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RECOMENDAÇÔES AOS MÉDICOS QUE EXERCEM A

PSICANÁLISE

Com as minhas palavras e com as palavras de tio Freud:

1- É de suma importância não confundir as demandas dos pacientes


com outros pacientes, ou seja, não confundir a demanda Liliam
com a demanda da Luiza e etc.

2- A atenção flutuante é primordial, de fato, é não dirigir o reparo


para algo específico, deixar a fala fluir, mas se necessário, fazer
interrupções, não há problema. Em alguns casos, é necessário que
o analista escute mais uma vez, mais outra vez o que o paciente
disse e o paciente também escute mais uma vez, outra vez, o que
ele mesmo disse

3- Por que não devemos focar em algo específico? Pois se focamos


em um ponto, tendemos a esquecer de outro ponto ou outros que
podem ser primordiais para a compreensão do que se escuta e
tendemos a também entrar em cena com nossas pré- concepções.

4- Não se deve esquecer que o que se escuta, na maioria, são coisas


cujo significado só é identificado posteriormente

5- A regra fundamental da Psicanálise é a associação livre

6- O analista e o paciente precisam estar por inteiro na análise:

“Ele deve simplesmente escutar e não se preocupar se está se


lembrando de alguma coisa.’
7- É preciso ter cautela se o analista desejar fazer um trabalho de
pesquisa com o caso que esteja analisando. Talvez seja melhor
fazer o trabalho de pesquisa quando a análise terminar.

8- Regra da Neutralidade: O médico deve ser opaco


aos seus pacientes e, como um espelho, não mostrar-lhes
nada, exceto o que lhe é mostrado-.

Por outro lado, o conceito de neutralidade deve se estender aos próprios


desejos e fantasias do analista (de uma forma equivalente ao “sem memória...”
de Bion), de modo a possibilitar que ele esteja disponível para os pontos de
vista dos seus analisandos, diferentes dos seus, sem ter que apelar para um
reducionismo sistemático aos seus valores prévios, assim como, também, para
que ele ocasionalmente aproveite a profunda interação com o seu analisando e
possa ressignificar as suas próprias experiências emocionais antigas.

Hoje acredita-se que o analista deve funcionar como um espelho, sim, porém
no sentido de que seja um espelho que possibilite ao paciente mirar-se de
corpo inteiro, por fora e por dentro, como realmente ele é, ou que não é, ou
como pode vir a ser!

Além disso, também penso que o terapeuta deve se envolver afetivamente com
o seu analisando, desde que ele não fique envolvido nas malhas da patologia
contratransferencial, sendo que essa última condição de estado mental do
analista é fundamental para possibilitar o desenvolvimento do analisando, tal
como nos sugere a formação dessa palavra: desenvolvimento alude à retirada
(des) de um envolvimento patogênico.

9- Regra da abstinência: Tal como o nome “abstinência” sugere,


essa regra alude à necessidade de o psicanalista abster-se de
qualquer tipo de atividade que não seja a de interpretar, portanto ela
inclui a proibição de qualquer tipo de gratificação externa, sexual ou
social, a um mesmo tempo que o terapeuta deveria preservar ao
máximo o seu anonimato para o paciente.
Mas não precisa ser também à risca, é preciso ter um equilíbrio, se passar
deste equilíbrio, aguentar as possíveis atuações. Ou seja, não é recomendado
tomar café com o paciente, falar de muitos aspectos pessoais, entre outras
questões e exemplos é preciso ter uma cautela.

Assim, sem nunca perder a necessária preservação do setting normatizador e


delimitador, a maioria dos analistas atuais trabalha de uma forma algo mais
descontraída, o clima da análise adquiriu um estilo mais coloquial, com uma
menor evitação de aproximação (que, como já aludimos, adquiria uma natureza
fóbica).

Além disso, há um certo abrandamento do “superego analítico” (o qual é


herdeiro das instituições que o formaram e modelaram como psicanalista), de
modo a possibilitar que o analista possa sorrir, ou rir, durante a sessão,
responder a algumas inócuas perguntas particulares, dar algum tipo de
orientação, evidenciar algum tipo de emoção, não ter pavor de que apareça
alguma fissura no seu anonimato, etc.

8- Regra da atenção flutuante: Como já sabemos buscar atentar-se a


tudo que o paciente nos diz, sem focar em um determinado ponto e
se necessário, solicitar que ele fale novamente sobre o assunto. Não
se deve esquecer que o que se escuta, n maioria, são coisas cujo
significado só é identificado posteriormente.

9- Regra do amor às verdades- Ser verdadeiro consigo e


automaticamente com seu paciente.

10- Associação livre- Ou, para dizê-lo puramente em termos


técnicos: ‘Ele deve simplesmente escutar e não se preocupar se está
se lembrando de alguma coisa.

11- A preservação do setting –

Além dos aspectos destacados, é inegável que um uso adequado das “regras técnicas”
implica necessariamente a preservação do setting instituído. Como já foi visto, cabe ao
enquadre a primacial função de normatizar, delimitar, estabelecer a assimetria (os
lugares, os papéis e as funções do analista e do paciente não são simétricos), bem como
a não-similaridade (eles não são iguais).
Caso contrário, o analista tenderá a contra-atuar e haverá uma confusão
entre os lugares e os papéis de cada um dos integrantes do par analítico.

Assim, também é função do enquadre manter um contínuo aporte do “princípio da


realidade”, que se contrapõe ao mundo das ilusões próprias do “princípio do prazer” do
paciente.

Por todas essas razões, não deve caber dúvida quanto à relevante necessidade de
que as combinações feitas no contrato analítico – e que compõem o setting – devam
ser preservadas ao máximo, o que não é o mesmo que apregoaro uso de uma
rigidez obsessiva cega e surda.

Embora possa parecer paradoxal, essa preservação do enquadre é particularmente


necessária para com os pacientes bastante regressivos, tendo em vista que eles têm
um acentuado prejuízo na noção de limites e na aceitação das inevitáveis privações,
das frustrações e no reconhecimento das, também inevitáveis, diferenças entre eles
e os outros.

A propósito dessa afirmativa, isto é, de que a manutenção do enquadre


não deve ser obsessivamente rígida, é oportuno lembrar o fato bem
conhecido de que Freud, na prática do seu trabalho clínico, não apresentou
uma coerência entre o que ele professava (o cumprimento rigoroso das
“recomendações” técnicas que aqui são enfocadas) e o que ele praticava (é
sabido que Freud algumas vezes analisava durante uma caminhada com
algum paciente, outras vezes ele charlava amenidades, trocava presentes,
aconselhava, admoestava, de forma indireta forçava os pacientes a trazerem
associações que confirmassem suas tesesprévias).

Isso, sem levar em conta o fato de ele ter “analisado” o pequeno Hans por
meio do método de usar o pai do menino como “portavoz” de suas
interpretações, assim como ele também utilizou a introdução de um
“parâmetro” com o seu paciente conhecido como “o homem dos lobos”, ao
fixar-lhe uma data de término da análise, caso ele continuasse não
melhorando... e assim por diante.

É claro que eram outros tempos e outros eram os paradigmas psicanalíticos,


no entanto, grande parte dessa incoerência de Freud entre o que ele escrevia e
o que fazia deve ser creditada ao fato, antes assinalado, de que ele se sentiu
obrigado a coibir abusos de outros terapeutas ainda muito malpreparados,
sendo que sua responsabilidade pela preservação da nova ciência aumentou,
pois nessa época aconteceram as dissidências de Adler e Jung, e a psicanálise
estava em grande expansão em meio a muitas críticas e um certo halo de
libertinagem.
Assim como Freud utilizou com o “homem dos lobos” recurso não-convencional
em psicanálise, o qual, desde a contribuição de K. Eissler (1953), podemos
chamar de “parâmetro”, cabe indagar um ponto que sempre se manteve
controvertido entre os psicanalistas: é desejável ou indesejável o uso de
“parâmetros” por parte do psicanalista?

Recordemos que esse termo foi utilizado por Eissler para referir-se às
intervenções que, embora sejam extra-analíticas, não alteram a essência do
processo psicanalítico. No entanto, muitos autores têm argumentado que é
muito difícil estabelecer os limites entre o que seja, ou não, uma alteração da
essência psicanalítica, sendo para evitar precedentes que possam desvirtuar a
necessária preservação das regras técnicas e do setting, eles se posicionam
contra a inclusão de parâmetros que se afastem da neurose de
transferência.

Pessoalmente, penso como Green, que, ao estudar a obra de Winnicott, afirma:


“O essencial não é a eventual ruptura do setting, mas o fato de que este
possa ser sempre retomado”, sendo óbvio, creio, que isso implica a
condição mínima de que o psicanalista tenha uma sólida experiência
clínica e que domine muito bem aquilo que ele está fazendo.

Também concordo com Loewenstein, que, já em 1958, afirmou duvidar que alguma vez
alguém tenha conseguido levar a cabo uma análise ter feito mais do que interpretar. De
igual modo, gostaria de fazer minhas as palavras de Theodore Jacobs (1996, p. 79-80)
quando ele afirma que: Há situações em que a aderência estrita à postura analítica
pode, ironicamente, trabalhar contra o progresso analítico [...]

Há momentos em que é necessário fazer um comentário que relaxa uma tensão


insuportável, que reconhece uma realização, que soa como um sinal de precaução,
que sutilmente aponta uma direção ou que oferece uma palavra de incentivo.

Para aliviar a consciência do analista, tais intervenções geralmente contêm


uma camada externa de interpretação, mas este artifício não ilude o analisando
e nem o psicanalista.

Todas essas considerações tecidas acerca da importância do setting


como uma função ativa e determinante do processo analítico permitem
concluir que, para o psicanalista, representa ser uma arte conseguir
manter o setting preservado no que este tem de essencial, a um mesmo
tempo em que ele não caia no extremo de um dogmatismo enrijecido ou
na cega obediência aos cânones oficiais.

Essa última condição é a única forma de ele propiciar um espaço de alguma


flexibilidade e muita criatividade, para si e para o analisando. Indo mais além, coerente
com a relevância atribuída ao enquadre do campo analítico, creio que seria válido
considerarmos a obrigatória “preservação do setting”, dentro dos limites assinalados,
como sendo uma sexta regra técnica.

Como conclusão, pode-se dizer que assim como há a “violência da


interpretação” – conceito de P. Aulagnier (1975), para quem a “violência”
dos pais (ou do analista) tanto pode ser inevitável e estruturante quanto,
também, excessiva, intrusiva e desestruturante – também há a violência
da imposição de preconceitos e de regras técnicas universais, quando o
psicanalista não leva em conta as peculiaridades pessoais de cada
analisando e de cada situação analítica em particular

NEUROSE DE TRANSFERÊNCIA

Nunca esquecer dela: no sentido de: o que os pacientes fazem comigo,


são comportamentos que eles fizeram com os familiares ou fazem (afeto).
O afeto que os pacientes apresentam com seus familiares se transferem a
pessoa do analista. Processo também conhecido como transferência.

Um dos objetivos é tornar as relações mais reais e menos permeadas de


projeções.

A DINÂMICA DA TRANSFERÊNCIA

Libido= transferência= relação= afeto= resistência

Em segundo, permanece sendo um enigma a razão por que, na


análise, a transferência surge como a resistência mais poderosa ao
tratamento, enquanto que, fora dela, deve ser encarada como
veículo de cura e condição de sucesso.

Talvez por isso que a forma de perpassar pelas resistências, será a


transferência. A transferência é uma forma de resistência. E podemos
concluir que a intensidade e persistência da transferência constituem
efeito e expressão da resistência

A libido (inteiramente ou em parte) entrou num curso regressivo e reviveu as


imagos infantis do indivíduo. O tratamento analítico então passa a segui-la;
ele procura rastrear a libido, torná-la acessível à consciência e,enfim, útil
à realidade.

Um fator importante é que: A resistência acompanha o tratamento passo a


passo associação isolada, cada ato da pessoa em tratamento tem de levar
em conta a resistência e representa uma conciliação entre as forças que
estão lutando no sentido do restabelecimento e as que se lhe opõem, já
descritas por mim.

Existe a transferência positiva e a negativa:

1- Positiva: É ainda divisível em transferência de sentimentos amistosos ou


afetuosos, que são admissíveis à consciência, e transferência de
prolongamentos desses sentimentos no inconsciente.

2- E somos assim levados à descoberta de que todas as relações


emocionais de simpatia, amizade, confiança e similares, das quais
podemos tirar bom proveito em nossas vidas, acham-se
geneticamente vinculadas à sexualidade e se desenvolveram a
partir de desejos puramente sexuais, através da suavização de seu
objetivo sexual, por mais puros e não sensuais que possam
parecer à nossa autopercepção consciente.

Originalmente, conhecemos apenas objetos sexuais, e a psicanálise


demonstra-nos que pessoas que em nossa vida real são simplesmente
admiradas ou respeitadas podem ainda ser objeto sexuais para nosso
inconsciente.

Assim, a solução do enigma é que a transferência para o médico é apropriada


para a resistência ao tratamento apenas na medida em que se tratar de
transferência negativa ou de transferência positiva de impulsos eróticos
reprimidos.

A particularidade da transferência
Esta luta entre o médico e o paciente, entre o intelecto e a vida instintual, entre
a compreensão e a procura da ação, é travada, quase exclusivamente, nos
fenômenos da transferência.

É nesse campo que a vitória tem de ser conquistada - vitória cuja


expressão é a cura permanente da neurose. Não se discute que controlar os
fenômenos da transferência representa para o psicanalista as maiores
dificuldades; mas não se deve esquecer que são precisamente eles que
nos prestam o inestimável serviço de tornar imediatos e manifestos os
impulsos eróticos ocultos e esquecidos do paciente.

Pois, quando tudo está dito e feito, é impossível destruir alguém in absentia ou
in effligie.

Ao atender os pacientes e analisá-los,

Buscar compreender que a “resolução de seus questões internas”, essa luta


entre o psi e o paciente, entre o intelecto e o instinto, entre a compreensão e o
fazer, tirar o sintoma d si e compreender esse sintoma, etc. se darão por
meio da transferência.

É por meio da transferência que os impulsos eróticos ocultos e


esquecidos do paciente virão à tona.

As relações afetivas para Freud apresentam um sentido d objeto sexual


(não de sexo). E sim sexualidade.
Recomendações aos médicos que exercem a
Psicanálise I (parte II)

Entender melhor como é essa questão do caso ser apropriado p Psicanálise


(que Freud aborda neste artigo)

Abreviar o tratamento analítico é um desejo justificável, e sua realização, como


aprenderemos, está sendo tentada dentro de várias orientações.

Infelizmente, opõe-se-lhe um fator muito importante, a saber, a lentidão


com que se realizam as mudanças profundas na mente – em última
instância, fora de dúvida, a ‘atemporalidade’ de nossos processos
inconscientes.

Logo, pelo inconsciente ser atemporal, interromper precocemente o


trabalho analítico, pode vir a ser prejudicial.

Não ceder a começar análise.

Outra pergunta com que nos defrontamos levanta uma questão de princípio. É
ela: Quando devemos começar a fazer nossas comunicações ao paciente?
Qual é o momento para revelar-lhe o significado oculto das idéias que lhe
ocorrem, e para iniciá-los nos postulados, e procedimentos técnicos da
análise?

A resposta a isto só pode ser: somente após uma transferência eficaz ter-
se estabelecido no paciente, um rapport apropriado com ele. Para
assegurar isto, nada precisa ser feito, exceto conceder-lhe tempo.

Se se demonstra um interesse sério nele, se cuidadosamente se


dissipam as resistências que vêm à tona no início e se evita cometer
certos equívocos, o paciente por si próprio fará essa ligação e vinculará o
médico a uma das imagos das pessoas por quem estava acostumado a
ser tratado com afeição.
Contra-resistência- Os conluios inconscientes

De tomar a parte pelo todo, vir a trabalhar unicamente com a “parte infantil” do
paciente, despojando-o de suas capacidades adultas e discriminativas, bem
como de seu direito às críticas e réplicas, as quais serão interpretadas
como “resistências”.

É claro que também existe a possibilidade oposta a essa, na qual o


analista, por ser cauteloso demais, só trabalha com o lado adulto do paciente,
sem levar em conta que ele tem também um lado infantil, assustado,
desamparado, que está em uma espera ansiosa de ser compreendido e
estimulado para encarar sua fragilidade com naturalidade,
sem ter que despender o alto montante de energia psíquica que uma negação
maciça demanda.

DESEJO

A psicanálise define que o desejo é o que rege a condição


humana a tal ponto, que podemos dizer metaforicamente, que o
desejo pensa o sujeito, mas o sujeito não alcança, em seu
pensamento, a dimensão veloz do desejo.

Em outras palavras, pode-se dizer que a lógica do inconsciente não


obedece às rédeas do controle, e sim do desejo, que freudianamente é
definido como contínua busca de satisfação pulsional em múltiplos
objetos.

Na medida em que o inconsciente se presentifica a todo instante em suas


formações (sonhos, atos falhos, chistes etc.) não há como destruir o
desejo da condição humana.

CHISTES
Freud afirma que diante do horror da vida e de nossa impotência fazemos
chistes, trocadilhos e piadas. Ao rir estamos resistindo ao desprazer.

Desse modo, Freud começa a se referir ao desejo, que em


sua face decisiva e estrutural para o sujeito, é o agalma que move à busca de
prazer na criação: “As forças motivadoras das fantasias são os desejos
insatisfeitos, e toda fantasia é realização de um desejo, uma correção à
realidade insatisfatória”.90

PULSÃO

Freud e o inconsciente- O conceito de Pulsão

Pulsão: A pulsão só conhecida por seus representantes,


ou seja, a ideia e o afeto. A pulsão é diferente do instinto.
Pois, o instinto é comportamental e tem o um objeto
específico. A pulsão não é comportamental e não tem um
objeto específico. A variação do objetos junto ao objetivo
formam os pontos centrais da teoria pulsional

Pulsão, diz Freud, é “um conceito situado na fronteira entre o


mental e o somático” ; ou ainda, “ é o representante psíquico
dos estímulos que se originam dentro do organismo e
alcançam a mente.

A pulsão tanto a nível consciente quanto a nível inconsciente


nunca se dá como tal, mas sim pelos seus representantes. A
pulsão não é recalcada, mas sim o seu representante ideativo.
A pulsão é uma coisa, sua representação é outra.

A diferença básica entre os dois tipos de pulsões é que elas se


encontram sob o predomínio de diferentes princípios de
funcionamento:

1- como as pulsões do ego só podem satisfazer-se com um objeto


real, o princípio que rege seu funcionamento é o princípio de realidade,

2- enquanto as pulsões sexuais, podendo “ satisfazer-se” com


objetos fantasmáticos, encontram-se sob o predomínio do princípio
de prazer
O objeto pode ser real ou fantasmático. Logo, essa forma para
alcançar o objetivo pode ser real ou fantasmática, pode ser
uma pessoa ou mais pessoas, parte de uma pessoa. Não há
especificidade, é o que há de mais variável em uma pulsão.
Pode ser uma pessoa determinada como um “equivalente
simbólico” de parte do real.

Os destinos do representante ideativo: Um deles:

Retorno em direção ao próprio eu (o que no caso, ele deve


fazer talvez). Ou seja, se cuidar como pessoa, alcançar seus
objetivos.

Durante o atendimento, posso dar a devolutiva, se for o caso,


em palavras simples, sobre este funcionamento: somos seres
que funcionam por meio de nossas pulsões, aquilo que nossa
mente representa.

Podemos resumir dizendo que o traço essencial das


vicissitudes sofridas pelas pulsões está na sujeição dos
impulsos pulsionais às influências das três grandes
polaridades que dominam a vida mental.

Dessas três polaridades podemos descrever a da atividade-


passividade como a biológica, a do ego-mundo externo como a
real e finalmente a do prazer-desprazer como a polaridade
econômica. (op. cit., p. 162)

IMPORTANTE LEMBRAR:
“A psicanálise começa a partir do momento em que
levamos em consideração os representantes da pulsão
nos registros do imaginário e do simbólico, isto é, no
espaço da subjetividade.”

É preciso sempre lembrar que édipo é conceito estrutural e não


acontecimento individual.
É a palavra, como mediadora, o que vai possibilitar o
reconhecimento do outro e a superação do simples desejo de
sua destruição.

O sintoma é aquilo que está no lugar da palavra. Ele é uma


falha no mecanismo de simbolização e, como tal é o
responsável pela descontinuidade na história do sujeito

Interpretar um sintoma é preencher um vazio.

Em 1905, ao introduzir a pulsão, Freud repertoria três de seus


elementos: a fonte, o objeto e o alvo. Após, inclui a força. Logo
temos 4 elementos: fonte, objeto, alvo e força.

FORÇA

Como vimos não é a pressão de uma necessidade, a


pulsão é uma força constante. A primeira coisa que diz Freud
da pulsao e, se posso me exprimir assim, que ela nao tem dia nem
noite, nao tem primavera nem outono, nao tem subida nem descida.
E uma forca constante.”

Essa forca da pulsão age através de uma energia que Freud


chamou de libido. E uma energia que jamais decresce; está sempre
no mesmo patamar de quantidade, de intensidade.
ALVO
O alvo da pulsão está ligado a satisfação da pulsão, que e, também, outro
elemento extremamente importante. Quanto ao alvo-satisfação, entra em jogo
a categoria do impossível de ser satisfeito: “Esta satisfação e paradoxal.
Quando olhamos de perto para ela, a percebemo-nos de que entra em jogo
algo de novo – a categoria do impossível. Ela e, no fundamento das
concepcoes freudianas, absolutamente radical.”

Para Lacan e Freud, a pulsão está sempre insatisfeita. O alvo é sempre


satisfação (mais ou menos por aí) e nunca tem fim.

OBJETO

O objeto da pulsão, diz Freud, e o que há de mais variável nela –


ele pode, de fato, ser qualquer um, o que significa dizer que é
contingente. Lacan vai dizer que e um objeto “totalmente
indiferente”. Se todo e qualquer objeto pode funcionar como objeto
da pulsão, diz Lacan, isso se dá porque o objeto da pulsão é um
objeto que não existe, é infinito.

O objeto passa a ser concebido, portanto, como um meio para que


um fim seja atingido

FONTE

CORPORAL

OS DOIS DUALISMOS:

Ao falar de pulsão de vida, automaticamente, estamos falando


de pulsões sexuais, de prazer e como já sabemos não é só
sobre reprodução, mas sim sobre o prazer como um todo.
Do primeiro dualismo, portanto, restam apenas as pulsões
sexuais ou de vida, que abrangem tanto as sexuais quanto
aquelas do eu.

Compulsão à repetição

Tem total relação com à pulsão de morte. Freud menciona


entao duas tendencias que, embora aparentemente se
oponham, sao fruto dessa mesma caracteristica comum:
tendencias conservadoras que incitam a repeticao e tendencias
cuja acao se manifesta atraves de formação nova e evolucao
progressiva.

Trata-se, para ele, de levar as últimas consequências a


hipotese segundo a qual todas as pulsoes se manifestam
atraves da tendencia a reproduzir o que ja existe. Como ja
disse o poeta, “Lar e de onde se vem.

E a nossa vida cotidiana e feita disso, a vida humana e regida


por esse vetor, tendendo a obter a absoluta satisfacao,
impossivel de ser obtida. Esse e o dramatico, se nao o tragico,
da existencia humana.

Essa e a melhor fi guracao que conheco para ilustrar a pulsao


de morte: essa Fenix lugubre cuja forca não se esgota jamais,
esse ser morbido, indestrutivel, que está em nosso encalco o
tempo todo e jamais desiste – isso e a propria pulsao de morte

Alem disso, o uso inteiramente banalizado de expressoes que


implicam o sentido de “morrer de algo” – “morrer de fome, de
rir, de vontade, de sono, de tesao…” etc. – parece falar a favor
de uma certa necessidade cotidiana de incluir o gozo da morte
no seio da vida: morre-se de tudo um pouco!

O carnavalesco que afirma “nesse carnaval vou me acabar”


parece dar igualmente testemunho da relacao intima entre a
busca de um excessivo e ilimitado gozo e a experiencia da
morte. – Vetor mortífero
PULSÔES DO EGO E SEXUAIS

A diferença básica entre os dois tipos de pulsões é que elas se


encontram sob o predomínio de diferentes princípios de
funcionamento: como as pulsões do ego só podem satisfazer-se
com um objeto real, o princípio que rege seu funcionamento é o
princípio de realidade, enquanto as pulsões sexuais, podendo “
satisfazer-se” com objetos fantasmáticos, encontram-se sob o
predomínio do princípio de prazer.

A questão que surge a partir dessa distinção é se Freud pode


legitimamente empregar o termo “ pulsão” (Trieb) para designar
ambos os tipos de processos.

OS DESTINOS DA PULSÃO

Os destinos do representante ideativo são:


1. Reversão ao seu oposto
2. Retorno em direção ao próprio eu
3. Recalcamento
4. Sublimação

Essas três formas de oposição nos remeteriam a três polaridades


que regeriam não apenas as formas de oposição ao amar, mas toda
a nossa vida mental (op. cit., p. 155). São elas as antíteses:
1. Sujeito (ego) — Objeto (mundo externo)
2. Prazer — Desprazer
3. Ativo — Passivo

Essas três polaridades articulam-se entre si e são responsáveis


pelas vicissitudes das pulsões. Podemos resumir dizendo que o
traço essencial das vicissitudes sofridaspelas pulsões está na
sujeição dos impulsos pulsionais às influências das três grandes
polaridades que dominam a vida mental.
Dessas três polaridades podemos descrever a da atividade-
passividade como a biológica, a do ego-mundo externo como a real,
e finalmente a do prazer-desprazer como a polaridade econômica.
(op. cit., p. 162

O conceito de pulsão foi concebido como algo fundamental que


ancora o psiquismo no corpo, isto é, o registro psíquico não seria
apenas algo da ordem da idealidade, mas movido pelas pulsões.

Desta maneira, Freud pode transformar a concepção dualista


vigente em sua época sobre as relações entre corpo e psiquismo,
indicando que a pulsão seria o lugar onde se daria o encontro.

Para tanto, ele teve de opor os registros do organismo e do corpo,


porque o corpo pulsional não se identificaria com o conceito
biológico de somático.

É como corpo pulsional, que o corpo pode ser auto-erótico e


narcísico. Além disso, como força constante e exigência de trabalho
imposta ao psiquismo pela sua ligação com o corpo, a pulsão seria
origem e um dos fundamentos do sujeito.
Significado e significante segundo tio Freud
e tio Lacan

O significante se mantém como condição de uma operação que se


constitui em uma cadeia e é nessa cadeia que ele se faz presente a
partir de uma ausência. A cadeia dos significantes torna a condição
do significante possível e é nela que ele subsiste (LACAN, [1966],
1998: 665).

Essa questão da ausência pode dizer talvez do que está faltando na


análise, talvez seja hora d devolver certas questões visto q ela já me
associou ao pastor

Significante de Julia: ao invés de compreender sensitiva, compreendi


incentivo. De qualquer forma, o estudo é relevante, indenpendente dessa
questão

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