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SINCRONICIDADE

Marilene Rodrigues Fernandes


marilene.rodriguesfernandes@gmail.com
• Em 1930 o conceito aparece pela primeira
vez de modo bem discreto.
• a ligação entre os acontecimentos pode,
em determinadas condições, ser de
natureza diferente da ligação causal e
exigir outro principio de explicação.

• Jung define Sincronicidade como a


simultaneidade de um estado psíquico
com um ou vários acontecimentos que
aparecem como paralelos significativos
de um estado subjetivo do momento.
• De modo esquemático pode-se dizer:
• 1. Uma imagem inconsciente alcança a
consciência de maneira direta (literalmente)
ou indireta (simbolizada ou sugerida) sob
forma de sonho, associação ou premonição.
• 2. Uma situação objetiva coincide com esse
conteúdo.
• Uma vez que não se pode explicar a
coincidência de modo causal, resta-nos
admitir uma equivalência de sentidos.
• A partir disso, é possível supor no inconsciente
a existência de uma espécie de conhecimento
ou presença a priori dos acontecimentos sem
qualquer base causal. Isso, por sua vez, leva a
crer numa unidade entre a psique e o mundo, o
ônus mundo.
• sabemos mais do que pensamos que sabemos,
há um conhecedor desconhecido que
transcende o tempo e o espaço e que está aqui e
ali: o Self
• Jung cita o aparecimento de coincidências significativas em situações de total impossibilidade de
se lidar com determinada situação por parte do consciente.
• Em determinadas situações, quando o consciente se vê̂ bloqueado por impossibilidades, irrompe
o inconsciente por meio de coincidências significativas fornecendo, muitas vezes, a saída.

• fenômenos sincronísticos, segundo Jung, manifestam-se mais frequentemente quando a psique


está funcionando num nível menos consciente,
• A Psicologia moderna prova que a causalidade
não esgota a explicação de uma determinada
classe de acontecimentos e que um fator formal,
isto é, a Sincronicidade, é um outro principio de
explicação.
• paradigma cientifico => tríade espaço-tempo-
causalidade
• Jung propõe que se inclua aí o quarto elemento
– a exemplo da Física Moderna -> o observador
->o aspecto da significação
• A Sincronicidade não é mais enigmática nem mais misteriosa do que as descontinuidades da Física. É apenas nossa convicção
arraigada do poder absoluto da causalidade que cria as dificuldades ao nosso entendimento e nos faz parecer que não existem
nem podem existir acontecimentos acausais. Mas, se existem, devemos considerá- lós como atos de criação no sentido de uma
cratio continua (criação continua) de um modelo que se repete esporadicamente desde toda a eternidade, e não pode ser
deduzidos a antecedentes conhecidos...As coincidências significativas são pensáveis como puro acaso. Mas, quanto mais elas se
multiplicam, maior e mais exata é sua concordância tanto mais diminui sua probabilidade e mais aumenta sua dispensabilidade,
quer dizer, não se pode mais considerá-lãs como meros acasos, mas, por não terem explicação causal, devem ser vistas como
simples arranjos que tem sentido. Sua “inexplicabilidade”, como já́ frisei, não é devida meramente à ignorância de sua causa, mas
ao fato de que nosso intelecto é incapaz de pensá-las com os meios de que dispõe atualmente. Isto acontece necessariamente
quando o espaço e o tempo perdem seu significado, isto é, quando se tornam relativos, porque, em tais circunstancias, a
causalidade, que pressupõe o espaço e o tempo, torna-se quase impossível de ser determinada ou é simplesmente impensável
(JUNG, C.G., 1971, Sincronicidade pág.. 82 – 83, 1952)
A SINCRONICIDADE DE MARIE-LOUISE VON FRANZ
• ...a diferença entre pensamento causal e pensamento sincronístico. O primeiro é, por assim
dizer, linear. Existe uma sequencia de eventos, A, B, C, D, e nós pensamos de trás para diante,
perguntando- nos por que razão D aparece em consequência de C, C em consequência de B e B
em consequência de A, à semelhança de alguma espécie de evento interno ou externo.
Tentamos reconstruir em nossa mente, em retrospecto, os motivos pelos quais esses efeitos
coordenados funcionaram... O pensamento sincronístico... é um pensamento em campos, por
assim dizer...assim, a questão não consiste em saber por que tal coisa ocorre ou que fator
causou tal efeito, mas o que acontece conjuntamente, de modo significativo, no mesmo
momento... (VON FRANZ, M.L., 1980, pág.. 8)
• “um complexo de eventos que ocorrem num certo momento de tempo” (Franz, 1980, p. 8).
• Para Aufranc (2006), as sincronicidades trazem a percepção de que fazemos parte de uma
ordem mais ampla, a vivência paradoxal de sermos únicos e individuais e, ao mesmo tempo,
parte integrante do cosmos. Atribui à sincronicidade a revelação do sentido que falta as
concepções da física quântica... as sincronicidades são manifestações da percepção de que o
universo é um universo potencial.
• Cambray (2002), as sincronicidades aparecem como elementos estruturantes de uma nova
organização psíquica e cognitiva dos pacientes.
• O conceito de arquétipo foi sendo elaborado por Jung até sua forma final em 1947 => fator
de organização bipolar do psíquico e físico que se expressa por meio de símbolos
(1955/1991, § 366).
• O conceito de arquétipo foi sendo elaborado por Jung até sua forma final em 1947 => fator
de organização bipolar do psíquico e físico que se expressa por meio de símbolos
(1955/1991, § 366).
• os arquétipos também servem como ligações diretas entre a psique e o mundo físico,
• o arquétipo não é só o modelo da psique, mas também reflete a real estrutura básica do
universo.
• “Como em cima, assim embaixo” falou Hermes Trimegisto. “Como dentro, assim fora”
responde Jung.
 
• a sincronicidade pode ser considerada em
termos de emergências do Self e surgem na
consciência como o significado de
inexplicáveis coincidências, conduzindo o
experenciar a uma transição de fase.
• AUFRANC, Ana L. A psique e o universo. Revista Junguiana, São Paulo. n. 24 p. 7-14, SPBA, São Paulo, 2006.
• CAMBRAY, Joseph. Synchronicity and emergence. American Imago. Maryland. vol. 59, p. 409-
• 434. 2002.
• VON FRANZ, M. L. Adivinhação e Sincronicidade. A psicologia da probabilidade significativa. São Paulo: Editora Cultrix,
1980
• JUNG, Carl G. Sincronicidade. OC 8/3. 4. ed. Trad. Pe. Dom Mateus Ramalho. Petrópolis: Vozes, 1951/1952/1990 a.
• ____________A natureza da psique. OC 8/2. 3. ed. Trad. Pe. Dom Mateus Ramalho Rocha. Petrópolis: Vozes,
1945/1955/1991.

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