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da Técnica
Psicanalítica
Sàndor Ferenczi
Não cabe à psicanálise, afastar todo e
qualquer sofrimento do paciente; de
fato, aprender a suportar um
sofrimento é um dos principais
resultados da psicanálise.
Neste texto, Ferenczi quer nos tornar acessíveis alguns
aspectos da técnica que vinha utilizando nos seus tratamentos.
É uma iniciativa que, segundo ele, se justifica pelo próprio
esforço de Freud em sempre deixar transparente suas
investigações dos processos mais profundos da vida psíquica.
Ferenczi enaltece esta postura e não abre mão dos
Objetivos progressos que devem ser buscados nas investigações da
subjetividade, não simplesmente a partir de uma técnica que é
razoável para casos mais simples mas que desconsidera o
psiquismo e fica na superficialidade das medições de
laboratório, mas, pelo contrário, investigando e desvendando a
tópica, o dinamismo e a economia do funcionamento psíquico.
A Equação Pessoal do
Analista
quando se pode declarar que o material fornecido é suficiente para se extrair dele conclusões;
Sentir com - “Einfulung” - comumente traduzido por empatia, significa literalmente: sentir
dentro, se tratando da capacidade de sentir o analisando dentro de si.
Nossa “sensibilidade”, embora possua raízes intelectuais, gera sobre o paciente uma
impressão de “bondade”, o que não deixa de ser um aspecto da “compreensão” analítica que
sempre atua junto à certa “frieza” (momentos de retirada libidinal sobre o paciente) que, por
sua vez, é necessária à avaliação das situações e a fazer-se as comunicações. Afinal de
contas, nós não nos guiamos somente pelos sentimentos.
O tato é a capacidade de
“sentir com”
É o paciente quem dita o tom do encontro analítico, compondo a atmosfera clínica;
no seu tempo e no seu ritmo.
Sabemos agora que por ser irrea, o quanto é perigosa a pretensão de pensar que o
analista pode permanecer como uma não-entidade sem forma para o paciente, no
curso de um procedimento terapêutico cuja essência é uma experiência intimamente
interpessoal e cujo objetivo é o restabelecimento real de contatos reais em um
mundo real por parte do paciente.
Esta impressão de “bondade” sentida pelo paciente, proveniente do “tato”, seja sentida
assim porque foi percebida como imbuída daquela exigência moral de não se fazer ao
outro o que não gostaríamos que fizessem a nós.
Exercer esse tipo de “bondade” parte da compreensão analítica e não de uma atitude que
implica em guiar-se somente pelos seus sentimentos.
O Tempo da análise
O paciente precisa estar bem ciente do que é a análise.
Não podemos prever de antemão quanto tempo uma análise irá durar, pois,
não podemos prever o nível de dificuldades a serem superadas.
A Modéstia: Não é uma atitude aprendida, mas a expressão dos limites da teoria, que inclusive, não dá
conta de todos os fenômenos da clínica.
A Paciência: É preciso esperar o tempo do paciente para que ele elabore e chegue às suas
conclusões sobre as interpretações.
Reconhecer os próprios erros: A infalibidade do analista não precisa ser preservada a todo custo. A
confiança no processo, depende da franqueza e sinceridade do analista.
Aceitar o paciente como ele é: Aceitar inclusive a antipatia de um paciente ou alguém por quem não
se tem identificação é tarefa necessária. Para isso, é preciso superar os próprios sintomas.
Aceito tornar minha a expressão “elasticidade da técnica
analítica” forjada por um paciente. Deve-se, como um
elástico, ceder às tendências do paciente, mas sem
abandonar a pressão na direção de suas próprias opiniões,
enquanto a inconsistênia de uma dessas duas opiniões não
estiver plenamente comprovada.
Translaboração
Revisão das experiências anteriores durnte o tratamento, sempre que surge uma nova
compreensão do paciente.
O novo surge com a demanda de demolir o velho edifício que fora construído até então.