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A psiquiatria atual é uma psiquiatria social, no sentido de que não se pode pensar
em uma distinção entre indivíduo e sociedade. É uma abstração, um reducionismo que
não podemos aceitar porque temos a sociedade dentro de nós. Nossos pensamentos,
nossas ideias, nosso contexto geral é, na realidade, uma representação particular e
individual de como captamos o mundo de acordo com uma fórmula pessoal, de acordo
com nossa história pessoal e de acordo com o modo pelo qual esse meio atua sobre nós
e nós sobre ele.
As palavras racional e irracional devem ser consideradas, em termos de vínculo,
como graus de esclarecimento ou graus de conhecimento da natureza do vínculo.
Dizemos que uma relação é objetal e racional quando é conhecida conscientemente e
conscientemente administrada. Mas, ao mesmo tempo, sabemos que esse vínculo que
chamamos racional está geneticamente ligado a vínculos irracionais. A transformação
do irracional em racional pode se realizar em termos de espiral, como uma
transformação dialética; isso quer dizer que certas quantidades de irracionalidade se
transformam em qualidades de racionalidade à medida que o processo psicanalítico
avança. A psicoterapia tem por finalidade tornar racional um vínculo irracional, porque
a neurose pode ser definida pela predominância de um vínculo irracional que é operante
na prática e na práxis desse sujeito em sua relação com o mundo.
No início do grupo, os papéis tendem a ser fixos, até que se configure a situação
de lideranças funcionais. Todo grupo denuncia, mesmo na mais simples tarefa, um
emergente grupal. Este é exatamente aquilo que numa situação ou outra se enche de
sentido para aquele que observa para quem escuta. O observador observa o existente
segundo a equação elaborada por Pichón.