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OURINHOS/SP
2021
CASSIANO LEME FIGUEIRA
ISMAEL NASCIMENTO
MARCUS VINÍCIUS ARIOZO
OURINHOS/SP
2021
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................................4
OBJETIVOS..............................................................................................................4
Objetivo Geral...........................................................................................................4
Objetivos Específicos............................................................................................... 4
JUSTIFICATIVA........................................................................................................ 5
METODOLOGIA....................................................................................................... 6
DESENVOLVIMENTO.............................................................................................. 6
Benção ou maldição?............................................................................................. 11
METODO
CRONOGRAMA..................................................................................................... 22
CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 23
INTRODUÇÃO
A negação da morte é um assunto bastante discutido e presente no seio da
maioria das sociedades e culturas mundiais, valendo frisar que muitos livros já
trataram sobre essa delicada temática. Nota-se uma evidente inabilidade e um
gigantesco pavor quando os sujeitos se debruçam sobre a questão da finitude
existencial. Este despreparo a respeito do tema se reflete principalmente quando
vivenciamos a morte de perto, então nos conscientizamos da nossa mortalidade, o
que consequentemente acarreta em angústia e crise existencial por antecipação.
A pós-modernidade, repleta de novas tecnologias e avanços científicos,
semeou nos indivíduos uma ousada esperança: a extirpação da morte e a eterna
juventude. Entretanto, a única certeza absoluta que temos na vida é a morte, pois a
mesma é e sempre foi inevitável, inegociável e inflexível. Tendo em vista esses fatos
apresentados, faz-se urgente e necessária a compreensão sobre nossa finitude
existencial com o objetivo de destacar que a morte é natural e consequência da vida.
Para aqueles que, com um grande medo e receio da morte desenvolveram quadros
patológicos é demasiadamente importante a intervenção de um psicoterapeuta pois,
em meio à angústia, o medo, a ansiedade que surgem perante à ciência
excepcionalmente humana de sua breve existência deixam de viver a vida,
fenômeno conhecido como “morte em vida” pela comunidade de tanatólogos, isto é,
cientistas que dedicam ao estudo da morte.
OBJETIVOS
Objetivo Geral
● Identificar como as pessoas lidam com o reconhecimento de sua breve
existência e, a partir disso, intervir com a psicologia nos indivíduos que
apresentarem quadros patológicos.
Objetivos Específicos
● Discutir acerca da importância da atuação do psicólogo a fim de intervir nos
quadros patológicos que, mediante a morte, o individuo deixe de viver sua vida.
● Discutir a importância da explanação da morte.
JUSTIFICATIVA
A morte ainda é um grande tabu na maioria das sociedades e culturas globais,
muitos preferem não comentar sobre e vivem suas vidas sem a plena lucidez da
finitude humana. Além disso, o conceito sobre a morte vem passando por uma
constante mudança através dos séculos porque até hoje não existe exatamente uma
única definição sobre o que a morte é pois cada região e cultura tem sua perspectiva
e, além do mais, fatores socioeconômicos e de época contribuem para a influencia
do significado que a morte traz. Atualmente no século XXI, aqui no Ocidente, a
concepção de morte que temos é vergonhosa, improdutiva, que deve ser
escamoteada, isto é, encobertada, escondida. Isso acontece devido ao sistema
capitalista que impõe que a vida é sinônimo de produção, além de monopolizar o
atestado de óbito a uma única profissão, a dos médicos.
Sabe-se que no mundo Ocidental a morte é vista majoritariamente como uma
tragédia amedrontadora e antinatural. Essa decadente estrutura sociocultural
interfere diretamente no modo como os próprios sujeitos enxergam a morte. A boa
preparação psicológica para a morte está escassa atualmente e nem mesmo a
religião consegue suprir esse papel com êxito. Muitas pessoas estão encontrando
formas precárias de lidar com suas perdas e as dúvidas e incertezas defronte ao
desconhecido agravam esse medo. A sociedade precisa compulsoriamente entrar
em contato com a morte ao invés de nadar contra as fortes correntezas do
inevitável. Tendo em vista tal demanda, o interesse pelo tema surgiu na necessidade
de destacar a notoriedade do tema, a morte é uma etapa de desenvolvimento. Para
quem partir desse mundo, vai habitar no plano espiritual de sua crença e, para quem
fica, é uma eterna saudade do falecido até o momento em que chega a sua hora de
partir desse mundo para o outro.
O método de intervenções psicoterápicas é intermediado pelo psicólogo a fim
de promover, através da fala, a saúde, tanto mental quanto social, garantindo assim
integridade, dignidade e humanização de seus pacientes. Em suma, o tema
necessita receber maior atenção da comunidade acadêmica e ser devidamente
explorado, por conta de sua relevância. E em virtude disso, devemos nos inclinar
sobre tal tópico, a fim de aclarar determinadas problemáticas referentes a ele pois,
ao presenciarmos a morte de perto ou, refletir sobre nossa futura extinção traz
consigo sentimentos de angústia, temor, crises de ansiedade. Somente ao nos
aprofundarmos sobre a morte e nossa futura extirpação é que nos depararemos com
a urgência da vida e do viver.
METODOLOGIA
Este projeto de pesquisa qualitativa foi realizado por meio da utilização de
livros e artigos científicos disponíveis nas bases de dados bibliográficos: SciELO e
Google Acadêmico. Além disso, contamos também com nosso questionário de
entrevistados que elaboramos com um total de treze perguntas, sendo elas seis
subjetivas e sete objetivas. Com ele, obtivemos cento e sete respostas que,
alisamos e usamos como embasamento para levantar as demais informações.
DESENVOLVIMENTO
Perspectiva da idade perante a morte
Analisando e levantando as informações com embasamento em nosso
questionário que trás consigo a ciência da breve finitude existencial, podemos
concluir que os jovens raramente param para pensar quanto à sua morte, o que
difere totalmente dos adultos de meia idade e idosos que já apresentam uma visão
clara de sua perspectiva mediante a morte e a ciência de sua finitude existencial. É
natural que os jovens tendem a ser ainda menos introspectivos do que as pessoas
mais velhas pois estão em uma idade de descobrir o mundo e as pessoas o que,
consequentemente, as fazem pensar que são de certa forma imortais, de que ainda
tem um vida inteira pela frente, de que apenas morrerão depois de velho. Sabemos
que a morte não vem pela idade, ela vem apenas para executar seu ofício, que é
“levar” jovem ou velho, o rico ou podre, homem ou mulher.
Em nossa pesquisa, perguntamos aos nossos entrevistados como eles
encaram a vida sabendo que um dia partirão e como eles lidam com isso. O
resultado representado no gráfico acima representa os jovens entrevistados de
catorze a trinta e dois anos. A parte azul representa aquele que aceitam a morte e
são um total de 56% do total de jovens. Eles alegam que a morte é inevitável, que
de uma forma ou de outra, uma hora vamos ter que partir e somente o que nos resta
é aproveitar o agora e viver desfrutando o máximo possível da vida. Já a parte
laranja representa aqueles que temem a morte, um dos principais motivos é porque
a morte é um mistério, não se sabe de fato o que ocorre após a morte e representa
cerca de 29% dos jovens. E finalmente, o gráfico representado na cor verde de 15%,
representa aqueles que são indiferentes perante a morte, negam e encobertam este
fato, fazem vista grossa pois refletir sobre lhes trazem angústia e ansiedade.
Benção ou maldição?
Os humanos são os únicos detentores da ciência de sua breve existência,
seria isso uma espécie de benção ou maldição? Desde a Antiguidade, o medo
sempre esteve associado ao processo evolutivo pois ao pressentir o perigo libera
descargas de adrenalina, “fight ou flight”, ou seja, “lutar ou fugir”. Se nossos
antepassados não tivessem medo da morte, certamente não estaríamos aqui
abordando este tema. Esse estado de auto-concervação nos auxilia e nos impede
até mesmo hoje em dia de realidade ações perigosas como por exemplo, tentar
ultrapassar um caminhão em uma rodovia é comum sentirmos um certo receio de vir
algum veiculo de encontro, o que fará com que pensamos duas vezes antes de
decidir se é ou não possível fazer a ultrapassagem. Até então, podemos dizer que
essa ciência de nossa finitude existencial e esse essência de medo contribuem para
que permaneçamos vivos. Mais e quando esse medo se torna incontrolável?
Naturalmente, todos os medos em excesso se torna patológico. O medo da
morte, também chamado de tanatofobia é muito comum, ainda mais no contexto
sociohistórico cultural em que vivemos atualmente. Isso medo excessivo impede o
indivíduo de viver sua vida, como por exemplo, deixa de viajar com medo de cair de
avião ou, não sai de casa com medo de ser assaltado e morto. Vive em constante
vigilância, sondando possíveis perigos ao seu redor, fica tão preocupado com a
morte que se esquece de viver as maravilhas da vida enquanto pode.
CRONOGRAMA
Pesquisa bibliográfica X X X X
Redigir o artigo X X
Conclusão do artigo X
Elaborar questionário e
X
entrevistar as pessoas
Analisar as informações das
X X
respostas do questionário
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sucintamente, constatamos através do estudo que, a proximidade com a
morte pode provocar sentimentos de extrema angústia, ansiedade, insegurança e
medo. Contar com um profissional com o qual possamos exteriorizar nossas dores
faz com que nos sintamos melhor, e é nesse contexto que o psicólogo atua
utilizando sua melhor ferramenta de trabalho, a escuta qualificada e profissional.
Muitas das vezes, defronte ao implacável luto, não há palavras a serem ditas que
possam servir de consolo. O psicólogo então coloca em prática suas técnicas e
metodologias fazendo com que o enlutado ressignifique seus episódios traumáticos
por meio do diálogo. Portanto, caso o profissional reconheça a necessidade de
intervir mais ativamente, deverá passar a fazer um acompanhamento íntimo ao
indivíduo para que então, com o auxílio da terapia clínica, o mesmo volte a se
estabilizar emocionalmente.
O simples fato de entender mais da vida fará com que temamos menos a
morte, já que, no final dela, passamos a finalmente compreender seu real
significado. O processo de reavaliação de vida, mesmo para pessoas saudáveis,
pode ajudar a nos prepararmos melhor para a morte e, dessa forma, fazer com que
valorizemos mais a vida e o tempo restante que temos para desfrutá-la e entender
que nunca é tarde para evoluir como seres humanos, pois, até mesmo a morte, é
uma experiência de desenvolvimento.
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