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Resumo

cap 7. breve introdução à teoria da intersubjetividade e a psicologia do self.

A teoria da intersubjetividade buscou oferecer uma teoria clínica abrangente que se


empenhasse em uma fenomenologia da experiência humana. Ela fugiu de limitações da
metapsicologia e enfatizou uma compreensão intersubjetiva do self. Essa partiu
independentemente, mas incorporou alguns elementos da psicologia do self de Kohut.
Para Kohut, as motivações e reações pessoais eram determinadas pelo
desenvolvimento e coesão do self. Além disso, ele colocou o foco da terapia na
experiência subjetiva do cliente. Então ele propõe a postura introspectiva empática onde se
investiga a experiência do cliente a partir de sua perspectiva subjetiva, o que não implica
uma compreensão mútua, e o analista também olha para a sua própria experiência para
identificar como está contribuindo para a experiência daquele cliente.
Ele propõe a ideia de self-objeto. Este seria a função relacional de algo externo que
serviria para integrar afetos na experiência do self e, assim, manter ou desenvolver mais um
sentido de self e de coerência de self, uma diferenciação de self e das necessidades dos
outros. (experiência rogers) Isso, porém, só ocorre se existir uma responsividade
sintonizada dos cuidadores. Eles perduram durante toda vida. Ele discute 3 funções de
self-objeto: espelhamento: outro como reflexo do nosso orgulho e excitação com o
desenvolvimento; idealização: idealização de proteção; parceria: compreensão e
reconhecimento mútuo.
Em toda transferência haveria vínculos de self-objeto que tenta restabelecer vínculos
com o terapeuta que foram rompidos de forma traumática e busca a restauração e
manutenção do sentido de self. O terapeuta precisa identificar as necessidades solicitadas e
satisfazer para que o cliente não experiencie uma falha empática e não se rompa o vínculo
de self-objeto.
Ele retorna à metapsicologia freudiana e da abertura para a teoria intersubjetiva.
Parece ser o autor mais significativo: Stolorow. Então expande suas ideias. Eles queriam
uma psicologia pura da experiência humana utilizando a fenomenologia psicanalítica. Eles
colocavam a sua ênfase na realidade subjetiva criada no campo intersubjetivo da interação,
mas focando mais na experiência do cliente. O mundo subjetivo do paciente e do terapeuta
seriam o produto dos encontros e situações críticas deles e os selves são os centro de cada
mundo. (trazer rogers). Dentro de cada mundo subjetivo, há as estruturas da subjetividade
que são as formas consistentes pelas quais o self percebe o mundo. (percepção e reação)
O mundo subjetivo está sempre relacionado às reações dos outros (campo intersubjetivo).
Assim, eles incluem a ideia de self-objeto, as dimensões conflituosas ou repetitivas. Essa
dimensão conflituada surge quando uma necessidade de self-objeto não é satisfeita, o que
faz ressurgir sentimentos arcaicos de fracasso como self, podendo mesmo ameaçar sua
coerência e impedir seu desenvolvimento.
Eles entendem que podem existir outros tipos de vínculos de self-objeto. Além disso,
eles propõem que a cada vez há figuras e fundos, dependendo do que ocorre no campo
intersubjetivo, das dimensões conflituosas e o self-objeto
A relação terapêutica é compreendida como influência recíproca mútua. Porém, o
foco está no mundo subjetivo do cliente, mas o fenômeno que surge na terapia é recheado
da história e experiência de ambos. O terapeuta também tem suas necessidades de
self-objeto e, inconscientemente, pode guiar o cliente a atendê-las. As suas dimensões
conflituosas podem levar a impasses. Desse modo, é essencial a sua postura introspectiva,
precisando se tornar consciente de como suas necessidades fizeram surgir as
necessidades de self-objeto do paciente e criaram a disjunção.
A transferência é vista como a expressão de um esforço humano para organizar as
experiências e construir significados, sendo impossível não existir transferência. Durante a
terapia é inevitável que as estruturas da subjetividades não variáveis sejam exauridas
(rogers). O analista provoca ou contribui para a manifestação da transferência. Embora ela
seja vista como uma questão intrapsíquica, ela é compreendida como uma função da
interação do terapeuta e do paciente, sendo um fenômeno intersubjetivo. É somente
analisando o que o psicólogo faz e como isso satisfaz as necessidades de self-objeto, que
os significados das reações e emergências transferências podem ser esclarecidos. Por sua
vez, as respostas do cliente geram reações contratransferenciais. Assim, há um laço
intersubjetivo de ação e reação. Se o psicólogo não identificar as necessidades de
self-objeto em primeiro plano, haverá ruptura do vínculo. Essas falhas empáticas criam
resistências e desviam o desenvolvimento. O objetivo da exploração sistemática da
transferência é abrir novas possibilidades de estabelecer conexões com o terapeuta, com o
próprio sentido de self e com os outros.

Cap 7. Uma ponte entre a psicoterapia dialógica e a teoria da intersubjetividade

A teoria da intersubjetividade focalizou a descoberta dos significados dos eventos a


partir da perspectiva do sujeito que experiencia (o psicólogo não sabe). Psicólogo deveria
se relacionar com o cliente para revelar o mundo subjetivo do cliente. Porém, o que surge é
uma interconexão das subjetividades. Não se deve deixar de fora a sua própria
subjetividade porque não se é um observador neutro. O psicólogo deve se reconhecer como
parte do fenômeno.
Pessoa-em-relação vs pessoa-separada
O self-intersubjetivo é um self inter-relacionado com outros selves e sua identidade e
coerência estão dentro da relação.

Fenomenologia clínica mais específica das necessidades subjacentes a uma das relações
eu-isso. As funções de self-objeto funcionam como guia.. Parece que o self-objeto deixa de
lado a pessoa do outro.

A cura ocorre no entre


Terapia como realidade mútua e co-constituindo a realidade do outro.

O primeiro passo é entrar no mundo subjetivo da pessoa e a compreensão empática,


explorando rigorosamente os significados subjacentes de sua perspectiva experiencial.
Cada pessoa é singular, mas têm em comum a relação e possibilidade de comunidade
Cada um faz surgir respostas únicas de todos. Essas, por sua vez, fazem surgir significados
igualmente únicos da experiência.

Ninguém será capaz de entender pré-reflexivamente ou totalmente a experiência do cliente.


Porém, é preciso uma atmosfera de confiança e abertura onde se possa explorar fiel e
respeitosamente essa experiência/mundo subjetivo. O terapeuta precisa fazer a redução
fenomenológica de seus pressupostos e significado, para não os impor ao cliente e
possibilitar a uma aproximação/compreensão da experiência do cliente. Contudo, deve se
levar em conta que a compreensão do mundo subjetivo do cliente emerge apenas na
relação com o mundo subjetivo do terapeuta e na consequente realidade criada por eles.
Esse método de exploração para a teoria da intersubjetividade é a investigação empírica
constante. Um método de exploração não-crítico dos princípios de organizadores
inconscientes do indivíduo, conforme revelados dentro do contexto intersubjetivo. Tem o
objetivo de estar o máximo possível totalmente absorvido no mundo subjetivo
emocional/cognitivo do cliente. Geralmente isso é realizado por um esforço cognitivo, mas
pode ser feito por vias emocionais. Quando há uma ressonância, o cliente se sente
compreendido profundamente, pode fazer emergir aspectos da personalidade negados até
então e confia mais no terapeuta, revelando aspectos/sentimentos mais sensíveis e se
abrindo mais. Essa compreensão pode penetrar respeitosamente, em um ritmo de ir e vir,
no substrato emocional entre paciente e terapeuta, abalando o mundo deste. É importante
manter a própria experiência do terapeuta para o diálogo. A disposição do cliente que
permite a entrada do terapeuta.

Para a cura, é importante que emerjam e exploradas partes não aceitas, desconfirmadas e
sensíveis da pessoa, sendo necessário a atmosfera de aceitação empática. Geralmente,
essas são as partes mais essenciais ao self. Isso leva, passo a passo, a um modo mais
maduro de ser e a congruência.
Na psicologia do self a sintonia de afeto busca atender a experiências emocionais do
paciente, principalmente aquelas que não foram cuidadas no desenvolvimento e levaram a
um desvio do crescimento emocional.

A resistência é vista como um esforço inconsciente para manter a integridade do self, sendo
valorizadas como uma autoproteção. Para compreender o cliente como um todo é preciso
compreender, reconhecer e valorizar a resistência, e não rompê-la. Ela deixa seguro contra
perigos, mas distanciam as partes vulneráveis do self do desenvolvimento. Somente após
isso o cliente pode se dispor a confiar e a correr o risco de explorar a parte selada. Ela é um
fenômeno entre. Então, para entender a resistência, é preciso levar em conta como a
pessoa reage às ações do terapeuta, as ações do terapeuta e as resistências do terapeuta
com este cliente (ciclo inteiro de ação e reação.

Cap 8 - a psicologia do Self, a teoria da intersubjetividade e a Gestalt-terapia - uma


perspectiva dialógica

A experiência e comportamento emerge das interações das interações no campo subjetivo,


só podendo ser entendido naquele contexto. O inconsciente é como um produto produto
das interações no campo. A fronteira ente o que é consciente e inconsciente é maleável e
depende do contexto, especialmente das condições do campo intersubjetivo.

Eles consideram importante o desenvolvimento de uma estrutura de self firme,


responsiva e flexível, por meio do qual integramos nossas emoções e nos identificamos
com ela. O vínculo empático e os self-objetos ajudam nessa integração do processo
emocional.
eles focam mais no aqui e agora
Não é necessário usar o termo transferência. Ela pode ser entendida como um
processo no qual duas pessoas focalizam a experiência de uma delas e como o
relacionamento impacta aquela pessoa.
Paciente e terapeuta podem explorar juntos a relação deles e visão de eventos.
(questão da percepção do cliente)

A transferência tem a dimensão repetitiva e de defesa de carácter. Essa dimensão


repetitiva são as defesas de autoproteção (resistências?) enquanto busca o seu
desenvolvimento.
Gestalt terapia: congruência e acesso a experiência do terapeuta.; outro separado e
discernível (relação)

Os self-objetos podem ser fundo quando trabalha para dar suporte a


auto-exploração ou figura quando há a necessidade de estabelecimento da função. Em
rupturas o psicólogo pode tentar compreender seu impacto no paciente e ajudá-lo a
compreender, aceitar e clarear o “gatilho” (falha de self objeto e esforço de
desenvolvimento) e significados. Isso pode levar a restabelecer a função de self-objeto e
facilita o desenvolvimento de estruturas mais sofisticadas de self.. Além disso, pode
aparecer em outros momentos, como agradecimentos, explorando de forma semelhante a
ruptura.

Não se deve cobrar ser visto de modo mais realista, mas permitir que o retrato que
ele tem de vocês vá se desenvolvendo progressivamente mais complexa e humanamente
(atendimento das necessidades de desenvolvimento.)
A base para o dialogo dialogo entre parece ser a dimensão de self-objeto.
Postura empático-introspectiva é uma tentativa de entender as expressões das
pessoas por meio de uma perspectiva interna, porém reconhecendo que é um fenômeno
entre duas pessoas, não havendo exigência ou sobreposição de verdades objetivas . É
importante a tentativa de comunicação da compreensão. Isso diminui a tendência de o
terapeuta fazer juízos de valor. Porém, também é preciso oscilar e levar em conta os
aspectos extrospectivos. Todas as experiências que emergem são influenciadas pelos
mundos experiências de ambos, sendo impossível uma postura neutra porque o mundo de
significados do terapeuta é construído igual ao do cliente e ele não é árbitro da realidade.
Pode-se usar os dados introspectivos e extrospectivo para avaliar a qualidade do contato do
paciente (discussão de rogers e de projeto).
Se colocar como árbitro da verdade invalida a percepção do cliente e exploração
mútua da realidade e da relação. E, se o terapeuta se confundir, ele impossibilita o
reconhecimento de suas percepções distorcidas. Afirmações devem ser provisória e
baseadas no que se sabe até o momento.

A imersão na experiência leva à consciência e relação aspectos cada vez mais


sensíveis e dolorosos.
Desordens na perspectiva desenvolvimentista: quando há um vínculo pobre entra as
necessidades de desenvolvimento da pessoa e os recursos e as possibilidades do meio,
resultando em interrupções do desenvolvimento. Desse modo, a confrontação é menos
atraente, valendo mais buscar a compreensão empática. Geralmente, ela é vista como uma
falta de sintonia empática. Porém há momentos que isso facilita a perceber as relações de
self-objeto e valorizá-las e que isso é uma satisfação do vínculo de self-objeto.
Focaram na auto-experiência e isso trouxe uma visão da pessoa inteira, buscando
iluminar e investigar a experiência subjetiva e a sua organização. A auto-experiência é
sempre experiência do self-com-o-outro/self-objeto. Entrar na experiência do cliente
demanda articulação constante das necessidades e experiências self-objetais. Deve-se
buscar compreender a demanda, sintonizar-se com ela e tentar explorar as implicações
relacionais das necessidades de self-objeto
Isso facilita o recomeço do viver-em-relação.(não se deve esquecer a alteridade do
outro)
Uma vez compreendida, aceita, confirmada, atendida e explorada as necessidades,
o desenvolvimento continua.
Motivação humana: desenvolvimento, consolidação e preservação da auto-estrutura.

Cap 9- Gestalt-terapia e teoria da intersubjetividade

postura fenomenológica ressaltar (buscar ficar próximo da experiência)- buscar


entender a situação terapêutica explicitamente a partir da experiência subjetiva do cliente.
Casos de disjunção transferencial. É na colisão entre esses dois mundos que são
articuladas as realidades. A percepção do cliente em relação ao analista não é nem
afirmada, nem contestada. Em vez disso, são pontos de partida para explorar os
significados e os princípios de organização que estruturam a realidade psíquica desse
paciente.

Uma postura fenomenológica intersubjetiva requer um conhecimento da experiência


e significados fenomenológicos do cliente e, secundariamente em prioridade, uma
awareness fenomenológica da experiência subjetiva do terapeuta.

Self- estrutura psicológica que organiza a experiência do indivíduo. Ela mantém uma
coerência e integra diversos elementos indivisíveis.

Elas também se interessam em como são experienciadas as interrupções nas


relações interpessoais e como elas se tornam estruturadas(interrupções) como parte do
self. Paradoxalmente, isso impregna a sua visão de mundo e faz com que haja repetição.

Seria a análise da situação de transferência/contratransferência (juntas sistema


intersubjetivo de influência mútua recíproca) que concretiza o inconsciente pré-reflexivo do
terapeuta e do cliente e onde as relações subjetivas podem ser explicadas. O dentro é uma
noção fictícia. Abraçar a ambiguidade da interconexão. A objetividade faz acabar com a
riqueza do indizível.
Eles focam mais em como a reencenação pode clarificar e começar a articular a
estrutura do self e seu desenvolvimento interrompido nos estágios críticos. Será que o
cliente assimilou a presença compreensiva como um self-objeto dentro da sua própria
estrutura.
Tornar a estrutura pré-reflexiva consciente no campo terapêutico intersubjetivo
(iluminação e articulação).

Esperança e medo nas defesas; mudanças inevitáveis entre figura e fundo


dependendo das prioridades motivacionais do sujeito.
Tudo o que surge na terapia, emerge a partir do fundo do campo psicológico que
abrange terapeuta e cliente.
O perigo de não estar consciente da sua própria experiência é impô-la ao cliente
As necessidades do paciente precisam de suporte do terapeuta. Porém, há
momentos em que a frustração pode ser interessante para o autosuporte.

Somente após estabelecer uma relação forte, o terapeuta começa utilizar a sua experiência
(sujestão)

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