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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

MÚLTIPLAS ABAS / TRABALHO AV2 / PRODUÇÃO DE


TEXTOS ACADÊMICOS
PRODUÇÃO DE TEXTOS ACADÊMICOS

AUTOR: GABRIEL CURI LEONARDO

Resumo: Este artigo de opinião busca explicar a fragmentação do sujeito em relação


a internet e a forma de como esse é influenciado por uma nova organização social
imaterial ou digital. Fazendo de base a problematização da ideia de um novo
ambiente social virtual, o qual exige, do indivíduo pós-moderno, uma postura
diferente da anterior à era da informação, que se iniciou na década de 90.

Rio de Janeiro, Rio de janeiro


Assim como na primeira Revolução Industrial, que criou um ambiente com
novas organizações,os centros urbanos, e problemas, a terceira Revolução, a
revolução da informação, criou um local, mas um local não físico. Esse ambiente não
físico, chamado internet, mudou completamente a subjetividade do sujeito - a forma
de o ambiente interferir no sujeito e a maneira de como o sujeito transforma o
ambiente, subsequentemente mudando a si mesmo.

Essa era, que começou na década de 90, acelerou/mudou a forma como nos
comunicamos. Em um piscar de olhos conseguimos interagir com o outro lado do
globo e em diversas abas e redes sociais. Recebemos com esse contato uma
enxurrada de informações que, muitas vezes, nem usamos, sequer em um único
momento. Tais informações, por serem tantas e “interessantes”, prendem o sujeito
na tela do computador, do celular, do tablet, etc, e os distanciam do que está do seu
lado, como, por exemplo, dos amigos, da família e do mais antigo ambiente social
criado na primeira revolução industrial. O sujeito que, antes, era, fisicamente social,
está fragmentado em múltiplas abas, a procura de novos conhecimentos inutilizáveis
e a procura de entretenimento constante, em um local que fisicamente não existe.

Somado a isso, a fragmentação e imaterialidade social, cabe ressaltar que


cada ambiente da internet exige uma forma de pensar, de “agir” e de sentir, ou
talvez, uma digitalização destas. Agora, trazendo exemplos do cotidiano, a forma de
como expor seu pensamento, de interagir com os outros usuários e de demonstrar
os seus sentimento em um rede social, tal como o Facebook, não será a mesma
forma de se mandar um e-mail importante para a empresa que se trabalha, porque
pode acarretar consequências, como nesse caso uma reprimenda ou até demissão.
A esse acontecimento, Émile Durkheim, caracterizaria como um fato social, já que
segue os três princípios que esse deve ter que são: a generalidade; deve ser exterior
ao indivíduo e a coercitividade. A generalidade significa que segue um padrão para
todos os indivíduos de uma sociedade, a exterioridade significa que esta é externa
ao indivíduo e não depende deste e a coercitividade é a força que os padrões
culturais exercem ao indivíduo.

Portanto, seguindo esta visão, conclui se que há uma fragmentação do sujeito


pós-moderno diante das redes sociais. Por que o indivíduo que era inserido
fisicamente e integralmente ao seu meio social, agora, é forçado a estar dividido em
diversos meios, ou diversas abas da internet. Abas, essas, que demandam uma
postura do sujeito, e que transformam as diferentes partes, do antigo sujeito
unificado, em formas múltiplas e únicas de interação. Assim conclui se que ao sujeito
migrar de um lugar para o outro ,nesse local imaterial, muda, também a sua forma
de interagir com ambiente, ou a sua subjetividade.

Rio de Janeiro, Rio de janeiro


Referências:

https://www.todamateria.com.br/o-que-e-fato-social/ (dia de acesso


22/04/2020; hora de acesso 09:50);

NICOLACI-DA-COSTA, A. M. Revoluções Tecnológicas e transformações


subjetivas. Psicologia: Teoria e Pesquisa. Mai-Ago, 2002, vol 18 n.2., pp
193-202. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ptp/v18n2/a09v18n2.

Rio de Janeiro, Rio de janeiro

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