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MANDALA
Um recurso transpessoal
Belo Horizonte
2017
Fernanda C. Braga Pereira
MANDALA
Um recurso transpessoal
Belo Horizonte
2017
Fernanda C. Braga Pereira
MANDALA
Um recurso transpessoal
Coordenadora Geral
____________________________________
Gislaine Maria D‟Assumpção
Coordenadora Pedagógica
____________________________________
Marisa Estela Sanabria Tejera
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................8
1.1 Objetivos......................................................................................................9
1.2 Justificativa...................................................................................................9
1.3 Metodologia................................................................................................10
2 DESENVOLVIMENTO.....................................................................................11
2.1 Psicologia Transpessoal............................................................................11
2.2 Psicologia Analítica Junguiana...................................................................16
2.3 Mandala......................................................................................................21
3 CONCLUSÃO...................................................................................................48
REFERÊNCIAS....................................................................................................50
8
1. INTRODUÇÃO
1.1 Objetivos
Geral:
Específicos:
ao tema da pesquisa;
1.2 Justificativa
1.3 Metodologia
2. DESENVOLVIMENTO
Outros fatores que também facilitaram o surgimento dessa área do saber foram o uso
de psicodélicos e técnicas de alteração de consciência, como a meditação; e os
avanços da Física Moderna.2 Essa área do saber destaca a consciência como o
elemento mais central de seu estudo, pois é ela que oferece arcabouço para todas as
experiências que o indivíduo vivencia.3
1
WALSH; VAUGHAN, Além do ego – dimensões transpessoais em psicologia, p. 21.
2
Ibid., p. 27.
3
Ibid., p. 60.
4
Ibid., p. 62-65.
12
5
WALSH; VAUGHAN, Além do ego – dimensões transpessoais em psicologia, p. 41.
6
Ibid., p. 52.
7
Ibid., p. 66.
8
Ibid., p. 66.
13
9
WALSH; VAUGHAN, Além do ego – dimensões transpessoais em psicologia, p. 79.
10
Ibid., p. 79.
11
Ibid., p. 80-81.
12
Ibid., p. 81.
13
Ibid., p. 81.
14
Essa segunda visão se assemelha muito com a mística oriental que considera todas
as coisas e eventos percebidos pelos sentidos como interrelacionados e ligados entre
si. Para a tradição oriental, tudo tem um caráter fluido e em constante mutação, essa
visão é intrinsecamente dinâmica.17
14
CAPRA, O Tao da Física: Uma análise dos paralelos entre a Física Moderna e o Misticismo Oriental,
p. 30; WALSH; VAUGHAN, Além do ego – dimensões transpessoais em psicologia, p. 70.
15
WALSH; VAUGHAN, Além do ego – dimensões transpessoais em psicologia, p. 70.
16
WALSH; VAUGHAN, Além do ego – dimensões transpessoais em psicologia, p. 71.
17
Ibid., p. 71; CAPRA, O Tao da Física: Uma análise dos paralelos entre a Física Moderna e o
Misticismo Oriental, p. 37.
18
CAPRA, O Tao da Física: Uma análise dos paralelos entre a Física Moderna e o Misticismo Oriental,
p. 204.
19
WALSH; VAUGHAN, Além do ego – dimensões transpessoais em psicologia, p. 71.
15
Capra nos revela que “o universo é, pois, experimentado como um todo dinâmico e
inseparável, que sempre inclui o observador, num sentido essencial”.23 Assim, tudo
está interligado e o próprio observador participa ativamente no resultado dos
processos observados. Ao final dessa cadeia de eventos, está sempre a consciência
do observador humano. Tal fato apresenta ressonância com a forma como o
conhecimento místico é apreendido, pois esse nunca pode ser alcançado pela simples
observação, mas pela plena participação de todo o ser.24
20
CAPRA, O Tao da Física: Uma análise dos paralelos entre a Física Moderna e o Misticismo Oriental,
p. 213.
21
WALSH; VAUGHAN, Além do ego – dimensões transpessoais em psicologia, p. 72-73.
22
CAPRA, O Tao da Física: Uma análise dos paralelos entre a Física Moderna e o Misticismo Oriental,
p. 140.
23
Ibid., p. 95.
24
WALSH; VAUGHAN, Além do ego – dimensões transpessoais em psicologia, p. 74.
25
CAPRA, O Tao da Física: Uma análise dos paralelos entre a Física Moderna e o Misticismo Oriental,
p. 76.
26
WALSH; VAUGHAN, Além do ego – dimensões transpessoais em psicologia, p. 72-73.
16
podemos conceber o Tao para os chineses, como o processo cósmico que envolve
tudo e que pode ser visto como um fluxo contínuo de mudanças.27
Consciente
Inconsciente pessoal
Inconsciente coletivo
27
CAPRA, O Tao da Física: Uma análise dos paralelos entre a Física Moderna e o Misticismo Oriental,
p. 177.
28
TOLENTINO, Introdução à psicologia Analítica Junguiana, p. 5.
29
JUNG, O eu e o inconsciente, p. 24.
30
Ibid., p. 26.
17
Persona
Sombra
Anima
No aspecto positivo, o homem que se torna consciente de sua anima e dos aspectos
femininos de sua psique lida melhor com seus sentimentos, e assim, com a mulher e
com as pessoas em geral. No aspecto negativo, o homem que mantém a anima de
forma inconsciente, torna-se prisioneira dela. Assim, o que irá dominar a consciência
31
RAFFAELLI, Imagem e self em plotino e jung: confluências, p. 25.
32
JUNG, O eu e o inconsciente, p. 47.
33
TOLENTINO, Introdução à psicologia Analítica Junguiana, p. 18.
34
JUNG, Homem e seus símbolos, p. 222; TOLENTINO, Introdução à psicologia Analítica Junguiana,
p. 18.
35
TOLENTINO, Introdução à psicologia Analítica Junguiana, p. 18.
36
JUNG, O homem e seus símbolos, p. 234.
18
desse homem serão os reflexos da ação da anima por meio de atitudes depressivas,
inseguras, melindrosas e irritadas, podendo levá-lo até ao suicídio.37
Animus
Segundo Jung “na mulher, a figura compensadora é de caráter masculino e pode ser
designada pelo nome de animus”.38 Em seu aspecto positivo oferece a mulher mais
recursos para lidar com suas reflexões, formando uma ponte para o Self por meio da
atividade criadora. O animus será responsável também por oferecer a ela uma série
de qualidades masculinas como a iniciativa, a coragem, a objetividade e a sabedoria
espiritual. É ele quem estabelece a relação da mulher com os homens e com as
pessoas em geral.39
Em seu aspecto negativo, a mulher torna-se subjugada por ele, por não tornar-se
consciente dessa força psíquica. Quando isso ocorre, o eu expressa-se na forma de
dependência, subserviência, juízos irrefletidos, preconceitos infundados, certezas
não fundamentadas.40
Self
Jung revela que “o self surge de todas as formas, das mais elevadas as mais
ínfimas, uma vez que tais formas ultrapassam as fronteiras da personalidade do eu,
à maneira de daimon (demônio socrático)”.43
37
JUNG, O homem e seus símbolos, p. 236.
38
JUNG, O eu e o inconsciente, p. 96.
39
JUNG, O homem e seus símbolos, p. 255.
40
TOLENTINO, Introdução à psicologia Analítica Junguiana, p. 20.
41
Ibid., p. 21.
42
JUNG, O homem e seus símbolos, p. 287; TOLENTINO, Introdução à psicologia Analítica
Junguiana, p. 21.
43
JUNG, O eu e o inconsciente, p. 269.
19
Jung associa a mandala como símbolo do self, ao dizer que “o si mesmo manifesta-
se espontaneamente sob a forma e símbolos específicos: como totalidade, ele
emerge (como é fácil de provar) antes de tudo sob a forma de mandalas e suas
inúmeras variantes.”44
O processo de individuação
44
JUNG, Aion: Estudo sobre o simbolismo do si-mesmo, p. 315.
45
JUNG, O Homem e seus símbolos, p. 219; TOLENTINO, Introdução à psicologia Analítica
Junguiana, p. 21.
46
ARGÜELES, Mandala, p. 111.
47
JUNG, O homem e seus símbolos, p. 295.
20
Jung (2008) define o símbolo como “um termo, um nome ou mesmo uma imagem
que nos pode ser familiar na vida cotidiana, embora possua conotações especiais
além do seu significado evidente e convencional”.52 Indica que uma palavra ou
imagem é simbólica “quando implica alguma coisa além do seu significado manifesto
e imediato”.53
48
NEUMANN, A criança - estrutura e dinâmica da personalidade em desenvolvimento desde o início
de sua formação, p. 10-11.
49
JUNG, O homem e seus símbolos, p. 213.
50
NEUMANN, A criança - estrutura e dinâmica da personalidade em desenvolvimento desde o início
de sua formação, p. 119.
51
Ibid., p. 119.
52
JUNG ET AL, O homem e seus símbolos, p. 18.
53
Ibid., p. 19.
54
Ibid., p. 22.
55
JUNG, Aion: Estudo sobre o simbolismo do si-mesmo, p. 266.
21
A mandala foi introduzida na Psicologia Moderna por Jung para representar o Self.59
Ele designou a mandala como a representação simbólica do “átomo nuclear” da
psique humana.60 Outras contribuições da Psicologia Analítica, acerca da mandala,
serão apresentadas no capítulo seguinte intitulado “Mandala”, pelo motivo desse
símbolo ser o tema central do trabalho.
2.3 Mandala
56
RAFFAELLI, Imagem e self em plotino e jung: confluências, p. 25.
57
JUNG, O homem e seus símbolos, p. 122; RAFFAELLI, Imagem e self em plotino e jung:
confluências, p. 25.
58
TUCCI, Teoria e prática da mandala, p. 28.
59
FINCHER, Creating Mandalas – for Insight, Healing,and Self-Expression, p. 19; ARGÜELES,
Mandala, p. 13.
60
JUNG, O homem e seus símbolos, p. 285.
61
ARGÜELES, Mandala, p. 13.
22
A mandala está presente em diversas culturas. Dahlke (2007) lista diversas culturas
que tiveram suas mandalas destruídas pelos povos dominadores nas Américas, na
Europa, na África, na Austrália e na Ásia.66 Ele também apresenta diversos
exemplos de rosáceas, presentes nas igrejas góticas.67 Tucci (1993), em seu livro
intitulado Teoria e prática da Mandala, apresenta-nos em detalhes o uso da mandala
como rito nas tradições orientais da Índia e do Tibet.68 Argüeles (1985) descreve
Stonehenge como uma construção essencialmente mandálica:
62
FINCHER, Creating Mandalas – for Insight, Healing,and Self-Expression, p. 4.
63
CHEVALIER; GHEERBRANT, Dicionário de símbolos: mitos, sonhos, costumes, gestos, formas,
figuras, cores, números, p. 585; ARGÜELES, Mandala, p. 15.
64
TUCCI, Teoria e prática da mandala, p. 28.
65
Ibid., p. 30-31.
66
DAHLKE, Mandalas: formas que representam a harmonia do cosmos e a energia divina, p. 62.
67
Ibid., p. 82-109.
68
TUCCI, Teoria e prática da mandala, p. 77-94.
23
A mandala pode ser composta por uma série de formas concêntricas que sugerem a
passagem entre dimensões. Partindo do micro em direção ao macro ou do macro
em direção ao micro, o homem pode ser projetado no universo e o universo no
homem.70
A própria explosão que é tida como o início da nossa criação nos remete ao
desenho da mandala. A tradição hindu, a partir do mito da criação, descreve a
expansão do nosso universo como o ritmo respiratório de Brahma. Também são
descritas a criação do mundo a partir do verbo, e outros mitos, a partir da luz. O som
é formado por ondas sonoras que se expandem em forma de esferas a partir de um
centro e a luz é composta por ondulações que se expandem uniformemente a partir
de um centro.72
69
ARGÜELES, Mandala, p. 34.
70
Ibid., p. 12.
71
ARGÜELES, Mandala, p. 12; DAHLKE, Mandalas: formas que representam a harmonia do cosmos
e a energia divina, p. 16-24.
72
DAHLKE, Mandalas: formas que representam a harmonia do cosmos e a energia divina, p. 38.
24
ou bilateral, rígida ou fluida. E, por fim, os pontos cardeais podem ter um número
definido e preciso ou infinito ou, ainda, não existir.73
Centro da mandala
Argüeles (1985) nos diz que “o centro é o começo da mandala, pois é o início e a
origem de toda forma e de todos os processos, incluindo as extensões da forma no
tempo”.74
73
ARGÜELES, Mandala, p. 13.
74
Ibid., p. 12.
75
DAHLKE, Mandalas: formas que representam a harmonia do cosmos e a energia divina, p. 42.
76
CHEVALIER ; GHEERBRANT, Dicionário de símbolos: mitos, sonhos, costumes, gestos, formas,
figuras, cores, números, p. 250.
77
ARGÜELES, Mandala, p. 33.
25
78
ARGÜELES, Mandala, p. 13.
79
DAHLKE, Mandalas: formas que representam a harmonia do cosmos e a energia divina, p. 101.
80
ARGÜELES, Mandala, p. 13.
81
Ibid., p. 16.
82
Ibid., p. 13.
26
Dahlke (2005) nos descreve esses dois movimentos a partir do ciclo de vida e morte
do ser humano. Como ovo fecundado, somos gestados seio materno e recebemos o
que precisamos. Nesta fase ainda estamos muito próximos do centro, entretanto o
mergulho na polaridade é inevitável. Nascemos e a nossa primeira respiração nos
liga a polaridade. Aprendemos a respirar sozinhos, somos alimentados, mas após
um tempo, também o faremos sozinhos e por fim, teremos de nos colocar em pé e
nos sustentar. Ao encerrar a fase infantil, a puberdade marca uma distância
considerável desse centro e ao seu final damos mais um passo para a
independência; mais tarde o casamento e a formação da própria família. A
polaridade nesse ponto é nitidamente percebida. Agora o único progresso possível é
o retrocesso. Todos os caminhos só levam de volta, para o lar, na direção do ponto
central da mandala e à despedida da polaridade na morte. O ciclo da mandala se
fecha.85
83
NEUMANN, A criança - estrutura e dinâmica da personalidade em desenvolvimento desde o início
de sua formação, p. 119.
84
ARGÜELES, Mandala, p. 17.
85
DAHLKE, As crises da vida: como oportunidades de desenvolvimento, p. 21-22.
27
91
ARGÜELES, Mandala, p. 17.
92
JUNG, O homem e seus símbolos, p. 324.
93
TUCCI, Teoria e prática da mandala, p. 30.
94
FINCHER, Creating Mandalas – for Insight, Healing,and Self-Expression, p. 8.
95
ARGÜELES, Mandala, p. 44.
96
Ibid., p. 324.
29
97
CHEVALIER; GHEERBRANT, Dicionário de símbolos: mitos, sonhos, costumes, gestos, formas,
figuras, cores, números, p. 585.
98
Ibid., p. 585.
99
Ibid., p. 585.
100
Ibid., p. 585.
101
Ibid., p. 586.
102
ARGÜELES, Mandala, p.18.
30
105
Figura 1: Catedral de Chatres
106
Figura 2: Índios Navajos
103
TUCCI, Teoria e prática da mandala, p. 39.
104
CHEVALIER; GHEERBRANT, Dicionário de símbolos: mitos, sonhos, costumes, gestos, formas,
figuras, cores, números, p. 586.
105
CAMPBELL, O poder do mito, imagem 7.
106
Ibid., imagem 6.
31
107
Figura 3: Mandala de Vishnu
108
Figura 4: Mandala Indígena
107
CAMPBELL, O poder do mito, imagem 3.
108
Ibid., imagem 8.
109
FINCHER, Creating Mandalas – for Insight, Healing,and Self-Expression, p. 144- 145.
32
muitas vezes ao longo da vida.110 Argüeles (1985) explica que não existem duas
mandalas iguais, pois em cada lugar há uma cultura que se desenvolve de maneira
única a partir da lei da natureza de constante evolução.111
113
Figura 5: Mandalas Arquetípicas
Estágio 1: O Vazio
110
FINCHER apud KELLOGG; DI LEO, Archetypal Stages of the the Great Round of Mandala. p.38
111
ARGÜELES, Mandala, p. 35.
112
FINCHER, Creating Mandalas – for Insight, Healing,and Self-Expression, p.149.
113
FINCHER apud KELLOGG; DI LEO, Archetypal Stages of the the Great Round of Mandala, p. 38.
33
Estágio 2: Felicidade
114
FINCHER apud KELLOGG; DI LEO, Archetypal Stages of the the Great Round of Mandala, p.40.
115
Ibid., p. 40.
116
FINCHER, Creating Mandalas – for Insight, Healing,and Self-Expression, p. 154.
117
Ibid., p. 154.
118
Ibid., p. 155.
34
A etapa três representa nossa conexão intra-uterina com o útero por meio do cordão
umbilical e o corte dessa conexão durante o processo de nascimento. A consciência
torna-se alerta, intuitiva e focada e experimenta-se por meio da “ativação ou
reativação da força vital na psique”. O labirinto ou espiral sinaliza o “início de um
processo que culmina em uma consciência individualizada; (...) é o começo de uma
viagem, cujo objetivo final ainda é um mistério”.119
Fincher (2010) complementa que nesse estágio “os limites do ego são difundidos”,
portanto, não temos um “sentido definido do nosso eu”. Tal fato nos dá a impressão
de que estamos numa “busca sem uma ideia clara do que é procurado”. É também
nessa etapa que sentimos uma aceleração, que estamos crescendo e assim, temos
a sensação de que algo importante já começou.120
Estágio 4: Início
Comumente, temos o prazer de nutrir algo novo, honrando esse crescimento e nos
tornando um bom pai para nós mesmos. Esse estágio é agradável, e seu desafio
reside em não permanecer nele mais tempo que o necessário. Devemos nos
119
FINCHER, Creating Mandalas – for Insight, Healing,and Self-Expression, p. 156.
120
Ibid., p. 157.
121
Ibid., p. 157.
122
Ibid., p. 158.
35
As mandalas criadas por pessoas que vivem no início têm uma forma
central, como um ponto, um círculo, um feto ou um triângulo
apontando para cima. Um pequeno barco flutuando no mar tranqüilo,
outro desenho típico desse estágio. Às vezes a figura oito aparece
nestas mandalas, sugerindo o vínculo estreito entre uma mãe e um
bebê. Quando o centro de sua mandala contém um círculo, talvez
você esteja simbolizando o deus interior, de quem derrama uma
experiência que lhe traz uma nova vida. Linhas nas mandalas da fase
quatro são tipicamente curvas. As cores tendem a ser rosa pastel,
lavanda, e azuis, especial quando você é nostálgico para sua
124
experiência como uma criança.
Estágio 5: Alvo
As tarefas para lidar com a fase do Alvo são: “ter coragem, enfrentar nossos medos
de modo a recuperar projeções, e entregar nossa reivindicação sobre o estado de
felicidade da infância”. Complementa ainda que precisaremos de uma grande
quantidade de energia “para deixar esta posição, porque temos de abandonar o
sonho de se fundir com a mãe, mesmo que não tenhamos nada para colocar no seu
lugar”.126
123
FINCHER, Creating Mandalas – for Insight, Healing,and Self-Expression, p. 158.
124
Ibid., p. 159.
125
Ibid., p. 160.
126
Ibid., p. 160.
127
Ibid., p. 160.
36
Conforme nos explica Fincher (2010) essa etapa “marca o estabelecimento pleno do
ego”. Nesse período, incorporamos as qualidades necessárias para que nos
sintamos adultos plenamente; é o “lugar do equilíbrio entre o poder materno e o
poder paterno”. A tarefa reside em realizamos nossos melhores esforços em uma
missão: “para encontrarmos nossa alma gêmea, para identificar o nosso trabalho de
vida, para fazer um compromisso.”. As mandalas dessa fase apresentam cruzes,
quadrados, estrelas e flores caracterizadas pelo número quatro. Essas formas
128
FINCHER apud KELLOGG; DI LEO, Archetypal Stages of the the Great Round of Mandala, p. 42.
129
FINCHER apud Neumann, Art and the Creative Unconscious, p. 22.
130
FINCHER, Creating Mandalas – for Insight, Healing, and Self-Expression, p. 161.
131
Ibid., p. 161
37
Estágio 9: Cristalização
Esse estágio aponta para a conclusão dos esforços criativos, e por isso, nos causa
um sentimento de harmonia e realização. A cristalização, nas palavras de Fincher
(2010) é uma “reminiscência da meia-idade”. Nela sentimos a realização e também a
atuação da lei da natureza que indica: “tudo o que é criado deve eventualmente ser
destruído”.134
Essa etapa está associada ao fim de um ciclo; representa o “grande círculo da vida,
morte e renascimento” e pode “revelar uma mudança para o eu como o verdadeiro
centro da vida psíquica”. O modo habitual torna-se sem sentido, o que antes era
visto como perfeito, agora não é mais.136 Fincher (2010) comenta ainda:
132
FINCHER, Creating Mandalas – for Insight, Healing, and Self-Expression, p. 162.
133
Ibid., p. 163 -164.
134
Ibid., p. 164.
135
Ibid., p. 165.
136
Ibid., p. 166.
38
As mandalas podem se assemelhar com uma torta com fatias coloridas ou uma
“colcha louca” sem harmonia. As mandalas típicas da fragmentação não apresentam
um centro, dão a impressão de algo confuso, desordenado e desagradável e suas
cores tendem a ser escuras ou excessivamente brilhantes. Segue trecho que reflete
sobre esse período e sua importância no ciclo da vida:
137
FINCHER, Creating Mandalas – for Insight, Healing, and Self-Expression, p. 166.
138
Ibid., p. 166.
139
Ibid., p. 167.
140
FINCHER apud KELLOGG; DI LEO, Archetypal Stages of the the Great Round of Mandala, p. 45.
141
FINCHER, Creating Mandalas – for Insight, Healing,and Self-Expression, p. 167.
39
Fincher (2010) nos descreve o período, indicando suas características que trazem a
sensação de integração e pertencimento:
Os princípios da mandala
142
FINCHER, Creating Mandalas – for Insight, Healing, and Self-Expression, p. 168.
143
Ibid., p. 168.
144
Ibid., p. 168-169.
145
Ibid., p. 169.
40
Existem vários tipos de rituais que utilizam a mandala, seja a sua visualização ou
construção: mandalas para meditação, para cura, iniciação na puberdade,
nascimento, passagem dos mortos, para e oração, entre outras. A partir do
conhecimento dos princípios presentes na mandala, o homem pode descobrir os
tipos de rituais que se associam a sua cultura e história. Essa descoberta possibilita
ao homem alinhar-se sua fonte interior ao ritmo cósmico.147
Argüeles (1985) apresenta os princípios gerais presentes nos rituais com mandalas,
derivados dos Tibetanos e dos Índios Navajos: Purificação, Centralização,
Orientação, Construção, Absorção, Destruição, Reintegração e Atualização.
Purificação
A purificação significa uma limpeza completa do corpo que pode ocorrer de muitas
maneiras e em graus distintos de intensidade. O jejum purificatório oferece “uma
oportunidade para chegar a um contato mais direto com as forças espirituais.”. Os
índios norte-americanos costumam jejuar antes de eventos importantes, como a
criação da pintura de areia, pois compreendem que a purificação tem o efeito
adicional de estimular o sentido, tornando-os mais sensíveis durante o ritual.148
Centralização
146
ARGÜELES, Mandala, p. 99.
147
Ibid., p. 83.
148
Ibid., p. 85.
41
Orientação
Construção
149
ARGÜELES, Mandala, p. 85- 86.
150
Ibid., p. 87.
151
Ibid., p. 87.
152
Ibid., p. 89.
42
Absorção
Destruição
153
ARGÜELES, Mandala, p. 92.
154
Ibid., p. 96.
155
Ibid., p. 97.
43
Reintegração
Atualização
156
ARGÜELES, Mandala, p. 97.
157
Ibid., p. 98.
158
Ibid., p. 99.
44
160
Figura 6: Mandala da curva do desenvolvimento da consciência
159
ARGÜELES, Mandala, p. 108.
160
Ibid., p. 109.
161
Ibid., p. 109-110.
45
162
ARGÜELES, Mandala, p. 109-111.
46
163
ARGÜELES, Mandala, p. 111.
164
Ibid., p. 112.
165
Ibid., p. 116.
47
3. CONCLUSÃO
A descrição da grande roda das formas mandálicas, com seu paralelo em relação ao
processo de individuação, evidencia como o conhecimento individual sobre nossas
criações mandálicas pode direcionar nossa escolhas, tornando-as mais alinhadas à
Totalidade. Os princípios, verificados nos rituais em torno da mandala, destacam
48
REFERÊNCIAS
ARGÜELLES, José and Miriam. Mandala. Boston and London: Shambala, 1985.
CAPRA, Fritjof. O Tao da Física: uma análise dos paralelos entre a Física
Moderna e o Misticismo Oriental. Tradução José Fernandes Dias, 2ª ed. São
Paulo: Cultrix, 2013. 375 p. Título original: The Tao of Physics – An exploration of the
`Parallels Between Modern Physics and Eastern Mysticism.
JUNG, Carl Gustav, et al. Homem e seus símbolos. Tradução Maria Lúcia Pinho.
2ª. ed especial. Rio de Janeiro: Nova fronteira, 2008. 429 p. Título original: Man and
His Symbols.