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A TEORIA

ANALÍTICA
DE CARL JUNG

TEORIAS DA PERSONALIDADE – CAP 3 -


R E N ATA L E Ã O
A ESTRUTURA DA PERSONALIDADE
A personalidade total, ou a psique, conforme chamada por Jung, consiste em
vários sistemas diferenciados, mas interatuantes.

Constitui-se por:
– Ego
– Inconsciente pessoal
– Complexos
– Inconsciente Coletivo
– Arquétipos
O EGO
O ego é a mente consciente.

Ele é constituído por percepções, memórias, pensamentos e sentimentos


conscientes.

O ego é responsável pelos nossos sentimentos de identidade e de continuidade,


e, do ponto de vista da pessoa, considera-se que esteja no centro da
consciência.
INCONSCIENTE PESSOAL
O inconsciente pessoal é uma região adjacente ao ego.

Ele consiste em experiências que outrora foram conscientes, mas que agora
estão reprimidas, suprimidas, esquecidas ou ignoradas, e em experiências que
foram a princípio fracas demais para deixar uma impressão consciente na
pessoa.
COMPLEXOS
Um complexo é um grupo organizado ou uma constelação de sentimentos,
pensamentos, percepções e memórias que existem no inconsciente pessoal.

Ele tem um núcleo que age como uma espécie de magneto que atrai ou
“constela” várias experiências.

Um complexo pode-se comportar como uma personalidade autônoma com uma
vida mental e um motor próprios.

Ele pode assumir o controle da personalidade e utilizar a psique para seus


próprios fins.
INCONSCIENTE COLETIVO
Ele é o sistema mais poderoso e influente da psique e, em casos patológicos,
domina o ego e o inconsciente pessoal.

O inconsciente coletivo é o reservatório de traços de memória latentes herdados


do nosso passado ancestral.

O inconsciente coletivo é o resíduo psíquico do desenvolvimento evolutivo


humano, um resíduo que se acumula em conseqüência de repetidas
experiências ao longo de muitas gerações.

Ele é quase totalmente separado de tudo o que é pessoal na vida do indivíduo e


aparentemente é universal.
ARQUÉTIPOS
É uma forma universal de pensamento (idéia) que contém um grande elemento
de emoção.

Essa forma de pensamento cria imagens ou visões que correspondem na vida


normal de vigília a algum aspecto da situação consciente.
– Por exemplo, o arquétipo da mãe produz a imagem de uma figura de mãe que é então identificada
com a mãe real.
ARQUÉTIPOS
Ele é um depósito mental permanente de uma experiência que foi repetida
constantemente por muitas gerações.
– Terremotos, cachoeiras, incêndios.

Os arquétipos não estão necessariamente isolados uns dos outros no


inconsciente coletivo.

Eles se interpenetram e fundem-se.


– Hitler com arquétipo do demônio.
ARQUÉTIPOS
Supõem-se que existam muitos arquétipos no inconsciente coletivo.
– Alguns dos que foram identificados são os arquétipos de nascimento, renascimento, morte, poder
(energia), mágica, unidade, o herói, a criança, Deus, o demônio, o velho sábio, a mãe terra e o
animal.

Embora todos os arquétipos possam ser considerados como sistemas dinâmicos


autônomos que podem ser relativamente independentes do restante da
personalidade, alguns arquétipos evoluíram tanto que merecem ser tratados
como sistemas separados dentro da personalidade.
– Eles são a persona, a anima e o animus e a sombra.
PERSONA
A persona é uma máscara adotada pela pessoa em resposta às demandas das
convenções e das tradições sociais e às suas próprias necessidades arquetípicas
internas.

É o papel atribuído a alguém pela sociedade, o papel que a sociedade espera


que a pessoa desempenhe na vida.

O propósito da máscara é causar uma impressão definida nos outros e muitas


vezes, oculta a verdadeira natureza da pessoa.
PERSONA
A persona é a personalidade pública, aqueles aspectos que apresentamos ao
mundo ou que a opinião pública impõe ao indivíduo, em contraste com a
personalidade privada existente por trás da fachada social.

Se o ego se identifica com a persona, como acontece freqüentemente, o


indivíduo se torna mais consciente do papel que está desempenhando do que de
seus sentimentos genuínos.
A ANIMA E O ANIMUS
É bastante reconhecido e aceito que o ser humano é essencialmente um animal
bissexual.
– . No nível psicológico, as características masculinas e as femininas são encontradas em ambos os sexos.

O arquétipo feminino do homem é chamado de anima, e o arquétipo masculino na


mulher é chamado de animus.

Esses arquétipos, embora possam ser condicionados pelos cromossomos sexuais e


pelas glândulas sexuais, são os produtos das experiências raciais do homem com a
mulher e da mulher com o homem.
– Em outras palavras, ao viver com a mulher ao longo das épocas, o homem se feminilizou; ao viver com o
homem, a mulher se masculinizou.
A ANIMA E O ANIMUS
 O homem apreende a natureza da mulher por meio de sua anima, e a mulher
apreende a natureza do homem por meio de seu animus.

Mas estes arquétipos podem levar a desentendimento e à discórdia se a imagem


arquetípica for projetada sem consideração pelo caráter real do parceiro.
– se um homem tentar identificar sua imagem idealizada de mulher com uma mulher real e não levar em
conta as discrepâncias entre o ideal e o real, ele pode sofrer um amargo desapontamento quando
perceber que as duas não são idênticas.

Tem de haver um compromisso entre as necessidades do inconsciente coletivo e


as realidades do mundo externo para que a pessoa seja razoavelmente bem-
ajustada.
A SOMBRA
O arquétipo da sombra consiste nos instintos animais que os humanos
herdaram em sua evolução a partir de formas inferiores de vida.

Conseqüentemente, a sombra representa o lado animal da natureza humana.

 Como um arquétipo, a sombra é responsável por nossa concepção do pecado


original; quando é projetada para fora, ela se torna o diabo ou um inimigo.
A SOMBRA
 é responsável pelo aparecimento, na consciência, de pensamentos, sentimentos
e ações desagradáveis e socialmente repreensíveis, que podem então ser
escondidos da visão pública pela persona ou reprimidos no inconsciente
pessoal.

A sombra, com seus instintos animais vitais e apaixonados, dá à personalidade


uma qualidade encorpada ou tridimensional. Ela ajuda a completar a pessoa
inteira.
– Similar ao ID proposto por FREUD.
O SELF
A princípio, Jung considerou o self como equivalente à psique ou à
personalidade total.

O self é o ponto central da personalidade, em torno do qual todos os outros


sistemas estão constelados. Ele mantém esses sistemas unidos e dá à
personalidade unidade, equilíbrio e estabilidade.

O self é a meta da vida, uma meta que as pessoas buscam incessantemente, mas
raramente alcançam.
O SELF
Antes que um self possa emergir, é necessário que os vários componentes da
personalidade se tornem totalmente desenvolvidos e específicos.

Por essa razão, o arquétipo do self não se torna evidente até que a pessoa tenha
atingido a meia-idade.

Nessa época, ela começa a fazer um sério esforço para mudar o centro da
personalidade do ego consciente para um que esteja a meio caminho entre a
consciência e a inconsciência.
– Essa região intermediária é a província do self.
AS ATITUDES
 Ele distinguiu duas importantes atitudes ou orientações da personalidade, a
atitude de extroversão e a atitude de introversão.

A atitude extrovertida orienta a pessoa para o mundo externo, objetivo;

a atitude introvertida orienta a pessoa para o mundo interior, subjetivo.

Os termos se referem a uma orientação para dentro ou para fora, e não para
níveis baixos ou elevados de sociabilidade
AS ATITUDES
Essas duas atitudes opostas estão ambas presentes na personalidade, mas
habitualmente uma delas é dominante e consciente, enquanto a outra é
subordinada e inconsciente.

Se o ego é predominantemente extrovertido em sua relação com o mundo, o


inconsciente pessoal será introvertido.
AS FUNÇÕES
Jung introduziu dois pares de funções para explicar as diferenças nas
estratégias empregadas pelas pessoas para adquirir e processar a informação -
estilos cognitivos.

Existem quatro funções psicológicas fundamentais: pensamento, sentimento,


sensação e intuição.

O pensamento é ideacional e intelectual. Ao pensar, os seres humanos tentam


compreender a natureza do mundo e a si mesmos.
AS FUNÇÕES
O sentimento é a função de avaliação: é o valor das coisas, quer positivo quer
negativo, com referência ao sujeito.
– dá aos humanos suas experiências subjetivas de prazer e dor, de raiva, medo, tristeza, de alegria e amor

 A sensação é a função perceptual ou de realidade. Ela transmite os fatos ou as


representações concretas do mundo.

A intuição é a percepção por meio de processos inconscientes e de conteúdos


subliminares.
– A pessoa intuitiva vai além de fatos, sentimentos e idéias em sua busca da essência da realidade.
AS FUNÇÕES
A natureza das quatro funções pode ser esclarecida pelo seguinte exemplo:
– Por do Sol
– Se predominar a função do sentimento, ela vai experienciar um senso de admiração, de grandeza e de
beleza arrebatadoras. Se ela estiver controlada pela função da sensação , verá o por do sol
simplesmente como ele é ou como uma fotografia o representaria.
– Se a função do pensamento controlar seu ego, ela tentará compreender o canyon em termos de teoria
e princípios geológicos.
– Se prevalecer a função intuitiva, o espectador tenderá a ver o Por do Sol como um mistério da
natureza que possui um significado profundo, que é parcialmente revelado ou sentido como uma
experiência mística.
AS FUNÇÕES
O pensamento e o sentimento são chamados de funções racionais porque utilizam
a razão, o julgamento, a abstração e a generalização.

Elas permitem que os humanos procurem legitimidade no universo.

A sensação e a intuição são consideradas funções irracionais porque se baseiam na


percepção do concreto, do particular e do acidental.

Embora as pessoas tenham todas as quatro funções, elas não são igualmente bem-
desenvolvidas.
INTERAÇÕES ENTRE OS SISTEMAS DA
PERSONALIDADE
Os vários sistemas e as atitudes (E e I) e funções que constituem a
personalidade total interagem de três maneiras diferentes.
1. Um sistema pode compensar a fraqueza de outro sistema.
2. Um sistema pode se opor a outro sistema.
3. Dois ou mais sistemas podem se unir para formar uma síntese.

A compensação também ocorre entre as funções. Uma pessoa que enfatiza o


pensamento ou o sentimento na mente consciente será um tipo intuitivo ou
sensorial inconscientemente.
INTERAÇÕES ENTRE OS SISTEMAS DA
PERSONALIDADE
 Todos os conteúdos da mente consciente são compensados pelos conteúdos da
mente inconsciente.

O princípio de compensação proporciona uma espécie de equilíbrio entre


elementos contrastantes que impede a psique de se tornar neuroticamente
desequilibrada.
A DINÂMICA DA PERSONALIDADE
O fato de que a dinâmica da personalidade está sujeita a influências e a
modificações de fontes externas significa que a personalidade não pode atingir
um estado de perfeita estabilização, como poderia acontecer se ela fosse um
sistema completamente fechado.

Ela só pode tornar-se relativamente estabilizada.


ENERGIA PSÍQUICA
A energia pela qual o trabalho da personalidade é realizado se chama energia
psíquica.

A energia psíquica é uma manifestação da energia de vida, que é a energia do


organismo como um sistema biológico.

Ela se origina da mesma maneira que toda a energia vital, a saber, dos
processos metabólicos do corpo.
ENERGIA PSÍQUICA
O termo de Jung para a energia vital é libido, mas ele também usa libido
paralelamente com energia psíquica.

A energia psíquica é um constructo hipotético; ela não é uma substância ou um


fenômeno concreto.

Conseqüentemente, não pode ser medida ou sentida.

 A energia psíquica encontra sua expressão concreta na forma de forças reais ou


potenciais.
– Desejar, querer, sentir, prestar atenção e buscar são exemplos de forças reais na personalidade;
disposições, aptidões, tendências, inclinações e atitudes são exemplos de forças potenciais.
VALORES PSÍQUICOS
A quantidade de energia psíquica investida em um elemento da personalidade é
chamada de valor desse elemento.

O valor é uma medida de intensidade.


– Uma pessoa que valoriza a verdade gastará muita energia na busca da verdade.

O valor absoluto de uma idéia ou sentimento não pode ser determinado, mas
seu valor relativo pode.
– Se uma pessoa passa mais tempo lendo do que jogando cartas, podemos supor que a leitura é mais
valorizada do que o jogo de cartas.
O PODER CONSTELADOR DE UM COMPLEXO

 Consiste no número de grupos de itens que são trazidos para associação pelo
elemento nuclear do complexo.
– Uma pessoa muito patriótica estará predisposta a associar qualquer experiência nova a uma das
constelações associadas ao patriotismo.

Um indicador de complexo é qualquer perturbação de comportamento,


indicando a presença de um complexo.
– Pode ser um lapso da fala, por exemplo, quando um homem diz “mãe” quando queria dizer “esposa”.

– Pode ser um bloqueio de memória incomum, como acontece quando alguém não consegue lembrar o
nome de um amigo porque o nome se parece muito com o de sua mãe ou com algo associado a ela.
O PRINCÍPIO DA EQUIVALÊNCIA
Jung baseou sua visão da psicodinâmica em dois princípios fundamentais: o
princípio da equivalência e o da entropia.

 O princípio da equivalência afirma que, se for gasta energia para provocar uma
determinada condição, a quantidade gasta aparecerá em outro lugar do sistema.

se um valor específico se enfraquecer ou desaparecer, a soma de energia


representada pelo valor não será perdida, mas reaparecerá em um novo valor.

 O rebaixamento de um valor inevitavelmente significa a elevação de outro.


– Por exemplo, à medida que diminui a valorização que uma criança atribui à família, seu interesse por
outras pessoas e coisas aumentará. Se um valor for reprimido, sua energia pode ser usada para criar
sonhos ou fantasias.
O PRINCÍPIO DA ENTROPIA
 Consisete na ideia de que quando dois corpos de diferentes temperaturas são
colocados em contato, o calor vai passar do corpo mais quente para o corpo
mais frio.

A operação do princípio da entropia resulta em um equilíbrio de forças.

O objeto mais quente perde energia térmica para o mais frio até os dois objetos
atingirem a mesma temperatura.

Nesse ponto, a troca de energia pára, e dizemos que os dois objetos estão em
equilíbrio térmico.
O PRINCÍPIO DA ENTROPIA
 Para descrever a dinâmica da personalidade afirma que a distribuição de energia
na psique busca um equilíbrio.

se dois valores (intensidades de energia) tiverem forças desiguais, a energia tenderá
a passar do valor mais forte para o mais fraco até ser atingido um equilíbrio.

Entretanto, uma vez que a psique não é um sistema fechado, pode ser acrescentada
ou subtraída energia de qualquer um dos valores opostos, o que perturba o
equilíbrio.
O PRINCÍPIO DA ENTROPIA
O estado ideal em que a energia total está regularmente distribuída em todos os
sistemas totalmente desenvolvidos é o self.

Quando Jung afirmou que a auto-realização é a meta do desenvolvimento


psíquico, ele quis dizer, entre outras coisas, que a dinâmica da personalidade
busca um perfeito equilíbrio de forças.

 À medida que a pessoa se torna mais eficiente em satisfazer suas necessidades


biológicas, sobra mais energia para a busca de interesses culturais.
O DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE
Jung acreditava que os humanos estão constantemente progredindo ou tentando
progredir de um estágio de desenvolvimento menos completo para um mais
completo.

Ele também acreditava que a humanidade, como espécie, está constantemente


desenvolvendo formas mais diferenciadas de existência.

 A suprema meta desenvolvimental buscada pelas pessoas é resumida pelo termo


auto-realização.

 Isso significa que a psique desenvolveu um novo centro, o self, que ocupa o
espaço do antigo centro, o ego.
CAUSALIDADE VERSUS TELEOLOGIA

Jung afirmava que ambos os pontos de vista são necessários na psicologia se


quisermos buscar um entendimento completo da personalidade.

O presente é determinado não só pelo passado (causalidade), mas também pelo


futuro (teleologia).

 Com uma, eles podem olhar para o passado da pessoa; com a outra, eles podem
olhar para o seu futuro.

 As duas visões, quando combinadas, transmitem um quadro completo da


pessoa.
SINCRONICIDADE
Este princípio se aplica a eventos que ocorrem juntos no tempo, mas não são a
causa um do outro.

Quando um pensamento corresponde a um evento objetivo.

Quase todo mundo já experienciou essas coincidências.


– Estamos pensando em uma pessoa e a pessoa aparece,
HEREDITARIEDADE
 Em primeiro lugar, ela é responsável pelos instintos biológicos que buscam a
autopreservação e a reprodução.

Os instintos constituem o lado animal da natureza humana.

 Um instinto é um impulso interno para agir de uma certa maneira quando


surge uma determinada condição tissular.
– A fome, por exemplo, evoca atividades de busca e ingestão de alimento
HEREDITARIEDADE
 Jung afirmou que existe, além de uma herança de instintos biológicos, uma
herança de “experiências” ancestrais.

 A potencialidade de se ter a mesma ordem de experiências de nossos


ancestrais, são herdadas na forma de arquétipos.
ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO
Jung não especificou detalhadamente, como fez Freud, os estágios pelos quais
a personalidade passa desde o período de bebê até a idade adulta.

Mas ele descreveu quatro estágios gerais de desenvolvimento.

Não apresentaremos o último estágio, a Velhice, porque Jung o considerava um


período relativamente pouco importante, em que as pessoas idosas
gradualmente mergulham no inconsciente.
INFÂNCIA
A vida da criança é determinada por atividades instintuais necessárias à
sobrevivência.

O comportamento durante a infância também é governado pelas exigências


parentais.

Os problemas emocionais experienciados pelas crianças pequenas geralmente


refletem “influências perturbadoras em casa”

Em um nítido contraste com Freud, Jung não enfatizou o poder determinante da
infância para o comportamento subseqüente.
IDADE ADULTA JOVEM
A puberdade serve como o “nascimento psíquico” da personalidade.

Não só emerge a sexualidade, mas também a criança se diferencia dos pais.

O adolescente precisa aprender a enfrentar o mundo e a preparar-se para a vida.

A extroversão é a atitude primária, e a consciência domina a vida mental à medida


que o jovem se dedica às tarefas de encontrar um companheiro e uma vocação.

 O adolescente precisa lidar com questões de sexualidade, assim como de poder


ou insegurança.
MEIA-IDADE
Pelo final da casa dos 30, a maioria das pessoas já lidou com as questões da
idade adulta jovem, tendo casado e estabelecido-se em uma profissão.

As pessoas precisam encontrar um propósito em sua vida e uma razão para a
sua existência.

Elas passam de uma atitude extrovertida para uma introvertida, e começam a


buscar a auto-realização.

Esse é o momento da “crise da meia-idade”.


MEIA-IDADE
 Os interesses e as atividades juvenis perdem seu valor e são substituídos por
novos interesses, mais culturais e menos biológicos.

Tal transição é o evento mais decisivo na vida de uma pessoa.

Também é um dos mais perigosos, porque, se alguma coisa dá errado durante a


transferência de energia, a personalidade pode-se tornar permanentemente
perturbada.

 Nesse caso, a energia em excesso está livre para perturbar o equilíbrio da psique.
PROGRESSÃO E REGRESSÃO
O desenvolvimento pode ter um movimento progressivo, para a frente, ou regressivo,
para trás.

Por progressão, Jung queria dizer que o ego consciente está se ajustando
satisfatoriamente tanto às exigências do ambiente externo quanto às necessidades do
inconsciente.

Na progressão normal, forças opostas se unem em um fluxo coordenado e harmonioso


de processos psíquicos.
PROGRESSÃO E REGRESSÃO
Quando o movimento para a frente é interrompido por alguma circunstância
frustrante, isso impede a libido de ser investida em valores extrovertidos ou
orientados para o ambiente.

A regressão é a antítese da progressão.

Ao regredir, o ego pode descobrir conhecimentos úteis no inconsciente que


permitirão à pessoa superar a frustração.
– Um jovem que se desvencilhara da dependência em relação aos pais encontra uma barreira
intransponível. Ele procura os pais para conselhos e encorajamento. Ele, na verdade, não vai voltar
para os pais em um sentido físico, mas sua libido vai regredir para o inconsciente e reativar as
imagos parentais lá localizadas.
O PROCESSO DE INDIVIDUAÇÃO

Para ter uma personalidade sadia e integrada, todos os sistemas precisam


atingir o grau mais pleno de diferenciação, desenvolvimento e expressão.

O processo por meio do qual isso é atingido chama-se processo de individuação


A FUNÇÃO TRANSCENDENTE
Quando a diversidade foi atingida por meio da operação do processo de
individuação, os sistemas diferenciados são integrados pela função
transcendente .

Essa função tem a capacidade de unir todas as tendências opostas dos vários
sistemas e de buscar a meta ideal de integralidade perfeita (condição de ser si
mesmo). A meta da função transcendente é a revelação da pessoa essencial.
SUBLIMAÇÃO E REPRESSÃO
A energia psíquica é deslocável. Isso significa que ela pode ser transferida de um processo em
um determinado sistema para outro processo no mesmo sistema ou em um diferente.

Se o deslocamento é governado pelo processo de individuação e pela função transcendente, é


chamado de sublimação.

A sublimação descreve o deslocamento de energia dos processos mais primitivos, instintivos e


menos diferenciados para processos superiores culturais, espirituais e mais diferenciados.
– Por exemplo, quando a energia é retirada da pulsão sexual e investida em valores religiosos, dizemos que a energia foi
sublimada.
SUBLIMAÇÃO E REPRESSÃO
Quando a descarga de energia, quer pelos canais instintuais, ou sublimados, é
bloqueada, dizemos que foi reprimida.

A energia reprimida não pode simplesmente desaparecer; ela precisa ir para


algum lugar, segundo o princípio da conservação da energia.

Conseqüentemente, ela passa a residir no inconsciente.


SIMBOLIZAÇÃO
Um símbolo, na psicologia junguiana, tem duas funções importantes.

Por um lado, ele representa uma tentativa de satisfazer um impulso instintual que
foi frustrado; por outro, ele é uma corporificação de material arquetípico.
– O desenvolvimento da dança como uma forma de arte é um exemplo de uma tentativa de satisfazer
simbolicamente um impulso frustrado como a pulsão sexual.

 Uma representação simbólica de uma atividade instintual nunca pode ser


inteiramente satisfatória, todavia, porque não alcança o objeto real e a descarga de
toda a libido.

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