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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA – CAMPUS LIBERDADE

CURSO DE MODA

Aline Miranda da Silva & Stephany Mendes Silva

NO DESENROLAR DOS FIOS DE ARACNE:


CONFORMAÇÕES DA EMPÁFIA PRESENTES NO INDIVÍDUO DAS LINGUAGENS
DIGITAIS

Belo Horizonte
2024
Aline Miranda da Silva & Stephany Mendes Silva

NO DESENROLAR DOS FIOS DE ARACNE:


CONFORMAÇÕES DA EMPÁFIA PRESENTES NO INDIVÍDUO DAS LINGUAGENS
DIGITAIS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Curso de Moda do Centro Universitário UNA
como requisito parcial à obtenção do título de
Bacharel em Moda.

Orientadoras: Prof.a Gabriela Ordones Penna


Prof.a Giovanna Gaba

Belo Horizonte
2024
SUMÁRIO
RESUMO
O presente trabalho objetiva denotar num imbricamento entre o Mito Grego e o
vestuário Fashionista as várias formas de arrogância presentes no discurso das linguagens
digitais, contemplando a profundidade característica do Mito e explorando, principalmente, sua
relação com os excessos e com o mal estar contemporâneo; em específico, aquele causado pela
exposição às redes de comunicação. A Mitologia Grega foi escolhida, dentre outras razões,
devida sua função religiosa e poética que permitiam aos antigos significar seus ambientes e
fenômenos; possibilitando-os, por meio do seu sistema-próprio de educação, o acesso a si
próprios e ao divino. Assinado pela ótica exígua dos dias de hoje, o discurso abastecido de um
indivíduo, principalmente se consumado nas linguagens digitais, é . Concebido como resposta
ao mito de Aracne, onde a mesma é castigada por sua altivez, fazendo analogia do mito com a
analise das redes sociais (Explanação sobre o mito específico.) Este presente tema dos
discursos nas redes virtuais e a empáfia presente no individuo perante o seu semelhante será o
foco deste artigo. . Para evidenciar esta discussão adotou-se a análise bibliográfica, ...... ...
(referências). Com o intuito de significar, se utilizou do Mito de Aracne, ..., ...., ..., dentre
outras. Portanto, pode-se inferir a (Modernidade). Para onde se desenrolam os fios de Aracne.

Palavras-chave: Moda; Mito; Digital; Redes Sociais

RESUME
Key-words:
CAPITULO 1
As redes sociais emergem como uma força transformadora na paisagem social, cultural
e tecnológica nas primícias do século XXI. Com o desenvolvimento da internet e das
plataformas digitais interativas como o Facebook, Twitter, Instagram e LinkedIn, as relações
humanas e a maneira como nos conectamos, interagimos e compartilhamos informações
mudaram drasticamente. Essas mudanças contribuíram para um cenário de conexão muito
profundo. Isso possibilitou inúmeros cenários fantásticos como: falar com pessoas do mundo
inteiro em tempo real, propagar informações de forma muito mais rápida, comprar no conforto
do lar e até fazer com que a comida venha até você. Essa tecnologia é algo que para os antigos
(como os gregos que viveram há XII séculos a.C) seria impossível! Essa globalização conectou
diferentes pessoas em uma realidade palpável na palma da mão.
Estar conectado o tempo inteiro nem sempre acarreta somente aspectos positivos. O
indivíduo nas redes virtuais atua ali dentro daquele mundo fantástico sem se perceber fora
dessa realidade. A autoimagem se distorce para milhares de imagens assistidas. Cria-se uma
imagem distorcida como Azuma tentativa de se enquadrar em algo, de fazer com que o sujeito
seja interessante de ser assistido. A geração de conteúdos como no TikTok faz com que
qualquer pessoa consiga ser assistido por milhares. Isso não só contribui para um narcisismo
cibernético como também faz com que a busca pela atenção seja constante.
Fabiano Veliq é doutor em Filosofia pela UFMG e doutor em Psicologia pela PUC
Minas, em seu livro “O Ser Humano Frágil Diante de um Deus Fraco, 2021 discorre sobre a
auto afirmação nas redes e o drama do sujeito contemporâneo que está frágil diante a esse
universo de possibilidades que é a internet:
‘’Aqui reside algo a respeito das novas formas de afirmação do
sujeito contemporâneo, essa tentativa frenética de se alto afirmar
constantemente acaba por demonstrar uma completa fissura nesse sujeito. Ele
oscila constantemente entre a autoafirmação simbólica, ora se apegando a
um, ora outro. Nesse sentido, o drama do sujeito contemporâneo se encontra
em sair desse círculo vicioso. Não é realmente curioso o fato de que as redes
sociais seja o lugar onde esse círculo vicioso se mostra de forma muito
nítida? Ali parece haver uma espécie de ‘’suspensão simbólica’’ afinal, as
relações nas redes sociais são, em grande medida, imaginarias, mas ao
mesmo tempo, uma espécie de aposta no ‘’real em si’’ (a ideia de que posso
livremente expressar quem sou por meio dos meus posts). Nesta estranha
economia a que o sujeito contemporâneo está submetido o que está em jogo
é, dentre outras coisas, o tipo de persona que será construído pelo sujeito
como forma de interação (em grande medida imaginária) com o outro.’’Ref.

Essa busca por autoafirmação cria no sujeito contemporâneo a necessidade de uma


“persona” que, alimentado pela natureza midiática das redes sociais, se exibe distintivamente
de sua personalidade real. Os momentos registrados e postados, a interação gerada pelos posts
e os comentários manifestados se tornam o ponto de apego para o sujeito; tudo devido essa
necessidade de autoafirmação, a necessidade de ser visto, lembrado e “viralizado”, de ser outro
para o outro.
Em decorrência disso, uma das facetas desse comportamento é o ‘’fator opinião’’, que
se manifesta em quase todos os tipos de relações nas redes virtuais. O indivíduo opina e
discursa sobre tudo o que consume. Opiniões estas que nem sempre são atribuídas a
pensamento positivo sobre o outro. ... de outro indivíduo...
MITO
É difícil dar uma origem precisa do Mito, mais difícil é explicar de fato o que é que
compõe um Mito, por ser milenar e não ter uma data definida de quando realmente surgiu. Ele
narra acontecimentos fantásticos, tragedias, conta como algumas coisas foram criadas, (como o
Mito de Aracne que conta a história da aranha) cria deuses e situações inusitadas. Há em
diversas culturas o Mito. Desde as mediterrâneas, asiáticas quanto arcaicas. Mas, a Mitologia
grega é a mais conhecida. Seus deuses como Apolo, Zeus, Atenas, dentre outros, são
conhecidos até os dias de hoje!
Mircea em seu livro Mito e Realidade afirma que a maneira menos imperfeita de
definir o mito dizendo que ele é uma história sagrada, que tem a abordagem do nosso tempo
primordial, o princípio de tudo.
‘’A definição que a mim, pessoalmente, me parece a menos
imperfeita, por ser a mais ampla, é a seguinte: o mito conta uma história
sagrada; ele relata um acontecimento ocorrido no tempo primordial, o tempo
fabuloso do "princípio". Em outros termos, o mito narra como, graças às
façanhas dos Entes Sobrenaturais, uma realidade passou a existir, seja uma
realidade total, o Cosmo, ou apenas um fragmento: uma ilha, uma espécie
vegetal, um comportamento humano, uma instituição. É sempre, portanto, a
narrativa de uma "criação": ele relata de que modo algo foi produzido e
começou a ser. O mito fala apenas do que realmente ocorreu, do que se
manifestou plenamente. Os personagens dos mitos são os Entes
Sobrenaturais. Eles são conhecidos sobretudo pelo que fizeram no tempo
prestigioso dos "primórdios". Os mitos revelam, portanto, sua atividade
criadora e desvendam a sacralidade (ou simplesmente a "sobrenaturalidade")
de suas obras. Em suma, os mitos descrevem as diversas, e algumas vezes
dramáticas, irrupções do sagrado (ou do "sobrenatural") no Mundo. É essa
irrupção do sagrado que realmente fundamenta o Mundo e o converte no que
é hoje. E mais: é em razão das intervenções dos Entes Sobrenaturais que o
homem é o que é hoje, um ser mortal, sexuado e cultural.’’

A mitologia grega tem esse grande papel de narrar essas criações e como as coisas
surgiram. Seus personagens como: Gaia, Urano, Júpiter dentre outros são os elementos naturais
da terra atribuídos em histórias de heróis que moldaram o comportamento e crenças de todo um
povo seguinte à sua origem.
3 DESENVOLVIMENTO
3.1 DE ONDE VEM A MITO
3.2 DESDOBRAMENTO CONTEMPORANEO
3.3 IMPLICAÇÕES
3.4 REPRESENTAÇÕES FASHIONISTAS
3.5 PORQUE O MITO É IMPORTANTE
4 CONCLUSÃO
“No Desenrolar dos Fios de Aracne” foi o tema escolhido para elaboração desse projeto.
Este tema nos atentou aos olhos pelo apreço e amor as mitologias e suas representações.
Usaremos a mitologia de Aracne e com essa história a nossa missão é retratar como a
prepotência e a arrogância são sinônimos e estão bem presentes na nossa sociedade
contemporânea.

Em uma era onde no digital todos podem expressar sua opinião de forma “livre”, o reflexo
interior do ferido, fere o outro sem excitação. Embora tenhamos liberdade de expressão é
importante fazê-lo com humildade, responsabilidade, modéstia e respeito. Para não nos
envolvermos nas teias de nossas próprias ambições e altivez para conosco e com o próximo.

No mito de Aracne, sua soberba fez com que ela caísse em desilusão, sua prepotência deu um
fim drástico a sua história. No tecido dos mitos antigos, Aracne surge como uma figura
emblemática. Sua história retrata uma tecelã que de tão habilidosa que era, usava esse poder de
forma prepotente e arrogante. Quando diziam que seu dom era advindo dos deuses, Aracne
berrava aos céus dizendo que aquela habilidade era ela que tinha desenvolvido e que isso não se
atribuía de forma alguma as divindades. Atena foi até Aracne se disfarçando de velha e a
aconselhou. A velhinha com muita sabedoria disse:

“- Desafia os mortais como tu, mas não te atrevas a competir com uma Deusa. Ao contrário,
aconselho-te pedir-lhe perdão pelo que disseste, e, como a deusa é misericordiosa, talvez te
perdoe.

Aracne ficou irritada e retrucou a velhinha:

-Trata de aconselhar suas filhas e suas servas. Quanto a mim, sei o que dizer e o que fazer. Não
tenho medo dessa Deusa. Que ela mostre sua habilidade, se se atrever.

- Ela aqui está – Disse Atena revelando seu disfarce.’’ (...)

Aracne não se estremeceu, na verdade ela se manteve firme, e, levada por sua confiança e
prepotência enfrentou o destino.

Elas iniciaram uma competição de tecelagem. Ambas as tecelãs trabalharam em seus teares,
estavam determinadas e imbuídas de destreza. Atena bordou em seu tecido sua cena de disputa
com Poseidon para decidir quem governaria a capital da Ática, (hoje capital da Grécia, Atena) e
aos 4 cantos representou incidentes de descontentamento dos deuses com mortais que se
atreveram a concorrer com os deuses.

Aracne destinou seus bordados a provar o engano e os erros dos deuses. Em uma das cenas se
tem Leda acariciando um cisne, sendo na verdade esse cisne Zeus disfarçado. Em outra cena ela
retrata Europa iludida por Zeus que está em forma de Touro. Europa cavalga neste touro e assim
é raptada por Zeus.

Atena se sentiu enfurecida com o insulto de Aracne. Ela rasgou o tecido em pedaços. Atena pôs
sua mão na cabeça de Aracne a fazendo se sentir culpada por tal ação. Aracne enforcou-se, mas
Atena teve piedade da mesma ao ver ela nesta situação. Neste instante Atena a castiga
transformando-a em aranha, assim a condenando a tecer para sempre. Essa metamorfose serviu
de lição sobre os perigos da arrogância. Cada fio tecido por Aracne é uma lembrança de sua
antiga presunção e uma advertência para aqueles que ousam desafiar os deuses.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Livro: O livro de ouro da Mitologia: Histórias de deuses e heróis – Thomas Bulfinch

https://europe-nations.estudosculturais.com/pdf/0201.pdf

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