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Ambas as disciplinas ocupam-se da Psique. Tal como acontece com a Astrologia, existem
existem diferentes
ramos e escolas de Psicologia. Algumas preferem pontos de vista mais
ma is científicos – se tal for possível
devido à complexidade da mente humana – e outras seguem conceitos holísticos e alternativos. Estes
últimos mostram frequentemente paralelos com a Astrologia e ajustam-se facilmente a ela. Entre eles
encontra-se a Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung.
A sua escola psicológica, assim como outras, serão apresentadas na secção Astrologia e Psicologia.
Tentaremos salientar as semelhanças entre si.
1. Princípios Junguianos
O psicólogo suíço e antigo discípulo de Freud, Carl Gustav Jung, interessava-se pelos ensinamentos da
alquimia e da astrologia, especialmente nas últimas etapas da sua carreira. As revelações resultantes
podem ser encontradas na sua Psicologia Analítica. Esta teoria vai muito mais além dos ensinamentos de
Freud.
Freud defende que uma criança nasce como uma "tábua rasa" e que o seu carácter começa a formar-se a
partir do nascimento. Jung, pelo contrário, afirma no seu livro Tipos Psicológicos: A disposição individual é
já um factor na infância; é inata e não pode ser adquirida durante o curso da
vida.
Alguns dos princípios Junguianos reflectidos na Astrologia serão descritos nas páginas seguintes.
Observaremos os conceitos de "Sincronicidade", "Arquétipos" e de "Tipos Psicológicos".
2. Sincronicidade
Em 1952, Jung publica um livro chamado " Synchronizität als Prinzip akausaler Zusammenhänge"
("Sincronicidade, um princípio de conexões acausais "). O conceito de sincronicidade vai para além das
explicações puramente causais do mundo – que ainda é o domínio das nossas ciências
ci ências naturais. Jung
argumenta que acontecimentos que ocorrem sincronizados (isto é, ao mesmo tempo) não têm
necessariamente de estar relacionados causalmente. Poderá existir, no entanto, uma importante ligação
entre eles.
Provavelmente está familiarizado com situações que o levam a pensar : "Isto não
pode ser uma coincidência!". Talvez tenha acabado de ler um livro que fala de ideias pouco comuns.
Subitamente todas as pessoas do seu meio falam-lhe sobre estas ideias, passam reportagens na TV e na
internet depara-se com conceitos semelhantes a toda a hora. Estes incidentes ocorrem simultaneamente
mas é claro que um não causa o outro. Eles parecem estar ligados de uma forma diferente.
Brigitte Hamann, astróloga alemã, resume este fenómeno no seu artigo " Gedanken über Astrologie,
Prognose" ("Reflexões sobre a Astrologia, Sincronicidade e Predição"):
Synchronizität und Prognose"
Pode dizer-se que o universal reflecte-se no específico. Por conseguinte, podemos tirar conclusões a
respeito de acontecimentos terrestres por intermédio das constelações planetárias.
Liz Greene: Os posicionamentos do céu num determinado momento, por reflectirem as qualidades desse
momento, reflectem também as qualidades de qualquer outra coisa nascida nesse momento. (…) Um não
causa o outro; estão sincronizados e reflectem-se mutuamente.
Esta é, sem dúvida, uma noção alargada de sincronicidade, já que não se refere simplesmente a um
indivíduo e à sua relação com o seu meio-ambiente directo. De facto, esta noção vê tudo no universo
como estando interligado de uma forma significativa. Esta atitude de assumir ligações importantes entre
fenómenos que ocorrem simultaneamente é comum à astrologia e à sincronicidade de Jung.
3. Arquétipos
Considera-se frequentemente que Sigmund Freud "descobriu" o inconsciente como sendo aquela parte da
psique que contém experiências desagradáveis ou mesmo traumáticas que tenham sido reprimidas pela
mente consciente. Jung vai mais longe: na sua opinião, não só existe um inconsciente individual como
também existe um inconsciente colectivo, o qual contém a imensa herança psíquica
da evolução humana . De acordo com Jung, esta herança renasce na estrutura de
cada indivíduo.
Jung descobriu que muitos destes símbolos são de natureza universal. Estes podem ser encontrados nos
mitos e contos de fadas de todos os povos. Eles mostram um "conhecimento" ou "sabedoria" comum a
toda a humanidade. Por isso Jung chamou a estes símbolos Imagens Primordiais ou Arquétipos. As
imagens primordiais não podem ser descritas com exactidão. Liz Greene vê-as como padrões de energia
que se expressam em todo o nosso meio-ambiente.
meio -ambiente. Embora não tenham uma forma distinta, estas
expressam-se nos símbolos do mundo que nos rodeia.
Assim, o sistema solar pode ser visto como o símbolo de um padrão de energia viva, reflectindo
reflectindo a todo o
momento as mais pequenas formas de vida, as quais estão nele contidas . O horóscopo individual é uma
representação simbólica destes padrões de energia. Nestes símbolos podemos ver as sementes da
potencial personalidade do indivíduo. Jung descreve os planetas como "deuses", símbolos ou poderes do
Inconsciente. No entanto, estes "deuses" funcionam de maneira diferente de indivíduo
para indivíduo.
Um símbolo sugere ou deduz um aspecto da vidav ida que permanece inesgotavelmente sujeito a
interpretações e que finalmente ilude todos os esforços do intelecto para o firmar ou contêr. Ninguém
conseguirá jamais alcançar as profundidades dos seus numerosos significados.
4. Tipos Psicológicos
Está com certeza familiarizado com aquele tipo de situação em que você diz algo completamente
objectivo e racional, mas o seu parceiro reage emocionalmente e sente-se pessoalmente magoado. Ou já
alguma vez sentiu-se aborrecido por a sua esposa ser tão prática quando gostaria de poder construir
castelos no ar?
Este interessante mas quase incompreensível fenómeno é bem conhecido de todos nós. Apesar da sua
individualidade as pessoas "permitem-se" prender dentro de certas
categorias.
5. Ar - Tipo Pensante
O tipo pensante tem o pensamento como função predominante. Este indivíduo vê o mundo de forma
racional. Ele ou ela analisa tudo de acordo com a lógica das leis aristotélicas e faz as suas avaliações
usando critérios "objectivos". Ele tende a categorizar os fenómenos do seu meio-ambiente. É bom a fazer
e a receber críticas, a tirar conclusões ou a encontrar evidências.
Astrologicamente falando, esta função reflecte-se nos signos do ar Gémeos, Balança e Aquário.
Aquário.
Em Relacionamentos Liz Greene aponta para o facto de no zodíaco oelemento ar ser o único que não é
representado por animais. Gémeos e Aquário são figuras humanas e Balança é um
instrumento de medição objectiva. Liz Greene escreve:
Se num horóscopo mais que um planeta e/ou o ascendente se encontram em signos do ar, o indivíduo
compreenderá o seu meio-ambiente principalmente através da mente racional. Interessa-se por
discussões racionais, não por sentimentos. Com uma predominância do elemento ar, a função do
sentimento permanece frequentemente "sub-desenvolvida". Poderá ser-lhe difícil decidir algo a "nível
vísceral" ou aceitar critérios subjectivos. Poderão existir dificuldades em mostrar emoções ou a reagir de
forma emocional.
É importante salientar que nenhuma função é melhor que outra. Todas as quatro têm qualidades
necessárias à percepção holística e à avaliação do mundo. Uma função demasiado desenvolvida do
pensamento que ignora as outras funções leva a uma frieza emocional, falta de imaginação e a uma forte
instabilidade.
Em astrologia a função da sensação é representada pelos signos do elemento terra,terra, Touro, Virgem e
Capricórnio. Estes signos interessam-se pelo que é "real" ou concreto. Eles "agarram-se" às coisas, no
verdadeiro sentido da palavra. A pessoa do elemento terra colhe os estímulos do seu meio-ambiente e
categoriza-os. É prática e sóbria. O material e o físico são o seu domínio. É aqui que ele é forte e tem um
bom sentido do que é praticável e apropriado.
O tipo terra pode confiar nos seus sentidos sem sequer se perguntar se "faz sentido".
Ele é menos aberto à dimensão do significado do que
q ue o seu oposto, o tipo intuitivo.
Um exemplo: os dois passeiam juntos pelo bosque. Enquanto a pessoa intuitiva
aprecia o poder simbólico da mãe natureza, a pessoa do tipo terra medirá as árvores,
considerando talvez o seu valor para construir mobília.
Uma pessoa que só consegue ver as coisas materiais perde facilmente a sua ligação
com o todo. Se lhe perguntarem pelo significado da vida, talvez encolha os ombros.
Rodeado de coisas, ele não pensa sobre o seu significado. Por esta razão, é
fascinado – positiva ou negativamente – por pessoas do tipo intuitivo. Para que não
desperdice o seu lado mental ou espiritual, necessita de expandir a sua visão da realidade adicionando a
dimensão do significado.
O fogo é o elemento astrológico do tipo intuitivo. Carneiro, Leão e Sagitário são os signos do zodíaco que
pertencem ao fogo.
fogo. As pessoas com predominância de signos do fogo tendem a "inflamar-se" facilmente.
A sua espontaneidade é quase proverbial. O Carneiro vê acima de tudo a acção, deixando tudo o resto de
lado. Os do signo Leão são conhecidos por serem tão directos e imediatos quanto uma criança. Aqueles
cuja carta astral é dominada por Sagitário vivem o mundo através de um conhecimento visionário.
O indivíduo com uma função intuitiva dominante corre o risco de ver-se limitado pelos
duros factos da realidade. Se, no seu fervor, ele ignora as limitações do material, a
sua energia espiritual anula-se. A sua devoção e visão a longo alcance podem fazer
com que ignore aquilo que é óbvio. Grandes visões permanecem no mundo da
mente, insatisfeitas.
O semi-deus Prometeu trouxe o fogo até aos humanos, o qual é a fonte do seu
desenvolvimento espiritual e mental. Mas se este fogo não tivesse sido utilizado de
forma prática, ele teria sido inútil e desapareceria sem deixar rasto. Neste sentido, é importante para o
tipo fogo não se isolar em esferas espirituais, e sim valorizar e cultivar as funções opostas da sensação e
do realismo
Uma internauta que enviou uma pergunta ao nosso portal me estimulou a escrever sobre os
símbolos astrológicos. Talvez, compreendendo melhor como eles foram se formando ao longo
dos milênios, possamos compreender também seu significado profundo na nossa mente
coletiva.
Os símbolos não são criações arbitrárias de uma ou de poucas pessoas. Eles são inerentes à
própria consciência coletiva da alma humana e estão enraizados em nosso subconsciente
naquilo que Jung considerava sendo os Arquétipos. C. G. Jung afirma que o inconsciente
humano se encontra, de alguma forma, estratificado em diversas zonas. As mais superficiais,
mas nem tanto superficiais assim, correspondem ao inconsciente individual e as mais profundas
correspondem ao inconsciente coletivo.
Em minha opinião, o Inconsciente Coletivo é como um enorme banco de dados, um disco rígido
onde ficam todas as impressões da humanidade, desde o início dos tempos. Assim, podemos
consultar esse banco de dado à medida que pesquisamos em profundidade um determinado
assunto. Nos sonhos, visões, êxtases e devaneios espirituais, podemos ter acesso aos cantos
mais profundos do banco de dados desse HD.
A humanidade
exemplo, usou partes
nos Arcanos desses
Maiores arquétipos
do Tarô. para elaborar
Os Deuses egípcios, as imagens
gregos, que usamos,
romanos, por são
etc. também
baseados nesses arquétipos. Exemplo: todos esses povos usam símbolos como um Deus Pai,
uma Deusa Mãe, um Deus Filho, uma Deusa sedutora, etc. Não importando o nome, seu
significado pode ser facilmente compreendido por todos. Faz parte do saber comum.
Sol: Um círculo com um ponto central. Representa o íntimo do homem, seu Eu Superior, é
o espírito divino sendo encarnado. Pai.
Vênus: O círculo superior, força do espírito, procura dominar a matéria e vencê-la. Filha.
Marte: A princípio a seta deveria ser indicada como uma cruz inclinada, expressando o
domínio dos impulsos físicos e materiais sobre o espírito. Filho.
Júpiter: O meio-círculo (da alma) procura se elevar acima da matéria (cruz). Expansão da
alma.
Saturno: A matéria (cruz) domina a alma (meio círculo). O corpo material é uma limitação
aos anseios de elevação da alma. Limite, carma.
Terra: É o círculo com a cruz dentro. O símbolo também pode ser um círculo com um traço
vertical e dois cortes horizontais, um em cima do outro. As vezes, a Terra é representada
também com um circulo dominado por uma cruz. Aqui a matéria está acima e limita a ação do
espírito.
Leão: representa o rodamoinho que se forma no meio da correnteza, com seu ápice de
potencial. Se eleva em vórtices para precipitar de novo rio abaixo.
Sagitário: representa a velocidade com que a água se desloca e sua direção primária.
Procura seu destino final, passando por cima dos obstáculos
obst áculos materiais.
Capricórnio: representa uma queda d’água, uma cascata, um lugar alto de onde
o nde a água se
precipita. Ela gera energia pela força de seu próprio movimento.
Aquário: representa o aumento de velocidade provocado pela queda, comcom todo seu
potencial de energia. A água está revolta, mas já procura uma nova estabilidade.
Quanta sabedoria existe nessa simbologia, não é? Cada um de nós pode tentar compreender a
sua própria natureza interior na simbologia de seu
se u signo e de seu planeta regente
re gente e descobrir
assim de que forma pode contribuir para a evolução energético/espiritual de toda a
humanidade. Afinal é para isso que serve a Astrologia, não é?