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1. INTRODUÇÃO
Dentro dessa perspectiva a um ponto importante que Jung (2013) nos traz em
relação ao vaso é que ele pode representar o próprio analista nos entendimentos, que
recebia as diversas substâncias através da projeção e, como um vaso benigno, ele
transformava essas substâncias dentro dele, misturadas com as suas próprias
substâncias.
Hillman (2013), também reforça essa ideia que o vaso é o próprio terapeuta, ele
precisa receber os diversos substratos empurrados pela projeção para dentro dele, como
uma espécie de vaso que contém e propicia que o processo do paciente se desenvolva.
Essa condição do terapeuta como vaso está diretamente associado ao processo de
projeção e ao campo transferencial. Uma série de fenômenos positivos e negativos
podem ocorrer, desde idealizações exageradas, como defesas que instalam a projeção
de conflitos que o analista como vaso terá que saber acolher, processar, discriminar e
devolver para o paciente. Hillman chama atenção para um desses fenômenos que na
alquimia é chamado de claridade intoxicante. Podemos perceber, nesse momento, que
o paciente partiu de uma relação onde ele acredita que o terapeuta tem e passa ser a
verdade. Com isso, projeta no analista uma idéia fantasiada acreditando que o terapeuta
vai resolver todos os seus conflitos. Cabe ao analista estar atento às substâncias que
apareceram no processo de cada individuo, identificando estes elementos, podendo
discriminar qual melhor caminho a seguir, não se deixando influenciar pelos conteúdos
projetados pelo paciente. A contenção dessas substâncias projetivas dentro do próprio
analista é simbolizado pelo vaso.
No Antigo Testamento, nossa vida pode ser comparada a vasos, como podemos
ler em Isaías 64:7:
Afinal, nunca esqueça que está tocando uma alma humana, pois o que o
paciente precisa, neste momento, é de acolhimento, compreensão, suporte, empatia,
amor. O amor do analista pela psicoterapia é um fogo que manterá a chama acesa,
alimentando o fogo do paciente, e contribuindo para as transformações necessárias no
processo.
4. REFERĒNCIAS
SILVEIRA, N., Jung Vida e Obra. Jung. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1981.