Você está na página 1de 3

Disciplina: Psicoterapias.

Identificação da tarefa: Tarefa 4. Unidade 4. Envio de arquivo.


Pontuação: 15 pontos.

TAREFA 4

Ao longo da disciplina discutimos sobre as psicoterapias e suas diversas dimensões. A


partir do que foi aprendido na disciplina, considerando a psicoterapia psicodinâmica e
a psicoterapia de grupo, discorra sobre as qualidades que um psicoterapeuta
psicodinâmico deve possuir. Realize pesquisa na literatura científica (devidamente
referenciadas), pelo menos duas referências.

O texto deve ter entre 300 e 600 palavras, excluídas as referências bibliográficas, que
devem ser citadas ao final do texto.

Resposta

As abordagens psicodinâmicas vêm se desenvolvendo a partir da sua origem teórica, a


psicanálise, e tem evoluído como teoria e como terapia. A princípio como uma forma de
se adaptar e suprir as exigências clínicas, de forma coerente com os conceitos
psicanalíticos, daqueles pacientes avaliados como não indicados à psicanálise. 

Aqueles critérios externos que habitualmente eram empregados para definir a


“psicanálise verdadeira” como: uso compulsório do divã, mínimo de quatro sessões
semanais, emprego sistemático de interpretações transferenciais etc.; estão perdendo sua
legitimidade e dando lugar a critérios intrínsecos, aqueles de maior ou menor
acessibilidade que o paciente atribui ao inconsciente, especialmente se ele está
processando ou não verdadeiras mudanças psíquicas. 

As psicoterapias fundamentadas em princípios técnicos da psicanálise têm sido


intituladas de diversas formas, expressiva dinâmica, de orientação psicanalítica,
psicodinâmica, orientada a insight, exploratória, entre diversos outros termos. E está
voltada à análise das defesas e à exploração da transferência, e tem sido vista como
diferente por completo das conhecidas psicoterapias de apoio. 

 Práticas Clínicas

Na prática, a associação livre é considerada a principal forma com que o paciente se


comunica com o analista. Isso exige que o paciente relaxe o controle habitual sobre seus
processos de pensamento e se esforce em dizer qualquer coisa que vier à mente, sem
censura dos seus pensamentos e palavras.  Porém ela é menos útil conforme os
terapeutas se utilizam do tratamento do continuum em que há predominância de uma
base de apoio, pois o processo em si exige um ego saudável e maduro para manter a
cisão de um ego observador e um outro que experiência.
No entanto, acrescenta-se o fato de a comunicação verbal do paciente por meio da sua
“livre associação de ideias” pode estar sendo muito mais “livre” do que “associativa”,
isto é, ela inconscientemente pode ser uma mera “evacuação” ou à mentira, um artifício
para atrai a atenção, às vezes com o objetivo de enganar ou induzir o analista ao erro, e
as outras diversas formas de falsificação das verdades. 

Na prática atual, as intervenções realizadas pelo analista de abordagem psicodinâmica


podem ser colocadas em oito categorias ao longo de um continuum expressivo de apoio:

1. Interpretação: é uma declaração explicativa vinculada a um sentimento,


pensamento, comportamento ou até mesmo um sintoma a seu significado e
origem inconsciente, simplificando, é uma interpretação que busca tornar
consciente algo que antes era inconsciente, quando esse material já esteja
relativamente acessível à consciência do paciente.
2. Observação: essa intervenção não tenta explicar o significado inconsciente ou
vincular a uma causa, o analista apenas aponta um comportamento não verbal,
um padrão no processo terapêutico, um traço de emoção no rosto do paciente ou
a sequência de um comentário a outro.
3. Confrontação: aborda algo que o paciente não quer aceitar ou identifica a
evitação ou a minimização do paciente, geralmente apontando a evitação de
material consciente.
4. Clarificação: tem por objetivo ajudar o paciente a pronunciar sobre algo que é
difícil de colocar em palavras, através de uma reformulação ou síntese das
verbalizações do paciente para que ele obtenha uma visão mais coerente do que
está sendo comunicado. 
5. Encorajamento para falar: é um pedido por informações a respeito de um
tópico trazido à tona pelo paciente.  
6. Validação empática: é a demonstração da sintonia empática do terapeuta com o
estado interno do paciente, ao sentir que o analista compreende suas
experiências subjetivas a probabilidade de aceitar interpretações é maior
7. Intervenções psicoeducacionais: envolvem informações que são
compartilhadas pelo terapeuta para o paciente, com base no seu treinamento e
conhecimento técnico.  
8. Aconselhamento e elogio: são intervenções vinculadas porque ambas reforçam
e prescrevem certas atividades, no aconselhamento há sugestões diretas ao
analisando sobre como se comportar, ao passo que o elogio por parte do
terapeuta expressa sua aprovação e reforça certos comportamentos. 

Embora esse conjunto de técnicas sejam para suporte e educação do terapeuta, elas não
devem parecer como um “procedimento” realizado pelo psicoterapeuta no paciente.
Elas devem ser sutis e invisíveis, da perspectiva do paciente a psicoterapia deve ser
percebida como uma conversa com uma pessoa que está preocupada e tentando oferecer
compreensões úteis. 

Referências

GABBARD, G. O. (2016). Transtornos da Personalidade do Grupo B.

ZIMMERMAN, D. E. (2008). Manual de técnica psicanalítica. Porto Alegre: Artmed.


CALLIGARIS, C. (2008). Cartas a um jovem terapeuta: reflexões para psicoterapeutas,
aspirantes e curiosos. Elsevier Brasil.

GREENSON, R. R. (1981). A técnica e a prática da psicanálise. Rio de Janeiro.

Você também pode gostar