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AUTOIMAGEM NA CONTEMPORANEIDADE
THE RELATION OF THE SOCIAL MEDIA IN THE CONSTRUCTION OF THE SELF-IMAGE IN
THE CONTEMPORANEITY
Gabriela de Souza1
Thaina Gomes de Freitas2
Cleina Roberta Biagi3
DOI: 10.25110/akropolis.v25i2.6426
A “vida líquida” e a “modernidade líquida” idades, todos estão conectados, desde crianças
estão intimamente ligadas. A “vida líquida” é uma até idosos, que se utilizam desse meio para a
forma de vida que tende a ser levada à frente realização de diferentes atividades.
numa sociedade líquido-moderna. “Líquido-mo- Percebe-se, atualmente, o poder que as
derna” é uma sociedade em que as condições mídias sociais conquistaram e vem conquistan-
sob as quais agem seus membros mudam num do. Grandes líderes mundiais utilizam-se desses
tempo mais curto do que aquele necessário para meios para se comunicarem com o mundo, pre-
a consolidação, em hábitos e rotinas, das formas sidentes de vários países fazem pronunciamen-
de agir. A liquidez da vida e a da sociedade se tos e anúncios através de seus perfis em redes
alimentam e se revigoram mutuamente. A vida sociais, e até o Papa, representante máximo da
líquida, assim como a sociedade líquido-moder- igreja católica, possui perfis em redes sociais
na, não pode manter a forma ou permanecer em para falar com seus fiéis buscando a evangeli-
seu curso por muito tempo. zação das pessoas. Tudo o que esses líderes
O viver, nesta sociedade líquido-moder- importantes postam logo torna-se de conheci-
na, se torna uma grande competição, e é com- mento do resto do mundo, ultrapassa as fron-
parado por Bauman (2007) como uma dança teiras de seus países, vira notícia mundial. Por
das cadeiras, na qual todos buscam, mesmo isso, não se pode considerar as mídias sociais
que momentaneamente o “prêmio final”, de evi- como algo externo a essa sociedade atual, pois
tar ser descartado, ser jogado no lixo, e como o esta é construída socialmente, feita pela e para
mundo está cada vez mais globalizado, mais co- as pessoas, nem deve se pensar em tecnologia
nectado, essa competição se dá agora, também como algo separado influenciando essa socie-
em um campo global. dade ou vice e versa, pois ambas se constituem
Nesse contexto, surgem as mídias so- mutuamente (MACKENZIE E WAJCMAN, 19995
ciais, que devido ao seu caráter social estão apud PRIMO, 2012 p.625).
tornando-se um sucesso e ocupando um papel Neste cenário recente em que a socieda-
central na vida das pessoas. Como mídia social, de se encontra, definida de era da modernidade
entende-se “[..] um grupo de aplicativos basea- líquida por Bauman (2004), as relações sociais,
dos na internet construídos a partir das fun- a capacidade das pessoas amarem tanto a si
dações ideológicas e tecnológicas da Web 2.0, e próprias quanto às outras é afetada, pois tudo se
que permitem a criação e intercambio de conteú- torna flexível, gerando uma sensação de insegu-
do gerado pelo usuário.” (KAPAN e HAENLEIN, rança constante. Ao se priorizar o relacionamen-
20104 apud PRIMO, 2012, p. 623). Ou seja, ca- to em redes virtuais, as vinculações “podem ser
racteriza-se como redes de compartilhamento tecidas ou desmanchadas com igual facilidade
de informações e de interações entre usuários — e frequentemente sem que isso envolva nen-
que conectam pessoas. hum contato além do virtual —, não sabemos
O mundo virtual tomou conta do mundo mais manter laços a longo prazo” (BAUMAN,
real, estar conectado à Internet passou a fazer 2004 p. 4). Tudo isso acaba afetando inclusive a
parte da rotina de muitas pessoas, pesquisas do capacidade do ser-no-mundo de reconhecer um
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís- estranho em sua humanidade, tornando-se um
tica, 2016) apontam que no ano de 2015, 92,1% ser cada vez mais individualista.
dos domicílios brasileiros acessaram a internet As redes sociais, enquanto um espaço
por meio de telefones celulares, número supe- de interação e atuação “possibilitaram a todos
rior aos 70,1% que acessaram por meio de com- a construção virtual de uma vida que sob muitos
putadores. Dados estes que confirmam o cres- aspectos torna-se mais interessante e dinâmica
cimento dos usuários das redes sociais, pois do que a vida palpável” é através delas que as
com smartphones, cada vez mais modernos, o pessoas conseguem editar suas próprias reali-
acesso se tornou muito mais fácil e rápido. Afinal dades e realizar seus desejos, inclusive o dese-
é possível carregá-los no bolso e utilizá-los ape- jo de ser uma celebridade, afinal basta que um
nas com uma das mãos. Toda essa facilidade vídeo, uma postagem feita seja viralizada, para
vem aumentando gradativamente o espaço das que este, em questão de horas, ganhe fama
redes sociais na vida das pessoas de todas as
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MACKENZIE, D. WAJCMAN, J. (1999). Introductory Essay: The
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KAPLAN, A. M., HAENLEIN, M. (2010). Users of the World, unite! social Shaping of Technology. In: Mackenzie, Donald; Wajcman,
The Challenges and opportunities of Social Media. Business Hori- Judy. Corp. The Social Shaping of tecnology. Maidenhead: Open
zons, 53, 59-68. University Press, 1999.
mundial. Neste espaço pode-se escolher quem dispor do poder de controle sobre si próprio [...],
se quer ser, todos se tornam “autores da ima- prazer este que muitos chamam de felicidade”.
gem que se projeta por meio de nossa persona Este poder seria uma das possíveis explicações
social” (ÁVILA, 2014, p.1). para o sucesso das mídias sociais na contem-
O desejo de conseguir dominar o que poraneidade, pois essas reafirmam a individua-
se é e o que os outros pensam sobre esse ser, lização dos novos modos de se relacionar e de
vem acompanhando a humanidade há séculos, se reconstruir socialmente. Desde os primórdios
e a partir do surgimento das redes sociais esse da humanidade o homem está em busca da fe-
desejo foi potencializado, pois por meio destas, licidade e no mundo virtual isto não é diferente,
“eu edito aquilo que eu quero editar sobre a min- nele essa busca “se faz pela construção de uma
ha vida, e assim eu me projeto como uma per- auto-imagem de felicidade, se não de uma fusão
sonalidade capaz de construir a imagem que as entre a imagem de felicidade e a nossa própria
pessoas terão de mim. Seja ela verdadeira ou imagem” (DURAN e DURAN, 2014, p.79).
não”. O conceito de identidade na modernidade A ascensão das mídias sociais faz ressur-
então passou a se ligar com a ideia de cons- gir a dicotomia público X privado, como aponta
trução, onde é preciso se reconstruir o tempo Bauman (2001), a esfera pública está passando
todo, reconfigurar aquilo que se é, e como se é. por um processo de redefinição, tornando-se um
O homem moderno faz deste contexto um ce- espaço onde os dramas privados estão sendo
nário, e de si mesmo um personagem, que não encenados em um palco onde são publicamente
consegue “enxergar com nitidez onde termina a assistidos e expostos, e a ideia de que encenar
realidade e onde começa a imaginação ou a dis- tais dramas é um dever desse homem moderno,
torção do real” (ÁVILA, 2014, p.1). bem como a de que a plateia possui o direito
Os relacionamentos antigos acabaram de assisti-los vem sendo amplamente divulgada
perdendo espaço para as relações virtuais, pois pelas mídias na sociedade atual. Conforme Bau-
atrás de uma tela de celular ou computador, é man (2001, p.31):
muito mais fácil expor uma opinião, falar se gos-
ta ou não de algo, e se uma pessoa não quiser Para o indivíduo, o espaço público não é
mais comunicar-se com outra, basta excluí-la ou muito mais que uma tela gigante em que as
bloqueá-la, sem necessidades de explicações. aflições privadas são projetadas sem cessar,
No mundo virtual as pessoas podem ser quem sem deixarem de ser privadas ou adquirirem
novas qualidades coletivas no processo da
elas quiserem, omitindo defeitos e enaltecen-
ampliação: o espaço público é onde se faz a
do qualidades, que talvez em um contato físico,
confissão dos segredos e intimidades priva-
fossem percebidas de maneira diferente, ou até das. Os indivíduos retornam de suas excur-
mesmo como uma mentira, pelo outro, “elas pa- sões diárias ao espaço “publico” reforçados
recem feitas sob medida para o líquido cenário em sua individualidade de jure e tranquiliza-
da vida moderna” (BAUMAN, 2004, p. 7). dos de que o modo solitário como levam sua
A partir das telas pelas quais os indiví- vida é o mesmo de todos os outros “indiví-
duos conectam-se uns aos outros, perde-se o duos como eles”, enquanto-também como
contato físico, e por conta dessa falta, passa-se eles- dão seus próprios tropeços e sofrem
a ocorrer outras formas de expressões, que suas (talvez transitórias) derrotas no proces-
de certa forma substituem o encontro. As ex- so.
pressões virtuais, consequentemente acabam
substituindo as faciais, visto que durante uma Nas mídias sociais o privado se torna pú-
conversa virtual não é mais necessário utilizar blico, as postagens feitas são decididas por um
a expressão facial, para denominar se você está usuário, que mostra apenas aquilo que deseja,
se sentindo triste, alegre ou com medo, ape- considerando o julgamento e o olhar das demais
nas utilizar um “emoticon”, “gif” ou “meme” que pessoas, que tem acesso a tudo o que se é pu-
a substitui de forma muito mais rápida e eficaz. blicado diariamente. São nas redes sociais que
Então, nesse sentido, perde-se o costume de se o sujeito compartilha informações que vão de
expressar através de si mesmo e busca-se es- encontro com seu modo de ser, mas é importan-
ses outros recursos. te ressaltar que ele se mostra como quer que os
De acordo com Duran e Duran (2014, outros o vejam. É através do compartilhamento
p.74) “A transformação promovida pelo ciberes- de vídeos, fotos, mensagens e dos mais diver-
paço colabora para a ideia de que é possível sos tipos de publicações que o sujeito vai cons-
truindo seu perfil social e permitindo o acesso racterísticas de seu autor, [...] no processo de
livre para esse conteúdo por quem se interessar. ‘montagem’ do próprio blog está a presença de
Neste cenário as pessoas vivem “na procura de elementos identitários que seriam uma forma de
exteriorizar a vida privada e tornar público a vida figuração de quem é o bloggeiro” de como ele
íntima na expectativa de informar a sociedade busca o reconhecimento do outro, de como ele
da felicidade plena existente no foro íntimo de deseja ser visto. Esses novos profissionais es-
cada individuo” (PEREIRA, 2015, p.4). Esse ser tão fazendo um grande sucesso na atualidade,
tenta moldar a sua vida como se esta fosse uma e são consideradas juntamente com outras figu-
obra de arte, que precisa ser apreciada pelo ou- ras públicas, influenciadoras digitais, pois escre-
tro. vendo e dando dicas sobre moda, maquiagens,
A reputação para Recuero (2009, p.109) cabelos, e outros temas que envolvem a beleza
é um dos principais valores construídos nas re- feminina, a maioria das coisas que eles postam
des sociais, “que implica três elementos o “eu”, são seguidas e se tornam o desejo de muitas
e “o outro” e a “relação entre ambos”.” O concei- adolescentes e jovens.
to de reputação então “implica diretamente no Já o termo Youtuber é designado para
fato de que há informações sobre quem somos a pessoa que “faz vídeos para o Youtube” seu
e o que pensamos, que auxiliam outros por sua significado ainda não é encontrado em dicio-
vez, suas impressões sobre nós”. Ao abrir um nários brasileiros, por isso a definição foi encon-
perfil de uma rede social de um indivíduo, por trada na própria rede de internet (DICIONÁRIO
conter algumas informações pessoais, tem-se a INFORMAL, 2015). Através dessa ferramenta
percepção inicial de que se sabe tudo sobre este muitas pessoas anônimas se tornam famosas,
como ser-no-mundo e não busca-se compreen- possuindo milhares de inscritos em seu canal e
dê-lo em sua essência, que está além de uma de seguidores em suas redes sociais, e muitas
página virtual. Conforme Perdigão (1995, p.32) crianças e adolescentes tentam seguir os passos
“O ser humano dá como “já sabido” precisamen- destes, publicando vídeos em busca de curtidas
te aquilo que precisa ser elucidado”. e compartilhamentos, enfim em busca de recon-
hecimento. Muitas pessoas, principalmente em
AS MÍDIAS SOCIAIS NO COTIDIANO DA SO- tempos de crises financeiras estão se utilizan-
CIEDADE do das mídias sociais como um meio de gerar
renda, para que os cantores façam sucesso hoje
As mídias sociais têm mostrado seus no Brasil, é necessário um grande investimento
pontos positivos e negativos. Atualmente são em divulgações nesses meios, e os artistas cada
utilizadas para uma diversidade de atividades, vez mais se dão conta dessa importância, os ví-
que sempre alcançam um número significativo deos produzidos por eles logo ganham milhares
de pessoas por seu poder de disseminação. de visualizações e compartilhamentos se tor-
Como ponto positivo vale destacar seu uso por nando sucesso mundial em apenas horas após
pessoas que estão passando por situações difí- seu lançamento. É através das redes sociais
ceis para compartilhar seus sofrimentos, dores, que os fãs ficam mais perto de seus ídolos, pois
angústias, por exemplo, é cada vez mais comum a vida deles pode ser transmitida, praticamente
que se veja pessoas que estão com alguma en- em tempo real para todos os seus seguidores.
fermidade se utilizarem de blogs para expor o Outra atividade que também vem se
dia a dia da doença, os desafios, as superações, tornando muito recorrente é a realização de
e receberem o apoio de outros que passam ou “vaquinhas solidárias”, nas quais diferentes
até mesmo convivem com pessoas que passam pessoas se unem em prol de ajudarem uma de-
pela mesma situação. terminada pessoa ou causa, a vantagem deste
Esses novos tempos estão trazendo tipo de “vaquinha” é que alcança um grande nú-
também novas profissões. Por exemplo, se mero de pessoas inclusive de outros estados, de
atualmente fosse realizado uma pesquisa en- outros países, algumas campanhas realizadas
tre crianças e adolescentes sobre o que que- pela rede social INSTAGRAN com o intuito de
riam ser no futuro, com certeza alguns diriam arrecadar dinheiro para o tratamento de doenças
que gostariam de ser blogueiros ou youtubers. graves, são compartilhadas e recebem ajuda do
O blogueiro seria um termo para denominar o mundo todo, sendo aderidas inclusive por artis-
sujeito que publica em blogs, para Duran e Du- tas e famosos, o que aumenta ainda mais a dis-
ran (2014, p.73) “os blogs trazem também ca- seminação desse pedido de ajuda.
O Brasil que nos últimos anos vem pas- o Tinder, vários outros aplicativos vem surgindo
sando por um momento muito importante de sua com o mesmo objetivo, tais como, “Hornnet4”,
História, como afirma Napolitano (1998), assim “Adote um cara”, “Bumble”, “Good to Go”, “How
como em 1984 em que muitas pessoas foram about we”, “Love Project”, “Happn”, “Flert”, “Ba-
às ruas pedindo eleições diretas para presiden- doo”, “Date me” entre outras dezenas” (MOU-
te, movimento que ficou conhecido como “dire- RA e CORTÊS, 2015, p. 4-5) nos quais os su-
tas já”, e que teve um forte significado simbólico jeitos podem buscar novos relacionamentos e
para o fim do regime militar. Viveu, recentemen- encontrar as pessoas conforme características
te, em 2013 uma grande manifestação organi- pré-selecionadas, como sexo, idade e distância
zada em todo o país, inicialmente por conta do em que eles se encontram. Surge assim a pos-
aumento das tarifas de ônibus a manifestação sibilidade de escolher um novo amor apenas por
tomou proporções gigantescas, em que milhares um clique: “Dessa maneira, a figura amorosa se
de brasileiros, em sua grande maioria jovens, fo- torna, assim como um produto, algo passível de
ram as ruas protestar contra a corrupção, a má descarte ou troca, por outro objeto mais atraen-
qualidade dos serviços públicos, os gastos ex- te para aquele momento específico” (MOURA e
cessivos com a copa do mundo que seria rea- CORTÊS, 2015, p. 3), na busca de suprir assim,
lizada no país no ano seguinte e várias outras a sensação de solidão.
coisas. Esse grande movimento que ganhou as Justamente por serem sociais, não de-
páginas de jornais do mundo todo, foi combina- ve-se pensar nas mídias sociais apenas como
do e organizado por meio das redes sociais, o instrumentos de encontros amigáveis e compar-
que fez com que as pessoas, mesmo estando tilhamento de informações relevantes, mesmo
distantes, em diferentes estados, pudessem se isto sendo a promessa de muitos aplicativos,
comunicar e se unir para lutarem por um mesmo normalmente podem surgir por meio delas dis-
objetivo (SCHERER-WARREN, 2014). Depois cussões, debates, conflitos e outras formas de
desse grande movimento de 2013, muitos outros violência que por estarem em um ambiente vir-
o sucederam, todos tendo uma característica em tual podem ser muito mais difíceis de serem iden-
comum, as redes sociais, como ponto de encon- tificadas. Conforme diz Recuero (2009, p.84): “O
tro e propagação de ideias. conflito é igualmente frequente nas redes sociais
Outro ponto importanté é o imediatismo na internet. Em um fotoblog coletivo, por exem-
instaurado a partir das mídias sociais, conside- plo, é muito comum que indivíduos mal-intencio-
rando que ao mesmo tempo que uma pessoa nados postem fotos pornográficas ou ofensivas”.
está online, ela deseja que o outro também este- Todo este poder das mídias sociais re-
ja e lhe responda quase que instantaneamente. quer também atenção, pois traz consigo alguns
“Deste modo, os agentes envolvidos têm uma perigos. O Cyberbullying, ou assédio virtual, é
expectativa de resposta imediata ou quase ime- um movimento fortemente encontrado nas redes
diata, estão ambos presentes (on-line, através da sociais. Por meio de perfis “fakes” ou falsos, os
mediação do computador) no mesmo momento internautas se sentem mais à vontade para pra-
temporal” (RECUERO, 2009, p.32). Hoje em dia ticar atos de racismo, xenofobia, homofobia, ou
muito além da tela do computador, a mediação seja, ações preconceituosas. “Há comunidades
ocorre por celular, em nossas mãos e em todos para que as pessoas escrevam sobre as outras
os lugares, aumentando a angústia e sofrimento que odeiam, comunidades ofensivas, defenso-
em relação a necessidade da resposta imediata ras do racismo ou nazismo, ofensas em comuni-
do outro, desse outro estar disponível para mim dades, em perfis, etc.” (RECUERO, 2009, p.84).
todos os instantes. Nesse contexto, “Os relacio- Esse movimento pode proceder de apenas um
namentos virtuais vieram para suprir o imediatis- indivíduo ou de grupos virtuais, que na maio-
mo do desejo, condições desenvolvidas com as ria das vezes são criados com essa intenção, e
novas tecnologias” (SILVA, 2013, p. 2). pode ocorrer também uma forma de perseguição
Através dessas novas formas de comuni- específica ou de maneira generalizada.
cação e interação, surgiram os aplicativos de re- Foi justamente, pelo aumento do núme-
lacionamento, tais como o Tinder, que é um apli- ro de casos de crimes na Internet, chamados
cativo para busca de pessoas com o objetivo de também de crimes cibernéticos ou virtuais, que
estabelecer novos relacionamentos. O aplicativo tornou-se necessária a criação de leis especí-
usa como base informações pessoais obtidas ficas para esse meio, apesar da dificuldade de
mediante login com o facebook. Mas, não é só encontrar os verdadeiros culpados, essas leis
podem ser consideradas um avanço para a pu- vel através desses meios.
nição desses delitos. Um exemplo é a lei de Nº A Internet assume um caráter positivo
12.737, de 30 de novembro de 2012, conhecida para o que é denominado de Marketing Digital.
popularmente como lei Carolina Dieckmann, que “Entre as atividades fundamentais do marketing
pune judicialmente delitos informáticos, como estão à pesquisa de mercado, o planejamento
invasões de dispositivos informáticos e publi- do produto, a determinação de preços, a propa-
cações de conteúdos particulares. A lei possui ganda, a promoção de vendas e a distribuição.”
justamente esse nome, de uma famosa atriz (SILVA e FERREIRA JUNIOR, 2013, p. 3). As
brasileira, pois esta no ano de 2012 teve seus empresas tem utilizado as mídias sociais para
computadores invadidos e suas fotos íntimas di- estas ações, considerando a facilidade de aces-
vulgadas publicamente (DURAN e BARBOSA, so e o longo alcance populacional. Através da
2015). criação das lojas virtuais, o consumidor não pre-
Mesmo com a criação de novas leis, cisa mais sair de casa para comprar seu produto,
muitas pessoas continuam cometendo crimes basta acessar e realizar o pedido, que será en-
na internet, e se utilizando das redes sociais tregue em sua própria casa. Assim, o marketing
para espalhar o ódio e fazer insultos. A Atriz atua “da captação, manutenção e fidelização de
Thaiz Araújo e a jornalista Maria Júlia Coutinho, clientes por meio da criação, da entrega e da co-
conhecida popularmente por seu apelido Majú, municação de um valor superior para o cliente”
sofreram ofensas e ameaças por meio de per- (SILVA e FERREIRA JUNIOR, 2013, p. 4).
fis nas redes sociais “na ocasião uma série de
perfis fakes e autênticos destilaram nas fotos SOBRE A CONSTRUÇÃO DA AUTOIMAGEM
das personalidades comentários que ofendiam E RELAÇÃO COM AS MÍDIAS SOCIAIS
sua raça, cultura e dignidade humana.” (ALVES
e MOURA, 2016, s.p.). Assim como a adoção De acordo com Sartre (1943) 6 apud Er-
de um casal de atores famosos, de uma meni- thal (2004, p. 21) “liberdade é existência e nela
na africana, os atores brancos, loiros dos olhos a existência precede a essência”, ou seja, o ho-
azuis, adotaram uma criança negra, e também mem é lançado ao mundo e, a partir disso co-
sofreram ofensas por meio das redes sociais. Os meça a constituir sua essência, ele não é como
insultos eram voltados à criança de apenas dois os objetos que tem sua essência definida antes
anos de idade, que sofreu ataques racistas. Em mesmo de ser feito. Por exemplo, uma mesa,
todos os casos a justiça foi acionada e os perfis antes mesmo de existir foi um projeto, alguém
estão sendo investigados, e se identificados os pensou, projetou, desenhou, e a construiu, antes
responsáveis responderão judicialmente por in- dela existir ela já tinha uma função, já tinha um
júria e preconceito (VEJA ONLINE, 2016). “pra quê” ser. Por mais que os outros a usem
É por meio das redes sociais que as para outras coisas, ela vai continuar a ser mesa,
pessoas podem estar mais próximas de seus re- sua essência não vai mudar. Já o homem, mes-
presentantes políticos, considerando que eles a mo que ao nascer tenha sua vida projetada por
utilizam para esta finalidade. Grande parte dos seus pais ou responsáveis, é um ser livre, pode
políticos já utilizam redes sociais como o Twitter se reinventar quantas vezes forem necessárias,
e o Facebook, para divulgar seus projetos e ten- ele precisa construir sua essência ao longo de
tar se aproximar de seus eleitores, como forma sua existência, “ele é o que se projeta ser e não
também de garantir voto e filiações para seus existe antes desse projeto.” (ERTHAL, 2004,
partidos. É por meio dessas redes que eles in- p.23)
formam e comunicam o eleitor, direcionam suas Sartre denomina de “projeto original essa
ideias e aproximam o governo dos governados. escolha que o indivíduo faz de si” (ERTHAL,
Para exemplificar o grande alcance das mídias 2004, p. 23), o ser humano é projeto, o tempo
sociais nesse aspecto podemos considerar “a todo ele está projetando possibilidades, e to-
campanha realizada por Barack Obama em dos tem um projeto original, uma característica
2008 para a eleição presidencial dos EUA supe- central, uma forma de ser e ver o mundo, e é
rou qualquer expectativa, traçando novos rumos através desse projeto, que os outros projetos
para o marketing político.” (SILVA e FERREIRA são pensados e organizados. As características
JUNIOR, 2013, p. 2). Nesse sentido, pode-se das pessoas fazem parte do significado que elas
considerar um aumento da participação da so-
ciedade na política, que se tornou mais acessí- 6
SARTRE, Jean-Paul. (1943) O Ser e o Nada.
vão dando as coisas, ao sentido que elas dão 78). Como resultado disso, o sujeito pode ideali-
ao mundo. “Se cada individuo é um projeto que zar uma imagem de si, em busca de compensar,
a partir do qual se originam os demais, para que de certa forma, a imagem negativa que se tem
possamos compreender um individuo [...] preci- de si mesmo.
samos compreender os atos e as atividades des- A imagem teria então dois aspectos fun-
se indivíduo [...]” (ERTHAL, 2004, p. 72). Assim, damentais: a forma como o sujeito considera
o ser humano passa a construir uma imagem do suas capacidades, o que ele é, o seu eu-real,
mundo e de si mesmo, passando inclusive pelo e a forma como ele gostaria de ser, suas pre-
desenvolvimento da imagem corporal. tensões e desejos, uma imagem idealizada, o
Carvalho e Neto (2012) dizem que o ser eu-ideal. Quando essa imagem idealizada, é
humano vai desenvolvendo e construindo sua muito distante da imagem real do sujeito, e “[...]
imagem corporal desde o seu nascimento até é colocada a um nível de expectativa tão alto” o
sua morte, “dentro de uma estrutura complexa, sujeito passa a “não perceber o sentido verda-
sofrendo modificações que implicam na cons- deiro de sua vida”. A maioria das mudanças que
trução contínua e reconstrução incessante.” um sujeito realiza, ao longo de toda sua vida,
A imagem corporal é conceituada por Schilder ocorre “com auxílio e por causa da autoimagem,
(1950) 7 apud Erthal (2004, p.75) como “[...] um indivíduos que desenvolvem comportamentos
retrato do corpo formado na mente”, sendo as- neuróticos para lidar com o mundo têm uma
sim, “nossas emoções e ações são inseparáveis visão irreal de si mesmos e vivem em função
da imagem corporal”. de ideias inalcançáveis”. Ao entrar em uma rede
Cada ser vai se relacionando com o social, as pessoas acabam se deparando com
mundo a sua volta de uma forma muito única e uma imagem de um ser humano que não existe,
particular, o que “[...] somente é experienciado que precisa se mostrar para o outro como um
por meio do corpo”. É através “das relações no ser perfeito, que é sempre lindo, que tem a maior
mundo que a pessoa se define e dá significado a quantidade de curtidas, que faz tudo melhor que
si mesma”, a partir desse relacionamento que o os outros, assim acabam buscando alcançar
sujeito vai constituindo sua autoimagem, em um uma perspectiva impossível de ser alcançada, o
processo constante, pois “as pessoas aprendem que gera sofrimento (ERTHAL, 2004, p. 79-80).
a valorizar seus corpos através da interação com O ser-no-mundo, que se encontra e faz
o ambiente, assim sua autoimagem é desenvol- parte desse cenário contemporâneo, está viven-
vida e reavaliada continuamente durante a vida” do em uma “sociedade individualizada” (BAU-
CARVALHO e NETO, 2012, p.1). A imagem que MAN, 2007, p. 35) e essa falta de contato com
o sujeito cria de si mesmo vai interferindo em o outro faz com que ele perca o sentido de exis-
suas escolhas ao longo de sua vida e “é a es- tência, pois como diz Perdigão (1995, p. 144),
colha original que determina o valor das causas eu dependo do outro para obter uma verdade ao
e dos motivos que podem guiar nossas ações meu respeito, o outro “é indispensável ao con-
parcialmente. É o que permite o significado ao hecimento que tenho de “mim mesmo” [...] é a
mundo” (ERTHAL, 2004, p.71). condição necessária para que eu possa me con-
Segundo Erthal (2004, p.77) a auto- hecer, de uma maneira que, sem o olhar dele, eu
estima estaria relacionada “aqueles adjetivos sequer seria capaz de imaginar que fosse possí-
que costumam qualificar as características que vel”, ou seja, eu preciso da existência do outro
constituem o eu”. Quando o eu vai se tornan- “pois se o outro não existisse eu não poderia
do um objeto de cuidado, impossibilita o sujei- saber-me visto objetivamente”, não conseguiria
to de se enxergar como verdadeiramente ele é. sozinho, mesmo que imaginando um outro, fazer
No momento em que esse individuo, constrói uma representação de mim.
uma concepção negativa de si, pode atrapalhar Sobre a importância desse olhar do outro
seu crescimento, visto que esta visão pode vir Vieira Junior et al. (2016, p. 122) afirmam que
acompanhada de sentimentos de ansiedade e o ser se caracteriza por três aspectos, como se
depressão. “O complexo de inferioridade é uma fosse vértices de um triângulo, onde o primeiro
maneira de escolher a si mesmo como uma es- vértice seria o ser-em-si que “[...] diz respeito ao
trutura organizada de um plano elaborado de ser dos objetos, que é fechado e enrijecido em
comportamento fracassado” (ERTHAL, 2004, p. si mesmo”, o segundo vértice seria o ser-para-si
que se “[...] trata do ser da consciência, que é
7
SCHIlDER, Paul. (1950) Imagem do Corpo: as energias constru-
tivas da psique. um processo contínuo de construção e abertura
a possibilidades” e por fim, o terceiro vértice, o temente, ser completamente feliz. Esse modo
ser-para-outro, que vai “constitui-se como prin- de ser, encontrado nas redes sociais é utópico,
cipal fundamento das relações que o sujeito vai ninguém é feliz o tempo todo como demonstrado
estabelecer”. É como Trindade (20138, p.163) nos aplicativos.
apud Vieira Junior et al. (2016, p. 122) afirma É justamente pela característica dessas
“da mesma maneira que posso olhar o outro e novas formas de interações, de se aproximar
defini-lo através de minha subjetividade, sei que do outro virtualmente, pois “exatamente como
o outro pode olhar-me e definir-me através de uma rede de computadores conecta máquinas,
sua subjetividade” uma rede social conecta pessoas.” (RECUERO,
Apesar do olhar do outro ser objetivan- 2009, p. 94). Assim, esse contato faz com que
te, “pois sob a ótica do outro, se é percebido manifestem-se as angústias no sentido que ou-
como ser-em-si”, o sujeito necessita do recon- tro é melhor que eu, isso ocorre a partir de uma
hecimento desse outro para se conhecer, para maneira singular de ver e vivenciar o mundo,
se constituir. As pessoas vivem no mundo em pois além da presença do outro, “existe a min-
uma constante batalha de consciências, onde ha presença no mundo, sem a qual esse mundo
cada um busca executar sua liberdade. “quando não poderia fazer nenhum sentido para mim, e
nossas expectativas estão de acordo com o ol- existem os meus sentimentos, as minhas angús-
har do outro, há uma trégua nesse conflito, caso tias, a minha maneira de ser e estar nesse mun-
contrário, o outro será um espelho crítico que do” (PERDIGAO, 1995, p. 34).
aponta nossos vícios.” (OLIVEIRA, 20089 apud Essa angústia faz com que os indivíduos
VIEIRA JUNIOR et al. 2016, p.122). realizem escolhas para serem o que querem ser,
Ao escolher entrar em contato com as se aproximando com as similaridades do projeto
mídias sociais, um mundo de novas possibilida- do outro ou distanciando-se. É essa necessida-
des é apresentado ao sujeito, considerando a de de ser, de ter, e de realizar o projeto que está
ampla diversidade de meios de utilização des- sempre rascunhado para um futuro, para o vir-a-
sas redes. Inicia-se então um processo de trans- ser. Conforme afirma Perdigão, (1995, p. 107):
formação em seu contexto de mundo. O sujeito
“ao entrar em contato com qualquer coisa, mun- Mas se examinarmos as principais categorias
daniza-a, torna-se dependente dela, ocupa-se das ações humanas - fazer alguma coisa, ter
dela, quer conhecê-la, significa-a, expressa-a esse ou aquele objeto, ser isso ou aquilo -
dando lhe também um colorido afetivo” (LAPOR- iremos concluir que todas se resumem, no
fundo, à mesma busca pela apropriação do
TE e VOLPE, 2003, p.24). É o fenômeno que
que nos falta para nos completarmos como
acontece quando as pessoas se relacionam com
Em-Si-Para-Si. Esse “projeto abstrato de
o meio virtual e este passa a fazer parte cotidia- possuir o Ser em geral” se revela, na vida
namente da vida delas. concreta, em nossos projetos de nos apro-
No entanto, é ao entrar em contato com o priarmos de alguma coisa específica, pelo
outro que o indivíduo percebe seu projeto como desejo de fazer, ter ou ser.
ser-no-mundo, conforme diz Laporte e Volpe
(2003, p. 90): “O outro possui uma parte de De acordo com Frankl (2008)10 apud Ba-
mim que eu não tenho e desejo ter – uma com- tista e Barros (2016, p. 11) o homem é um ser
preensão objetiva de minha subjetividade.”. E é singular, único, e por causa disso, cada um tem
a partir desse pressuposto que surge o desejo um projeto, “[...] uma missão particular que pre-
de termos tudo o que é do outro, principalmente cisa ser concretizada e realizada somente por
as coisas visualizadas nas redes sociais, como a este indivíduo. Sendo assim, a vida indaga cons-
casa perfeita, o carro do ano, ter a habilidade de tantemente o ser humano sobre o sentido de
fazer as melhores comidas, ter o melhor corpo, sua existência.” Na sociedade atual, o homem
fazer as melhores viagens, ter as melhores fotos está deixando de lado sua liberdade de escol-
com o maior número de curtidas, e consequen- ha e “quando a vontade de sentido é frustrada
[...] o indivíduo deixa de decidir por si mesmo o
8
TRINDADE, R. (2013) Sartre: A consciência de ser visto. Alabasto:
Revista eletrônica dos alunos da Escola de sociologia e política de
que escolher, assujeitando-se a outros, de for-
São Paulo, 2(1), 157-168. ma a assumir o sentido de vida de outras pes-
9
OLIVEIRA, C. M. (2008) A psicanálise existencial de Jean- Paul soas”. Essa falta de sentido vai fazer o homem
Sartre na peça “Entre Quatro Paredes”: O jogo de espelhos no
encontro com o outro. In Anais do primeiro simpósio de psicologia FRANKL, U. E. (2008). Em Busca de Sentido (32a. Ed.) Petró-
10
se deparar com a frustação, que poderá levá-lo Em uma visão existencialista, o homem,
por fim a um vazio existencial, “que consiste na que é um ser único, ao ser lançado no mundo
ausência de sentido da vida”. A partir disso, ele precisa ir significando sua existência a partir
passa a “[...] querer fazer o que os outros fazem, das relações que estabelece com o mundo e
ou termina fazendo o que os outros querem, es- os outros a sua volta, ele precisa do olhar do
quecendo da sua singularidade” (FRANKL, 2011 outro para se perceber, olhar esse que atual-
apud BATISTA e BARROS, 2016, p. 12). mente está sendo mediado pelas redes sociais.
Praticamente todas as necessidades do Assim, o sujeito passa a sentir a necessidade
homem, estão cada vez mais, sendo satisfeitas de se mostrar como perfeito o tempo todo nas
por essa sociedade moderna e tecnológica, mui- mídias sociais e expor sua felicidade para que
tas dessas necessidades primeiro são criadas todos possam ver. Porém, essa perfeição é utó-
para depois poderem ser satisfeitas, entretanto, pica, levando ao encontro da angústia e ao vazio
como afirma Frankl (2012)11 apud Batista e Ba- existencial.
rros (2016, p. 13) “[...] existe uma necessidade Nas mídias sociais, o individuo acaba
que desta forma não há como ser suprida, a von- encontrando perfis de imagens idealizadas, que
tade de sentido, sendo esta a mais humana e não são reais, e que são impossíveis de serem
na qual, continuamente permanece frustrada.”. alcançadas, o que pode levá-lo ao sofrimento,
Quando nasce uma pessoa e ela é declarada pois ele pode criar, idealizar uma imagem de si
pelos demais como um ser humano “consequen- impossível de ser atingida, muito distante de sua
temente ele é um ser responsável, carecendo imagem real, do que ele é, o que o leva a um
de um sentido para sua vida.” (BATISTA e BA- sentimento de frustação por não conseguir ser
RROS, 2016, p. 14). tão perfeito como os outros, e como ele próprio
O homem moderno então precisa signi- se imagina.
ficar suas vivências se relacionando com essa Finalizando este trabalho surgiu a notícia
sociedade atual e com as novas tecnologias que de que o Brasil seria o segundo país do mundo
surgem a cada instante. A partir das novas for- a ofertar um curso de graduação em Digital In-
mas de se relacionar ele precisa se inventar e fluencer. O curso que será ofertado pelo Centro
se reinventar quantas vezes for necessário, em Universitário Brasileiro – UNIBRA de Recife-PE
busca de um sentido para sua existência. se iniciará no primeiro semestre de 2018, tem
duração de dois anos e irá profissionalizar as ati-
CONSIDERAÇÕES FINAIS vidades de blogueiros, youtubers e outros pro-
fissionais, visto que ao término deste, a pessoa
A partir da compreensão da sociedade receberá o título de Tecnólogo em Influenciador
pós-moderna, que vivencia o processo de glo- Digital. A iniciativa de criação do curso surgiu
balização, pode-se compreender as mudanças com o crescimento da área que vem ganhan-
que vem ocorrendo na forma de comunicação do cada vez mais espaço e destaque nos dias
das pessoas, a qual, pelo avanço tecnológico, atuais, como citado neste trabalho. (O POVO,
passou a ser instantânea. Essas mudanças 2017).
trouxeram novas formas de se relacionar, sendo Ao longo da pesquisa realizada, no-
as mídias sociais um dos meios mais utilizados tou-se uma carência de informações científicas
para essa finalidade atualmente. sobre o tema por ser um assunto muito atual e
Através das mídias sociais, as pessoas recente. Faz-se necessário então, que mais pes-
passaram a interagir umas com as outras por quisas e estudos sejam feitos, considerando que
meio de uma tela, substituindo assim os en- é uma temática presente em praticamente todos
contros face a face, o que acaba aproximando os dias e em todos os lugares na vida de uma
quem está longe, mas em contrapartida distan- grande parte das pessoas que compõem a so-
ciando quem está lado a lado. Esse meio tam- ciedade pós-moderna.
bém está sendo utilizado por uma grande parte
da sociedade, das mais diferentes idades, para REFERÊNCIAS
a realização de diversas atividades, tais como
as apresentadas nesse trabalho, além de outras ALVES, C. J. L.; MOURA, S. A. Facebook como
não citadas. panótipo moderno: como a vontade de contro-
le emana do indivíduo. XIII EVIDOSOL E X CIL-
FRANKL, U.E. (2012) Logoterapia e Analise Existencial. Rio de
11
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