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2015
PLANEJAMENTO E CONTROLE DE PRODUÇÃO DE OBRAS
COM A APLICAÇÃO DE TÉCNICAS BASEADAS NA FILOSOFIA
LEAN CONSTRUCTION
Rio de Janeiro
Agosto de 2015
i
PLANEJAMENTO E CONTROLE DE PRODUÇÃO DE OBRAS COM A
APLICAÇÃO DE TÉCNICAS BASEADAS NA FILOSOFIA LEAN
CONSTRUCTION
Examinada por:
__________________________________________
Prof. Assed Haddad
__________________________________________
Prof. Ana Catarina Jorge Evangelista
__________________________________________
Prof. Kárida Lúcia Silva do E. S. Palheiros
__________________________________________
Prof. Josué Eduardo Maia França
ii
Castro, Evandro Bustamante
iii
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus por toda a força e conforto em todos esses anos de
estudo e aprendizado. Por sempre iluminar meus caminhos e me fazer lembrar que tudo
sempre acaba bem.
Agradeço, em especial, a minha mãe Edna, que sempre esteve ao meu lado e que me
deu toda a base e exemplo para eu me tornar o que sou hoje.
Agradeço ao meu irmão Leandro, que me viu nascer e foi fundamental em todos os
momentos de minha criação.
Agradeço a todos os amigos, que fizeram com que todos os desafios se tornassem mais
fáceis e prazerosos.
Agradeço a todos os professores que fizeram parte dessa caminhada e foram essenciais
para a consolidação do meu conhecimento. Em especial, agradeço aos professores
Marcelo Miguez, Elaine Vazquez e Assed Haddad por toda dedicação e conhecimento
passado em minha trajetória acadêmica.
Por fim, agradeço ao Ministério da Educação, a CAPES e ao CNPq por todo o incentivo
e investimentos feitos em minha carreira acadêmica.
iv
Resumo do projeto de graduação apresentado à Escola Politécnica / UFRJ como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.
Agosto de 2015
Já a filosofia Lean de construção tem como base que todo processo tem, além da
transformação, o dever de empregar um esquema produtivo de forma fluídica nos
âmbitos do planejamento, do controle e da execução de processos, na busca pela
melhoria e, ainda, agregar o máximo de valor ao produto traduzindo as necessidades dos
clientes, reduzindo desperdício e anomalias.
Portanto, para propor melhorias e enquadrar o planejamento de uma obra de retrofit nos
princípios do Lean Construction, foram propostas ferramentas que atuam no
planejamento inicial da obra, com o objetivo de melhor estruturar as inter-relações entre
as tarefas, no planejamento de médio e curto prazo, com intuito de melhorar o
acompanhamento da obra e reduzir as interferências, e no estudo da produtividade, para
melhor embasar a programação das atividades, todas com o propósito de reduzir custos
e prazos.
v
Abstract of graduation project submitted to Polytechnic / UFRJ as a part of the
requirements for the degree of Civil Engineer.
Agosto de 2015
The Lean Construction philosophy is based the entire processes most have, in addition
to transformation, the duty to use a fluidic productive process in all planning, control
and execution process, further seek for continuous improvement and also add the most
value to the product translating customer needs, reducing waste and defects.
Keywords: Production planning and control, Lean Construction, Last Planner System,
Location Based Management System, Model of Factors.
vi
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1
1.2. Objetivos................................................................................................................ 2
vii
3.3. Apropriacao Da Produtividade ............................................................................ 24
4. RESULTADOS ....................................................................................................... 36
5. CONCLUSÕES ....................................................................................................... 41
7. ANEXOS ................................................................................................................. 44
viii
ÍNDICE DE FIGURAS
ix
Figura 30: Tabela resumo - Caso 0 ................................................................................. 33
Figura 31: Curva S para Caso I ...................................................................................... 34
Figura 32: Tabela resumo - Caso I ................................................................................. 34
Figura 33: Curva S para Caso II ..................................................................................... 35
Figura 34: Tabela resumo - Caso II ................................................................................ 35
Figura 35: Tabela resumo dos casos de estudo............................................................... 36
Figura 36: Cronograma físico-financeiro da obra .......................................................... 37
Figura 37: Percentual de redução no prazo total. ........................................................... 37
Figura 38: Avanço do custo total (mão-de-obra + andaime) de obra. ............................ 38
Figura 39: Percentual de redução no custo total. ............................................................ 38
Figura 40: Avanço do custo de mão-de-obra.................................................................. 39
Figura 41: Percentual de redução no custo de mão-de-obra. .......................................... 39
Figura 42: Avanço do custo de aluguel de andaimes. .................................................... 40
Figura 43: Percentual de redução no custo de aluguel de andaime. ............................... 40
x
ÍNDICE DE TABELAS
xi
1. INTRODUÇÃO
1.1. Importância Do Tema
Do produto interno bruto (PIB) brasileiro, sabe se que um dos setores que mais o
influencia individualmente é o setor da construção civil, sendo que, segundo Bocchile
(2009), em média 45% dos custos totais de uma obra são referentes ao custo com mão-
de-obra, desta forma, pode-se perceber tamanho o impacto gerado por ferramentas que
visam o melhoramento da produtividade, a diminuição dos desperdícios e o aumento do
desempenho da construção em si.
1
1.2. Objetivos
1.3. Justificativa
Além disso, pôde-se observar que o cenário da obra que foi tomada como estudo de
caso era o de uma obra em que o planejamento se dava apenas em curto prazo e que o
cronograma das atividades era baseado em receitas e não nas interdependências entre as
tarefas.
1.4. Metodologia
2
eliminando a causa raiz dos problemas e evitando retrabalhos por meio da previsão das
interferências.
3
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Lean Construction
Como base sobre a qual foi estruturada toda a filosofia do sistema de gerenciamento da
Toyota Motor Company está a urgência de reduzir ao máximo os custos de produção
através da identificação e eliminação de qualquer desperdício dos processos
(GHINATO, 2000).
transformação
INPUT OUTPUT
Sendo assim, se fez existentes três principais vertentes de produção, cada qual em sua
época (KOSKELA et al. 2002).
4
termos científicos por Gilbreth e Gilbreth em 1922, esta forneceu a base para o just-in-
time (JIT) e o lean production. Este ponto de vista foi traduzido em prática
primeiramente por Henry Ford em suas linhas de montagem, no entanto, a
implementação dada por este em suas fábricas foi mal interpretada no que se diz
respeito ao verdadeiro conceito da flow view, uma vez que o impulso básico da filosofia
é o de eliminar desperdícios, promovendo a redução de tempo, a redução da
variabilidade, e a simplificação das tarefas. Esta vertente de produção foi desenvolvida
somente a partir da década de 40 no Japão, pela primeira vez na produção de utensílios
para a segunda grande guerra e, em seguida, na fabricação de automóveis da Toyota
(KOSKELA et al. 2002).
Diante destas três vertentes de gerenciamento do processo produtivo, foi percebido que
estas não eram concorrentes, mas sim, complementares, onde foi que se deu início a
metodologia TFV (transformation, flow e value generation view – transformação, fluxo
e valor), em que sugere que o processo produtivo não se dá apenas por meio da
transformação, mas sim por empregar um esquema produtivo de forma fluídica nos
âmbitos do planejamento, do controle e da execução de processos, na busca pela
melhoria contínua e ainda, agregar o máximo de valor ao produto traduzindo as
necessidades dos clientes.
5
Transformação Fluxo Valor
Conceito de Transformação de Fluxo de materiais, O valor é criado
produção inputs em outputs composto de através do
transformação, cumprimento dos
inspeção, requisitos do cliente
movimento e espera
Principio Produção seja Eliminação de Eliminação da perda
Fundamental realizada desperdícios de valor (alcançar o
eficientemente (atividades não melhor valor
geradoras de valor) possível)
Metodologias e EAP, Mapa de Fluxo contínuo, Métodos de captura
práticas responsabilidade Produção "pull", de requisitos,
organizacional melhoria contínua desdobramento da
função qualidade
Contribuição prática Cuidados com o que Certeza de que Cuidar para que os
será produzido atividades requisitos do cliente
desnecessárias sejam atendidos na
serão feitas o melhor forma
mínimo possível possível
Nome sugerido Gestão de Tarefas Gestão de Fluxo Gestão de Valores
Desta forma, segundo Koskela et al. (2002), a atual filosofia lean, com base na
metodologia TFV de produção, tem como primeira característica a de que a produção
deve revelar claramente como cada ação contribui para o objetivo macro pré-definido da
geração de um produto. Desta forma, cada ação deve estar classificada como ações de:
Ações não pertencentes a estas classes, que, no entanto, acabam por contribuir para o
processo produtivo, mas ainda não agregam valor ao produto devem ser minimizadas,
por exemplo, o transporte e as inspeções.
E ainda, ações que não contribuem com o processo e muito menos agregam valor ao
produto devem ser eliminadas, como retrabalho, desperdícios e tempos de espera.
6
INPUT TRANSPORTE ESPERA
A gestão de projetos quando empregada na sua forma convencional tem como princípio
as medições serem controladas pelas saídas, em que, de forma centralizada, um escopo é
dividido em partes e ou atividade, cada qual com tempo e receita estimados, e assim se
aplicam métodos, como o método do caminho crítico (CPM), com o propósito de
identificar uma ordem lógica de datas de início e fim a serem alcançadas (HOWELL &
KOSKELA, 2000).
Por isso, Howell e Koskela (2000) argumentam que, a reforma da gestão de projetos de
construções será impulsionada exatamente por filosofias e ferramentas de
gerenciamento que vão de encontro a esses vazios na metodologia atual.
Recursos PRODUÇÃO
PRODUTOS
8
Como mostrado na figura acima, LPS pode ser entendido como um mecanismo para
selecionar o que pode ser feito dentre a totalidade dos que deveriam ser feitos
(BALLARD, 2000). Desta forma, tal ferramenta possibilita a formação de um
inventário de tarefas a fazer, permitindo assim a elaboração de planejamentos de curto e
médio prazo.
9
2.3. Controle Da Produtividade
Eficiência na transformação
10
mensurador da produtividade, relacionando a quantidade de recursos gasto no tempo
com a quantidade de serviço realizado. Sendo assim, tem-se:
Vale ressaltar que, um valor baixo de RUP indica uma produtividade melhor quando
comparado a um valor maior.
Processamento Final
Transporte Transporte
Operações,
Recebimento Estocagem Suporte Limpeza
montagem,
execução etc.
Mão-de-obra direta
Mão-de-obra global
11
RUP diária: em que seriam computados em quantas horas uma equipe de
trabalhadores executou a quantidade de serviço medida ao final do dia de
trabalho. Por exemplo: Uma equipe de 1 pedreiro e 1 ajudante executou, em 9
horas de serviço, 15 metros quadrados de alvenaria.
1𝑥9
𝑅𝑈𝑃𝑜𝑓, 𝑑𝑖𝑎 = = 0,6 𝐻ℎ/𝑚²
15
2𝑥9
𝑅𝑈𝑃𝑑𝑖𝑟, 𝑑𝑖𝑎 = = 1,2 𝐻ℎ/𝑚²
15
RUP cumulativa: índice de produtividade gerado por meio da relação entre os
valores acumulados de horas trabalhadas por todos os trabalhadores envolvidos
na tarefa e a quantidade total de serviço executado. Sendo possíveis, também, os
índices: RUPcum, of; RUPcum, dir; e RUPcum, global.
RUP potencial: mediana das RUP diária inferiores ao valor da RUP cumulativa
ao final do período analisado.
A razão unitária de produção potencial representa uma RUP diária associada tanto à
sensação de bom desempenho quanto a valores factíveis de RUP medidos.
Com isso, Thomas & Yakoumis (1987) propuseram um modelo denominado “Modelo
dos Fatores” em que determina que todo e qualquer índice de produtividade de mão-de-
obra deve carregar consigo as condições, ou fatores, a quais a tarefa estava sujeita
quando executada.
12
Esses fatores podem ser classificados:
Quanto ao contexto:
Fatores relacionados às condições de trabalho como:
Trabalho em altura;
Região em que a obra está situada;
Remuneração dos funcionários;
Nível de automação da obra;
Condições climáticas e etc.
Quanto ao conteúdo:
Fatores relacionados a complexidade do serviço como:
Tamanho do pilar;
Abatimento do concreto;
Área e altura dos pavimentos;
Densidade de armadura na seção transversal e etc.
Materiais e
componentes
Transformação Obra ou suas partes PRODUTO
Mão-de-obra/
Equipamentos
13
Desta forma, o caso ideal se desenha quando o banco de dados obtido é plenamente
confiável e ainda quando este consegue interagir com o contexto e conteúdo do projeto
em questão.
O processo de planejamento é iniciado pela elaboração da LBS com cada unidade base
de produção, onde, primeiramente e feita a divisão das zonas de trabalho em planta e
posteriormente se inicia o processo de hierarquização das áreas, analogamente a
montagem da rede de precedência das atividades no CPM, porém com lotes e não com
tarefas. Sendo assim, cada lote deve carregar consigo a total quantidade de serviço
necessário para sua conclusão e isso, por meio dos índices de produtividade, possibilita
o levantamento dos materiais e equipamentos necessários e o dimensionamento das
equipes com o intuito de garantir o melhor fluxo de trabalho possível de forma que
trabalhadores não tenham que esperar por trabalho e trabalho não tenha que esperar por
trabalhadores, evitando assim desperdícios e agregando o maior valor possível ao
produto (SEPPÄNEN; BALLARD; PERSONEN. 2010).
14
I. Baseline: que seria a referência a ser seguida;
II. Real: estágio que serve para atualizar a quantidade de materiais, produtividade,
lógica e duração dos planos de produção;
III. Avanço: monitoramento da atual performance do projeto para cada local ou
tarefa. As datas de avanço não substituem as datas planejadas, elas servem para
evidenciar a diferença entre real e planejado;
IV. Previsão: combina informações dos estágios II e III a fim de gerar tendências e
alertar anomalias com certa antecedência.
Abaixo pode ser observado o gráfico onde Seppänen, Ballard e Personen (2010)
mostraram os resultados dos quatro estágios citados anteriormente.
Figura 7: Baseline (linha sólida), Real (linha pontilhada), Linha de tendência (linha tracejada) e
alertas (pontos vermelhos) (SEPPÄNEN; BALLARD; PERSONEN. 2010).
Conforme Seppänen, Ballard e Personen (2010), o LBMS tem capacidade para prever
29% dos problemas de produção, onde 90% possuem grandes chances de serem
solucionados e 57% destes com duas semanas de antecedência. Além disso, pode-se
perceber que o LBMS proporciona uma melhor consciência numérica e gráfica das
causas raízes e das consequências das interferências e uma boa ferramenta para previsão
de problemas futuros.
15
3. ESTUDO DE CASO
3.1. Apresentação
16
Figura 9: Delimitação e nomenclatura das alas do Palácio das Laranjeiras.
17
Figura 11: Planta baixa do 1º pavimento.
Por se tratar de uma edificação tombada como patrimônio histórico da cidade do Rio de
Janeiro, os colaboradores tinham o dever de, em primeiro caso, prezar pela conservação
da memória histórica do prédio, não podendo haver, portanto, nenhum dano às
estruturas originais de construção ou às intervenções geradas pelo tempo.
18
Figura 13: Trabalhador em cima da torre de andaime.
A decapagem e feita com espátula quando em panos lisos e com removedor e bisturi
quando em ornamentos e elementos decorativos.
19
Figura 14: Forro da Varanda sendo decapado.
20
diluído armada com sisal ou arame galvanizado, se confecciona outra peça exatamente
igual a danificada.
3.2.4. Selador:
21
por parte da argamassa de revestimento deixando-a em melhores condições para receber
a massa corrida.
3.2.5. Emassamento:
Aplicação de duas demãos, com intervalo de seis horas para secagem entre as
aplicações, de massa corrida PVA com desempenadeira mecânica ou espátula nos panos
lisos e com pincel nos elementos decorativos.
3.2.6. Lixamento:
Após a secagem da massa PVA, executa-se lixamento com lixa fina com a finalidade de
eliminar as imperfeições e dar um melhor acabamento ao revestimento.
3.2.7. Pintura:
22
Figura 19: Pintura do Corredor.
23
3.3. Apropriacao Da Produtividade
Após isso, eram passados para planilha eletrônica os dados coletados em campo, o que
possibilitou o controle de execução e a geração de índices de produtividade para a
programação de atividades futuras.
Quase a totalidade das tarefas foi executada em altura, com torre de andaime de
até quatro metros de altura;
Execução de tarefas com extrema atenção por se tratar de obra em edifício
tombado como patrimônio histórico da cidade do Rio de Janeiro, não podendo
assim ocorrer qualquer dano a arquitetura existente bem como as intervenções
provocadas pela história da edificação.
Quase a totalidade das áreas de restauro é compreendida de panos com
ornamentos e outros elementos decorativos em relevo.
Por meio dos fatores observados no projeto e dos dados levantados em campo já em
planilhas eletrônicas se tornou possível a geração dos índices de produtividade
conforme metodologia citada anteriormente.
24
Segue exemplo de tabela de cálculo para tarefa Pintura. As tabelas referentes às outras
tarefas encontram-se no anexo II
25
Desta forma, seguem os gráficos referentes a cada tarefa e tabela resumo:
Decapagem
5,000
4,000
3,000
Hh/m²
2,000
1,000
0,000
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29
quantidade de dados coletados
26
Recomposição de Revestimento
3,500
3,000
2,500
Hh/m²
2,000
1,500
1,000
0,500
0,000
1 2 3 4 5
quantidade de dados coletados
Selador
2,500
2,000
1,500
Hh/m²
1,000
0,500
0,000
1 2 3 4 5 6 7 8 9
quantidade de dados coletados
27
Emassamento
6,000
5,000
4,000
Hh/m²
3,000
2,000
1,000
0,000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10111213141516171819202122232425262728
quantidade de dados coletados
Lixamento
2,500
2,000
1,500
Hh/m²
1,000
0,500
0,000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
quantidade de dados coletados
28
Pintura
2,500
2,000
1,500
Hh/m²
1,000
0,500
0,000
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41
quantidade de dados coletados
29
3.5. Planejamento Utilizando A Metodologia LBMS
FIM
INÍCIO
30
FIM
INÍCIO
A programação por sentimento, metodologia que de fato ocorreu na obra, foi feita
apenas nos níveis lookahead e semanal, em que eram feitas, na última semana de cada
mês, a programação das atividades do mês seguinte, ou seja, um horizonte de apenas
quatro semanas para a última semana do mês, o que dificultava a previsão das
interferências que ocorreriam no início do mês.
Após o planejamento mensal ser feito pelo setor de engenharia da obra, a cada sexta-
feira, a programação semanal, da semana seguinte, era feita com base na experiência do
Mestre de Obras, onde ele próprio alocava as equipes e determinava quais tarefas seriam
feitas em quais dias da semana.
31
MICRO PLANEJAMENTO - PALÁCIO LARANJEIRAS SEMANA 2
Emassamento -
GIL 13m² 12m²
banho 1
Lixamento -
GIL 25m²
banho 1
Dacapagem -
GIL 55m²
Quarto 1º pav.
Recomposição
GIL de revestimento 55m²
-Quarto 1º pav.
Emassamento -
GIL 55m²
Quarto 1º pav.
Lixamento -
GIL 55m²
Quarto 1º pav.
Decapagem -
GIL 97m²
Quarto do Gov.
Recomposição
GIL de revestimento 50m² 47m²
-Quarto do Gov.
Emassamento -
GIL 50m² 47m²
Quarto do Gov.
Lixamento -
GIL 20m² 20m²
Quarto do Gov.
Dacapagem -
GIL 55m²
Quarto 2º pav.
Recomposição
GIL de revestimento 55m²
-Quarto 2º pav.
Emassamento -
GIL 55m²
Quarto 2º pav.
Lixamento -
GIL 12m² 12m²
despensa 1 e 2
32
Curva S
100
90
80
% de avanço da obra
70
60
50
40
CASO 0
30
20
10
0
16/3
23/3
1/12
8/12
12/1
19/1
26/1
16/2
23/2
30/3
15/12
22/12
29/12
5/1
2/2
9/2
2/3
9/3
6/4
Data
3.5.3. Caso I
A partir do Caso Real, que será utilizado como controle, tem-se a proposta de um
primeiro caso utilizando a metodologia LBMS, em que os locais foram hierarquizados
conforme mostrado no item 3.5.1 e a duração das atividades foi calculada mediante a
índices de produtividade (RUPs) apresentados no item 3.4.2.
O consumo de materiais, como tintas, massa corrida PVA, andaimes etc., foi calculado
a partir do rendimento de cada material e da quantidade de serviço requerido. Porém,
estes materiais não entraram no estudo dos custos uma vez que não houve variação da
quantidade de serviço a ser executada em ambos os casos.
Para este estudo inicial decidiu-se por dimensionar equipes mínimas, com um total de
dois trabalhadores por tarefa, sendo um oficial e um ajudante, a fim de se obter o prazo
33
necessário para a realização da mesma quantidade de serviço que o caso real com um
menor custo de mão-de-obra.
O nivelamento dos recursos foi feito com o auxílio do software MS Project 2010, que
resultou na seguinte curva S.
Curva S
100
90
80
% de avanço da obra
70
60
50
40
CASO 1
30
20
10
0
30/3
1/12
8/12
12/1
19/1
26/1
16/2
23/2
16/3
23/3
15/12
22/12
29/12
5/1
2/2
9/2
2/3
9/3
Data
3.5.4. Caso II
Após o estudo inicial com equipes mínimas, pôde-se observar que a equipe mais crítica
era a que envolvia os pintores e seus respectivos ajudantes, desta forma, para um
segundo caso de estudo, se propôs em dobrar o número de ajudantes de pintura,
portanto cada equipe conteria 1 pintor e 2 meio-oficiais de pintura, e consequentemente
impor uma melhor produtividade às tarefas: decapagem; aplicação de selador;
emassamento; lixamento; e pintura.
34
Abaixo podem ser visualizados a curva S para o Caso II.
Curva S
100
90
80
% de avanço da obra
70
60
50
40
CASO 2
30
20
10
0
1/12
8/12
12/1
19/1
26/1
16/2
23/2
15/12
22/12
29/12
5/1
2/2
9/2
2/3
Data
35
4. RESULTADOS
A seguir podem ser observados os resultados gerados a partir do uso das ferramentas
citadas anteriormente. Em que, a metodologia do Last Planner foi introduzida para o
planejamento de curto prazo e foi fundamental para o controle de execução e garantia de
que as tarefas estavam sendo executadas dentro do prazo previsto no Caso 0. O conceito
de RUP foi introduzido e com isso possibilitou o embasamento para o cálculo da
duração das atividades e o dimensionamento das equipes para atender a uma redução no
planejamento do prazo da obra como um todo. E, por fim, a técnica LBMS foi utilizada
para propor novos cenários de melhoria no planejamento da obra.
QUANTIDADE MÁXIMA
PROFISSIONAIS
CASO 0 CASO I CASO II
MONTADOR 1 1 1
SERVENTE 5 1 1
PINTOR 5 5 5
1/2 OF. PINTURA 5 5 10
RESTAURADOR 2 1 1
AUX DE RESTAURO 1 1 1
TOTAL PROF. 19 14 19
TORRE DE ANDAIME 17 14 13
36
Curva S
100
90
80
% de avanço da obra
70
60
CASO 0
50
CASO 1
40
CASO 2
30
20
10
0
16/3
23/3
1/12
8/12
12/1
19/1
26/1
16/2
23/2
30/3
15/12
22/12
29/12
5/1
2/2
9/2
2/3
9/3
6/4
Figura 36: Cronograma físico-financeiro da obra
37
CUSTO TOTAL
R$ 140.000,00
R$ 120.000,00 R$ 117.969,31
R$ 100.000,00
R$ 90.541,66 R$ 89.484,08
R$ 80.000,00 CASO 0
CASO 1
R$ 60.000,00
CASO 2
R$ 40.000,00
R$ 20.000,00
R$ 0,00
1/12 15/12 29/12 12/1 26/1 9/2 23/2 9/3 23/3 6/4
38
CUSTO MÃO-DE-OBRA
R$ 120.000,00
R$ 110.117,31
R$ 100.000,00
R$ 86.579,26 R$ 84.024,08
R$ 80.000,00
CASO 0
R$ 60.000,00
CASO 1
CASO 2
R$ 40.000,00
R$ 20.000,00
R$ 0,00
1/12 15/12 29/12 12/1 26/1 9/2 23/2 9/3 23/3 6/4
39
CUSTO ANDAIME
R$ 9.000,00
R$ 8.000,00 R$ 7.852,00
R$ 7.000,00
R$ 6.000,00
R$ 5.460,00
R$ 5.000,00
CASO 0
R$ 4.000,00 R$ 3.962,40 CASO 1
R$ 3.000,00 CASO 2
R$ 2.000,00
R$ 1.000,00
R$ 0,00
30/3
1/12
8/12
12/1
19/1
26/1
16/2
23/2
16/3
23/3
15/12
22/12
29/12
5/1
2/2
9/2
2/3
9/3
6/4
Figura 42: Avanço do custo de aluguel de andaimes.
40
5. CONCLUSÕES
Além disso, o estudo da Razão Unitária de Produção se mostrou essencial para uma
melhor caracterização do processo produtivo e, por meio do Modelo dos Fatores, foi
possível dar mais credibilidade ao cálculo da duração das atividades e da elaboração do
cronograma físico da obra como um todo.
41
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BONI, Adriana Cristina; PALIARI, José Carlos; SERRA, Sheyla Mara Baptista.
Sistema Puxado De Planejamento E Controle Da Produção. XV Encontro Nacional de
Tecnologia do Ambiente Construído. Maceió, p. 1115-1125. nov. 2014.
42
SILVA, M. P. Influência do Planejamento e Controle de Obras nos Horizontes de
Médio e Curto Prazo em Edifícios Residenciais em Goiânia. 190p. Dissertação de
Mestrado em Estruturas e Construção Civil, Publicação E.DM-002A/12, Departamento
de Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de Brasília, Brasília, DF. 2012.
TCPO. Tabelas de composições de preços para orçamentos. 13ª.ed., São Paulo, PINI,
2010.
43
7. ANEXOS
44
7.1. ANEXO I – MODELO DE FICHA DE APROPRIAÇÃO DE SERVIÇO
PREENCHIDA
45
7.2. ANEXO II – TABELAS DE CÁLCULO DAS RAZÕES UNITÁRIAS DE
PRODUÇÃO
48
DECAPAGEM
RECOMPOSIÇÃO DE REVESTIMENTOS
APLICAÇÃO DE SELADOR
49
EMASSAMENTO
LIXAMENTO
50
PINTURA
51