Recapitulação dos conceitos
autocompreensão)
Modelo Junguiano da Psique
• A Psique é a totalidade de todos os
processos psíquicos, sejam os
conscientes e os inconscientes.
• A psique é dividida em 3 níveis
fundamentais: inconsciente coletivo,
inconsciente pessoal e consciência.
• A camada mais externa representa a
consciência. No centro da consciência
está o ego. O ego é o centro coordenador
da consciência. Na esfera intermediaria
do inconsciente, fica o inconsciente
pessoal, nas camadas mais interiores e
profundas fica o inconsciente coletivo.
» EGO (identidade consciente –
→ “Ego” significa “eu”. O ego é o centro
da consciência e faz parte de como a
pessoa se percebe.
→ É onde se aglomeram as vivências que
de identidade consciente do indivíduo.
(Tudo aquilo que você acha que é)
→ O ego capta, avalia, crítica, raciocina e
organiza as inúmeras situações da vida.
→ Muito importante na infância.
→ Sujeito de todas as ações consistentes.
Visa a adaptação da vida.
A consciência é todo conhecimento e
entendimento que armazenamos, interno e
externo, e que é capaz de ser lembrado com
facilidade, sem o uso de técnicas que
acessem o inconsciente. Segundo Stein
(2006, p. 23).
→ Stein (2006), explica que um ego forte é
aquele que pode obter e movimentar
grandes somas de conteúdo
inconsciente de forma deliberada. Já
um ego fraco não pode fazer tal
movimentação e sucumbe mais
facilmente a impulsos e reações
emocionais, caracterizando-se como
mais explosivo e impulsivo, por
exemplo.
 Função do Ego (meio externo e Inconsciente coletivo
interno)
→ O inconsciente coletivo carrega
 Meio externo: diferencia o sujeito do símbolos, imagens, figuras de santos,
meio | organiza e classifica as heróis, animais, criaturas sensacionais e
experiências | possibilitar a concentração demônios terríveis, sendo conteúdos
| tomar decisões e escolhas. comuns a todos.
 Meio interno: dialoga com os
conteúdos do inconsciente  Na compreensão analítica junguiana,
(manifestações emocionais e ao nascermos já possuímos um
pensamentos). repertório de padrões de respostas e
 Exemplo: eu -ego- sei que não vai de comportamentos, sendo estes
acontecer nada, mas vem um padrões denominados por Jung de
pensamento que minha mãe pode sofrer arquétipos.
um acidente a qualquer momento)
 Estes arquétipos compõe o
inconsciente coletivo e irão depender
de estímulos adequados do meio
» INCONSCIENTE ambiente para serem ativados.

→ O inconsciente pode ser compreendido Inconsciente pessoal

como tudo aquilo que não sabemos e que
desta forma, não está relacionado ao ego → O inconsciente pessoal é formado pelas
como centro do campo da consciência. coisas que esquecemos, pelos sentidos
captados que não integramos à
consciência, pelas situações
Padrões de repetição: por meio de uma menosprezados durante o dia, bem como
experiência que lembra a situação complexo, tudo aquilo que involuntariamente
ativa-se todo o conjunto de vínculos pensamos, sentimos, desejamos, mas
inconscientes e o complexo é constelado que não estão na consciência.
(ativado).
→ Além disto, nele repousam ideias
→ nesses casos nós reagimos dolorosas reprimidas, afetos não
emocionalmente a situações atuais da permitidos e conteúdos que ainda não
mesma forma. (exemplo: lidar com estão prontos.
críticas, sentir-se rejeitado, sentir se
insuficiente.)
→ A comunicação entre inconsciente e
consciente ocorre de diversas maneiras,
como por sonhos, mitos, fantasias,
linguagem poética, psicoterapia entre
outras.
 » Arquétipo
→ Segundo Stein (2006), arquétipos são
uma fonte primária de energia e
padronização psíquica, localizado no
inconsciente coletivo.
→ A partir de suas experiências e de seus
pacientes, Jung foi percebendo que,
além das memórias pessoais, estão
presentes no inconsciente de cada
indivíduo possibilidades herdadas da
imaginação humana. Tais estruturas
inatas foram denominadas de
arquétipos.
→ Os arquétipos são nossos potenciais de
ser, agir, pensar (GRINBERG, 2017).
Alguns exemplos de arquétipos são:
arquétipo materno (ou da Grande Mãe),
arquétipo paterno, arquétipo do herói,
anima e animus.
Anima e animus
→ A atualização do conceito por pós-
junguianos preconiza que anima se
refere a características femininas e
animus a características masculinas na
psique, tanto no homem quanto na
mulher.
→ Porém, Jung diz que os homens são
masculinos no seu exterior e femininos
no interior, e as mulheres, femininas no
seu exterior e masculinas no seu interior,
ou seja, para Jung a Anima é o
contraponto inconsciente na psique do
homem e o Animus é o contraponto
inconsciente na psique da mulher
(STEIN, 2006).
Arquétipo do herói
→ Segundo Grinberg (2017), o arquétipo
do herói corresponde as mais poderosas
aspirações, ele representa à vontade,
bem como a capacidade de procurar e
suportar repetidas transformações que
vão em busca da totalidade.
→ Além da capacidade de resistir, implica
também a competência de sustentar
conscientemente a forte tensão entre
opostos.
ARQUÉTIPO SOMBRA
→ A sombra é um arquétipo que está no
inconsciente pessoal, ou seja, é
adquirida de acordo com as nossas
experiências de vida.
→ A sombra é o nosso aspecto mais oculto
e obscuro, são todas um lado negativo
de nosso eu os quais de uma forma ou de
outra reprimimos.
→ Segundo o pensamento de Carl G. Jung
(1875 -1961), dentro de cada um de nós
há outro que não conhecemos. Todos os
seres humanos têm seu lado obscuro.
→ A sombra se refere ao nosso polo
negativo, não necessariamente algo
traumático.
→ A sombra corresponde a todo o lado
inconsciente das operações intencionais,
voluntárias e defensivas do ego. Nela
estão nossas potencialidades, bem como
as características consideradas
contrárias aos costumes e convenções
morais da sociedade.
→ Características vistas de forma
negativa como egoísmo, preguiça,
desleixo, algumas fantasias, inveja,
tramas, indiferença, avareza,
impulsividade (JUNG, 2016).
→ Segundo Stein (2006), aquilo que é
rejeitado pela consciência do ego torna-
se a sombra, e aquilo que é aceito, torna-
se parte da consciência e da persona.
ARQUÉTIPO PERSONA
→ A persona é um nome dado à
“mascara” que desenvolvemos para
nos adaptarmos à sociedade.
Desenvolvemos papeis para nos
relacionar na sociedade, como o papel
de pai, mãe, filho, estudante, professor
e terapeuta, por exemplo.
→ Na concepção da Psicologia Analítica
de Jung (1875 – 1961), o Arquétipo
Persona dá ao sujeito a possibilidade
de criar um personagem que pode não
ser de fato ele mesmo.
→ Este Arquétipo, nada mais é do que o
rosto ou o papel público que o ser
humano apresenta para os outros.
» Complexos
Os Complexos são formados a partir dos
Arquétipos, presentes no Inconsciente
Coletivo. O Arquétipo, na verdade, é o
centro de todo complexo e funciona como
uma espécie de imã que atrai as
experiências significativas de nossas vidas.
→ Jung descobriu que o inconsciente tem
certa autonomia, sendo capaz de se
impor à mente consciente.
 Os complexos que estão atuando
na consciência e gerando
incômodo podem ser:
pensamentos invasivos, emoções
pouco compreendidas,
comportamentos não desejados.
→ Os complexos podem ser entendidos
como determinados temas emocionais,
que não são conscientes e podem
atrapalhar a pessoa. Estão no
inconsciente pessoal (GRINBERG,
2017).
→ Vivemos inúmeras situações em nossa
vida e algumas, carregadas de um tom
afetivo, são armazenadas como
memórias no inconsciente pessoal.
→ Esse armazenamento é feito em”
grupos”, de forma que as vivências
semelhantes são agrupadas (de acordo
com o núcleo arquétipo ao qual
pertencem) – assim, cada agrupamento
forma um complexo.
→ Os complexos se manifestam quando
algo surge na consciência sem “ser
avisado”. (Um pensamento, uma ideia,
uma emoção, um comportamento.) –
algo sem controle consciente.
→ Todo complexo tem polaridade positiva
ou negativa.
 Um complexo negativo traz
consigo dor e sofrimento que as
defesas do Ego conseguem lidar
ou mesmo elaborar – muitas vezes
formando um caráter neurótico,
muitas vezes se manifestando ou
na dependência ou na reatividade.
→ Existem alguns complexos comuns para
toda a humanidade, como o complexo
materno e o paterno, porém cada um vai
ser formado a partir das vivências e
experiências pessoais do indivíduo.
COMPLEXOS E PADRÃO DE
REPETIÇÃO
Padrão de repetição:
→ Por meio de uma experiência que
lembra a situação-complexo, ativa-se
todo o conjunto de vínculos
inconscientes e o complexo é
constelado (ativado)
→ Nestes casos, nós reagimos
emocionalmente a situações atuais da
mesma forma.
→ EX: lidar com críticas, sentir-se
rejeitado, sentir-se insuficiente.
Na prática busca-se:
→ A compreensão destes complexos
pela consciência/ego – que é um
processo chamado de diálogo com a
consciência (maior fortalecimento
egóico).
→ Com estes complexos foram
desenvolvidos.
→ E então a mudança do padrão.
→ Na analítica, a mudança efetiva
ocorre não só pela percepção do
complexo (ex: um pensamento
invasivo), mas pela compreensão do
seu desenvolvimento, possibilitando
movimento de energia e então
mudança de padrão.
Complexos Materno e Paterno
→ Segundo Stein (2006), o inconsciente
tem por importante modelo as estreitas
relações criadas no ambiente da família.
→ Assim, existem alguns complexos
comuns para toda a humanidade que são
formados no seio familiar como o
complexo materno e o paterno, porém
cada um vai ser formado a partir das
vivências e experiências pessoais do
indivíduo.
→ O complexo materno em seu polo
positivo tem como qualidades amor,
carinho, proteção, nutrição e aceitação.
Já no polo negativo manifesta-se como
uma mãe devoradora, que seduz, asfixia,
abandona e aprisiona.
→ Quanto ao complexo paterno, na sua
polaridade positiva tem características
como organização, responsabilidade,
estruturação de regras, limites e leis. No
entanto, no polo negativo se apresenta
como autoritário, repressor e rígido
(GRINBERG, 2017).
→ Lembrando que o complexo materno tem
como raiz (base) o arquétipo materno e
o complexo paterno tem como raiz
(base) o arquétipo paterno.
 processo de idividualização. (A
» Psicoterapia Analítica transformação da psique)
Jung sobre a prática analítica:
→ A individualização pressupõe a
“Se trata de um tipo de procedimento movimentação da energia psíquica e a
dialético, um diálogo ou discussão, transformação da psique.
entre duas pessoas. A pessoa é um
sistema psíquico, que, atuando, sobre  Cura = transformação.
outra pessoa, entra em interação com  Transformação – autenticidade.
outro sistema psíquico.”
→ Para que haja a transformação da psique
Sobre o encontro analítico: é preciso:

→ Esta é uma relação de troca e contém 1. Conhecer a estruturação da

toda a sua individualidade. psique- os conteúdos do
insconsciente e da
→ Cada indivíduo é único e o caminho de consciência.
cada um para a resolução de seus
conflitos e busca de significado de suas 2. E integrar os conteúdos do
experiências também é. inconsciente a consciência
(diálogo entre o ego e o
→A regra fundamental da inconsciente)
psicoterapeuta é considerar cada caso
como novo e único. 3. Compreensão do contexto e
como a pessoa impacta e é
impactada pelo meio.
→ Psicoterapia X bate-papo: na
psicoterapia há uma FINALIDADE.

 A psicoterapia analítica é » Transferência

finalista - PARA QUÊ isto e Contratransferência
está acontecendo?
 O que vivemos está a serviço
→ A transferência se instala logo no início
do fim.
da psicoterapia. (Do paciente pro
 Sintomas e sofrimentos tem terapeuta)
uma função- são
→ É uma projeção do paciente no
sinalizadores do que está
terapeuta.
acontecendo, manifestações
→ O terapeuta deve-se atentar o que foi
da psique.
transferido sobre ele, qual papel é
necessário desempenhar para o paciente.
O que ele precisa?
Objetivos da psicoterapia analítica
Junguiana.  Transferencia materna: paciente
projeta no terapeuta o papel de
→ O grande objetivo da Psicoterapia nesta cuidador, de quem vai acolher,
abordagem é auxiliar a pessoa a trilhar o cuidar. Isto já aponta aspectos de
 sua psique, como um complexo
materno negativo, por ex.
 Transferência paterna: paciente
projeta no terapeuta alguém que
precisa ajudá-lo a ser mais
objetivo, prático, a ter mais
organização.
→A contratransferência é uma
resposta/reação a transferência (do
terapeuta pro paciente).
A prática clínica na psicologia
analítica
→ É dialética.
→ Busca compreender a dinâmica do
inconsciente, e a dinâmica da
consciência e a influência do meio.
→ Busca um diálogo entre conteúdos do
inconsciente e da consciência.
» Psicoterapia Infantil
→ A partir da compreensão de sua
queixa, busca-se a adaptação da
criança, ajudando com os fatos
concretos de sua vida.
 Exemplo: dificuldades na
escola.
→ Setting terapêutico: ambientes de
segurança, em que os conteúdos
trabalhados devem ser mantidos em
sigilo, inclusive dos
pais/responsáveis.
→ Objetivos:
 Adaptação ao ambiente.
 Lidar com as manifestações
de seus complexos.
 Prepará-la para desenvolver
suas aptidões.
 E ajudar a desenvolver um
meio em que permita que ela
viva sua infância.

→ Respeita o tempo interno do paciente.

→ Válida a transferência e
contratransferência.

→ Busca ampliação do autoconhecimento e

diminuição do sofrimento.

→ Etapas:

 Primeira entrevista: com quem?

 Estabelecimento do contrato
terapêutico.
 Compreensão inicial da pessoa e da
sua queixa.
 Início do estabelecimento do
vínculo.
 E se der continuidade, trabalhar-se
os aspectos já vistos anteriormente.