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ESCOLA BAHIANA DE MEDICINA E SAÚDE PÚBLICA

CURSO DE PSICOLOGIA

BRUNA MARIA DE OLIVEIRA CAMPINHO

O PROCESSO DE INDIVIDUAÇÃO NA TRAJETÓRIA DO

LUTO A PARTIR DE WANDAVISION

Salvador - Bahia

2022
BRUNA MARIA DE OLIVEIRA CAMPINHO

O PROCESSO DE INDIVIDUAÇÃO NA TRAJETÓRIA DO

LUTO A PARTIR DE WANDAVISION

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso


de Psicologia da Escola Bahiana de Medicina e Saúde
Pública, como requisito parcial para obtenção do título
de Bacharel em Psicologia e formação do psicólogo.

Orientador: Prof. Dr. Anderson Fontes Passos


Guimarães.

Salvador - Bahia

2022
Dedico este trabalho a Fernando Gonçalves da Silva Campinho (in memoriam)
RESUMO

Este foi um trabalho que propôs analisar a minissérie WandaVision e estabelecer um diálogo
entre os conceitos fundamentais da psicologia analítica, estabelecidos por Carl G. Jung, e o
luto, com o objetivo de compreender os impactos que o enlutamento pode causar no processo
de individuação por meio da minissérie WandaVision. A análise se dirigiu à personagem
central da série e se desdobra nos moldes do conceito de individuação numa proposta da
evidência desse no processo do luto, que permitiu estabelecer considerações sobre o
desenvolvimento do luto na psique e suas consequências. Na mídia analisada, a personagem
passou por um processo difícil de descobrimento de si mesma após uma perda traumática e
entrando em confronto com a realidade na qual não existia mais a pessoa amada. Assim, esse
estudo partiu do detalhamento sobre a compreensão da psicologia analítica do processo de
morte e do luto e a conexão com a mídia fílmica supracitada, concluindo a discussão com a
análise do processo de individuação. O caminho feito foi uma revisão bibliográfica de
publicações disponíveis nos indexadores SciELO, PePsic, PsychoInfo, Google Acadêmico e
Periódicos de Psicologia, além de livros acadêmicos e da própria minissérie. Por fim, esse tema
possui relevância por ser um discurso atual e pertinente na contemporaneidade, refletindo sobre
os lutos presentes no cotidiano e na clínica psicoterapêutica, assim ampliando a compreensão
e os estudos sobre o assunto.
Palavras-chave: Luto. WandaVision. Psicologia Analítica. Processo de individuação. Análise
Fílmica.

ABSTRACT

This was a work that proposed to analyze the miniseries WandaVision and establish a dialogue
between the fundamental concepts of analytical psychology established by Carl G. Jung, and
mourning, with the objective of understanding the impacts that bereavement can cause in the
individuation process through from the WandaVision miniseries. The analysis addressed the
central character of the series and unfolds along the lines of the concept of individuation in a
proposal of its evidence in the grieving process, which allowed us to establish considerations
about the development of grief in the psyche and its consequences. In the analyzed media, the
character went through a difficult process of discovering herself after a traumatic loss and
coming into confrontation with the reality in which the loved one no longer existed. Thus, this
study started with a detailed understanding of the analytical psychology of the process of death
and mourning and the connection with the film media, concluding the discussion with the
analysis of the individuation process. The path followed was a bibliographic review of
publications available in SciELO, PePsic, PsychoInfo, Google Scholar and Psychology
Journals, in addition to academic books and the miniseries itself. Finally, this theme is relevant
because it is a current and relevant discourse in contemporary times, reflecting on the mourning
present in everyday life and in the psychotherapeutic clinic, thus expanding the understanding
and studies on the subject.

Keywords: Grief. WandaVision. Analytical Psychology. Individuation Process. Film


analysis
SUMÁRIO

1 Introdução ............................................................................................................................. 6
2 Metodologia ........................................................................................................................... 7
3 Nos Capítulos Anteriores… A Morte .................................................................................. 8
4 A Individuação Na Psicologia Analítica............................................................................ 10
5 De Wanda Maximoff a Feiticeira Escarlate ..................................................................... 11
5.1 O mundo preto e branco .............................................................................................. 11

5.2 Agora em cores ............................................................................................................. 16

5.3 Derrubando a quarta parede: O encontro da Anima com o Animus ...................... 17

5.4 O grande final: A feiticeira escarlate e o si mesmo ................................................... 19

6 Considerações finais............................................................................................................ 21
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1 Introdução

“Mas o que é luto, senão amor que perdura?” (Personagem Visão, Walt Disney: EUA,

2021)

Este trabalho tem a intenção de analisar a minissérie WandaVision (2021), sob a ótica

da psicologia analítica proposta por Carl G. Jung. Considerando a narrativa da série, que

procura abordar o tema de perdas simbólicas e físicas, e suas consequências na saúde mental,

dando maior ênfase ao processo de luto e uma possibilidade para trabalhar tal assunto. Foi

escolhido tratar a partir dos aspectos teóricos da Individuação, desenvolvidos pelo próprio Jung.

Assim, o objetivo geral foi compreender os impactos que o enlutamento pode causar no

processo de individuação por meio da minissérie sob a perspectiva da abordagem junguiana.

A investigação se desdobra através de três objetivos específicos: realizar um resgate

histórico-cultural do processo de morte e luto entrelaçado com a perspectiva junguiana;

compreender o processo de individuação proposto por C. G. Jung e analisar a minissérie

WandaVision com o olhar da individuação atravessado pelo processo do luto.

A série é sobre dois personagens: Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen), que é

imediatamente introduzida como órfã e, posteriormente, se confronta com outra perda, a do seu

irmão gêmeo, Pietro. Então, é plausível observar, diante disso, que a personagem é oblíqua a

questão de morte e enlutamento desde o início da sua jornada.

E o Visão (Paul Bettany) que também foi apresentado no Universo Cinematográfico da

Marvel no mesmo filme que a personagem, como uma mistura entre máquina e humanoide. E

acaba se tornando um objeto de acolhimento para a dor dela, pois era alguém que não tinha

medo de seus poderes.

O relacionamento entre eles é desenvolvido romanticamente e atinge o seu ápice, e então

término, no filme Vingadores: Guerra Infinita (2018), quando o vilão Thanos, que deseja acabar
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com metade da vida no universo, vai atrás das joias do infinito, sendo que uma delas é o que

mantém o Visão “ativo” e “vivo”. Assim, Wanda acaba matando-o numa tentativa de impedir

o vilão, porém Thanos volta no tempo e arranca a peça do personagem, matando-o novamente

na frente dela. Após esses eventos resumidos, e a derrota de Thanos no filme Vingadores:

Ultimato (2019), que se inicia a série.

A narrativa se passa quando o casal se muda para a cidade de Westview, para viver

uma vida pacata, normal e perfeita, como sempre quiseram. Com problemas cotidianos como

um jantar com o chefe do trabalho, um show de talentos beneficente da cidade e o nascimento

dos filhos, Tommy e Billy.

Porém, nem tudo é o que parece ser e, no decorrer dos episódios, vemos que a Wanda

criou uma realidade através do formato de episódios de sitcom (séries de comédias, que

retratam a vida de famílias de classe média), para poder lidar com a morte do parceiro.

Gostaríamos de, com as observações levantadas neste estudo, possibilitar uma reflexão

sobre a questão. E, assim, despertar o interesse sobre um assunto que não pode ser relegado a

segundo plano, devendo estar presente de maneira contínua nos bancos das universidades

brasileiras e nos consultórios clínicos de psicólogos, uma vez que passamos por constantes e

vários lutos.

2 Metodologia

Para obter os resultados e respostas acerca da problematização apresentada neste

trabalho, esta pesquisa qualitativa tem como método a análise fílmica da minissérie

WandaVision que, segundo Lurdanelli & Pimenta (2020, p.2), numa perspectiva junguiana: "a

tela do cinema deve refletir [...] uma imagem-arquétipo coerente em si mesma, contendo sua

própria lógica, sem referenciais de espaço e tempo, capaz de criar uma experiência mitológica”.

Ademais, constitui-se, também, por meio de análise de materiais que compõem a pesquisa, no
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caso livros acadêmicos, além de artigos e dissertações encontrados através das plataformas

SciELO, PePSICO, PsychoInfo, Google Acadêmico e Periódicos de Psicologia. Assim, possui

caráter qualitativo.

Para concluir, Penna (2005, p. 91) defende que: “o método de investigação da psique

na obra de C. G. Jung é definido pela perspectiva simbólica arquetípica que norteia o tratamento

metodológico dispensado ao material psicológico, ou seja, o processamento simbólico”.

3 Nos Capítulos Anteriores… A Morte

Antes de iniciar a exposição da análise da série WandaVision, breves considerações

acerca do fenômeno da Morte e do luto e do processo de individuação, precisam ser

estabelecidas a fim de introduzir um conhecimento geral sobre o assunto.

As faces da morte se entrelaçam com o quê do momento sócio-histórico em que se vive,

sendo, assim, atravessado por questionamentos, medos, crenças e representações. Desde

períodos, que são relacionados à dita pré-história, a temática é trazida nas vivências e nas

tentativas de decifrá-lo, dessa forma, a morte possui uma história tão velha quanto a da

humanidade.

Ariés (1977), abusando de uma perspectiva eurocêntrica, em sua, importante, obra “A

história da morte no Ocidente”, retrata essa estrutura. Começando pela idade medieval e

chegando até a idade moderna, Áries propõe pensar o simbolismo dos rituais, signos e

elaboração do enlutamento, percebendo como cada contexto visibiliza essa questão através das

demandas apresentadas. Sejam guerras, revoluções, doenças, repressões etc. Até que a atitude

diante do fenômeno morte, ao acompanhar os processos de industrialização, urbanização,

atravessado pelo capitalismo e racionalização, passou a produzir mais meios para tentar se

proteger da simbologia e situações da morte (ARIÈS, 1977).


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Tantos atravessamentos acabaram, inclusive, criando uma área de estudo própria para

debruçar sobre o assunto, a tanatologia.

Além disso, para pensar sobre a morte, se deve ter em vista que ela comporta vários

palcos de interpretação e estudo. Desde um olhar biomédico até numa perspectiva simbólica e

sociocultural, pois, parafraseando Jesus, Bof, Bolzani & Dornelas (2020, p.56): “o ser humano

tem por característica enxergar o mundo também pelos aspectos simbólicos, ou seja, pelos

significados e valores que ele imprime às coisas; por isso o significado da morte varia

necessariamente no decorrer da história e entre as diferentes culturas humanas”.

Sob a ótica junguiana, segundo Moraes (2011): “A morte representa um polo dessa

dinâmica arquetípica. De outra forma, podemos dizer que a vida e a morte constituem as faces

de uma mesma e única moeda, não podemos perder de vista que a morte é parte da vida. Não

há vida sem morte, nem morte sem vida”.

Transpondo para termos junguianos, o medo da morte, tão familiar na

contemporaneidade, nos permite vislumbrar uma perspectiva descrita por Jung:

Do meio da vida em diante, só aquele que se dispõe a morrer conserva a vitalidade,


porque na hora secreta do meio-dia da vida inverte-se a parábola e nasce a morte. A
segunda metade da vida não significa subida, expansão, crescimento, exuberância, mas
morte, porque o seu alvo é o seu término. A recusa em aceitar a plenitude da vida
equivale a não aceitar o seu fim. Tanto uma coisa como a outra significam não querer
viver. E não querer viver é sinônimo de não querer morrer. A ascensão e o declínio
formam uma só curva. (Jung, 2013, pp. 363-4)

Hillman (2021, p.25) relata que qualquer discurso ou discussão a respeito da vida

acarreta reflexões sobre a morte e “o confronto da realidade significa encarar a mortalidade”.

Portanto, é possível imaginar que todos os conflitos da vida estão entrelaçados com o problema

da morte.

Enquanto o luto está inevitavelmente presente na dinâmica entre a vida e a morte. A

morte do outro é a morte do Eu que existia com aquela pessoa, ou seja, o sujeito que eu sou

naquela relação morre simbolicamente junto com o indivíduo. Em um funeral, ocorrem dois
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enterros, duas despedidas, aquele que teve a morte orgânica e aquele que encontra o morrer

simbólico, que pode ser cruel e sofrido. E assim, a morte continua um tabu na sociedade, sendo

retratada com a simbologia de algo a ser reprimido, encontrando-se na sombra. Jung, ao se

referir aos efeitos disso na psique do sobrevivente no luto, explica:

Nunca estamos tão convencidos desta marcha inexorável do que quando vemos uma
vida humana chegar ao fim, e nunca a questão do sentido e do valor da vida se torna
mais premente e mais dolorosa do que quando vemos o último alento abandonar um
corpo que ainda há pouco vivia (Jung, 2013, p. 361).

4 A Individuação Na Psicologia Analítica

Há conceitos junguianos imprescindíveis para compreender o processo de individuação

e o caminho trilhado para o desenvolvimento deste trabalho. São eles: a psique, que é a

totalidade de todos os processos psíquicos e influencia e é influenciada por referências pessoais

e coletivas (Jung, 2008), os arquétipos, segundo Jung em sua obra, psicologia do inconsciente

(2020, pp.76-7), de ordem impessoal e associado ao inconsciente coletivo, são imagens

primordiais hereditárias que são universais e originárias, que aparecem como pares de

complexos que dialogam enquanto se friccionam em oposição; os complexos seriam, então

emaranhados de conteúdos, de ordem pessoal, que estão no inconsciente e que foram adquiridos

durante a existência do indivíduo e são associados ao inconsciente pessoal (Jung, 1978, p. 16).

Além desses, também deve-se destacar os arquétipos da sombra e da persona, sendo a

primeira como uma “máscara” adaptativa do eu ao meio coletivo, uma “personagem”, e a

segunda, por sua vez, “[...] uma faceta inconsciente e reprimida, onde são depositadas as

experiências traumáticas do indivíduo” (Jorge & Gagliardi, 2015, n. p.). Firmados na alteridade,

estão os arquétipos da anima, representação da ordem do feminino, e do animus, da ordem do

masculino, no inconsciente.

Outro termo importante é o Self/Si-mesmo, que, segundo Hall & Nordby, é o princípio

organizador da personalidade, “é o arquétipo da ordem, da organização e da unificação; atrai a


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si e harmoniza os demais arquétipos e suas atuações nos complexos e na consciência, une a

personalidade” (Hall & Nordby, 2018, p.43). E, por fim, o Eu, no qual reside a consciência,

sendo uma parte do si-mesmo que em algum momento se tornou autônoma, mas que necessitará

resgatar o equilíbrio com o self pelo processo da individuação, que, segundo Jung:

Individuação significa tornar-se um ser único, na medida em que por ‘individualidade’


entendermos nossa singularidade mais íntima, última e incomparável, significando
também que nos tornamos o nosso próprio si-mesmo. Podemos, pois, traduzir
‘individuação’ como ‘tornar-se si mesmo’ ou ‘o realizar-se do si mesmo’ (Jung, 1978,
p. 66)

5 De Wanda Maximoff a Feiticeira Escarlate

Com base nos dados apresentados anteriormente, é possível observar e destrinchar

vários elementos da minissérie que dialogam com o conceito de individuação e associar isso a

uma análise sobre o processo do enlutamento.

Começando pelo próprio título: WandaVision, que pode ser traduzido de duas formas

do inglês para o português. Tanto como Wanda e Visão (que são os dois personagens principais)

ou como a Visão da Wanda. Neste viés, é possível associar com a realidade criada por Wanda

para elaborar o luto e, em um plausível complemento disso, a vivência da personagem e o

processo pelo qual ela está passando.

Para dialogar com a individuação, é observável, durante o passar dos episódios, o

despertar da essência da personagem principal e como ela realiza esse ser, diante do trauma que

lhe foi imposto.

5.1 O mundo preto e branco

A série inicia no formato de imagem em preto e branco. Em uma análise literal,

representa a estrutura das sitcoms (séries de comédias) dos anos 50-60 (quando os programas

de Tv eram exibidos em preto e branco) que iniciou uma era que continuam a ser celebrada.
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Sitcoms são famosas por serem de conforto para a audiência, algo que pode fazer as

pessoas viajarem em um mundo no qual as coisas são solucionáveis e a audiência se reconhece

nos personagens e suas relações. Nada acontece que não pode ser consertado.

Levando isso, e sua jornada, em consideração, Wanda faz seu mundo se tornar uma

sitcom. Ela constrói uma realidade misturada com vários sitcoms famosos, como A Feiticeira

(1964-1972), Full House (1988-1993), Modern Family (2009-2020), entre outros clássicos. Em

todas ela tem o controle sobre todos os acontecimentos e é a personagem principal, procurando

exercer um papel típico desses programas supracitados, a de dona de casa e mãe/esposa

dedicada.

Em questão da falta de cores nos primeiros episódios, reflete, além da evolução

tecnológica da televisão, que ela está presa dentro do que o ego permite que seja consciente,

num processo de autoproteção sobre o trauma que passou.

Segundo Marie Louise Von Franz (2016, p.219) “o verdadeiro processo de individuação

em geral começa infligindo uma lesão à personalidade, acompanhada do consequente

sofrimento”. No caso da personagem, a perda da pessoa amada.

Porém, nesse momento inicial, Wanda está profundamente submersa no mundo

inventado, em que a realidade é dominada pelo mundo simbólico. Portanto, ela pode, talvez

estar dominada por aspectos inconscientes, que a salvaguardam do enfrentamento e impacto do

falecimento do Visão. Isso sendo viável a partir do fato de que, inicialmente, a personagem não

sabe que aquilo é uma fantasia e que foi criada por ela.

Como exposto, por exemplo, no episódio cinco da série, quando, ao ser confrontada

pelo Visão sobre a situação estranha que a cidade e eles se encontravam, Wanda respondeu:

“em primeiro lugar, eu nem sei como isso começou” (Personagem Wanda, Walt Disney: EUA,

2021).
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Outrossim, um ponto marcante dessa conjuntura primordial é a instituição do

casamento, numa leitura no dicionário dos símbolos, Chevalier & Gheerbrant, (2015, p.197)

trazem: “Na análise junguiana, o casamento simboliza, no curso do processo de

individualização ou de integração da personalidade, a conciliação do inconsciente, princípio

feminino, com o espírito, princípio masculino”.

Marcante em diversas culturas e estruturante em vários mitos, histórias e contos de fadas

- sejam os adaptados pela Disney em seus filmes, por exemplo Cinderela, ou na mitologia,

como Eros e Psiquê - o casamento, num ponto de vista da ordem do feminino, segundo Estés

(2018, p.62) “simboliza a procura de um novo status, o desdobramento de uma nova camada

da psique”. Ou seja, é considerado que rompe com a vida passada e ocasiona uma

transformação na proposta de uma nova vida, de solteiro para casado. E essa é uma das formas

que o início da individuação se simboliza nesse momento inicial.

Trabalhando esses símbolos, é plausível assumir que representam um movimento inicial

do luto, em que a personagem se encontra perdida, confusa, sua psique está em profundo

sofrimento, demonstrado isso no quarto e quinto episódios, quando Mônica Rambeau é expulsa

da cidade ao relembrar Wanda da morte do irmão e ao expor a realidade que a personagem não

deseja reconhecer.

Ela diz que os momentos dentro do hex foram de “dor, e então a voz da Wanda na minha

cabeça, [...] tinha esse sentimento de desespero, me mantendo presa, como se afogar, era luto”

(Personagem Mônica, Walt Disney: EUA, 2021), enquanto no episódio posterior, quando o

Visão entra em contato com o que ele chamou de “personalidade reprimida” do seu colega de

trabalho conhecido como Norm, este diz a ele “é muita dor, você precisa pará-la".

Outro ponto da série que revela a desorganização da mente de Wanda é a estruturação

da cidade. O seu parceiro amoroso trabalha em uma empresa que se chama “serviços

computacionais” e ninguém sabe explicar o que fazem lá (Apesar de o colega do Visão dizer
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que desde o começo de seu trabalho na empresa, a produtividade aumentou 300% - isso pode

demonstrar a dependência que Wanda tem dele, em relação a transferência dos seus lutos

anteriores e identificação com ele).

Ademais, no primeiro episódio, ao tentar fazer um jantar para o chefe do trabalho do

Visão (Sr. Hart), este fala: “[...] você mal consegue manter as coisas sob controle, olhe ao redor,

todo esse caos acontecendo na sua casa”.

Acrescentando a tudo que foi citado, em partes mais distantes do centro da cidade, do

que seria sua mente, as coisas não funcionam, as pessoas estão perdidas e repetindo

continuamente movimentos sem sentido, com expressões faciais de profunda dor - exposto no

episódio seis.

Este olhar para dentro permite enxergar outras características do movimento primário

do enlutamento. Com a busca pela figura perdida, emitida com manifestações de raiva,

inquietação, desespero e buscas frequentes (Gomes, 2019 citado por Jorge & Gagliardi, 2015).

Então, toda vez que essa informação reprimida no inconsciente procura vir à superfície, Wanda

responde com agressividade e negação.

No segundo episódio da série, as coisas começam a sair do controle da personagem.

Sendo a partir da aparição de um avião drone, que, segundo Chevalier & Greencharbt (2015),

assegura “independência e autonomia”, podendo, às vezes, significar “um aspecto complexo

de si mesmo”, que pode também representar o self que conduz a evolução - nesse caso, a

Mônica Rambeau toma esse papel de trazer a Wanda para o conflito com a realidade, assim

como o analista no ambiente clínico. “Eu sei o que Wanda está sentindo e não vou parar até

ajudá-la" (Personagem Mônica, Walt Disney: EUA, 2021).

Depois, o comportamento desconexo do Visão em virtude de um chiclete que o fez

parecer "bêbado" e acaba bagunçando a apresentação no show de talentos (Na qual ele toma o

nome do falso mágico “Ilusão” e Wanda, como sua assistente, chamando-se de Glamour -
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indiretamente retratando os papéis de cada um nesse mundo fantasioso, sendo ela o controle e

a romantização e embelezamento em cima da realidade e ele do lugar do inexistente, do criado

a partir dela para preencher algo que foi perdido)

E, ao final do segundo episódio, a aparição de uma pessoa desconhecida vestida de

apicultor circulado por abelhas, o que, a partir do dicionário de símbolos de Chevalier &

Greenchabt (2015, 605), relata: “mel, tomado como o resultado de um processo de elaboração

[...] “transformar-se-á no símbolo do ego superior, ou Self, enquanto consequência última do

trabalho interior sobre si próprio”

Diante de todos esses símbolos supracitados, é perceptível o que Jung traz em relação

ao “primeiro passo” para o processo de individuação. Jung apresenta como primeiro passo para

o processo de individuação a integração entre a persona, entendida como a adaptação do eu ao

meio social, e os conteúdos traumáticos reprimidos ao longo da vida do indivíduo, depositados

em sua contraparte denominada sombra. Ocorre que o início deste percurso é normalmente

marcado por conflitos, pois o Eu é obrigado a reconhecer que a persona é uma parte e não o

todo da personalidade, tirando quiçá sua noção de realidade (Jesus, Bof, Bolzani & Dornelas,

2020).

Concluindo essa etapa primária, no final do segundo episódio, as imagens da série

deixam de ser preto e branco e tomam cores, isso logo após Wanda entrar em direto conflito

com a realidade externa (representada pelo apicultor). Portanto é possível assumir que é quando

ela começa a perceber as circunstâncias por trás daquele mundo.

Analisando, seria quando aspectos inconscientes afloram na consciência, reconhecendo

aspectos sombrios. É quando seria viável o segundo passo tanto da individuação quanto do

processo de luto.
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5.2 Agora em cores

No terceiro episódio, Wanda está grávida. Sendo revelado, no momento de seu parto,

que são filhos gêmeos.

Nas representações simbólicas, num olhar direcionado à individuação, a gravidez

representa a vida e a simbologia dos gêmeos retrata a dualidade e, por vezes, uma imagem

análoga à encruzilhada.

Normalmente na mitologia e nos contos de fadas eles encontram-se como uma

representação do arquétipo da sombra, em que um sempre possui as características que faltam

ao outro (Chevalier & Gheerbrant, 2015). E é nesse momento que Wanda entra em contato com

o que falta nela. Não no sentido maternal, apesar de haver interpretações e análises possíveis a

esse respeito, mas no lugar da persona e da sombra, cuja conjunção precisa ser “parida”.

Isso fica evidente em vários momentos que vão se seguindo desde o começo da

gravidez, nos episódios dois e três. Durante a progressão da gravidez de Wanda, os seus poderes

perdem o controle, bagunçando coisas desde decorações, como as borboletas do móbile - que

podem significar metamorfose, potencialidade do ser e ressurreição (Chevalier & Gheerbrant,

2015) - e a cegonha pintada na parede - símbolo de longevidade (Chevalier & Gheerbrant,

2015), ou acabando com a eletricidade da cidade.

Ademais, após o parto dos gêmeos, Wanda se vê exposta a duas situações.

A primeira é quando Mônica Rambeau, relembra a Wanda que seu irmão, Pietro, foi

morto por Ultron, ocasionando sua expulsão das barreiras da cidade, em uma troca entre a

persona que é amigável e boa vizinha e o self da feiticeira escarlate - explícito quando ela não

reconhece direito o que fez, ao aparecer confusa e perdida posteriormente.


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E a segunda é quando, logo depois, ela vê a imagem do Visão após seu falecimento,

“desligado”, apagado e com um buraco na sua cabeça onde antes residia a joia da mente, ou

seja, onde antes residia sua essência.

Por ser um confronto que é um dos primeiros na direção do encontro consigo, pode ser

difícil suportar e reconhecer a sombra, que força o eu a se reconhecer como apenas parte do

todo na esfera psíquica, assim conferindo voz ao inconsciente, dando oportunidade de

encaminhar ao consciente os desejos de seu interior, antes reprimidos.

Isto posto, quando o Eu consegue começar a assimilar os conteúdos da sombra, se

aproximando mais da esfera do si mesmo e possibilitando ampliação da consciência, forças

auxiliares dormentes na profundidade da natureza humana podem partir em nosso socorro,

sendo mais um passo relevante no processo de individuação (Portela, 2013 citado por Jorge &

Gagliardi, 2015). No caso da Wanda, essas forças residem em elementos como seus filhos,

Tommy e Billy, o Visão, a vizinha Agatha Harkness, a Mônica Rambeau e a própria feiticeira

escarlate reprimida dentro dela.

Por conseguinte, neste momento do luto, é feita a articulação dupla entre o que foi

perdido e aquilo que pode ser flexibilizado. Como disse Hillman (2021, p.75), “a experiência

da morte é necessária para separarmo-nos do fluxo coletivo da vida e descobrirmos a

individualidade”.

É essa elaboração que precisava ser reestruturada na conjunção entre a anima e o

animus.

5.3 Derrubando a quarta parede: O encontro da Anima com o Animus

Os arquétipos anima e animus são importantes elementos estruturais para o que se pode

ser chamado de terceira etapa da individuação, o relacionamento entre ambos está ligado à
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terceira fase do luto, pois, para o encontro entre eles, antes há processos contraditórios que

tentam estabelecer relação entre si.

Esses arquétipos representam o feminino e o masculino, sintonizar-se com eles é

estabelecer relação entre o consciente e o inconsciente, ou com a personalidade verdadeira; é

um complexo funcional compensatório em relação à personalidade exposta ao convívio

coletivo, logo, são características, que o consciente reputa incômodas para uso externo e,

portanto, reprime (JUNG, 2008).

É importante ressaltar que para Jung a Anima/us possuem uma função similar e oposta

a da persona. Esta última tem a função de possibilitar uma adaptação mais adequada ao mundo

exterior, já a anima/us teriam a função de viabilizar o contato mais adequado com o mundo

interior (Jesus, Bof, Bolzani & Dornelas, 2020).

Quando a análise apresenta a experiência da morte, ela retorna para as imagens

primordiais presentes na alma dos arquétipos da anima e do animus, pois as projeções feitas

não se sustentam, não tem como fazer com que o outro vá atender as nossas expectativas e

fantasias, querendo que reaja a nossa própria ressonância e projeção da anima, ou seja, o destino

dessa interação sempre será a morte simbólica. Na procura por preencher uma imagem interna

de completude atribuída ao outro, e que não será alcançada.

Essa fase do luto é marcada pela profundidade e a dificuldade na elaboração dos

sentimentos por parte dos enlutados, pelo choque que causa o fim da ilusão/fantasia criada

sobre a outra pessoa.

A terceira fase do luto é a da desorganização, que tem como principais características

ser marcada pelo medo, desespero, desvalorização das relações afetivas e pela coexistência de

sentimentos contraditórios: como a realidade da perda e esperança de reencontro (Gomes, 2019

citado por Jorge & Gagliardi, 2015).


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Esse momento, na minissérie, ocorre a partir dos conflitos entre Wanda e Visão,

iniciados no episódio cinco, marcado quando a Wanda fala para seus filhos "às vezes, seu pai

e eu não pensamos igual”.

Ela vai atravessando a performance a partir do momento em que não lhe cabe mais o

papel de dona de casa amável, gentil e atendente dessa encenação. Ela expõe esses momentos

ao se recusar a esconder mais seus poderes em frente aos outros da cidade. Quando enfrenta os

agentes da S.W.O.R.D e depois ao entrar em confronto direto com o Visão, ao ser questionada

sobre a realidade criada.

Logo, vencer a repressão do eu, harmonizando-o com o inconsciente, é a principal

função dos arquétipos anima/animus, de modo a abrir caminho para a individuação.

Parafraseando Portela (2013, p. 76-77 citado por Jesus, Bof, Bolzani & Dornelas, 2020):

“reconhecendo-os como parte da psique coletiva e não do eu, surge a possibilidade de diálogo

com o centro da personalidade, o si-mesmo, alcançando a meta da individuação”

5.4 O grande final: A feiticeira escarlate e o si mesmo

A auto realização (individuação) é uma viagem rumo ao Self. Considerado ao mesmo

tempo o centro e o todo da personalidade, o Self é consciente e inconsciente e regulador da

psique, do qual emana todo o potencial energético. Também chamado de Si-mesmo. Segundo

Franz (2016), o centro interior da psique total muitas vezes se personifica como um ser superior.

No caso da Wanda, é simbolizado pela feiticeira escarlate, atravessada pelo arquétipo da bruxa.

Este último tópico de análise do corpus sob a ótica da psicologia junguiana também faz

menção à última fase do luto. Trata-se da fase da reorganização, marcada por uma aceitação da

perda do ente querido, além da percepção da necessidade de reconstrução da vida, ainda que

esta resolução ocorra de forma diferente para cada pessoa, é uma grande jornada que se realiza

no corpo/alma do sujeito (Cândido, 2011 citado por Jorge & Gagliardi, 2015).
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É a partir dessa vivência que se pode construir um novo centro da personalidade, entre

o ego e o self. É a descoberta do inconsciente não mais como um dragão ameaçador, mas como

um interlocutor, um amigo em potencial, que pode colaborar e contribuir, mostrando à

consciência o que lhe escapa.

Diante da retomada de Wanda em seus processos anteriores, o que é natural diante do

luto, o inconsciente foi exposto para ela a partir do “porão/caverna” no subterrâneo da casa da

personagem, Agatha Harkness/Agnes, que é uma bruxa procurando entender os poderes da

personagem a partir de suas ações em WestView.

Em uma perspectiva simbólica, o porão representa o inconsciente da Wanda, afinal é

naquele local que Agatha - sendo representação da irmã da psique ou da Baba Yaga, que seria

a Mãe Selvagem, a representação da bruxa - leva a personagem para uma jornada para decifrar

e libertar o self da Wanda e passar pela sua história de luto, perda e traumas (sombra),

necessário para sua individuação

A personagem é colocada no papel de guia quando fala “eu fui tão paciente, esperando

você revelar a sua verdadeira forma” e ainda “eu tentei ser gentil, te cutucar para acordar dessa

fantasia ridícula, mas prefere desmoronar do que encarar a sua verdade”. É a forma que a psique

toma, considerando que a individuação é inevitável.

O arquétipo da bruxa é expresso através de personagens femininas emblemáticas. Sendo

atribuído, através da história, em um formato pejorativo, carregando preconceitos de medo e

horror.

A bruxa é aquela que ameaça, que caça, é tentadora e demoníaca. Segundo Azevedo

(2014, n.p.), “Do lugar de reconhecimento natural nos mistérios femininos, esse arquétipo foi

destronado pelas reações primitivas de medo e preconceito das máscaras civilizatórias no

momento de seu mergulho nas sombras coletivas”.


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Porém, por definição etimológica da palavra, a bruxa é uma designação de sábia -

derivado do termo wit em inglês que forma a palavra witch que significa bruxa, em tradução

literal. É aquela que submete e molda as forças da natureza de forma externa e interna, ou seja,

é a representação da psique, da natureza da vida-morte-vida, guardiã dos mistérios de

nascimento e morte.

Azevedo (2014, n.p.) escreve, “Por meio da bruxa, a mulher abraça melhor seus

conteúdos psíquicos nas sombras, aceita sua condição humana dual e se une ao Self pela

identificação com a divindade interior”.

Wanda representa isso durante toda a sua trajetória na individuação, percorrendo o

caminho psíquico até a bruxa/deusa que é incorporada pela feiticeira escarlate - que antes não

era permitido, pela própria personagem, para que se revelasse e fosse reconhecida. Dessa forma,

a alma conduziu o êxtase místico provocado pelo empoderamento do si-mesmo, sendo

atualizado pelos processos de individuação, assim como o luto, são contínuos nos conteúdos

psíquicos, sendo revisitados constantemente.

6 Considerações finais

Este estudo nos mostrou ser vital a importância da atuação do profissional ao conferir

aporte psicológico para aqueles que estão passando por um processo de luto. Como observado

durante a análise da série em que existe uma representação do analista (Mônica Rambeau e

Agatha Harkness) que procuram orientar a personagem em sua jornada. Assim, tendo uma visão

que possibilita a identificação de mecanismos e emoções para fora do momento, o psicólogo

poderá conduzi-lo pelo caminho da individuação rumo ao encontro com o si-mesmo, ou à

superação e à chance de recomeçar.

Ademais, em um viés pessoal, a travessia feita pela personagem permeou

movimentação no meu próprio processo de individuação relacionado com a perda.


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Por fim, o tema tem sua importância considerando a formação generalista do psicólogo

e a preparação para tratar morte e luto na clínica psicoterápica. Propondo um novo olhar e

contribuição para os estudos sobre o assunto.

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