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O PROCESSO CLÍNICO
Lógica formal + lógica dialética + noção de conflito (nenhuma delas se excluem).
Relação de continuidade genética em sínteses sucessivas (continuidade epistemológica a
partir de sínteses constantes). A terapêutica vem enquanto uma proposta de correção desse
louco, ou da relação com o ambiente e se constitui em um espiral, proporcionado pelo
vínculo não linear entre sujeito e terapeuta, e onde se desenvolvem as contradições do
sujeito.
Esse mesmo vínculo permite ao cuidador a possibilidade de investigar as
contradições que surgem dentro da operação e do contexto em que ela ocorre. Essa
investigação propicia uma fragmentação do objeto (do sujeito) em questão, simbólica e
teórica, para domínios particulares, a partir do de uma segregação vínculo (o sujeito só é
analisado mediante essa relação pelo vínculo). O que acontece de forma subsequente é
um momento integrador dessa análise, propiciado pela epistemologia. Esse ciclo ganha
sentido a partir da experiência da clínica (descrição da prática clínica Pichoniana).
Se o terapeuta é mobiliza essa separação e conciliação do sujeito e do vínculo, as
configurações de situações “dilemáticas” são impedidas, mediante a eficácia de sua
técnica (ou seja, há respostas para os conflitos proporcionadas pelo próprio sujeito), bem
como a construção de sintomas analíticos (desvio do conflito). Esses conflitos
potencialmente poderiam gerar um impeditivo, um estancamento, para a progressão do
resolutividade, ou de desvio, que podem acontecer por falta de ajuste dos momentos de
divergência e convergência, resultando em uma conduta estereotipada.
A dificuldade de integração do momento de separação e conciliação, no processo
de apreensão do real, é vivenciado pelo obstáculo epistemológico (ruído). Esse obstáculo
transforma a espiral dialética do processo de apreensão da realidade num círculo fechado
(estereotipia), que é patógena.
A teoria de vínculo de Pichon parte então de uma relação bicorpórea e tripessoal,
havendo ali dois corpos (sujeito e psicólogo), mas três entes (sujeito em divergência +
psi), e possibilita então o instrumento que permite a apreensão da realidade dos objetos,
tanto pelo cliente quanto pelo psicólogo. É uma estrutura complexa, um canal de diálogo,
que envolve um sistema de transmissor, receptor, diálogo e ruído. Para que o vínculo seja
efetivo, é necessário que ambas as extremidades dele entendam, e tenham similitudes,
mediante o canal de comunicação. Toda a unidade de teoria de saúde e doença mental de
Pichon está pautada no vínculo com estrutura. A adaptação ativa à realidade (ou seja, o
diálogo entre sujeito e mundo, que atua como norma pera
Prólogo
TESE PICHON:
Grupo interno: grupo de origem. O mundo interno é a crônica fantasiada de um
acontecer real. A doença mental é emergente de um grupo específico, de uma história
grupal e de uma dinâmica grupal, em específico, de um tipo de interação humana
vivenciada em grupo. Todos nascemos inseridos em um grupo que tem já tem sua própria
história e carregamos conosco um grupo interno, um grupo de origem.
Grupo interno: estrutura que permite a interligação, na teoria pichoniana, entre
psicanálise e psicologia social.