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Claudio E. M. Waks
Neste trabalho gostaria de apresentar algumas idéias a respeito do lugar do analista, a questão
do setting, o que se passa com o analista durante uma sessão – o que poderíamos chamar de
“metapsicologia do analista em sessão”. O que prevalece é idéia de que o analista não é apenas um
lugar de escuta.
A investigação psicopatológica atual defronta-se com novas fronteiras e novos desafios. Isto nos
remete aos limites, ao desconhecido, ao novo, ao enigmático que se apresenta em nossa clínica
contemporânea na forma de um sujeito que requer a elaboração de novas e mais ricas metáforas na
girava em torno de sua toxicomania, lançaram-me numa pesquisa sobre organizações psíquicas
emergentes que descobri serem amplamente consideradas como “casos difíceis” ou “in-
encontrar-se-iam aquém da sua eficácia terapêutica constituindo, assim, uma espécie de refugo
clínico, já que raros são os psicanalistas que aceitam trabalhar com tais
pacientes: psicanaliticamente incorretos.
vínculo com os pacientes — hoje podemos estar menos assustados com este ‘ponto cego’,
permitindo-nos sentir mais próxima e empaticamente aquilo que nossos pacientes suscitam
disciplina associados à prática da psicanálise como foi concebida por Freud. Trata-se de uma
tentativa de expandir os limites psicoterapêuticos da psicanálise sem, necessariamente,
abandoná-la.
psicanálise; aquela de ser, primordialmente, pesquisa permanente. Para tanto, tento situar-me à
margem dos limites apresentados pelos impasses teóricos e técnicos, para assim enfrentar os
desafios metapsicológicos e metodológicos que minha prática clínica possa apresentar. Trata-se
A escolha deste termo resulta de minha identificação com a posição adotada pela
Psicopatologia Fundamental diante do sofrimento psíquico dos seres humanos. Esta, como
sabemos, propõe que aquilo que fundamenta o sujeito (self) é seu pathos, seu modo particular de
ser e estar no mundo ante o sofrimento psíquico inerente à condição humana. A subjetividade
mais imparcial possível para, a partir desta posição, intentar operar terapeuticamente.
considera a empatia — em pathos — com o psiquismo de outrem como o instrumento que
particularmente útil em casos clínicos nos quais não se trata de tornar consciente o inconsciente
recalcado ou de colocar o ego onde o id estava. A psicoempatia fundamental pode revelar sua
particular valia como recurso técnico e agente terapêutico em casos nos quais a psicopatologia
pensar e sentir dentro do mundo interno de outra pessoa sem perder a capacidade de avaliar os
A psicoempatia fundamental que proponho é um método de escuta que não se limita ao discurso
textual do paciente, mas inclui também a entonação e harmonia com o modo que este experimenta
aquilo que está dizendo. É um processo intersubjetivo através do qual o analista tenta experimentar
da maneira mais próxima possível à experiência mental do paciente, incluindo, simultaneamente, a
experiência que este está tendo do analista. A terapêutica da psicoempatia fundamental não é
meramente a capacidade de resposta emocional por parte do analista, mas um método de investigação
outro ser humano não deveria se confundir com sentimentalismo ou mero companheirismo.
capacidade de estar com o pathos de outrem, de deixar-se afetar emocionalmente para a partir
daí, conjuntamente com o outro, tentar constituir uma base a partir da qual surja um ser (self,
estruturação.
crucial importância, pois, na minha opinião, constitui o cerne de qualquer forma de psicoterapia.
Em outras palavras, seria possível “sentir com” um outro o que este sente? Acredito que o
fenômeno humano de “sentir com” seja a forma de comunicação essencial de todo processo
indicando a enigmática possibilidade de estar dentro, estar presente, viver com e como o outro o
empatia possui múltiplas inserções na filosofia, na literatura e na história dos estudos estéticos e
psicológicos.
Interessante elaborar uma brevíssima síntese histórica do pouco conhecido
desenvolvimento do conceito de empatia.A maioria dos analistas não percebe que a empatia foi
um conceito importante para Freud, principalmente por duas razoes. Em primeiro lugar, oito das
trabalho raramente estudado por aqueles cujo maior interesse gira em torno de questões técnico-
clínicas. Em segundo, a Edição Standard traduz somente três das doze outras ocorrências como
"empatia" e nunca traduz einfhülen (que ocorre oito vezes) como "empatizar". Uma terceira
razão, menos importante, é aquela bastante conhecida por estudiosos dos textos de psicanálise
que não sejam no original em Alemão: a tradução de Strachey – que não é de maneira alguma
Freud reservou a palavra para discussões teóricas que dizem respeito à estética ou à psicologia,
pois nem uma única vezEinfühlung está traduzida como "empatia" no contexto clínico. Embora
tenha passado despercebido para a maioria dos leitores, Freud fez em seus textos um uso
condicionado à capacidade do analista em adotar uma posição empática (na edição espanhola
crucial ocorre em Sobre o início do tratamento (1913c) na qual Freud recomenda que o analista
não deve começar a interpretar até que uma relação entre paciente e analista tenha se
estabelecido, até que o paciente esteja vinculado ao tratamento e ao analista. Para conseguir este
objetivo o analista não precisa fazer nada além de empatizar e dar tempo ao paciente. É,
portanto, difícil aceitar que a empatia seja um componente essencial da técnica freudiana, um
pré-requisito para a interpretação, e que esta situação seja acatada sem muito alarde.
Freud demonstra clara percepção de uma dificuldade maior – talvez a maior dificuldade –
que torna confusa a empatia; quando acreditamos que estamos empatizando, podemos estar
projetando nossos próprios sentimentos sobre outra pessoa. As idiossincrasias do Homem dos
lobos e sua procedência estrangeira fizeram com que empatizar com ele fosse mais difícil. Que a
familiaridade reduza a dificuldade de empatizar traz questões interessantes para nossa clínica
Pode ser tentador caracterizar a atitude de Freud com relação à empatia como ambivalente,
e talvez o seja. No entanto seria mais exato dizer que ele adota uma atitude intelectual, pois é
ambivalente no que se refere às emoções, desconfiando do seu lugar no analista. Apesar de (ou,
talvez, por isso mesmo) seu insight da resistência e do conflito inconsciente, ele mantém-se
intelectual".
careciam de uma larga, esmerada e imprescindível experiência de análise pessoal. Não podemos
esquecer também que, complementando isto, temos o ideal positivista do pensamento freudiano:
o da neutralidade na observação. Em linhas gerais, poderíamos dizer que Freud era propenso a
Freud, que por volta de 1910 tentara ‘dominar’ a contratransferência, vinte e sete anos
que no contato com o inconsciente dos pacientes reside o perigo de um influxo patógeno,
tornando recomendável para os analistas a repetição de uma análise pessoal a cada cinco anos,
pelo menos.
Dada sua genial perspicácia e sabedoria advinda de sua vasta experiência clínica, Freud
entendeu ser mais propício para a época à compreensão do material psicanalítico por meio da
tarefa de iluminar o ‘ponto cego’ dos sentimentos do analista, continente negro cheio de
Ferenczi acaba de lhe enviar, Freud reconhece que suas recomendações técnicas (textos de
"Eu considerava que o mais importante a ser enfatizado era o que alguém não deveria
fazer, demonstrar as tentações que trabalham contra a análise. Quase todas as coisas
positivas que alguém poderia fazer eu deixava ao 'tato', que foi introduzido por você.
Mas o que eu consegui com isso foi que os obedientes não se deram conta da
Nessa mesma carta, Freud apresenta seus receios quanto aos usos para o "tato" e para a
"Por mais verdadeiro que seja o que você tem a dizer sobre o 'tato', essa admissão
parece-me ainda mais questionável nessa forma. Todos aqueles que não possuem tato
"Regras sobre essas atitudes, evidentemente, não têm como ser feitas; a experiência e a
normalidade do analista serão fatores decisivos. Mas deve-se, então, despojar o tato de
As recomendações de Freud não poderiam ser mais claras, revelando, do mesmo modo,
seus mais profundos receios. Como se sabe, as prescrições e reprimendas de Freud não foram
suficientes para inibir as incursões ferenczianas por um dos mais delicados campos da técnica e
da teoria psicanalíticas. Freud claramente reconhece o uso clínico da empatia, mas sem que isso
nos leve a pensar em uma atribuição de sentido de ordem mais afetiva ou emocional para essa
noção. (como o farão outros analistas posteriormente). No conjunto de sua obra a empatia
processos que fazem com que possamos compreender um outro ser humano através de uma
mas, desde então, a porta estará aberta para a investigação do complexo campo das experiências
intersubjetivas na situação analítica, justamente porque Ferenczi explicita que o analista tem
"A terapêutica analítica cria, portanto, para o médico, exigências que parecem contradizer-se
radicalmente. Pede-lhe que dê livre curso às suas associações e às suas fantasias, que deixe
falar o seu próprio inconsciente; Freud nos ensinou, com efeito, ser essa a única maneira de
manifesto das proposições e dos comportamentos do paciente. Por outro lado, o médico deve
submeter a um exame metódico o material fornecido, tanto pelo paciente, quanto por ele
próprio, e só esse trabalho intelectual deve guiá-lo, em seguida, em suas falas e em suas ações.
Com o tempo, ele aprenderá a interromper esse estado permissivo em face de certos sinais
oscilação permanente entre o livre jogo da imaginação e o exame crítico exige do psicanalista o
1919/1992).
Seria difícil colocar de forma mais elegante o que é exigido do analista em seu trabalho.
Definir o trabalho do analista como uma oscilação permanente entre o livre jogo da imaginação
e o exame crítico, em 1919, é, sem dúvida alguma, um passo à frente não apenas em termos
técnicos, mas também quanto à concepção das formas de comunicação entre os sujeitos que
relacional teriam sido capazes de escrever passagem tão convincente em defesa da experiência
intersubjetiva. De qualquer forma, é preciso destacar aqui a definição que Ferenczi nos dá do
um fator emocional. Afirma, com todas as letras que convicções – em termos da experiência
analítica – não são conquistas intelectuais, mas conhecimentos que devem ser atribuídos à
concordância entre uma parte da realidade e a vivência afetiva. Em texto de 1928, "Elasticidade
da técnica psicanalítica", Ferenczi apresenta uma contribuição original que pressupõe uma
disposição interna participativa por parte do analista e propõe uma definição simples e sintética
Isso nos aproxima da posterior teorização sobre a rêverie de Bion[2] (1962) que tratar-se-ia
argumento a partir do que denomina "a ajuda de nosso saber", que ele diz ser retirado da
próprio 'eu'. Assim, durante uma sessão de análise, pode-se trazer à tona as possíveis ou
prováveis associações do paciente – mesmo aquelas que ele ainda não percebe – e também intuir
não só seus pensamentos retidos, mas também as tendências que lhe são inconscientes.
Mas o sentir com não deve ser considerado o único instrumento que o analista possui para
levar adiante uma análise. Antecipando muitos dos textos técnicos da psicanálise
contemporânea, Ferenczi propõe que, de fato, quase poderíamos falar de uma oscilação perpétua
1928/1992, p.32-33).
"a única base confiável para uma boa técnica analítica é a análise terminada do
analista. É evidente que num analista bem analisado, os processos de 'sentir com'
Ou seja, antes de valorizar a Eifühlung como a marca do inefável, que teria sua origem nas
empática de um analista (diríamos 'bem analisado') no nível pré-consciente. Entendo que, assim,
Ferenczi acaba por fortalecer uma compreensão dos processos empáticos a partir de relações
entre percepções e afetos que não pertencem nem ao plano das representações conscientes nem
que sentimentos e idéias de analista e paciente podem entrelaçar-se e que o outro à minha frente
não é "uma representação de meu ego", mas um ser real com quem posso me identificar,
explicita um reconhecimento do outro em termos éticos, em uma amplitude até então pouco
estabelecida entre o inconsciente do analista e do analisando. Neste artigo a autora enfatiza que
uma “identificação”. Nesta época, Deustch não possuía ainda os instrumentos para poder se
bidirecional, mas se encontrava em condições para descrever com bastante lucidez o que ocorre
interna do analista: a renúncia temporária das funções de controle ativo do ego do analista
freqüentemente, em uma identificação imparcial — chamada por ela ‘complementaria’ [5] — com
analista estaria em condições de reconstruir o que aconteceu alguma vez com os objetos infantis
históricos e o que continua ocorrendo nas profundezas com os objetos internos do paciente, isto
analítica.
Ainda nesta época de pioneirismo, vale ressaltar o trabalho de Robert Fliess, que no
analista’. Este se reestruturaria parcialmente com uma finalidade muito particular e específica:
aliviar-se de uma certa quota de pressões superegóicas para poder desempenhar melhor a
atividade profissional. Isto permitira ao ego de trabalho do analista estar aberto para um campo
seu estado normal. Para elucidar a dinâmica da empatia, Fliess postula a hipótese de que se
novamente sobre este aquilo que foi introjetado. É só assim que se atingem as
condições necessárias para compor uma percepção ‘de fora’ com outra ‘de
dentro’”.[7]
dos pioneiros (sucessores de Ferenczi): Pontalis, Fédida, Masud Kahn, Green, foi o de avaliar o
seu estatuto metapsicológico e recuperar o seu potencial crítico instrumental (analítico) para
quando se registra um surpreendente florescimento destas. Dentre as possíveis explicações para tal
mudança há aquela que assinala que, com o transcurso das décadas, os analistas começaram a
trabalhar com pacientes diferentes dos neuróticos clássicos – pacientes regredidos que manifestavam
graves distúrbios das funções egóicas. Para poder tratar este ‘novo’ tipo de paciente tornou-se
imprescindível desenvolver novos meios de tratamento e comunicação que fossem mais adequados
o trabalho de alguns autores que considero mais originais e criativos que se ocuparam do tema
Paula Heimann (1949) que introduz uma importante mudança conceitual transformando a
transferenciais dos que são legitimamente referidos a alguém que existe por conta própria e
Para sustentar essa afirmação, a autora segue no texto explicitando o ponto de vista
segundo o qual na situação analítica acontece numa relação entre duas pessoas. O que diferencia
analítica, não simplesmente descarregá-los como o faz o paciente. Sem tal consulta aos próprios
1949 no Congresso de Zurique toma-a como uma chave do trabalho analítico. A ênfase dada
uma experiência referida a um modelo relacional dual. Embora estes autores tenham dedicado
parte do seu trabalho, especificamente, ao tema da empatia, isto não implica, naturalmente, que
durante esses mesmos anos outros analistas não tenham provido elementos de grande valia e
alguns autores mais contemporâneos, escolhendo Heinz Kohut (1971), (1977), (1984) por existir
uma associação, quase infalível, na literatura psicanalítica entre este autor e o tema da empatia.
Segundo este, aquilo que é essencialmente trágico na condição humana é conseqüência de uma
falha empática por parte dos pais na primeira infância, responsável por uma precoce falta de
uma transferência narcisista especular com objetos que possuam uma função e significação
parental. Caso esta relação especular não se constitua, faltará a instauração de uma imago
(autoerótico) e nos estados arcaicos do self grandioso, criando uma conseqüente fixação a estes.
O tratamento é uma tentativa de reparar a falha empática recriando, assim, uma forma de
transferência na qual os pacientes possam tentar viver alguma forma de aceitação parental.
Kohut acredita que o analista herda o papel parental das vicissitudes destas necessidades
que é outro nome pelo qual refere-se à empatia. Este autor considera que o desenvolvimento
instrumento profissional útil enquanto se mantém sob o domínio do eu: o analista não só deve
ter livre acesso à compreensão empática como também deve ser capaz de abandoná-la. Se o
analista não estiver dotado da capacidade empática, não poderá perceber e receber os elementos
necessários à análise, mas, se não souber ir além da empatia, não terá a capacidade de
Muitas das concepções kleinianas fazem parte da bagagem teórica de todo psicanalista
‘identificação projetiva’, que é aquele que mais interessa à presente pesquisa. Trata-se de um
formulou teorias próprias, originais e coerentes a respeito da empatia, embora não as tenha
normal”[10], uma forma benigna deste fenômeno mental. A seguir apresento o que considero
ser a mais clara e cabal elucidação daquilo que considero o dispositivo fundamental do
trabalho psicoterapêutico:
paciente. No desenrolar normal de uma análise, o analista vive uma continua e rápida
alternância entre introjeções e projeções. Vejamos esta dinâmica nas palavras do autor:
“Enquanto o paciente fala, o analista se identifica projetivamente com ele e, uma
próprio analista incluindo seus objetos internos danificados, que o analista tem
pesquisa a respeito da empatia, percebe-se sua importância como ferramenta de elucidação deste
Bion considera que a rêverie é um estado mental que o bebê exige da mãe, um estado de
calma receptividade que possa dar significado aos seus acontecimentos mentais e físicos.
Mediante a introjeção desta mãe receptiva e empática o bebê (paciente) pode começar a
desenvolver sua própria capacidade de reflexão sobre seus conteúdos mentais. Segundo este
autor, o maior obstáculo que um analista enfrenta no seu trabalho clínico é o temor dos seus
Para concluir esta breve síntese dos trabalhos de alguns representantes do pensamento
um processo no qual o paciente comunica uma identificação projetiva parcial e limitada para o
analista e este a recebe e assume-a em seu próprio interior, através da identificação introjetiva.
Por outro lado, quando a emissão projetiva do paciente é extremamente intensa, o analista perde
daquilo que ocorre ‘com e no outro’; sua forma mais sublimada é a base da empatia. Retomando
Kohut e Bion, o autor insiste que, mediante as interpretações, o analista deve tentar que seu
paciente integre, através da empatia de si mesmo, os aspectos mais negados e cindidos do seu
self.
contratransferência:
1)Empatia: estado emocional vivido pelo analista em contato com o paciente como
sujeito.
primeiro surge desde uma ótica de orientação mais propriamente psicanalítica. A partir desta
diferenciação vemos que às vezes chega-se à compreensão do que o paciente relata através da
atividade empática, onde — após seguir o discurso do paciente durante toda uma sessão — chega-se,
poderiam ser atingidos por qualquer um dos dois da díade analista-analisando. Em outras situações é
mais vantajoso fazer uso das reações contratransferenciais, pois a identificação projetiva torna-se
O analista pode cometer graves erros tentando deixar de lado as próprias reações
forçada de comunhão empática com o paciente pode conduzir o analista à negação de uma
realidade não prazerosa e traumática resultando no uso dos mesmos mecanismos que o paciente
procura para amortecer o impacto com a realidade psíquica ou externa.Afinal, não se trata de
endeusar uma capacidade de empatia, que nada produziria sozinha em um trabalho analítico.
Mas tampouco se trata do oposto. Uma compreensão da experiência analítica como algo muito
focalizado como objeto, temos que reconhecer e ter mais sensibilidade à dimensão e os aspectos
intersubjetivos e empáticos presentes em uma análise. A esta dimensão devemos grande parte
das inovações técnicas que permitiram à psicanálise um campo de atuação para além do trabalho
[1]
Freud, S. (1937), Sigmund Freud. Obras completas. Buenos Aires: Amorrortu Editores. Vol. XXIII,
1993.
[2]
Bion, W. (1962) “A theory of thinking”, Int. Journal Psycho-Analysis, 43.
[3]
Deustch, H…(1926):”Occult processes occuring during
psychoanalysis”, in Devereux (dir) (1953) Psychoanalysis and the
occult, New York, International Universities Press.
[4]
Idem..
[5]
O conceito de ‘contratransferência complementária’, formalizado e desenvolvido posteriormente por
Racker (1958), encontrou na ‘identificação complementária’ de Helene Deustch sua protoformulação.
[6]
Fliess, R (1942). “Metapsychology of the analyst”, Psychoanalytic Quarterly, VOL II.
[7]
Idem.
[8]
“Confusion de langues entre les adultes et les enfants”
[9]
Kohut, H. (1971): Análisis del self . Buenos Aires: Amorrortu Editores.
[10]
Hinshelwood, R. Dicionário do pensamento kleiniano. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
[11]
Idem.
[12]
Money-Kyrle, R. (1956), “Normal countertransference and some of its
deviations”. In : Papers 1927-1977. Pertshire: Clunie Press, 1978.
[13]
Ibid.
[14]
Vide nota número 12 deste mesmo trabalho.
[15]
Grotstein, J. (1994) “Projective identification and countertransference. Brief commentary on the
relationship”, Contemp. Psychoanal., VOL. 30.
[16]
Grotstein, J. (1981) Splitting and projective identification. New York: Jason Aronson.
[17]
Berger, D.M. (1987): La empatia clínica, Roma, Astrolabio.