11% dos moradores da do Rio passam
mais de 2 horas em trajetos feitos em transportes públios. Já os passageiros da região
metropolitana do Rio, gastam em média 67 minutos em deslocamentos feitos nos transportes
públios.

Como consequência desses números, durante a pandemia, segundo o site Diário do


Rio, mais de 30% dos passageiros deixaram de utilizar o transporte público para utirlizar
meios de transporte particular.
77

12. REFERENCIAS E ANÁLISES

12.1 – MENARA MESINIAGA

Figura 22: Menara Mesiniaga

O Menara Mesiniaga é a sede da IBM em Subang Jaya próximo a Kuala Lumpur. Foi
concebido pela primeira vez em 1989 e finalmente concluído em 1992. A IBM precisava de
um edifício que fosse uma vitrine corporativa de alta tecnologia para seu site altamente visível
e indústria de alta tecnologia. Além disso, Ken Yeang projetou este edifício como um
exemplo de suas práticas e princípios bioclimáticos de arranha-céus.

O edifício é um ambiente filtrador, uma analogia para síntese e análise. O Menara


Mesiniaga é uma obra construída que utiliza uma base de modelos de construção tradicionais
da Malásia e sua transição ou evolução em princípios modernos. É a visão de Yeang da
cidade-jardim tropical e ela revela “a relação de edifícios, paisagem e clima” transformando o
impacto do desenvolvimento de arranha-céus no ecossistema de uma cidade.

Dados técnicos:

Altura - 63 metros

Andares (sobre o solo) – 14

Pisos (subterrâneos) – 1

Ano iniciado – 1989


78

Ano finalização – 1992

Área Bruta – 6503 m²

Função e uso: O prédio está equipado com 6 salas de aula, um centro de


demonstração, um auditório com 130 lugares, lounge, refeitório e salas de oração. O edifício
possui um excelente sistema audiovisual, iluminação completa, administrativo e serviço de
refeições, e um grande teatro de entrada para exibição e demonstração de produtos. Está
conectado para comunicações dentro de si e com seus parceiros de tecnologia. Eles se
orgulham de um compromisso criando uma instalação que seria sensível em harmonia com o
meio ambiente local, bem como aquele que reflete as aspirações da empresa de ser uma
indústria líder.

Figura 23: Planta do edifício

O edifício conta com uma série de varandas com jardim, esses jardins começam em
uma larga facha no térreo da edificação e vem acompanhando as varandas, essas tem a função
79

de auxiliar no sombreamento dos andares e conjunto de janelas que vão do piso ao teto para
melhor aproveitamento da iluminação natural.

Figura 24: Composição dos jardins na edificação


80

Figura 25: Fotografia de uma das varandas do Mesiniaga

Para complementar as varandas e toda a iluminação externa, a fachada é tratada com


venezianas de alumínio que ajudam na prevenção do ganho de calor interno. As aberturas das
venezianas são de acordo com a trajetória solar equatorial do local: as fachadas norte e sul,
por receberem menor incidência solar direta, são sombreadas com por venezianas mais finas,
enquanto a face oeste da edificação é protegida por largas faixas de alumínio que quase
cobrem toda a janela, para assim bloquear o máximo possível os raios solares.

Figura 26: Faixa de alumínio ao longo da fachada Oeste


81

No topo da torre há uma estrutura em forma de “V” destinada a receber painéis solares
para complementar as necessidades de energia do edifício. Na época a qual o edifício
terminou sua construção, os painéis solares ainda não haviam sido instalados e com essa
estrutura toda pronta, ela também tem a função de aumentar o sombreamento do edifício e da
piscina, também localizada no topo da edificação.

Figura 27: Estrutura no topo do prédio para receber os painéis solares e as venezianas na fachada

12.2 – EDIT TOWEER

O projeto Editt Tower, patrocinado pela Urban Development Authority e pela National
University of Singapore, revitalizou a região que é considerada "cultura zero". O ambiente
natural desta região, totalmente desvinculado do desenvolvimento urbano e da natureza, foi
totalmente destruído. Por outro lado, o projeto tem como objetivo aumentar a parcela da área
verde para 50%.

Um dos pontos mais importantes sobre os elementos naturais de um projeto é que as


espécies vegetais selecionadas, vinculadas ao projeto de construção, não são afetadas por
influências externas e outros organismos. Enquanto os espaços residenciais são criados para
subir até o telhado de um edifício com rampa lado a lado, ele integra com sucesso o interior
de um edifício de 26 andares em uma paisagem. A área horizontal da área vertical é fornecida
por um sistema de rampas das casas laterais e calçadas até a sexta caverna.

O projeto, no qual o ciclo de vida potencial de um arranha-céu pode ser negligenciado,


tomou medidas para garantir que a estrutura se adapte a outros materiais e que os materiais
possam ser reutilizados. As estratégias usadas no projeto Editt Tower podem ser listadas
como suporte removível, piso substituível e construção de suporte mecânico.
82

São 26 andares com painéis de 855 m² de painéis fotovoltaicos (que entregarão 39,7%)
para autossuficiência, ventilação natural, esgoto a biogás e uma unidade de isolamento total
cercada por vegetação cobrindo parte de sua área.

O edifício arborizado foi construído com o objetivo de valorizar a diversidade natural


de sua área e revitalizar o ecossistema de Cingapura, uma forma de revitalização da cidade a
partir do topo do arranha-céu.

Cerca de metade da superfície da torre EDITT foi integrada à vegetação local, o que
permite que o fluxo de ar natural e esgoto sejam convertidos em biogás e fertilizantes. A torre
foi construída com uma variedade de materiais reciclados e reciclados, e um sistema central
de reciclagem estará acessível em cada andar.

Figura 28: Planta Editt Tower

As faixas de acesso público são conectadas aos andares superiores do mesmo nível da
rua, onde podem ser encontradas lojas, restaurantes e uma variedade de plantas. O edifício
83

também foi pensado para uso futuro, com muitas paredes e pisos que podem ser movidos ou
removidos, trazendo flexibilidade e mobilidade.

Em uma cidade conhecida como “chuvas fortes”, ou chuvas torrenciais, o prédio


coleta água da chuva e integra sistemas de irrigação com banheiros com uma taxa de
subsistência estimada de 55%.

A construção é para edifícios comerciais, com lojas, salas de exposições, salões, etc. É
um projeto estimulante e um exemplo a seguir, pois resolve inúmeros problemas relacionados
à conservação, que estão sendo discutidos hoje, de forma simples e eficaz.

12.3 CENTRO DE PESQUISAS L’OREAL

Localizado na Ilha de Bom Jesus, próximo ao Parque Tecnológico da Universidade


Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Centro de Pesquisa e Inovação L'Oréal Brasil atua com
base em uma série de premissas de sustentabilidade que culminaram na conquista do
certificado LEED. É o primeiro prédio da cidade, e o primeiro laboratório de pesquisas do
Brasil, a obter o certificado na tipologia de Operação e Manutenção na categoria Platina.

Figura 29: Centro de pesquisas L’Óreal


84

Alinhadas aos valores do plano de sustentabilidade da empresa, as ações contam com


o apoio da consultoria CTE. Para determinar a marca verde, o projeto foi avaliado em cinco
requisitos: eficiência energética, uso racional da água, gestão de resíduos, transporte e
emissões e informações pessoais.

No centro de pesquisas de 16.235 m², os processos buscaram reduzir o impacto do site


no local, garantir a eficiência energética e garantir um ambiente confortável e dinâmico para
os funcionários.

Uma contribuição significativa foi um projeto da Perkins & Willl + RAF, que buscou
estabelecer uma ligação harmoniosa entre o prédio de dois andares e a natureza, com uma
estrutura que se conformasse com a paisagem. Ao evitar a luz solar direta, a fachada inclinada
de vidro também ajudou a aumentar a penetração da luz natural sem produzir ganho de calor
significativo.

Para as empresas que desejam obter o certificado LEED, uma preocupação comum é
garantir o aproveitamento máximo de uma matriz energética limpa, capaz de reduzir as
emissões de CO₂. Nas instalações da L'Oréal, cerca de 15 por cento da energia utilizada é
gerada a partir de cerca de 1.200 painéis solares distribuídos em 2.400 m² no telhado do
edifício. A energia residual necessária à estrutura é proveniente da energia eólica, resultado de
uma parceria entre uma fabricante de cosméticos e uma geradora privada.

Além da energia, a água foi outro fator a ser considerado no processo de certificação
na L'Oréal, no Rio de Janeiro. Bons métodos de gestão da água, como a instalação de
dispositivos de poupança de energia (têm sido utilizados contentores com caixa integrada e
sensor de presença, por exemplo).

Além disso, todos os dispositivos e equipamentos acoplados são conectados a um


sistema automatizado, que monitora os indicadores de uso local, evita e detecta rapidamente
qualquer vazamento ou mau funcionamento.

Outra nova iniciativa com o objetivo de reduzir o uso de água foi a introdução de
filtros de jardinagem, compostos por espécies de plantas regionais. Além de criar um
elemento paisagístico, o sistema permite que todas as águas residuais geradas, seja de
laboratório ou de captação de águas pluviais, sejam recicladas, convertidas em água de
irrigação reciclada, sistemas de incêndio e vasos sanitários.

Todos os tratamentos são realizados no subsolo pelas raízes das plantas, que são ricas
em micro-organismos e utilizam uma mistura presente em águas poluídas para sua digestão
85

natural. Desenvolvido em parceria com a Phytorestore, o sistema funciona na modalidade


fechada, sem ligação à rede municipal de esgoto. Graças a ele, o instituto de pesquisas atingiu
um percentual de economia de água de cerca de 40%.

Além de utilizar os recursos naturais de forma responsável e minimizar impactos no


uso e na geração, uma estrutura considerada robusta também deve garantir um ambiente
saudável e confortável para seus usuários. No caso do centro de pesquisa L'Oréal, isso foi
alcançado por meio de um conjunto de medidas que incluem a eliminação de combustíveis
fósseis e a popularidade de produtos de limpeza sem compostos nocivos.

Com os equipamentos incluídos no Grupo A do Procel (Programa Nacional de


Conservação de Energia), o sistema de ar condicionado do prédio funciona em uma área
central fria e fria. As temperaturas de cada área são monitoradas por sensores que replicam
informações do sistema de automação, bem como o estado de toda a operação

A qualidade do ar interno é garantida pelo monitoramento regular e ajuste dos filtros


nas câmaras do motor para evitar partículas e contaminantes no ar ventilado.

12.4 – EDIFÍCIO CH2

Escritórios do Conselho de Melbourne 2.

Especificações técnicas

Localização – Melbourne, Austrália

Equipe de projeto – Rob Adams (Diretor de Projeto - Melbourne), Mick Pearce


(Diretor de Design), Stephen Webb (Arquiteto de Design), Chris Thorne (Arquiteto de
Design), Jean-Claude Bertoni (Arquiteto de Projeto), Vi Vuong (Arquiteto), Aldona Pajdak
( Designer de interiores)

Área – 12500 m²

Cliente – Cidade de Melbourne

Valor da Construção – US$ 51 milhões


86

O edifício CH2 (Council House 2), abriga a prefeitura de Melbourne, e está em


operação desde 2007. O projeto desse edifício, a equipe Designinc Home (empresa que
desenvolveu o projeto) se baseou no conceito de biomimetismo, considerando a “arquitetura
como expressão direta e honesta das relações biodinâmicas que a natureza usa em seus
próprios projetos” (tradução livre da autora)(Ibidem). Essa intenção culminou na forma
arquitetônica do projeto, como pode ser visto na figura 30, abaixo.

Figura 30: Edifício CH2 (Council House2)

O edifício de Formato retangular possui 10 pavimentos tipo. Marcantes, as fachadas


do CH2 receberam tratamentos diferenciados, sendo que a norte, a leste e a oeste apresentam
proteção solar extensiva. Brises móveis de madeira reciclada cobrem toda a fachada oeste,
pivotando verticalmente com controle automático de acordo com a hora do dia e o ângulo de
incidência solar (Corney, 2003b). A fachada norte possui varandas com vegetação, e a
fachada oeste, chapas metálicas perfuradas.

Os elevadores e serviços do edifício estão situados nas laterais leste e principalmente


oeste, estrategicamente para proteger os escritórios da maior incidência de radiação solar
direta desta orientação, além de permitir a planta livre no espaço de trabalho (Jones, 2008).

O condicionamento de ar nos ambientes dos escritórios é feito com uma estratégia de


modo-misto, no qual alia estratégias passivas e sistemas ativos de menor consumo energético
do que um sistema de ar condicionado convencional(Tan, 2004). A estratégia de modo-misto
se apresenta adequada as condições climáticas de Melbourne, as quais se parecem com a do
Brasil também.
87

A ventilação natural nos espaços de trabalho é feita de forma indireta, com ar externo
insuflado pelo piso, com controle de saída pelos usuários. O ar entra por baixo, circula no
ambiente por diferença de pressão e sai através de aberturas no forro, plenus de exaustão e
shafts na fachada através norte (EKA, 2003), como pode ser visto na figura 31.

Figura 31: Sistema de condicionamento do ar no edifício CH2

Não ocorre recirculação do ar, ele é renovado a cada meia hora. A ventilação natural
também acontece no período noturno e nos finais de semana auxiliando no resfriamento das
superfícies massivas de concreto expostas no ambiente interno, no piso e no forro. Junto da
estratégia de condicionamento ambiental do edifício, também há tetos e vigas frias para
resfriamento dos escritórios nos dias mais quentes do verão, acionados pelo BMS(sistema de
gestão predial automatizado), quando necessário. No inverno, um sistema de aquecimento
convectivo é acionado pelo piso, e ventiladores mecânicos auxiliam a circulação do ar no
ambiente (Morris-Nunn, 2007).

O espaço de trabalho possui pé direito livre variando de 2,5m a 3,5m, em função do


forro de concreto ondulado. Essa configuração aumenta a superfície de exposição dos tetos
frios e do material com inércia térmica. Apresentando planta baixa retangular de
aproximadamente 53m x 20m, e com a extensiva proteção solar das fachadas, os níveis de
88

iluminação natural no interior dos escritórios resultam mais baixos, porém é argumentado um
bom aproveitamento da luz que acessa o ambiente, já filtrada pelos elementos externos
(Corney, 2003b).

Figura 32: Planta Tipo

A iluminação artificial é feita com lâmpadas T5, de maior eficiência, com


acionamento por zona e em função de sensores de iluminação natural. Auxiliando as mesas de
trabalho, temos a iluminação artificial individual (Ibidem)

Figura 33: Mesas de trabalho


89

O CH2 ainda conta com uma série de dispositivos relacionados à eficiência energética
como painéis fotovoltaicos (os quais produzem energia para o acionamento dos brises de
madeira), seis turbinas eólicas na cobertura, uma planta de cogeração a gás, coletores solares
para o aquecimento de água e “shower towers” (Corney, 2003)

Considerada a estratégia mais inovadora do edifício, as “shower towers” promovem


resfriamento passivo através da água para as vigas frias e a ventilação dos espaços comerciais
localizados no térreo (Ibidem)

Figura 34: Shower Towers

O Council House 2 recebeu pontuação máxima no “Australia’s Green Star


Environmental Accreditation Rating”, com a obtenção de 6 estrelas (City of Melbourne,
90

2008). Para tanto, foram realizados uma série de estudos de avaliação de desempenho do
edifício para teste e escolha das estratégias a serem empregadas, e para o dimensionamento de
tantos elementos presentes nesse conjunto.

Alguns relatórios de avaliação de desempenho do edifício na fase de projeto são


disponibilizados para acesso público na página eletrônica da prefeitura da prefeitura de
Melbourne (City of Meulbourne, 2008).

De acordo com os dados divulgados, comparado ao edifício antecessor, Council House


1, o consumo elétrico foi reduzido em 85% e o consumo de gás em 87%, emitindo 64%
menos CO² ( Tan, 2004, Jones, 2008).

Enfatizando aspectos de qualidade no espaço de trabalho, um estudo de avaliação pós


ocupação realizado no CH2 indica um aumento da satisfação dos usuários, o que estaria
gerando uma economia de U$1,12 milhões por ano apenas pela redução de despesas por
problemas de saúde e o aumento do bem estar (Paevere, 2008).

Melbourne pretendia chegar a emissão zero de CO² em 2050. Uma grande


contribuição para essa meta é a redução do consumo de energia de edificações comerciais em
50%. O edifício CH2 faz uso de inúmeros métodos passivos de fornecimento de energia.
91

13. LEGISLAÇÃO VIGENTE

A LC 101/2009, institui a Operação Urbana Consorciada da região do Porto do Rio de


Janeiro na AEIU do Porto, que abrange uma área de aproximadamente cinco milhões de
metros quadrados e tem como limite a avenida Presidente Vargas, Rodrigues Alves, Rio
Branco, Rio de Janeiro, Brasil, Francisco Bicalho e a Rua São Cristóvão e Melo e Souza. Esta
área abarca, portanto, os bairros Saúde, Gamboa e Santo Cristo, as favelas Morro da
Providência, Pedra Lisa, São Diogo e Moreira Pinto e o Conjunto Habitacional dos
Marítimos, além de parte dos bairros Centro, Cidade Nova e São Cristóvão. São consideradas
como entorno da AEIU as áreas dos bairros Centro, Cidade Nova e São Cristóvão, que não a
integram, além do bairro Praça da Bandeira.

O logradouro do empreendimento, está localizado no setor A, com gabarito máximo


de 90 metros (o gabarito refere-se à altura do topo do último pavimento habitado, isto é,
exclui os elementos das coberturas (caixas d’água, casa de máquinas de elevadores e outros) e
afastamento entre edificações será limitada a 30m como forma de incentivar a verticalização.
No entanto, é preciso limitar o uso deste parâmetro de modo a impedir a formação de longos e
altos corredores de edifícios. Assim, este afastamento máximo exigido só poderá ser usado em
fachadas de até 40 m.

Não será exigido afastamento frontal nas áreas do setor A e o afastamento dos fundos
deve ser de 15 metros e não havendo edificação nas lateriais, 15 metros. Com o objetivo de
diminuir o impacto de circulação de automóvel no centro urbano o projeto do Porto Maravilha
estabelece uma exigência menor de vagas, substituída pela antiga exigência de uma (1) vaga
para cada 30M² a atual exigência é de uma (1) vaga para cada 50 M² (Lei complementar
101/2009)

Art. 22. Será permitida a construção de embasamento, afastado ou não das divisas do
lote, com altura máxima de cinco pisos e quinzemetros e afastamento frontalmínimo de
dozemetros, nas edificações residenciais multifamiliares, comerciais ou mistas, situadas na
ZUM, naAC-1,AC-2 da Lei n.° 2236, de 14 de outubro de 1994, na ZR-5 do Decreto n.°
7351, de 1988 e nas áreas regidas pelo Decreto n.° 10040, de 1991, incluídas nestaAEIU. §
1.° Nas situações previstas neste artigo a lâmina poderá ser localizada à frente do
embasamento, obedecendo ao afastamento frontal mínimo de sete metros. § 2.° Os
92

pavimentos do embasamento deverão ser ocupados parcialmente por unidades residenciais ou


comerciais nas áreas voltadas para o logradouro, admitindo-se o estacionamento de veículos
somente no interior do pavimento.

Taxa de ocupação

A taxa de ocupação se aplica à projeção das torres. Sob estas podem ser construídos
pavimentos-garagem, lojas e galerias que poderão extrapolar estes parâmetros desde que
respeitem afastamentos obrigatórios e taxa de permeabilidade - o percentual máximo da área
do terreno que pode ser impermeabilizado. A legislação prevê a manutenção da taxa de
ocupação nas áreas ao redor dos morros, sobretudo nos setores A e B, em 70% pois nestas
áreas há um tecido urbano consolidado com estas características.

Indice de Aproveitamento do Terreno

O IAT é um número que, multiplicado pela área do lote, indica a quantidade máxima
de metros quadrados que podem ser construídos em um lote, somando-se as áreas de todos os
pavimentos. Todas as quadras da AEIU do Porto tem o IAT básico de 1,0, com o qual os
proprietários podem construir sem nenhum ônus extra. Em alguns subsetores, contudo, é
possível negociar Potenciais Adicionais Construtivos dentro dos IATs máximos permitidos,
que variam de acordo com os subsetores.
93

Figura 35: Indices do setor A

CEPACs

Delimitação das faixas de equivalência para utilização dos CEPACs

Setor A

Equivalência A1
94

Figura 36: Parâmetros urbanísticos do sub setor A3

Figura 37: Mapa dos setores da AEIU do Porto Maravilha


95

Do entroncamento da Av. Rodrigues Alves com a Praça Mauá; seguindo por esta,
excluída, até a Rua Sacadura Cabral; pelo eixo desta até a Rua Silvino Montenegro; pelo eixo
desta até a Av. Rodrigues Alves; pelo eixo desta até o ponto de partida.

Seção VI Da Contrapartida dos Proprietários e Investidores Art. 36. Fica o Poder


Executivo autorizado a outorgar, de forma onerosa, o potencial adicional de construção nas
quadras em que o coeficiente de aproveitamento do terreno máximo for distinto do coeficiente
de aproveitamento de terreno básico, mediante a incorporação ao lote de direito de construir
adicional.

§ 1.° Para os fins desta Lei Complementar, considera-se potencial adicional de


construção a área construída passível de ser acrescida, mediante contrapartida, à área
permitida pela legislação vigente na data da publicação desta Lei Complementar.

§2.° A contrapartida da outorga onerosa do potencial adicional de construção prevista


no caput deste artigo será realizada através da venda de Certificados de Potencial Adicional
de Construção - CEPAC, nos termos desta Lei Complementar.

§ 3.° Os CEPAC serãolivremente negociados, mas conversíveis em direito de construir


unicamente na AEIU, desde que atendidas as diretrizes da Operação Urbana Consorciada.

§4.° Os CEPAC poderão ser negociadoslivremente até que seus direitos sejam
vinculados a projeto de edificação para um lote específico, que deverá ser submetido aos
trâmites normais de aprovação perante a Prefeitura do Município do Rio de Janeiro.

§5.° A conversão dos CEPAC em direito de construir será diferenciada segundo as


faixas de equivalência delimitadas e descritas nos Anexos VI e VI-A e atenderá à distribuição
do estoque de potencial construtivo adicional constantes da tabela doAnexo VII. (Lei
complementar 101 – 2009).

A cidade do Rio de Janeiro pode ser vista como um local de intensa insolação todos os
anos. Devido à alta luz solar na região onde as melhorias estão ocorrendo, certas medidas
devem ser tomadas para proteger o ambiente interno da luz e do calor extremos, mas também
para reduzir o consumo de eletricidade. Recomenda-se a utilização de “brise soleils” nas
futuras edificações para reduzir o aparecimento de raios solares, permitindo assim que os
espaços sejam iluminados por luz natural, sem causar excessiva luminosidade no seu interior.

De acordo com o Artigo 28 sobre Sustentabilidade Ambiental e Energética da Lei nº


101, de 23 de novembro de 2009 que institui o Consórcio Operação Urbana do Porto da
96

Região do Rio, as novas edificações deverão contemplar o aproveitamento do calor solar e


aumentar a iluminação natural. A luz natural deve ser usada tanto quanto possível na luz
interna para limitar o consumo de energia. Um estudo sobre iluminação natural interna
realizado pelo Comitê Brasileiro de Construção Civil mostra algumas maneiras pelas quais a
luz natural pode atingir um ponto no interior de um edifício. Três métodos básicos de divisão
do fluxo de luz permitido são admitidos em três partes:

a) CC – parte do céu – a luz atinge um ponto no espaço interno diretamente do


céu;

b) CRE - parte exposta externa – luz que atinge o ambiente interno após a
exposição ao ambiente externo; e

c) CRI – parte interna indicada – luz que atinge o ponto no interior somente após
uma ou mais luzes serem visíveis no interior.

O reflexo da luz nas áreas internas e externas deve ser considerado ao escolher os
materiais de construção e móveis. Isso afetará diretamente a quantidade de luz natural
permitida em cada sala. Itens com alta intensidade de luz não são adequados para áreas com
muita luz. A forma do edifício também é um fator importante no que diz respeito à incidência
de luz solar nas grandes fachadas. Devido ao movimento do sol na parte sul do país, as
edificações devem ser orientadas para o leste para limitar a quantidade de luz solar que atinge
diretamente no meio do verão, e aumentar no inverno.

Com o crescimento das edificações retas, porque a cidade do Rio de Janeiro pode ser
vista como um local de intensa luz solar todos os anos, pode haver um aumento da exposição
solar nas edificações, deixando de proteger o interior de edifícios com iluminação excessiva, o
que aumenta a necessidade de reduzir o calor produzido.

A forma do edifício também é um fator importante no que diz respeito à incidência de


luz solar nas grandes fachadas. Devido ao movimento do sol na parte sul do país, os edifícios
voltados para o oeste podem ter uma insolação excessiva, o que aumenta muito a quantidade
de luz solar que atinge diretamente o interior durante o verão.
97

14. PRECEDENTES DE PROJETO

A região do Porto Maravilha vem recebendo bastante injeção de recursos financeiros


para a revitalização da área. A nova legislação proporciona a criação de novas edificações, e a
construção civil com ênfase na sustentabilidade tem estado bem ativa no local. Prédios com
certificação LEED têm estado quase que um ao lado do outro na região. Exemplos desses,
temos, o edifício L'Oréal, o Museu do Amanhã, sendo o primeiro museu do Brasil com
certificação de ouro no selo LEED, temos também o Museu de Arte do Rio, que conquistou a
primeira certificação internacional LEED na américa latina, o LEED Silver, o edifício Vista
Guanabara, entre outros.

Para o projeto em qustão, estaremos escolhendo o Selo AQUA e tentando atingir o


mais alto padrão de exigência do mesmo.

LOCALIZAÇÃO E ANÁLISE DO ESPAÇO

O local a ser implantado as torres gêmeas fica na esquina da Rua Souza e Silva
número 7, ponto de identificação cinza na figura 38, onde tem um grande galpão que funciona
como estacionamento. No terreno ao lado ao projeto ainda tem espaço para uma praça com
grande massa arbórea no terreno ao lado, ponto de identificação verde, nos fundos do edifício
Vista Guanabara. A segunda torre estará localizada também na rua Souza e Silva, porém no
número 10 aonde está localizado o silo de número 3 da empresa Moinho Fluminense, ponto
de identificação vermelho na figura 38. A marcação em amarelo é aonde será construído um
passeio, para poder integrar a área da primeira torre com a grande praça jardim, marcação em
verde na figura 38.
98

Figura 38: Quadro de áreas

A área do projeto foi cuidadosamente escolhida pelo fato de estar localizado no centro
da metrópole do Rio de Janeiro, evidenciando já a melhor forma dos funcionários poderem
chegar até o trabalho, reduzindo assim a emissão de CO² por parte de locomoção.

Na frente do terreno principal há uma estação do VLT (Parada dos navios), que
através de estudos, evidencia ser um dos principais modais de transporte a serem utilizados
pelos contribuintes, pelo fato de o VLT se ligar diretamente a estação de trens Central do
Brasil. Principal meio de locomoção utilizado pela massa para acesso ao centro da metrópole
do Rio de Janeiro.

A partir da escolha do local a ser implantado o projeto, foram feitos estudos do


funcionamento do espaço:

- Mapa de referências

- Mapa da área de influência e principais vias de escoamento

- Mapa de fluxo de trânsito de veículos automotores

- Mapa de fluxo de trânsito de bicicletas

- Estudo de insolaçao da Área

ANÁLISE DO ENTORNO
99

O entorno do terreno é repleto por uma diversificação de usos dos demais terrenos,
como é possível observar na fifuta 39, propiciando ideias como a cidade de 15 minutos serem
postas em prática, ainda mais com a nova legislação de zoneamento do Porto Maravilha.

Os terrenos ficam localizados próximos a grandes vias, tanto de escoamento como de


alimentação. Com isso foi feita uma pesquisa de como o trânsito se comporta na localidade,
mapas das figuras 40 e 41.

Figura 39: Mapa de referências

Figura 40: Mapa de influência e principais vias de escoamento


100

Figura 41: Mapa do fluxo de trânsito de veículos automotores

Após a verificação do zoneamento, da nova legislação do Porto Maravilha, análise do


fluxo de veículos no entorno dos lotes, foi feita também uma análise do fluxo de pedestres na
zona do Porto Maravilha e o uso de biciletas em seu entorno. Através do mapa de fluxo de
trânsito de bicicletas na figura 42 é possível vizualisar as vias que mais se utiliza esse modal
de transporte e no mapa da figura 43 o raio de caminhada numa duração de 15 minutos, uma
pessoa andando a aproximadamente 4,5 km/h, referência utilizada a partir das observações da
cidade de 15 minutos.

Figura 42: Mapa do fluxo de trânsito de bicicletas


101

Figura 43: Raio de ação de uma caminhada de 15 minutos

Após entendermos o entorno dos lotes, iremos fazer uma breve análise das condições
climáticas da localidade. Foram feitas benfeitorias vizando a longo prazo o adensamento
populacional na região, novo sistema de iluminação foi implementado, ampliação de calçadas
e adoção de vias exclusivas para pedestres, os padrões de urbanização favorecem, pela ordem,
a mobilidade a pé, não motora e de transporte público não poluente.

Após entendermos como as edificações iriam enfluenciar em seu entorno, foi feito um
estudo da tragetória solar para entender como a iluminação solar afetaria as edificações. A
incidência solar nas torres será maior nas fachadas Leste e Oeste. A zona do passeio ficará
bem protegida por estar localizada entre o primeiro terreno e o parque arbório. O parque
arbório receberá uma boa incidência solar, principalmente no período da tarde. Na figura 47
podemos ver a tragetória solar da região.
102

Figura 44: Estudo da insolação da área

A renovação da região portuária trouxe como um dos pontos, edificações maiores e


mais esguias e bastantes áreas que poderão ser utilizadas para a renovação dos ares da cidade
e descontaminação do mesmo. Com um simples processo de implantação de mais arvores e
mais jardins. Temos a presença de bastantes áreas verdes próximas aos lotes e a corrente de
vento predominante na área costeria do Rio de Janeiro é o vento que vem do Nordeste.

Figura 45: Corrente de vento vinda de Nordeste e do Sul


103

Figura 46: Mapa de áreas verdes no entorno dos lotes

De acordo com o projeto Porto Maravilha (CDURP / PORTO MARAVILHA, 2017),


as Normas de Estabilidade de Edifícios Novos na área do empreendimento devem atender aos
seguintes requisitos:

Parâmetros de distância específicos e reversão / ventilação e iluminação natural;

Economia no uso e reúso de água;

Economia e / ou geração local de energia limpa / telhado verde;

Uso de materiais com certificados naturais;

Facilitar o acesso e uso de bicicletas.

O edifício abordado nesse TFG tem o intuito de atender os anceios legislatívos do


Porto Maravilha e ir além no quesito sustentabilidade e para isso, tomamos como parâmetro o
selo Aqua, que após uma cuidadosa leitura nos parâmetros abordados por ambos em seus
sites, pode-se perceber que o LEED visa somente à melhoria das condições relacionadas ao
meio ambiente, já o AQUA objetiva além dessa, a melhoria da qualidade de vida e da saúde
das pessoas que usufruem o ambiente construído.

E para atender todos esses pontos cuidadosamente relacionados na certificação Aqua.


104

O edifício vem atendendo critérios desde localidade a ser implantado, no centro da


metrópole do Rio de Janeiro, para poder ser mais acessível a todos os calaboradores e fica
localizado em uma Área de Especial Interesse Urbano que tem visado as melhorias urbanas
sociais, desde trasnportes não movidos a combustíveis fósseis até a melhoria da iluminação
públia.

Ambos os edifícios estarão com sua testada virada para a Rua Souza e Silva. No hall
de entrada do edifício há um sistema de desbacterização das pessoas, aonde um jato de ar frio
é jogado contra a pessoa em direção aos pés e ela também passa por um carpete sanitizante,
novas medidas adotadas por conta do Covid 19.

O embasamento do edifício consta com alguns serviços voltados para a população e


garagem. Os núcleos dos edifícios estarão localizados no fundo do prédio, então teremos
nessa área, elevadores, escada de incêdio e banheiros.

Figura 47: Exemplo de embasamento

O edifício conta com resfriamento passivo, muito parecido com o que temos no
projeto CH2, figura 34. São 13 elevadores ao todo, atendendo os 30 pavimentos, elevadores
que utilizam sistema regenerativo de energia, 10 atendentem o edifício todo e 3 atendem
apenas o embasamento. A empresa Engetax elevadores, fornecerá o elevador sustentável para
o projeto.
105

Os andares do edifício empresarial são estruturados com o novo método de trabalho


que cada vez mais vem sendo implementado nas edificações novas e emrpesas, o Well Being,
criando assim uma atmosfera de trabalho mais descontraída e visando o máximo
aproveitamento da capacidade do colaborador de exercer suas funções de trabalho.

O edifício conta com uma central tecnológica que gerencia equipamentos espalhados
por todo o edifício como, câmeras de segurança, gerenciamento da iluminação adequada de
trabalho de acordo com os horários do dia, comunicação, localização dos funionários dentro
do edifício, gerenciamneto dos elevadores, sistemas de sprinclers, irrigação dos jardins e
reutilizção da água. O sistema voltado para edificações inteligentes também cuida da
periodicidade em que os equipamentos devem fazer manutenção e também detecta se algum
equipamento está com problemas.

O sistema de condicionamento de ar utilizado é o VRV (Volume Refrigerante


Variável), o mesmo sistema utilizado no edifício Eldorado Business Tower que fica
localizado na cidade de São Paulo, é um sistema de ar condicionado central multi-split, com a
possibilidade de ter variados modelos de unidades internas: High Wall, Piso Teto, Casse 4
vias, Casse 2 vias, Cassete 1 via e Dutado/Built-in, conectadas a uma única ou a um conjunto
de unidades externas com capacidades desde 4HP (36.000 Btu/h) a 88HP (836.000 Btu/h).
Que a empresa “Ambiente Ar condicionado”, uma empresa com selo LEED Platinum fará o
fornecimento do sistema.

O pé direito será um pouco mais alto para que possamos trabalhar outros sistemas de
troca de ar, para assim poder dissipar o ar quente que fica na parte superior do ambiente
influenciando com o ar tratado.
106

Figura 48: Sistema de arcodiconado VRV

No topo do edifício e no embasamento, há um telhado verde para coletar a água da


chuva para reutilização. A água da chuva passa por filtros e assim ela pode ser utilizada nos
processos dentro do edifício, como descargas, sistemas de incêndio e mangueiras dos jardins,
exemplo desses usos e do sistema na figura 49.

A utilização da água da chuva pode trazer até 50% de economia para a conta de água,
informação obtida através da empresa de consultoria Hidros. Além da economia financeira,
estamos poupando esse recurso tão importante para a vida, ajudando na prevenção de crises e
também ajudando a conter enchentes.

No topo do embasameno há alguns restaurantes e cafés e no topo dos edifícios há


também um heliporto.
107

Figura 49: Sistema de captação de água da chuva e reutilização

As torres gêmeas que estarão no lote da intersecção das ruas Souza e Silva com a
Avenida Rodrigues Alves estarão com os núcleos na fachada Leste, para poder proteger o
máximo possível do sol da manhã toda a fachada, além de ter venezianas por toda a fachada
com painéis solares instalados nelas. Essa ideia das venezianas vem a partir do edifício
Menara Mesiniaga, que é possível visualizar nas figuras 26 e 27.

As fachadas viradas para o Norte terão varandas corporativas, para se ter


sombreamento moderado, pelo fato de serem mais afetadas apenas no solstício de inverno,
época do ano em que os dias são mais curtos e as noites mais longas. O solstício de inverno
no Brasil começa entre os dias 20 e 21 de Junho. Nessa data, a incidência solar no Brasil
(Hemisfério Sul) é mais baixa, já que, por conta da inclinação da Terra, é o Hemisfério Norte
que está voltado para o Sol. Assim no Brasil temos noites mais longas e os dias mais curtos,
receberemos menos radiação solar e com isso a tendência é de temperaturas mais amenas.
108

Figura 50: Exemplo de varanda comercial

Já a fachada virada para o Sul, terá uma proteção passiva de brises, parecida com o
edifício CH2, porém sem a mobilidade, fachada da figura 30. Essa proteção foi escolhida pelo
fato da fachada Sul receber o Sol do solstício de verão, época que os dias são mais longos e a
temperatura mais elevada.

O edifício que estará no outro logradouro da rua Souza e Silva, na frente do silo de
número 3, terá sua entrada principal voltada para a mesma rua, na direção Leste e o núcleo do
edifício estará na fachada Leste também, para proteger o máximo possível do sol da tarde a
fachada Leste, que também contará com os mesmos mecanismos de proteção que as torres
gêmeas, as venezianas, essa decisão foi tomada para que possamos ter o máximo de eficiência
energética no resfriamento do edifício.

A fachada voltada para o Norte, será toda de vidro temperado de dupla camada com
cristal líquido entre elas, tecnologia utilizada na última obra do Niemeyer, chamada de
“Esfera Niemeyer” e construída na cidade de Leipzig na Alemanha. Com um controlador
digital é possível escurecer o vidro e em diferentes graus de opacidade.
109

Figura 51: Esfera Niemeyer

Na fachada voltada para o Sul, o edifício terá o mesmo tipo de proteção das outras
torres, os Brises. Na fachada voltada para o Oeste, que fica voltada para o silo, apenas uma
extensa fachada de vidro.

No terreno aonde o jardim está localizado, há sistemas de capitação de água da chuva,


que é tratada e utilizada para a irrigação do jardim e também no reuso para os edifícios.

O jardim é todo feito com referências do nosso saudoso Roberto Burle Marx e conta
com reproduções de alguns de seus jardins.

Tratasse de uma grande homenagem a esse artista que temos o imenso prazer de dizer
que é brasileiro e que faz parte de nossa história.
110

Figura 52: Jardim desenhado por Burle Marx no Aterro do Flamengo

15. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Construir cidades sustentáveis é um desafio que só pode ser alcançado com base em
modelos de uso da terra modernos e jovens. Considerando as regiões locais, como a
contextualização histórica, identidade, características físicas e relações socioeconômicas da
região.

O espaço pode ser visto de uma variedade de formas que ultrapassam as características
oficiais, portanto, quanto maior o sentimento de pertencimento a uma determinada
comunidade, maior será a vida de uma região. Em termos de mobilidade, priorizando o
transporte eficiente e integrado, tende a diminuir o congestionamento e também a emissão de
gases de efeito estufa na atmosfera.

A sustentabilidade urbana pode ser definida como o poder das políticas urbanas para
alinhar a prestação de serviços, a qualidade e o valor das necessidades da comunidade, para
buscar um equilíbrio entre as necessidades de serviços urbanos e o investimento em
infraestrutura. Um de seus desafios é conscientizar-se de que se trata de um processo a ser
seguido e não de fácil concretização.
111

Buscar o conceito de cidade sustentável traz uma série de sugestões e estratégias que
querem atuar em diferentes níveis. A abordagem proposta visa introduzir ferramentas que
possam integrar esforços do setor público, para revitalizar, expandir e desenvolver a
infraestrutura urbana moderna, bem como estabelecimento privado, responsável pela
construção e manutenção do uso público dos equipamentos públicos, visando alcançar a
sustentabilidade urbana e eficiência. Priorizando o desenvolvimento social e a
sustentabilidade ambiental, produzir cidades produtivas com trabalho acessível a todos é uma
forma de valorizar o meio ambiente integrando os fatores ambientais e sociais.
112

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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https://www.ambientearcondicionado.com.br/vrf.html?
gclid=Cj0KCQiAy4eNBhCaARIsAFDVtI0g18AUNFABCu2-
KTDhh9EmzEMLpOHYqMC1g2ILTX2HCnhe7
114
115

ANEXO B–MODELO PARA ENCADERNAÇÃO EM CAPA DURA

UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA


UVA ARQUITETURA E URBANISMO

2 Autor

Frederico Abraão Amâncio Mariano Ferreira da Silva


Título do Trabalho

EDIFÍCIO EMPRESARIAL SUSTENTÁVEL E TECNOLÓGICO


NO PORTO MARAVILHA

Rio de Janeiro– RJ
2021

Figura B.1– Modelo de capa e lombada


116

Figura B.2 - Identificação da capa e da lombada


117

EDIFÍCIO EMPRESARIAL SUSTENTÁVEL E

TECNOLÓGICO NO PORTO MARAVILHA

ANEXO C – MODELO PARA ETIQUETA DO CD

Autor

Frederico Abraão
Amâncio Mariano
Ferreira da Silva

UVA Trabalho de
Arquitetura Conclusão de
e Curso
Urbanismo

Prof. Msc. Flavia Rodrigues

Edifício Empresarial Sustentável e


Tecnológico no Porto Maravilha
Rio de Janeiro
2021

Figura C.3– Modelo de Etiqueta do CD

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