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NA DIFERENÇA
2º sem / 2019
INTRODUÇÃO
Antes de mais nada, devemos ter claro que a Psicologia foi constituída
no interesse do homem no que diz respeito ao desejo em saber mais de si, mais da
humana.
muitos trabalham com o método psicanalítico; e a psicologia social, que por meio de
Mezan (2007), o que há de comum entre esses saberes tão díspares são que todos
tratam daquilo que o homem é e/ou criou, e pelo fato dessas criações serem variadas,
por Freud e que se distingue três níveis: Um método de investigação que evidencia o
significado inconsciente das palavras, das ações, das produções imaginárias (sonhos,
investigação e de tratamento.
DESENVOLVIMENTO
Aristóteles em sua obra Περὶ ψυχῆς (Perí Psychés - Da Alma), percorrendo todo
Filosofia.
afirmará: "o objeto de estudo da Psicologia é a mente humana". Isto ocorre pois a
comportamentos, afetos, cultura, atos volitivos, fazendo com que o objeto de estudo
metáforas impedia uma delimitação de seus usos e o próprio fato de que qualquer
fenômeno podia ser referido a um construto psicanalítico inferia que a Psicanálise não
Porém isto não fez com que Freud deixasse de apontar a Psicanálise como um
método psicológico e científico, muito pelo contrário, parece que quanto mais ataque
psique que somente pela análise se atingia e, acima disso, que a titulação acadêmica
postumamente em 1940:
Die Psychoanalyse ist ein Stück der Seelenkunde der Psychologie. Man nennt
sie auch “Tiefenpsychologie", wir werden später erfahren, warum. Wenn
jemand fragen sollte, was das eigentlich ist, das Psychische, so ist es leicht,
ihm mit dem Hinweis auf dessen Inhalte zu antworten. Unsere
Wahrnehmungen, Vorstellungen, Erinnerungen, Gefühle und Wiilensakte, all
dies gehört zum Psychischen. (FREUD, 1940).
nas citações acima, recorro a Mezan (2007) que vai nos dizer que quando Freud diz
porque, para Freud, só existe um tipo de ciência e não dividida entre as humanas e
homens, etc.).
Psicologia (no Brasil a partir da década de 1960), com um grande arcabouço teórico
psicanalítico. Pois, diferente da Psicologia experimental e positivista do séc. XIX, a
interdisciplinaridade do saber.
opinião entre os psicanalistas. Alguns, como Grosso (1992), defendem que não se
estudantes não podem chegar a ser psicanalistas valendo-se do ensino que recebem
palavras:
[...] podemos dizer que uma universidade só teria a ganhar com a inclusão do
ensino da psicanálise em seu currículo. É verdade que este ensino somente
poderia ser ministrado de forma dogmática, em aulas teóricas, pois quase
não haveria oportunidade para experimentos ou demonstrações práticas.
(FREUD, 2010 [1919]).
ele enfatiza em limitar este ensino a seu conteúdo teórico pois, no mesmo artigo, ele
CONSIDERAÇÕES FINAIS
faz psicanalistas pois a Psicanálise é constituída, enquanto prática clínica, por uma
uma parte da Psicologia? É aqui que creio estar o cerne da questão, uma vez que, ao
necessidade de especificar claramente o que essa “Psicologia” quer dizer para não
enquanto ciência do saber psíquico, pois coadunando todo o exposto e tendo por
(acintya bheda-ābheda) (GUPTA, 2007), que pode ser traduzida do sânscrito como: a
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Freud, S. (1990). Projeto para uma Psicologia Científica. In: Obras psicológicas
Completas Vol. 14 [1917-1920], trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia
das Letras.
in: Obras Completas Vol. 17 [1926-1929], trad. Paulo César de Souza. São Paulo:
Vol. 19 [1937-1939], trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras.
Grosso, M. (1992). Pensar la universidad. In Psicoanalisis y cultura (n.1). Argentina:
Londres: Routledge.
Martins Fontes.
Mezan, R. (2007). Que tipo de ciência é, afinal, a Psicanálise? Natureza humana, 9(2),
319-359.