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Trabalho de Fundamentos e Práticas Atuais da Psicologia:

Autores que influenciaram a formação da Psicologia como ciência - Sigmund Freud


SUMÁRIO

1 Introdução 4

2 Psicologia como ciência, construção história do pensamento psicológico. 5

3 Sigmund Freud - breve biografia. 6

4 Essência do Pensamento - ideias do autor. 7

5 Influência do autor para a Psicologia - pontos positivos e negativos. 8

6 Conclusão 9

7 Bibliografia 10
1 Introdução

Neste trabalho abordaremos os autores que influenciaram a formação da


Psicologia como ciência, focando em um autor específico, sendo ele Sigmund Freud.
Sigmund Freud contribui muito para a psicologia como um todo. Foi o primeiro a falar
sobre os traumas emocionais, os conflitos mentais, as lembranças escondidas na mente. Ele
não foi o primeiro a falar sobre o inconsciente mas foi a primeira pessoa que tornou esse
conceito um sistema constitutivo do ser humano. Suas contribuições são muitas, sendo elas
as abordagens revolucionárias no estudo da mente, personalidade e dos sonhos e a
necessidade de reformular a psicologia unindo o plano orgânico a esse outro cenário regido
por forças das mente e pelos processos inconscientes e instintivos.
2 Psicologia como ciência, construção história do pensamento
psicológico.

A psicologia como ciência tem uma história de 130 anos se contarmos desde
o primeiro laboratório de Psicologia Experimental instalado por Wundt na Alemanha,
em 1879. Mas o termo “psicologia” já era utilizado muito antes disso.
Foi entre os primeiros filósofos gregos que surge a tentativa de sistematizar
um único pensamento voltado para o espírito do ser humano. A palavra “psicologia”
vem do grego psyché, que significa alma e do termo logos, que significa razão. Os
filósofos pré-socráticos foram os primeiros a se preocupar em definir a relação do
homem com o mundo a sua volta por meio da percepção, ou seja, o mundo existe
por que o homem o vê.
Quando Sócrates chega com suas ideias, o mundo psicológico ganhou certa
credibilidade. Seu foco era diferenciar os humanos dos animais, postulou então que
a principal característica que evidenciava essa diferença era a razão. Os instintos
seriam a base da irracionalidade e com a razão o ser humano era capaz de se
sobressair sobre eles. Sócrates ao definir a razão como a essência humana, abre
um caminho para a teorização do que chamamos de consciência, lembrando que
esses estudos eram feitos no ramo da Filosofia.
Depois de Sócrates veio Platão, que era discípulo do mesmo. Este procurou
definir um “lugar” para essa razão no corpo humano. Definiu o lugar sendo a cabeça,
onde se localizava a alma humana. Platão concebia a ideia de que a alma era
separada do corpo, sendo assim a medula seria um elemento de ligação do corpo
com a alma.
Aristóteles, que foi discípulo de Platão, foi um dos mais importantes
pensadores da Filosofia. Ele postulou que a alma e o corpo não podem ser
separados. A psyché para Aristóteles seria o princípio ativo da vida. Aristóteles
chegou a estudar as diferenças entre a percepção, razão e sensações, este estudo
pode ser considerado o primeiro tratado das ideias psicológicas. Portanto, podemos
dizer que 2300 anos antes do primeiro evento da psicologia científica os gregos já
haviam formulado duas teorias: a platônica e a aristotélica.
Depois dos gregos, um marco importante para a psicologia foi o período
feudal, início do Renascimento. Nesse tempo não existia a ideia de “vida privada”.
Após o desenvolvimento das formas de produção capitalista isso mudou, o indivíduo
foi posto no lugar de consumidor e produtor individual, o ser humano passa a ser
visto como um sujeito ativo e capaz de construir uma identidade para si e de viver,
pensar e sentir. As idéias de subjetividade foram se fortalecendo. Mas tudo tem os
seus prós e contras. Apesar da ideia de subjetividade e vida privada surgirem os
problemas começaram a surgir também. Cada um estava buscando garantir sua
própria verdade e no meio disso surgiram alguns conflitos. Com isso, os humanos
passaram então a ter a necessidade de construir uma ciência que cuidasse e
produzisse visibilidade para as experiências subjetivas, surgindo então o que
chamados hoje de Psicologia, os estudos desse novo campo eram baseados nas
ideias dos filósofos antigos que até então já tinham discutido sobre as experiências
do ser humano.
Com base nisso, a Psicologia foi cada vez mais se reformulando e evoluindo.
Por causa desses primeiros pensadores que trataram por pesquisar a psyché
humana que temos várias abordagens e vários psicólogos importantes, como o
famoso Sigmund Freud, o pai da psicanálise.

3 Sigmund Freud - breve biografia.

Sigmund Freud (1856-1939) foi um médico vienence que radicalmente alterou


o modo de pensar a vida psíquica. Freud colocou processos que eram considerados
“misteriosos” como objeto de estudo, como por exemplo as fantasias, os sonhos e a
interioridade do homem.
Ele denominou de Psicanálise a investigação sistemática desses problemas.
A psicanálise enquanto teoria refere-se por um conjunto de conhecimentos, de forma
sistemática, sobre o funcionamento da vida psíquica. Já como método de
investigação, refere-se principalmente ao método interpretativo, onde toda a ação
manifestada tem um significado oculto, seja por meia de palavras, ações ou
produções imaginárias (sonhos, delírios, associações livres). Como prática
profissional, a psicanálise refere-se à forma de tratamento (análise), onde se busca
o autoconhecimento, que ocorreria por meio do processo de investigação.
Freud, na verdade era médico. Formou-se em Medicina na Universidade de
Viena, em 1881, e especializou-se em Neurologia. Por dificuldades financeiras, não
pode se dedicar à vida acadêmica e de pesquisador, então começou a clinicar,
atendendo pessoas com “problemas nervosos”. Após ganhar, ao final de sua
residência médica, uma bolsa de estudos em Paris, começou a trabalhar com o
psiquiatra francês Jean Charcot, que tratava das histerias com hipnose. Quando
retornou à Viena, em 1886, voltou a clinicar, seu principal instrumento de trabalho
para eliminar os sintomas dos distúrbios nervosos passou a ser a sugestão
hipnótica.
O contato de Freud com o médico e cientista Josef Breuer também foi
importante para a continuidade das investigações. O caso de uma paciente foi muito
significativo, Ana O. era paciente de Breuer, ela apresentava um conjunto de
sintomas que a fazia sofrer, sendo estes paralisia com contratura muscular, inibições
e dificuldades de pensamentos. Esses sintomas se originaram na época em que ela
cuidava do pai doente. No período em que cuidou dele, ela havia tido pensamentos
e afetos que referiam-se a um desejo que o pai falecesse. Essas ideias foram
reprimidas e substituídas por sintomas. Com a hipnose, Ana conseguiu indicar a
origem de seus sintomas. Breuer então, denominou de método catártico o
tratamento que possibilita a liberação de emoções e afetos ligadas a acontecimentos
traumáticos.
Freud desde o início de sua prática médica usava a hipnose, mas com o
tempo ele observou que nem todas as pessoas estavam sujeitas a serem
hipnotizadas, foi então que ele começou a modificar o método catártico. Passou
então a utilizar técnicas de concentração e abandonou as pergunta, apenas focou na
fala do paciente.
Conforme Freud atendia seus pacientes, usando esse novo método, ele
percebeu que ao longo dos seus relatos eles acabavam, em algum momento,
ficando embaraçados e envergonhados com alguma de suas ideias, Freud então
deu um nome para essa força psíquica que impedia alguma coisa de se tornar
“consciente” de resistência. Já o processo que visa fazer desaparecer da
consciência alguma representação extremamente dolorosa, ele denominou de
repressão. Esses mecanismos estavam localizados, segundo ele, no “inconsciente”.
Em seu livro A interpretação dos Sonhos, Freud apresenta a primeira
estrutura e funcionamento da personalidade. Com ela foi denominado à existência
de três sistemas ou instâncias psíquicas, sendo eles: o inconsciente, o
pré-consciente e o consciente.
➔ No Inconsciente estavam localizados os conteúdos reprimidos, que não
estão presentes no campo da consciência, eles podem ter sido consciente um
dia mas foram reprimidos pelas censuras internas, vale ressaltar que o
inconsciente tem leis próprias de funcionamento
➔ O pré-consciente estão as informações acessíveis à consciência, são
aquelas que em um momento estão consciente e no outro podem não estar.
➔ Já o consciente é um sistema do aparelho psíquico que recebe tanto as
informações de fora, do mundo exterior, quanto às informações de dentro, do
mundo interior.

4 Essência do Pensamento - ideias do autor.

O estudo do inconsciente antes de Freud era usado apenas para designar


aquilo que não era consciente mas nunca utilizado para designar um sistema
psíquico distinto dos demais é dotado de atividade própria, qualquer que tenha sido
a concepção do inconsciente antes de Freud não teve algo importante ou decisões
para a compreensão da subjetividade, Freud vai dizer que o inconsciente
basicamente não é aquilo que se encontra embaixo da consciência.
Defendendo a ideia de que as lacunas e as manifestações do consciente
devem ser procuradas no inconsciente, essas lacunas vão trazer para o primeiro
plano da investigação psicanalítica
Os primeiros fenômenos que deram início ao estudo de Freud foram as
parapraxias (erro na fala, na memória, na escrita ou numa ação física que seria
supostamente causada pelo inconsciente. É parte dos estudos da psicanálise). Os
chites e os sonhos funcionam como indícios seguros do determinismo psíquico e
dos motivos inconsciente, esses são portanto, indicadores de uma outra ordem
irredutível, a ordem consciente.
O inconsciente Freudiano não é uma substância espiritual nem é um lugar ou
uma coisa, dizer que uma representação inconsciente e que está no inconsciente
não significa outra coisa senão que ela está submetida a uma sintaxe diferente
daquela que caracteriza a consciência .
Os pilares que formaram a teoria psicanalítica vieram através de dois livros
escritos por Freud “A interpretação de sonhos” e “Três ensaios sobre a teoria da
sexualidade”.
Freud vai afirmar que os sonhos vão ter um modo científico de ser
interpretado mesmo não sendo algo simples, uma das dificuldades é que o sonho
não é totalmente acessível nem ao sonhador nem ao intérprete, a razão disso se dá
pelo fato do sonho ser sempre uma forma disfarçada de realização de desejos e que
ocorre sobre ele uma censura, cujo o efeito é a deformação onírica, o sonho que nos
recordamos após acordar e relatado ao um intérprete vai haver deformações cujo o
objetivo é proteger o sujeito do caráter ameaçador dos seus desejos.
O sonho é dividido em duas partes o que corresponde ao sonho lembrado é
contado pela pessoa, e o outro oculto, inconsciente, que se pretende atingir pela
interpretação.
Freud também discutiu sobre a sexualidade infantil, em seu livro “Três
ensaios sobre a teoria da sexualidade”. Freud estudando as neuroses descobriu que
a maioria dos desejos e pensamentos que eram reprimidos ao longo da vida e
causavam certa “desordem” em nosso aparelho psíquico, estavam relacionados à
conflitos de ordem sexual, sendo estes presenciados nos primeiros anos de vida do
indivíduo. Com essa descoberta a sexualidade foi posta como centro da vida
psíquica e ficou implícito que existia uma sexualidade infantil. Essas afirmações
causaram grande impacto na época, pois a infância era vista como uma fase pura.
Deve-se ficar claro que o conceito de sexualidade infantil é completamente diferente
da sexualidade adulta. A sexualidade infantil está mais ligada a sobrevivência do
indivíduo, já a adulta está na obtenção de prazer pelas “vias de fato”, acontece após
a puberdade.
Como já foi dito acima, o indivíduo nos primeiros anos de vida tem a função
social ligada à sobrevivência, assim o prazer é encontrado no próprio corpo. Com
isso Freud postulou as fases do desenvolvimentos psicossexual. Elas são divididas
em:
➔ Fase oral, onde a zona erógena se concentra na boca.
➔ Fase anal, onde a zona erógena se concentra nos esfíncteres.
➔ Fase fálica, onde a zona erógena é o órgão sexual em si.
➔ Fase genital, sendo esta a última e o objeto de erotização seria outro ser.
Se o indivíduo não ir de uma fase para a outra podem ocorrer as neuroses
fóbicas e os transtornos de personalidade psicopática.
5 Influência do autor para a Psicologia - pontos positivos e
negativos.

Freud formulou a psicanálise, uma das abordagens mais conhecidas na


psicologia. Tratou o inconsciente como algo que podia ser estudado, trouxe grandes
avanços para o estudo do ser humano, podendo entender melhor a subjetividade de
cada um e compreender melhor as doenças e traumas que até então não tinham
uma explicação lógica, como por exemplo, algumas mulheres de sua época que
apresentavam paralisia no corpo, sem nenhum sintoma que podia ser explicado por
um médico convencional, mas com base em seus estudos vai concluir que era algo
do inconsciente que refletia no físico causando uma paralisia. Freud deixou um
legado onde seus discípulos deram continuidade e que mantém a psicanálise viva
até hoje.
Mesmo com suas grandes contribuições para a psicologia, Freud também
teve algumas dificuldades para implementar essa nova forma de pensamento. A
maior dificuldade e um ponto a qual a psicanálise é criticada e provar o que é
inconsciente. Depois de tudo que foi apresentado tal pergunta poderia parecer
irrisória, mais a verdade é que ninguém consegue descrever uma resposta mais
abrangente a tal questão sobre o que é inconsciente, pelo fato de não ser algo físico
e nem visível. As teorias de Freud foram muitos questionadas e a partir delas
surgiram outras abordagens que tinham como objetivo se contrapor as teorias do
inconsciente.
6 Conclusão

Com este trabalho podemos concluir que Freud contribui muito para a
psicologia como um todo. Além de ser o pai da psicanálise, dando início a um novo
objeto de estudo, o inconsciente, que é estudado até hoje, ele nos proporcionou um
novo mecanismo para lidar com o sofrimento. A finalidade do trabalho psicanalítico é
o deciframento das ideias do inconsciente e a adaptação de seus conteúdos na
consciência. Isso trouxe grandes resultados como o autoconhecimento, que
possibilita encarar o sofrimento e o mal-estar, e que nos ajuda a criar dispositivos
para enfrentar a realidade.
7 Bibliografia

BOCK, Ana Mercês Bahia et al. Psicologias: Uma introdução ao estudo de psicologia.
14. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. 368 p.

GARCIA-ROSA, Luiz Alfredo. Freud e o inconsciente. 18. ed. Rio de Janeiro: Zahar,
2001. 236 p.

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