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Departamento Acadêmico
Curso de Psicanálise Módulo I
SUMÁRIO
I - INTRODUÇÃO
- APRESENTAÇÃO............................................................................. 03
- OBJETIVO GERAL........................................................................... 04
II – CONTEÚDO
- INTRODUÇÃO A PSICANÁLISE..................................................... 06
-1ª TÓPICA......................................................................................... 37
- APARELHO PSÍQUICO.................................................................... 44
- ORIENTAÇÕES QUANTO AO TRABALHO...................................... 45
- APRESENTAÇÃO
substantivados como ICS – PCS – CS: era o psiquismo sendo visto como um
algo. Logo Freud percebeu sérias limitações desta teoria, tais como: imaginar
que a instância crítica - aquela que decide do que podemos ter consciência -
do seu próprio interior – assim como este exemplo, existem muitos outros, mas,
como os diversos elementos interagem entre si, não isoladamente. Desta forma
- OBJETIVO GERAL
sucedida, após 1920, por uma segunda tópica, elaborada em resposta aos
mais atrás; ele não poderia ter acesso à consciência, a não ser passando pelo
como modelo estrutural (ou dinâmico), tendo em vista que a palavra “estrutura”
Acredito que todo trabalho como este, que hora apresento, tentando resumir,
De modo algum este trabalho substitui a leitura obrigatória dos livros clássicos,
É sabido que no decorrer de sua leitura, duvidas irão surgir, procure anotá-las
para que possibilite a sua manifestação em sala de aula ou por outros meios de
Introdução a Psicanálise
contribuição que ele encontrou, para a construção de sua teoria, foi através de
alguns elementos de base encontrados em:
Biologia: a revolução na biologia provocada pela construção de Teoria de
Darwin contagiou outras ciências. Freud foi muito influenciado,
principalmente no que diz respeito à noção de desenvolvimento biológico, a
ideia de estágios sucessivos, ao determinismo biológico e aos conceitos de
regressão e fixação. A importância que Freud dá ao evolucionismo e à
biologia é típica do século XIX.
Positivismo: a ciência só pode liderar com entidades observáveis, ao alcance
direto da experiência, segundo o positivismo. A necessidade de elaboração
de leis gerais que descrevam as relações entre os fenômenos. A filosofia
tomou emprestada esta abordagem das ciências naturais e ela passou a
influenciar quase todo o tipo de pensamento. Freud tentou aplicá-la à mente,
procurando determinar com precisão algo que era abstrato.
Psicologia: é uma área bastante ampla, e as suas ideias são muito antigas. A
psicologia da associação (ideia que esta ligada a outras ideias e forças) já
havia sido desenvolvida na filosofia por Berkeley, Hume e outros filósofos. A
psicologia estudava o funcionamento da mente influenciada pelo positivismo,
procurando comprovar descobertas através de experiências e buscava o
determinismo. Wilhelm Wundt ( 1832-1920) publicou Princípios de Psicologia
Fisiológica, chamando a atenção para a importância do determinismo
biológico e da experimentação.
Psiquiatria: desenvolveu-se no final do século XIX. Estava interessada numa
nova visão da mente. Tratava de algumas doenças que a medicina oficial
não levava em consideração: a histeria, a letargia e a catalepsia. Ao estudar
as doenças nervosas, a psiquiatria chegou à concepção das doenças e dos
distúrbios nervosos, chegando assim à ideia de energia mental. Kraeplin
(1856-1926) publica um compendio com a síntese da psiquiatria moderna, e
tentou encontrar uma definição para as doenças mentais.
A genialidade de Freud de aventurar-se por um caminho tão
espinhoso, o de correlacionar cientificamente os fenômenos mente-cérebro,
que o mesmo, ainda hoje e com todos os recursos das neurociências
contemporâneas não conseguiu clarificar a contento o problema genético dos
distúrbios psicológicos. Todo um excepcional arsenal científico e toda uma
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autor parece transcender seu próprio tempo; universalizou-se, por assim dizer,
ao construir a ponte entre mundos frequentemente isolados, o místico e o
científico, o clássico e o romântico, situando a alma num quase indizível
espaço volátil entre luzes e sombras – realidades co-habitantes de um todo
anímico.
sobre esta jovem de educação e dotes pouco comuns e que adoeceu quando
cuidava do pai enfermo, por quem sentia grande afeto. Em sua doença, a
jovem apresentava um quadro de contraturas variadas, inibição e um estado de
confusão mental, saindo de seu “estado nebuloso de consciência” quando
induzida a expressar verbalmente o estado afetivo ou emocional que a
dominava. Breuer submetia a paciente a um estado de hipnose profundo
determinando que relatasse tudo sobre o que a perturbava.
Ao estudar o caso Freud diz tratar-se de pensamentos e impulsos que
a jovem tivera que “reprimir” enquanto se achava ao lado do pai enfermo. Mais
tarde os sintomas de que se queixava haviam se apresentado como substitutos
destes. Quando a paciente recordava uma cena traumática de forma
alucinatória, no estado de hipnose, expressava livremente o ato que
originariamente reprimia, o sintoma desaparecia e não voltava a se apresentar.
Dessa forma, após longo tempo, para Breuer a hipnose passou a consistir em
“sugestionar o doente contra seus sintomas”, com uma finalidade terapêutica.
Esta sugestão provocava uma descarga de afetos ligados a fantasias, desejos
proibidos e lembranças penosas de fatos traumáticos reprimidos no
inconsciente trazidos ao consciente pela “fala”, ao que chamou de “ab-reação”.
A partir desse processo ele propõe o método “catártico” (de Kátharsis =
purgação) para designar essa descarga emocional que ocorria durante o
tratamento, usando a hipnose para descobrir os eventos que tinham causado o
sintoma, assim como a relação entre o incidente provocador e o fenômeno
patológico. Desta forma Breuer tem seu caso mais famoso ao atender a jovem
“Anna O.” sua primeira e única paciente atendida por este método.
A partir das interessantes observações de Breuer, Freud passou a
pesquisar entre seus pacientes para constatar se estes apresentavam as
mesmas situações e a sintomatologia se modificava com o método ao qual se
dedicou durante quatro anos, período em que publicou seus “Estudos sobre a
histeria”. Esta obra não teve a pretensão de esclarecer sobre a natureza da
histeria, mas o objetivo de demonstrar a origem dos sintomas e assinalar a
importância fundamental da vida emocional, bem como, a necessidade de
considerar, no âmbito do psiquismo, a existência de duas zonas, uma
consciente e outra inconsciente.
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O que é psicanálise?
Hoje, quando definimos psicanálise, valemo-nos do que disse Freud que aqui
vai adaptado:
1
A frase é de Nietzsche.
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“(...) não é um mero processo somático... não é sem sentido... não é absurdo... é
um fenômeno psíquico do mais alto valor, algo que preenche os desejos: algo
que pode ser inserido na seqüência dos atos mentais inteligíveis quando da
vigília, vez que é construído a partir de uma atividade altamente complicada da
mente. (Freud in A Interpretação dos Sonhos, 1900).
Pois isto foi o que se tornou o que realmente importa no consultório, que é
atentar para o que, não obstante todo o processo defensivo usado para
assegurar coerência aos discursos verbais consiga “passar disfarçado” em
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2
Freud in Fluctuat nec Mergitur: “O emprego da hipnose ocultava essa resistência, por conseguinte, a
história da psicanálise, propriamente dita, só vai começar com a nova técnica que dispensou a hipnose.”
22
3
Afeto (e derivados do termo) nada tem a ver com o significado de carinho, de boa vontade e sim de
penoso e de tensão. De Freud, sintetizado por Laplanche e Pontalis, se tem que afeto “é a expressão
qualitativa da quantidade de energia pulsional e das suas variações.” De maneira simples, se pode dizer
que afeto é tudo que afete.
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uma vida ou eventualmente, age visando algo com especial interesse, por
investir sua atenção, dedicação, preocupação, interesse, etc. em alguma
coisa.
4
Em havendo o divã, o analista se coloca fora da visão direta do analisando.
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(...) a suspensão tão completa quanto possível de tudo aquilo que a atenção
habitualmente focaliza: tendências pessoais, preconceitos, pressupostos
teóricos, mesmo os mais bem fundamentados.
precederam” e assim afirma que “há uma descontinuidade na vida mental”. Ele
postula ideia de causalidade, dizendo que tudo o que possa parecer uma
“causalidade” é sempre fortemente determinado por múltiplas “causalidade”. A
múltipla causalidade esta ligada ao fato de que varias causas podem produzir o
mesmo efeito, e uma causa pode produzir vários efeitos, e estas podem ser
responsáveis pela determinação e produção dos sintomas.
A psicanalise desde seu início se viu confrontada com os fenômenos da
repetição. As manifestações dessas repetições aparecem nos sintomas e
rituais obsessivos, por exemplo, pois o que produz o sintoma é justamente o
fato de reproduzir de maneira disfarçada certos elementos de um fato passado.
De modo geral o recalcado procura retornar ao presente na forma de sonhos,
atuações, sintomas “que permaneceu incompreendido retorna (...) até que seja
encontrada a solução ou alívio”.
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OU TEORIA TOPOGRÁFICA
Dessas conclusões vai, ele, compor suas primeiras concepções, que vão
resumidas na seguinte frase:
Pois com a frase acima Freud, resumiu até a técnica psicanalítica que ele veio
a propor fundada na nascente Teoria Topográfica, tendo como pedra angular a
eliminação da repressão e a recuperação-elaboração dos traumas da infância.
Partindo desta conceptualização, competia, então, ao analista, ao interpretar,
revelar ao seu paciente o que quer que houvesse de reprimido no seu
inconsciente.
Assim, em 1912 (in Recomendações aos Médicos que Exercem Psicanálise),
Freud preconizava:
(...) o paciente deve relatar tudo o que sua auto-observação possa detectar, mas
impedindo todas as objeções lógicas e afetivas que procurem induzi-lo a fazer
uma seleção entre elas. Também o médico deve se colocar em posição de fazer
uso de tudo o que lhe seja dito para os fins de interpretação e de identificação do
material oculto sem substituir sua própria censura pela seleção do que vier o
paciente a abrir mão. Para melhor formulá-lo, deve voltar o seu próprio
inconsciente, como um órgão receptor na direção do inconsciente transmissor do
paciente. Deve ajustar-se ao paciente como um receptor telefônico se ajusta ao
microfone transmissor.
Lendo-se com atenção o excerto acima, vê-se com bastante clareza Freud
colocando
Ora, assim o sendo, na Primeira Tópica tinha-se o analista como uma espécie
de autoridade em sentimentos conscientes e inconscientes, em costumes, em
ética, por serem as suas interpretações ditadas a partir de suas reações e
julgamentos formulados a partir das características da natureza humana por ele
mesmo consideradas boas e/ou pervertidas.
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ditos...
consciência;
psiquismo.
pela censura;
posteriores de acesso.
topográfico.
formatos e expressões.
psicológicas atuantes na mente, cada uma delas com uma fonte, uma
psicológicas.
algumas hipóteses que usou para basear a sua Teoria Psicanalítica que
continuamos a estudar.
- APARELHO PSÍQUICO.
o princípio da constância.
anatômico, de localizações cerebrais, mas sim como uma forma de definir que
SUPEREGO.
Estas observações indicam que o aparelho psíquico tem para Freud um valor
de modelo, ou, como ele próprio dizia, de “ficção”, assim a expressão nos
Com tudo que compartilhamos neste módulo, segue minha orientação para
a elaboração do trabalho, a ser entregue até o próximo módulo em julho de
2014.
BIBLIOGRAFIA.
MANNONI, OCTAVE – Freud Uma Biografia Ilustrada - Jorge Zahar Editor, RJ-
1994.
Filmes indicados: