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PSICOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA

Unidade III
7 INTERAÇÃO FISIOTERAPEUTA-CLIENTE

7.1 Tópicos de psicologia social

Figura 39

7.1.1 Psicologia social psicológica e psicologia social sociológica

Psicologia social é o ramo da psicologia que estuda, basicamente, o comportamento dos indivíduos
quando estão interagindo. Essa área da psicologia surgiu recentemente, no século XX, como campo de
interação da psicologia com as ciências sociais – sociologia, antropologia, geografia, história, ciência
política. Por exemplo, da interação da psicologia com a etnologia (ramo da antropologia) resultou a
etnopsicologia, que considera aspectos sociais, históricos e culturais dos fenômenos psicológicos.

Ao realizar um balanço do estado atual da psicologia social, nos âmbitos nacional e internacional,
Maria Cristina Ferreira (2010) registra sua evolução na América do Norte, na Europa e na América Latina,
aqui particularizando a recente produção brasileira.

Vimos que, ao longo da história da psicologia, houve grande pluralidade e multiplicidade de


abordagens teóricas. O mesmo ocorreu no âmbito de cada área específica dessa ciência, e com a
psicologia social não teria sido diferente. Os estudos e pesquisas foram reunidos em dois grandes
conjuntos, um dos quais reúne aqueles cuja ênfase recai nos indivíduos e outro cuja ênfase
recai na relação estabelecida entre indivíduos. Dessa classificação resultam duas modalidades
de psicologia social:

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• a chamada psicologia social psicológica;

• a chamada psicologia social sociológica.

Vejamos melhor o que significa isso.

A psicologia social psicológica privilegia a vida intrapsíquica do indivíduo: seus pensamentos,


sentimentos e comportamentos quando ele se encontra diante da presença real (ou imaginada) de
outras pessoas. Em outras palavras, a psicologia social psicológica enfatiza aquilo que se passa na
interioridade dos indivíduos, seus processos intraindividuais que determinam o modo pelo qual os
indivíduos respondem a estímulos sociais.

A psicologia social sociológica, por sua vez, privilegia a experiência social adquirida pelo indivíduo
ao longo de suas diversas participações em diferentes grupos sociais. Em outras palavras, a psicologia
social sociológica enfatiza os fenômenos observáveis em grupos e coletividades.

Entre os principais temas de estudo da psicologia social, estão incluídos os seguintes: atitudes,
relações entre funções cerebrais e cognição social (neurociência social), processos coletivos que ocorrem
em grupos de todos os portes, desde os processos próprios da relação interpessoal, que envolve somente
dois participantes, passando por processos próprios dos grupos, instituições e comunidades, até atingir
os processos próprios das redes sociais, sejam elas presenciais ou virtuais.

O que o campo da psicologia social pode oferecer de melhor aos fisioterapeutas? Parece-nos
que, dessa área da psicologia, o mais útil para você, aluno de Fisioterapia, é a aquisição de alguns
conhecimentos sobre estrutura e dinâmica de grupos. O estudo de grupos é indispensável a profissionais
que integram ou muito possivelmente virão a integrar equipes multi e interdisciplinares de trabalho.

7.1.2 Noções de estrutura e dinâmica de grupos

Ao tratarmos de particularidades da estrutura e dinâmica dos grupos, ingressamos em vasto território


da psicologia, pois, havendo uma multiplicidade de abordagens teóricas, das quais decorrem distintas
sugestões práticas, nós, autores deste livro-texto, nos vemos obrigados, mais uma vez, a eleger temas
cujo estudo possa ser útil a você.

Para darmos andamento à abordagem desse tema, vamos recorrer mais uma vez ao já mencionado
Enade Psicologia: material instrucional específico, produzido pela UNIP. Nesse material, vemos que
sociólogos e psicólogos elaboraram muitas definições de grupo, uma das quais de uso frequente:
basicamente, grupo é um conjunto de pessoas que desempenham distintos papéis para que possam
atingir, juntas, um ou mais objetivos em comum.

Cada grupo é um todo dinâmico, é como um organismo coletivo, de modo que qualquer alteração
em algum de seus elementos repercute nos demais elementos e no sistema como um todo. Além disso,
num grupo bem conduzido, a produção coletiva é sempre maior e melhor que a soma das produções
individuais de seus membros.
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Durante a convivência e a realização de trabalhos em conjunto, vão se sucedendo processos


grupais, e essa dinâmica psicossocial proporciona aos integrantes do grupo o compartilhamento de
representações, de crenças e de conhecimentos, o desempenho de múltiplos papéis e o sentimento
de pertença grupal. Esses benefícios do grupo podem favorecer o desenvolvimento, o autoconhecimento e a
elevação da autoestima de seus integrantes.

Diversas modalidades de intervenção grupal compõem o repertório de profissionais da saúde,


da educação, de organizações de trabalho, de sistemas jurídicos, de instituições e de comunidades.
Múltiplas estratégias de análise e de intervenção nos processos grupais são tradicionalmente utilizadas
por coordenadores, facilitadores e moderadores de grupo, para adequar os indivíduos a interesses
corporativos ou para favorecer exercícios cooperativos de ação grupal, quando se tem em vista a
promoção da autonomia de sujeitos e de coletividades.

O trabalho grupal demanda compatibilidade entre as condições do contexto, os objetivos da


estratégia adotada e as necessidades dos participantes do grupo.

Figura 40

Assim, da vasta diversidade de estratégias grupais utilizáveis em distintos contextos profissionais,


é preciso que a escolha dos procedimentos a serem adotados se apoie em uma cuidadosa avaliação
da situação e dos objetivos da intervenção para que se possa escolher o tipo de intervenção mais
adequado aos objetivos e demandas do grupo e à necessidade dos indivíduos que o compõem.

Há diversas modalidades de grupo. Entre elas, é de nosso particular interesse nesse contexto o grupo
operativo, proposto por Enrique Pichon-Rivière (1977).

7.1.3 O grupo operativo de Pichon-Rivière

Pichon-Rivière (1977, p. 42) define grupo como um “conjunto de pessoas reunidas por constantes
de tempo e espaço, articuladas por sua mútua representação interna, que se propõe, implícita ou
explicitamente, uma tarefa, que constitui a finalidade do grupo”. Os grupos operativos têm por objetivo
a realização de uma tarefa.
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Eduardo Frias (2020) nos lembra que Pichon-Rivière descreve o sujeito como emergente de uma
trama complexa de relações sociais em que ocorrem internalizações recíprocas (vínculos) e relações
sociais (nexos). Este autor também descreve o indivíduo como um ser que se movimenta num drama
interno enquanto participa de vários dramas externos. E, baseado em seus conhecimentos de psicanálise,
explica que as pessoas com quem um indivíduo se relaciona se inscrevem em sua interioridade por
meio de um progressivo processo de internalização das múltiplas e sucessivas experiências vividas
nessas interações. Múltiplas imagens, originadas de múltiplos objetos internalizados, se articulam
na subjetividade do indivíduo, sistema interno que compreende hábitat e grupo interno, isto é,
compreende um cenário e, nele, personagens em relação, segundo um script ou argumento, como
numa obra teatral.

Composto
Como antropófago
Faço de pedaços das pessoas que amo e odeio
Partes de mim mesmo.
€_FR!@s

Fonte: Frias, E. R. (2013).

Foi possível entender esse conceito de Pichon-Rivière? Para tornar mais inteligível sua maneira
de compreender o indivíduo colocado em relação social, basta considerarmos que cada um de nós
representa vários papéis sociais ao interagir com outras pessoas: cada um de nós é filho; pai ou mãe;
trabalhador em determinado lugar, exercendo determinadas funções; amigo; comprador; vendedor, e
assim por diante. Essas interações podem ser entendidas como se cada um de nós, sem perda da própria
unidade identitária, estivesse representando diversos papéis em palcos de teatro.

Pichon-Rivière (1977) vai além, ao propor que nossa interioridade é habitada por personagens em
interação, havendo contínua comunicação entre os dramas vividos por essas personagens internas e os
dramas vividos por nós em nossas interações sociais.

Figura 41

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Às relações significativas estabelecidas entre os seres que habitam nossa interioridade


Pichon-Rivière dá o nome de nexos, e às relações significativas por nós estabelecidas com outras
pessoas em nosso dia a dia ele nomeia de vínculos.

O fato de as personagens internas não serem estáticas e de interagirem justifica a denominação


grupo interno. Graças a um complexo dinamismo de introjeção e projeção de imagens, no cenário
interno, a realidade externa é reconstruída, com maior ou menor grau de distorção, já que o sujeito
transforma dados da realidade externa ao interpretar a experiência: configura-se, assim, a trama
argumental interna (argumento interno).

Estando em grupo, as pessoas compartilham tempo, lugar e campo psicológico. Formam vínculos,
manifestam emoções, têm vivências, expressam ideias e ideais. Os integrantes de um grupo interagem
por meio de um complexo mecanismo de atribuição e assunção de papéis. A mútua representação
interna (internalização recíproca) é o processo por meio do qual cada integrante de um grupo reconstrói
em sua interioridade a trama de relações de que participa.

Para lidar com obstáculos e dificuldades próprias de nossa vida cotidiana, é preciso, entre outras
coisas, superar obstáculos e dificuldades nas relações que nossas personagens internas estabelecem entre
si. Esse trabalho a ser realizado na esfera subjetiva de cada um de nós é pré-requisito para podermos
lidar de modo eficiente e eficaz com o que ocorre externamente, em nossas relações sociais.

Assim, para lidar com obstáculos e dificuldades próprias de nosso fazer profissional, é preciso que,
além dos recursos teórico-técnicos propostos por Pichon-Rivière e outros pensadores da psicologia,
possamos superar nossa dificuldade para lidar com determinadas questões. Pode ocorrer, por exemplo,
que a educação que recebemos nos tenha levado a sentir antipatia, medo ou aversão por pessoas
diferentes de nós. Diferentes por pertencerem a outra classe social, ou a outro segmento étnico-racial,
ou por terem orientação de gênero distinta daquela que consideramos a única correta ou, ainda, por
serem pessoas velhas, gordas, portadoras de algum tipo de deficiência, por estarem morrendo, e assim
por diante.

Estereótipos negativos e preconceitos sempre têm raízes profundamente arraigadas em nós.


E eis que em nossa prática profissional nos vemos diante da necessidade de cuidar de pessoas que,
em nossa interioridade, em nosso cenário interno, são representadas como aversivas ou desprezíveis
ou aterrorizantes.

Lembrete

A percepção de si é tarefa exigente a ser realizada na subjetividade de


um fisioterapeuta, de um psicólogo e de qualquer profissional chamado a
oferecer cuidados a alguém.

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7.1.4 Etapas do desenvolvimento dos grupos de trabalho

Quanto ao desenvolvimento de grupos de trabalho, quer utilizemos a técnica de grupos operativos,


quer utilizemos outra, vale fazer algumas observações. A vida de grupos e de equipes de trabalho se
desenvolve em conformidade com as seguintes etapas:

• formação;

• conflito;

• normatização;

• desempenho;

• desintegração.

Figura 42

As etapas do processo grupal nem sempre obedecem exatamente a essa sequência, porque podem
ocorrer retornos a etapas anteriores antes do avanço para etapas seguintes. O conhecimento das etapas
dos processos grupais nos dá a conhecer que os períodos de turbulência fazem parte desses processos.

As etapas de formação, conflito, normatização, desempenho e desintegração de uma equipe de


trabalho acham-se descritas a seguir.

Durante a etapa de formação têm início os contatos interpessoais e o reconhecimento mútuo


dos integrantes do grupo. Nessa etapa, o objetivo coletivo é identificado e são estabelecidas as regras
de tempo, lugar, papéis e funções. Durante essa etapa da vida grupal não ocorrem disputas pelo
poder no interior da equipe, pois os indivíduos ainda se locomovem em meio a incertezas relativas às
responsabilidades e papéis de cada um e ainda não reconhecem a si mesmos como membros do grupo.

Durante a etapa de conflito, nitidamente marcada pela incerteza, os membros do grupo já estão
identificados. Tem início então o processo de ajustes relativos às tarefas que serão realizadas, à decisão
de quem fará o que e de que maneira. Durante essas negociações, os integrantes do grupo podem
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redefinir regras. As lideranças começam a emergir, o que poderá determinar a ocorrência de disputa
pelo poder de condução do grupo e pequenos poderes começam a ser divididos e disputados entre os
membros. Isso não implica, necessariamente, litígios, pois, apesar de serem esperadas discordâncias, as
negociações podem ocorrer sem hostilidades.

Durante a etapa de normatização, a energia da equipe se concentra nos processos de coesão


grupal, de identificação dos membros do grupo e de maior proximidade entre eles. Também têm
início o compartilhamento de sentimentos e percepções e o intercâmbio de informações. Aumenta a
tolerância frente às divergências. A concordância explícita com os objetivos do grupo se inclui entre as
características dessa etapa. As lideranças, já aceitas, definem junto com os integrantes do grupo papéis
e funções, bem como normas de desempenho.

Durante a etapa de desempenho, as tarefas são executadas. Já ultrapassada a etapa de


normatização, durante a qual foram estabelecidas relações mais próximas, foram compartilhados
percepções e sentimentos e aumentou a coesão grupal, a energia do grupo se volta agora para a
realização de atividades. Ainda que possa haver oscilações ao longo do percurso, essa é a fase de ouro
da produtividade grupal.

A desintegração é a última etapa do processo grupal. Tendo sido atingidos os objetivos do grupo,
sua existência passa a ser desnecessária. É importante assinalar que, nas equipes permanentes de
trabalho, durante essa etapa pode ocorrer a renovação de metas e de recursos, bem como a substituição
de membros.

Uma atenção integral à saúde exige o reconhecimento da multiplicidade e da complexidade dos


fatores implicados no processo saúde-doença-cuidado. Por isso, o trabalho interdisciplinar é fundamental
nos sistemas de saúde. Daí a importância de nos apropriarmos de conhecimentos básicos da estrutura e
dinâmica de grupos: para tornarmos nossa ação mais eficaz.

8 TÓPICOS RELATIVOS À QUALIDADE DE VIDA E À INSERÇÃO DA FISIOTERAPIA


NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

Damos início a esta seção apresentando o que se entende por qualidade de vida e inclusão dessa
temática no âmbito da atenção básica em saúde, programa integrante do Sistema Único de Saúde (SUS).

8.1 Qualidade de vida

No âmbito das ciências humanas e biológicas, há um interesse crescente por questões relacionadas à
qualidade de vida, o que, certamente, não se restringe a um mero controle de sintomas, nem à redução dos
índices de mortalidade, nem ao aumento da expectativa de vida. Há autores que consideram qualidade
de vida apenas um sinônimo de saúde física e mental. Outros autores, no entanto, consideram que boas
condições de saúde física e mental integram, junto com outros fatores, o conjunto de condições da
qualidade de vida.

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Esse conceito varia de uma área para outra, podendo ser compreendido como sinônimo de saúde,
felicidade, satisfação pessoal, condições e estilo de vida. Etimologicamente, a palavra “qualidade” advém
do latim qualis, que significa “modo peculiar de existência de algo ou de alguém”.

Muito frequentemente a qualidade de vida é avaliada com base em indicadores, tais como nível
de escolaridade, ausência de sintomas de doenças, condições de moradia. Os estudos sobre qualidade de vida
são classificados em quatro abordagens: socioeconômica, psicológica, médica e holística.

A abordagem socioeconômica adota indicadores sociais como principal parâmetro de avaliação.


Os indicadores econômicos, tidos inicialmente como principal parâmetro, logo se fizeram acompanhar
de indicadores sociais, estando ambos voltados exclusivamente para fatores externos – instrução, renda
e moradia, entre outros.

A abordagem psicológica privilegia indicadores de caráter subjetivo, privilegiando a experiência da


pessoa. Essa abordagem favorece a compreensão das pessoas com base em critérios de autoavaliação:
as pessoas são solicitadas a descreverem a si mesmas como felizes, satisfeitas, dotadas de boa qualidade
de vida.

Tradicionalmente, a abordagem médica esteve restrita a aspectos relativos às condições de saúde,


à cura de doenças, ao prolongamento do tempo de vida. Tais condições demandam possibilidade de
acesso a serviços médico-assistenciais, bem como políticas públicas adequadas, articulação intersetorial
do poder público e mobilização da população.

A abordagem holística considera a qualidade de vida multidimensional, o que inclui o respeito aos
interesses e valores dos beneficiários. Curiosamente, segundo essa perspectiva, não é a qualidade de vida
que depende da boa saúde e sim a saúde é que depende da boa qualidade de vida. É preciso associar
parâmetros subjetivos (bem-estar, felicidade, amor, prazer, realização pessoal) e objetivos (recursos
sociais de atendimento a necessidades individuais e coletivas) para avaliar qualidade de vida.

Observação

Estamos anexando a este livro-texto um instrumento de avaliação da


qualidade de vida que poderá ser útil a você: Wisconsin Quality of Life –
Escala de Autoclassificação da Qualidade de Vida.

8.2 Sistema Único de Saúde (SUS) e a promoção de qualidade de vida

O Sistema Único de Saúde (SUS), que tem por princípios básicos a universalização, a descentralização,
a integralidade e a participação da comunidade, é integrado desde 1994 pelo Programa Saúde da
Família (PSF), cujas equipes são compostas de médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e agentes
comunitários de saúde, que estabelecem vínculos de corresponsabilidade com a população beneficiária
dos serviços para atingirem, juntos, o objetivo de promover a saúde e elevar a qualidade de vida das
pessoas e de sua comunidade de pertença.
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Baseado na abordagem holística, esse programa de assistência à saúde não se limita a intervenções
de cunho epidemiológico e sanitário, por entender que para atingir o objetivo de melhorar a qualidade de
vida das pessoas é preciso definir estratégias de ação com base em fatores físicos, psicológicos, históricos,
geográficos e socioeconômicos, entre outros.

Por considerar oportuno, recorremos a Carvalho e Nogueira (2016), do campo da educação física,
que, buscando refletir criticamente sobre o processo de institucionalização e fortalecimento das
práticas corporais e atividades físicas entre as ações de promoção da saúde na atenção básica do SUS,
realizaram uma análise crítica das interações, interfaces e distanciamentos que se processam entre as
práticas corporais e as atividades físicas.

Ao realizarem a pesquisa aqui referida, havia se passado dez anos da publicação da Política Nacional
de Participação Social (PNPS), ocorrida em 2006. Por meio de resgate histórico e análise crítica das
relações e configurações que permeiam o processo de institucionalização de práticas corporais
e atividades físicas entre as ações de promoção da saúde na assistência básica, esses pesquisadores
identificaram ter havido um expressivo aumento dessa oferta em serviços e programas da assistência
básica, o que favoreceu o acesso da população. Observaram que ainda há um importante desafio a
ser superado: a visão baseada nos saberes da biologia e da epidemiologia, que considera as práticas
corporais e atividades físicas como restritas à prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, ainda
é hegemônica em pesquisas científicas, políticas, programas e práticas de saúde pública.

Essas constatações levaram os autores a considerar que no âmbito da atenção básica é preciso que
as Equipes de Saúde da Família (ESF), em ação conjunta com o Núcleo de Apoio à Saúde da Família
(NASF), avancem na oferta de práticas e atividades, ampliando o escopo e as modalidades oferecidas,
estimulando a participação social e o acesso de populações ainda pouco presentes na atenção básica,
como adolescentes e homens, para, progressivamente, contribuírem para expandir a compreensão de
que tais práticas e atividades são ferramentas potentes de promoção da saúde, pois propiciam benefícios
biológicos à saúde individual, fortalecem a equidade, a autonomia, o empoderamento e o protagonismo
dos indivíduos e, simultaneamente, contribuem para a integralidade e sustentabilidade do cuidado no
sistema de saúde.

Carvalho e Nogueira (2016) chamam atenção ao fato de que, embora tenhamos avançado em
publicações e experiências que levam ao entendimento de que práticas corporais e atividades físicas
são recursos do cuidado ampliado, grande parte dos conteúdos de formação profissional, de artigos
científicos, das políticas e das normativas e práticas em saúde pública compartilham a compreensão
de que tais ações promovem benefícios biológicos à saúde individual, em geral expressos por alguma
medida de aptidão física. É preciso que tais achados das ciências naturais sejam expandidos por meio
de uma profícua interlocução com as ciências sociais e humanas para ampliação dessa perspectiva de
compreensão dos fenômenos.

Os autores observam que os binômios promoção da saúde/prevenção de doenças e práticas corporais/


atividade física são utilizados como sinônimos nos âmbitos leigo, científico e/ou político, embora a cada
um desses termos estejam subjacentes distintas visões de mundo e distintos projetos de sociedade.

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8.3 Inserção do fisioterapeuta no SUS

Considerando a necessidade de regulamentar a atenção em fisioterapia no âmbito do SUS, o Ministério


da Saúde aprovou a Portaria n. 2.916, de 13 de novembro de 2007, que, em seu artigo 3º, inclui a assistência
fisioterápica com suas respectivas formas de organização e procedimentos (BRASIL, 2007).

Esse ato foi bastante divulgado desde então. Um exemplo disso é a matéria veiculada em 2 de
março de 2017 pelo Diário da Manhã, intitulada “Fisioterapia na saúde coletiva”, de autoria de Glenia
Feitosa dos Santos Barbosa, fisioterapeuta especialista em saúde pública e analista de saúde da
Secretaria Estadual de Saúde de Goiás. Em poucas palavras, Barbosa (2017) descreveu a fisioterapia
como ciência da saúde que estuda, previne e trata os distúrbios cinético-funcionais intercorrentes
em órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações genéticas, por traumas e por doenças
adquiridas; e o fisioterapeuta, como profissional de saúde habilitado em curso superior para realizar
diagnóstico de distúrbios cinético-funcionais, prescrever condutas fisioterapêuticas e acompanhar a
evolução do quadro clínico funcional e as condições para alta do serviço.

Chamando atenção ao fato de o fisioterapeuta ser visto exclusivamente como um profissional cuja
ação se efetiva no nível de atenção terciário (atividades de cura e reabilitação), reconhece que, diante
das mudanças na organização social e na organização dos sistemas de saúde, passou a ser exigida a
expansão de suas atividades para o nível da atenção básica em saúde, ou seja, para o campo da promoção
da saúde e prevenção de doenças, conforme a Resolução n. 10, de 3 de julho de 1978, do Conselho
Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO, 1978), que estabelece como responsabilidade
fundamental do fisioterapeuta prestar assistência ao homem, participando da promoção, tratamento
e recuperação de sua saúde e, como membro de uma equipe de saúde, participar de programas de
assistência à comunidade, em âmbito nacional e internacional. A atuação profissional do fisioterapeuta,
nesse nível, acha-se afinada com o novo paradigma de saúde, que privilegia ações de cunho social,
realizadas por equipes multi e interdisciplinares.

Saiba mais

Sobre a oferta dos serviços de fisioterapia e terapia ocupacional na


saúde pública, visite os sites a seguir, da World Confederation of Physical
Therapy (WCPT) e da World Federation of Occupational Therapists (WFOT):

https://world.physio/

https://www.wfot.org/

Bispo Jr. (2010), do Instituto Multidisciplinar de Saúde da Universidade Federal da Bahia (IMS/UFBA),
publicou o artigo “Fisioterapia e saúde coletiva: desafios e novas responsabilidades profissionais”, no
qual chama atenção ao fato de o fisioterapeuta estar se dedicando quase exclusivamente à cura de
doentes e reabilitação de sequelados. Tal restrição não condiz com o novo perfil epidemiológico e a

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PSICOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA

nova lógica de organização do sistema de saúde, voltados para o propósito de reestruturar práticas
profissionais e redefinir o campo de atuação desse profissional.

No artigo mencionado, o autor aborda o tema da reorientação do campo de atuação profissional da


fisioterapia e novas possibilidades de atuação no SUS, e conclui em favor da necessidade de expandir
o campo de ação dos fisioterapeutas da reabilitação de casos individuais para uma prática de cunho
coletivo. Enumera algumas possibilidades de atuação do fisioterapeuta na atenção básica do SUS, com
destaque para o nível primário, sem esgotar outras possibilidades de ação. O autor considera necessário
que essa atuação seja norteada pelos seguintes princípios e regras:

• Atuar em equipe multiprofissional e com abordagem interdisciplinar, objetivando a integralidade


da assistência.

• Seguir a lógica da territorialização e inserir a prática do cuidado continuado.

• Agir preferencialmente no âmbito coletivo, com envolvimento e participação da população.

• Articular suas ações com a ação promovida por diversos setores da sociedade e dos governos,
considerando a necessidade de estar sempre atento aos determinantes e condicionantes sociais
da saúde.

O autor volta seu olhar também para a formação profissional dos fisioterapeutas, que, diante do
gradual deslocamento da ênfase curativo-reabilitadora para a ênfase promocional-preventiva, deve
incluir e valorizar, tanto na formação básica quanto na educação continuada, conhecimentos inerentes
às ciências sociais, à saúde coletiva e ao SUS.

Observação

Fisioterapeutas encontram novas oportunidades de inserção


profissional em órgãos do SUS. Como todo novo campo de ação, este
também apresenta desafios a serem enfrentados e superados em favor da
população beneficiária e em favor dessa classe profissional.

8.4 O fisioterapeuta, a Política Nacional de Práticas Integrativas e


Complementares (PNPIC) do SUS e o binômio espiritualidade-saúde

Desde sua criação pelo Ministério da Saúde em 2006, a Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares (PNPIC) foi implantada no SUS com o objetivo de implementar tratamentos alternativos
à medicina baseada em evidências na rede de saúde pública do Brasil, através do SUS.

A ampliação de ofertas conduziu ao atual conjunto de 29 modalidades de práticas integrativas e


complementares, entre as quais as seguintes:

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• arte terapia;

• biodança;

• dança circular;

• dança sênior;

• dinâmica energética do psiquismo;

• fitoterapia e plantas medicinais;

• homeopatia;

• hortas comunitárias;

• medicina antroposófica, que inclui a prática de euritmia;

• medicina tradicional chinesa (que inclui acupuntura, meditação e práticas corporais, como o tai
chi chuan);

• medicina tradicional indiana (aiurveda);

• musicoterapia;

• naturopatia;

• oficina de memória;

• osteopatia;

• quiropraxia;

• reiki;

• relaxamento;

• shantala;

• teatro do oprimido;

• terapia comunitária;

• terapia de florais;
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• termalismo;

• ioga.

Ao redigir o editorial da HU Revista, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em número


especialmente dedicado ao tema Espiritualidade e Saúde: Aplicações Práticas, Resende et al. (2018)
informam que, em levantamento recente, foi identificado que cerca de 84% da população mundial
possui alguma filiação religiosa, estando previsto que até o ano de 2060 esse número aumentará
para 87%. No Brasil, mais de 90% da população refere possuir uma religião e 84% consideram a religião
como muito importante (MOREIRA-ALMEIDA et al., 2016 apud RESENDE et al., 2018). Esses dados não
deixam dúvida: o tema da religiosidade é importante para a grande maioria da população mundial e, em
especial, para a população brasileira.

Essa publicação não poderia ser mais importante do que está sendo, neste momento em que o
tema saúde e espiritualidade ocupa tantos e diversificados palcos de debate. Para nós, autores deste
livro‑texto, por exemplo, que estamos entabulando um diálogo com você, aluno de Fisioterapia da UNIP,
essa publicação caiu como uma luva, chegou na hora certa.

Esses dados de alta religiosidade e espiritualidade da população mundial são relevantes para
todos os profissionais da saúde. O conhecimento sobre as inter-relações entre saúde e religiosidade e
espiritualidade vem sendo disseminado entre nós nas últimas décadas, mas permanece a necessidade
apontada por Resende et al. (2018), de preparar profissionais da saúde para que esse conhecimento
seja integrado nas práticas de saúde.

O preparo desse volume especial da HU Revista (2018) teve por objetivo colaborar para que
profissionais da saúde possam incluir a abordagem da religiosidade e espiritualidade em sua prática
cotidiana, de modo ético e baseado em evidências, sem desrespeito aos princípios de laicidade do Estado
brasileiro. A seguir, reunimos particularidades de alguns artigos dessa revista.

Santiago e Pinheiro (2018) enfatizam que encontrar um sentido de vida também pode ser considerado
como um recurso de promoção de saúde via espiritualidade. Diante da indagação “como a espiritualidade
pode atuar na promoção da saúde?”, esses autores procuraram por respostas realizando uma revisão
de achados referentes às associações entre, de um lado, espiritualidade e religiosidade, o que incluiu
aspectos de intervenção com uso de prece intercessória, e, de outro lado, atividade imunológica, saúde
mental, neoplasias, doenças cardiovasculares e mortalidade.

Os autores puderam constatar que a literatura especializada vem identificando influências positivas e
negativas de crenças religiosas e espirituais no enfrentamento de enfermidades: o envolvimento
religioso está relacionado a melhores resultados tanto na preservação de doenças físicas e mentais
quanto em sua recuperação. No entanto, por outro lado, esse envolvimento também pode estar
associado a resultados negativos, devidos ao fanatismo, às mortificações e ao tradicionalismo
opressivo de algumas religiões.

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O cuidado espiritual frequentemente colide com o cuidado de saúde a ser oferecido durante o
exercício de papéis profissionais. Ou seja, o profissional de saúde receia associar essas duas modalidades
de cuidado. No entanto, a análise qualitativa dos dados de pesquisa possibilitou identificar benefícios do
cuidado espiritual oferecido por profissionais da saúde a seus clientes.

Foi constatado, por exemplo, que o cuidado espiritual coloca tanto o paciente com câncer quanto a
enfermeira oncológica no caminho do crescimento espiritual. Ao promover conforto e sensação de paz
no paciente, a enfermeira obtém, eventualmente, satisfação interior.

Santiago e Pinheiro (2018) concluem seu relato propondo que seja elaborado um plano sistemático
de sensibilização de enfermeiros oncológicos para que fiquem incentivados a incluir o cuidado espiritual
em seus planos de intervenção.

Com o objetivo de revisar pesquisas sobre intervenção espiritual/religiosa (IER) em saúde física,
Gonçalves e Vallada (2018) realizaram a triagem de mais de 4 mil artigos científicos, dos quais selecionaram
30 que abordaram, de modo criterioso, a IER em desfechos físicos/clínicos. Identificaram que as IERs
descritas apresentam foco espiritual ou religioso, sendo variadas as técnicas de abordagem utilizadas.
Os desfechos incluíram diversas variáveis, entre as quais qualidade de vida, perda de peso e atividade
física, dor e promoção de comportamento saudável. Relativamente aos resultados clínicos, alguns foram
considerados insignificantes, outros considerados relevantes, mas nenhum estudo apresentou desfecho
negativo que contraindicasse a IER.

Saad, Medeiros e Peres (2018) voltaram sua atenção à relação entre religiosidade/espiritualidade e
saúde física e mental quando se trata de pacientes internados em hospital. A assistência religiosa‑espiritual
hospitalar (AREH), referente à atenção profissional oferecida aos mundos espirituais e religiosos
subjetivos dos pacientes, se volta para mundos compostos de percepções, suposições, sentimentos e
crenças que os pacientes têm sobre a relação do sagrado com sua doença, sua hospitalização, sua
recuperação ou possível morte.

Baseados em sua experiência profissional, esses autores identificam que há pelo menos cinco razões
para que uma instituição invista em um programa de AREH:

• o bem-estar religioso-espiritual, prioritário durante uma internação;

• a apreciação religiosa-espiritual como padrão para a acreditação hospitalar;

• as oportunidades para que mal-entendidos religiosos-espirituais que afetariam o tratamento


sejam desfeitos;

• o desejo de pacientes que querem uma perspectiva religiosa-espiritual da instituição;

• a redução de custos hospitalares com a oferta de apoio religioso-espiritual.

As AREHs podem ser oferecidas de modo individual ou coletivo. Podem se restringir a alguma
denominação religiosa específica ou podem ser multifé. Em um nível básico, essa modalidade de apoio
126
PSICOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA

pode ser da alçada dos profissionais de saúde e, em um nível crescente de especialização, pode ser
oferecida por um voluntário treinado, por um ministro religioso da comunidade ou por um capelão hospitalar.

O público-alvo da AREH inclui, além do paciente internado, seus familiares, seus cuidadores e os
profissionais de saúde. Apesar de haver leis que garantem o acesso do interno ao apoio religioso, no
Brasil não há regulamentação para a profissionalização dessa atividade. Os autores concluem seu artigo
sugerindo aos serviços de internação hospitalar que realizem investimento em ações de apoio a recursos
religiosos-espirituais e que busquem formas de atendimento.

Com o propósito de descrever a trajetória e atuação do Programa de Saúde, Espiritualidade e


Religiosidade (ProSER), desde sua fundação, e sua atuação nas áreas de ensino, pesquisa e assistência,
Braghetta et al. (2018) publicaram um artigo sobre esse programa, implantado em 2008 no Instituto de
Psiquiatria do Hospital das Clínicas, pertencente à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(IPq-HC-FMUSP). Reconhecendo que crenças e valores espirituais são parte integrante da experiência
dos pacientes, podendo, por isso, ser utilizados como recursos para lidar com problemas emocionais
e com sofrimentos, o ProSER inclui, entre seus objetivos, conceder especial atenção às necessidades
religiosas e espirituais.

Entre as atividades do ProSER, está incluído um curso teórico-prático, intitulado “Espiritualidade no


cuidado em saúde: como conduzir uma avaliação religiosa e espiritual na prática clínica”, voltado para
a capacitação de profissionais, e um programa de assistência cujo protocolo é adaptado a oito semanas
de intervenção, com uma hora de prática semanal em grupo, incentivo de prática diária de pelo menos
dez minutos e a manutenção de um diário de anotações.

Na pesquisa “Ensino de ‘saúde e espiritualidade’ na graduação em Medicina e outros cursos da


área de saúde”, Damiano, Lucchetti e Lucchetti (2018) tiveram por objetivo desenhar o panorama do ensino
de temas relacionados a saúde e espiritualidade na graduação em saúde no mundo, com particular
enfoque na educação médica brasileira. Para atingir seu objetivo, os pesquisadores realizaram uma
revisão narrativa da literatura especializada no Brasil e no mundo, em bases de dados como PubMed
e SciELO, sem restrição de data e com limitação de artigos em português, espanhol e inglês. Foram
usados os descritores (em português e inglês), com várias combinações: “espiritualidade”, “religião”,
“religiosidade”, “educação médica”, “estudantes de medicina”, “estudantes de enfermagem”, “estudantes
de fisioterapia”, “estudantes de psicologia”, “estudantes”, “educação” e “saúde”.

Foi possível identificar que o avanço da interface saúde-religiosidade-espiritualidade no campo


de pesquisas se fez acompanhar de crescimento no ensino dessa temática em universidades brasileiras e
internacionais, embora a maioria das escolas brasileiras ainda não possua uma inserção consistente da
temática na grade curricular, e embora haja 45 ligas acadêmicas de saúde e espiritualidade espalhadas
pelo Brasil.

Importante destacar que a literatura científica brasileira e mundial avança cada vez mais em direção
a uma prática de saúde mais humanizada, que procura integrar as necessidades biológicas, psicológicas,
sociais e espirituais dos pacientes. Há um movimento internacional de entidades no sentido de estimular
a introdução dessa temática nos currículos das universidades.
127
Unidade III

8.5 Relação fisioterapeuta-cliente e relação corpo-mente: dois


importantes binômios

Além de preocupadas com a relação fisioterapeuta-cliente, as pesquisadoras Canto e Simão (2009)


decidiram investigar também alguns aspectos da integração corpo-mente por meio de um estudo
de caso.

Estudos sobre a relação corpo-mente são realizados há muito tempo. Em muitas crenças religiosas
e populares, o corpo é entendido como instrumento da alma. Descartes não falará nunca em alma.
A ótica proposta por ele trata da relação corpo-mente como uma relação entre duas substâncias
distintas e independentes, que interagem.

Esse modo de entender o binômio corpo-mente influenciou, e continua influenciando, o pensamento


médico-científico ocidental, que fragmenta o ser humano em duas partes: uma parte fisiológica e a
outra psicológica. Cada uma dessas partes demanda cuidados específicos, e por isso médicos e outros
profissionais da saúde física ficam incumbidos de cuidar do corpo; e psicólogos ficam incumbidos de
cuidar da alma.

Segundo observaram essas pesquisadoras, o atendimento fisioterapêutico, muitas vezes, faz parte
de um atendimento multi ou interdisciplinar, e a preocupação do fisioterapeuta fica restrita à intenção de
lidar com a específica queixa física trazida à sessão. As expectativas e emoções vividas pelo cliente
que sofre algum tipo de limitação física, bem como as emoções mobilizadas pelo próprio tratamento,
geralmente não são consideradas relevantes para o sucesso do tratamento.

Não podemos minimizar a importância do fato de que profissionais do cuidado estão continuamente
expostos ao sofrimento de outras pessoas. A vivência cotidiana de estar próximo a pessoas em estado de
sofrimento tende a (in)sensibilizar esses profissionais, que desenvolvem uma relativa indiferença à dor
alheia e preferem desconhecer as circunstâncias existenciais do cliente para pouparem a si mesmos do
confronto com os próprios sentimentos.

Além disso, é pressuposto por profissionais, clientes e seus familiares que, para haver objetividade
por parte do profissional, é indispensável que ele isole as próprias emoções. Com base nessa crença
compartilhada, a objetividade é incluída entre as qualidades de um bom fisioterapeuta. E é isso o
que presenciamos frequentemente nos locais de atendimento clínico e psicológico: profissionais
da saúde substituindo pessoas por casos clínicos e reduzindo a relação terapeuta-cliente a seus
aspectos técnicos.

Isso é geral para todos os profissionais do cuidado em saúde. Ao particularizarmos a questão no


âmbito da fisioterapia, vemos que também nesse âmbito são válidas as regras mencionadas.

A objetividade reforça a dicotomia corpo-mente e facilita a rotina profissional, ao evitar que o


fisioterapeuta, em contato com diversos clientes, sempre desafiado pelo imprevisível, tenha que lidar
com as próprias emoções e com as emoções dessas pessoas.

128
PSICOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA

Outro dado importante da pesquisa de Canto e Simão (2009) é o relativo à tensão produzida pelo
fato de serem continuamente confrontados distintos valores e distintas concepções durante a interação
fisioterapeuta-cliente.

Quanto aos valores e concepções relativos à relação corpo-mente, que também são colocados em
confronto durante o atendimento, as pesquisadoras verificaram que esse confronto produz tensões no
diálogo estabelecido entre fisioterapeuta e cliente. Expliquemos melhor: durante esse diálogo, pode
ficar evidente que fisioterapeuta e cliente entendem de modo diferente a relação corpo-mente.

No caso de haver distintas perspectivas no modo de ambos perceberem a relação corpo-mente, o


que pode ocorrer? Pode ocorrer que um bom diálogo favoreça a preservação de um bom relacionamento
fisioterapeuta-cliente. Mas também pode ocorrer que seus modos de entender essa relação sejam
conflitantes e, nesse caso, as consequências podem ser desfavoráveis tanto para o processo terapêutico
quanto para aspectos gerais da vida cotidiana e profissional. Estamos afirmando que as consequências
podem ser desfavoráveis. Não estamos afirmando que as consequências serão desfavoráveis. Na
pesquisa aqui relatada, as autoras constataram que, em alguns momentos, a busca de solução para os
conflitos acabou gerando perspectivas inesperadas.

Tratando aqui da relação fisioterapeuta-cliente, até agora privilegiamos o polo do fisioterapeuta


nessa relação. Vamos nos voltar agora para o cliente, que chega trazendo sua doença e suas inquietações.
Afinal, ele está sofrendo física e psicologicamente, ele está sendo obrigado a aceitar o papel de doente,
ele está lidando com limitações e transtornos sociais e econômicos que vieram no “pacote” dessa doença.
Para ele, a doença que ameaça sua integridade física e psicossocial exige que ele dirija seu olhar para
uma relação que é psicossomática ou somatopsíquica. E é possível que ele nunca tenha sido chamado
a fazer isso.

Enquanto o profissional da saúde está preocupado com o caso clínico, o cliente está preocupado
com as transformações impostas pela doença à sua rotina de vida. Esse desencontro nos focos de
preocupação pode promover desequilíbrio cognitivo e afetivo na interação de ambos.

As autoras continuam discorrendo sobre suas conclusões, salientando outros detalhes importantes
dessa relação: durante o processo de atendimento fisioterapêutico, é preciso avançar com exercícios
cada vez mais exigentes, e normalmente o cliente rejeita novos exercícios. Agarrado ao que já é capaz
de realizar, se recusa a enfrentar novos desafios, receoso de fracassar. No entanto, ele sabe que deve
avançar e isso o mobiliza a buscar recursos subjetivos para superar sua dificuldade.

Canto e Simão (2009) apontam para o ganho adicional obtido pelo cliente quando ele supera a
ambiguidade entre avançar no tratamento ou permanecer empacado: essa superação contribui para
o desenvolvimento do processo fisioterapêutico, proporcionando melhora física e, ao mesmo tempo,
aumento de sua capacidade pessoal de solucionar conflitos.

Segundo essas autoras, a empatia é um fator fundamental: havendo empatia entre ambos, fisioterapeuta
e cliente se tornam capazes de “ler” as intenções um do outro, capazes de discernir sentimentos, decodificar
gestos e alcançar significados manifestos e latentes da comunicação estabelecida entre ambos.
129
Unidade III

Quando um fisioterapeuta entra em contato com sentimentos experimentados por seu cliente
e, de outro lado, quando um cliente entra em contato com sentimentos experimentados por seu
fisioterapeuta, ambos vivenciam o aumento de possibilidades pessoais. Cada um dos dois reconhece em
si mesmo sentimentos experimentados pelo outro.

E é a isso que se dá o nome de empatia, que, etimologicamente, resulta da fusão de duas palavras
gregas: in, “para dentro”, e pathos, “qualquer sentimento que uma pessoa experimente”. Ou seja,
empatia é a capacidade de “trazer para dentro de si sentimentos experimentados por outra pessoa”.
Lembrando que as palavras empatia e compaixão têm significados próximos: compassĭo, ōnis, palavra
latina, significa “sofrimento comum”, “comunidade de sentimentos”. Com-paixão é “sentir com”. O ponto
comum entre essas palavras – empatia, de origem grega, e compaixão, de origem latina – é que ambas
se referem à capacidade humana de sintonizar profundamente com outra pessoa e experimentar em si
mesmo sentimentos alheios.

Como a questão do corpo é especialmente importante em processos fisioterapêuticos, trataremos a


seguir de procedimentos terapêuticos que incluem o contato corporal.

8.6 Abordagens corporais em psicoterapia e possíveis articulações com


a fisioterapia

No contexto da psicologia, a noção de que ao tocarmos um corpo tocamos mais do que somente
essa dimensão física do ser deu lugar a algumas propostas de intervenção psicoterapêutica, entre as
quais particularizamos, nesse contexto, a análise bioenergética, criada em 1955 pelos estadunidenses
Alexander Lowen e John Pierrakos. Esses autores e outros, entre os quais Keleman, tomando por base as
teorias de Wilhelm Reich, desenvolveram propostas de intervenção psicoterapêutica.

Wilhelm Reich (1897-1957), psiquiatra e psicanalista, discípulo de Freud, dele se afastou para construir
uma nova teoria. Considerando que as energias vitais são de natureza essencialmente sexual, postulou a
existência de uma energia, por ele denominada orgone, cuja liberação considerava fundamental para
a obtenção, preservação ou recuperação de equilíbrio mental.

Alexander Lowen (1910-2008), um de seus principais seguidores, desenvolveu a análise bioenergética,


psicoterapia mente-corporal cuja prática consiste em intervir sobre o corpo da pessoa para (re)conectá‑la
com suas emoções. Também denominada bioenergética, psicoterapia bioenergética ou terapia
bioenergética, essa modalidade de psicoterapia postula a necessidade de atuarmos simultaneamente
nos níveis psíquico e somático.

Partindo do conteúdo verbal levado pelo cliente à sessão de psicoterapia, e entendendo que o
movimento e os padrões de tensão corporal narram uma história, o psicoterapeuta realiza intervenções
corporais e verbais para promover o reencontro do indivíduo com o próprio corpo e com a própria história.

Para conquistar integração pessoal e crescimento com prazer e satisfação, essa psicoterapia propõe
a realização de uma viagem ao inconsciente, que, segundo entendem esses teóricos, acha-se ancorado
no corpo.
130
PSICOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA

Em artigo publicado em 1994, Ricardo Amaral Rego discorre sobre a questão do corpo na psicoterapia,
privilegiando aspectos práticos. Ele pergunta: como compreender e influenciar o impalpável a partir do
palpável, o invisível a partir do visível? Ao tocar o palpável – o corpo –, como influenciar dimensões
do ser responsáveis pela capacidade humana de ter consciência de si e do mundo, de sentir e pensar, de
imaginar, planejar e criar? Como tocar essa dimensão que tem recebido diversas denominações – mente,
espírito, psiquismo, alma?

Ao formular essas questões, Rego (1994) está situado nos domínios de um campo de trabalho muitas
vezes chamado de psicoterapia de abordagem corporal, psicoterapia somática ou psicoterapia corporal.
E, estando nesses domínios, à pergunta se é possível haver alguma abordagem em psicoterapia que
possibilite trabalhar apenas sobre o mental, sem “abordar de algum modo o corpo”, Rego (1994) responde:
não, de maneira alguma!

E, para a abordagem desse tema, lembra que a interação entre as pessoas não se restringe à
linguagem verbal, por haver um contínuo intercâmbio de informações em nível não verbal – forma,
gestos, expressões, ruídos, tom de voz, odores...

Nas psicoterapias de base reichiana, é imprescindível a chamada leitura corporal, utilizada há


milênios na tentativa de decifrar pensamentos, sentimentos e intenções das pessoas. A leitura corporal
inclui a biopsicotipologia ou fisiognomonia, leitura de estruturas corporais de longa duração,
com características psíquicas estáveis, relativas ao caráter, à personalidade e ao temperamento, e a
comunicação não verbal, leitura de expressões continuamente mutáveis – posturas, gestos, modo de
ocupar o espaço e de definir a distância entre corpos.

Não podemos encerrar esta seção sem nos determos mais demoradamente em aspectos da
psicossomática. Constatado o fato de as condições de saúde física poderem ser afetadas por sofrimentos
psíquicos, a psicossomática, ramo da psicologia, estuda a dinâmica por meio da qual emoções humanas
são convertidas em distúrbios orgânicos, configurados como sinais de alerta para a necessidade de
cuidado psicológico e/ou psiquiátrico.

Segundo Lipowski (1988 apud COELHO; ÁVILA, 2007, p. 279), a somatização pode ser definida como
“uma tendência que o indivíduo tem de vivenciar e comunicar suas angústias de forma somática, isto
é, através de sintomas físicos que não têm uma evidência patológica”, esses sintomas geralmente
levam os pacientes a procurarem ajuda médica. Já Ramos (1994 apud CASTRO; ANDRADE; MULLER,
2006) alerta para o fato de o termo “psicossomática” resultar da junção de “psique” e “soma” (mente
e corpo), indicando não haver separação entre o organismo biológico e o psiquismo – elementos
inconscientes, emoções e funções cognitivas, sendo impossível dissociar essas duas instâncias do ser,
dada a sua interdependência.

131
Unidade III

Figura 43

O levantamento bibliográfico e as entrevistas realizadas por Assis et al. (2013) os conduziram à


conclusão de que o termo “psicossomática” é empregado para designar a influência do psiquismo
sobre o corpo, ou a ação de fatores psíquicos, como a tensão, as emoções e o estresse, no organismo,
ocasionando sintomas físicos não detectáveis por exames clínicos.

Os sintomas psicossomáticos podem ser compreendidos como um recurso de comunicação utilizado


pelo inconsciente para alertar à necessidade de cuidado psicológico: indicam ser preciso recorrer a
cuidados médicos e psicológicos para atendimento holístico e integral. O diagnóstico médico de doenças
psicossomáticas é realizado por exclusão de hipóteses: primeiramente são verificadas todas as possíveis
causas orgânicas e, não sendo identificadas tais causas, se entende que algum sofrimento psíquico está
sendo somatizado.

Os sintomas psicossomáticos geralmente ocorrem, ou se tornam mais intensos, quando a pessoa


está sob situação estressante ou sob pressão. Situações traumáticas, sobrecarga profissional, situações
de maus-tratos, de violência física e/ou sexual são algumas das condições que contribuem para a
instalação de quadros de sofrimento psicossomático.

A depressão e os distúrbios de ansiedade também podem induzir a quadros de distúrbios


psicossomáticos, merecendo nossa atenção. No plano psíquico, os sintomas podem incluir ansiedade,
irritabilidade, impaciência e desinteresse; e no plano físico, falta de ar, aumento da pressão arterial,
dores de cabeça, alterações da visão, dores musculares, irritações de pele, urticária, náuseas, dores no
estômago, vômitos, constipação, diarreia, queda de cabelos e insônia, entre outros.
132
PSICOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA

As doenças mais comumente associadas a processos psicossomáticos incluem alergias de pele,


alergias respiratórias, gastrite, enxaqueca, impotência e esterilidade. Seu tratamento demanda
medicação para suprimir sintomas físicos, e psicoterapia para suprimir causas da produção de sintomas.

Como os sintomas psicossomáticos cumprem a função de sinais de alerta para a necessidade de


cuidado psicológico, eles não podem ser negligenciados. É preciso que essa mensagem do psiquismo
seja ouvida e atendida, o que implica a necessidade de encaminhamento para cuidados imediatos para
evitar o agravamento de sintomas e de doenças relacionadas.

Saiba mais

Esse tema é de fundamental importância para todas as profissões da


saúde. Sugerimos a você que expanda seus conhecimentos consultando
fontes bibliográficas e virtuais, começando pelo artigo de Rego, aqui exposto:

REGO, R. A. Psicoterapia e corpo. I-Biopsicotipologias. Revista Reichiana,


São Paulo, v. 3, p. 24-43, 1994.

Conforme mencionado, Reich e seguidores são os principais representantes dessa vertente da


psicologia. Os neorreichianos Lowen e Keleman elaboraram propostas de biopsicotipologias (ou
fisiognomonias), resumidas por Rego (1994).

A proposta de Lowen, de base psicanalítica, correlaciona três elementos:

• características físicas;

• características psíquicas;

• caráter.

Tomando por base a concepção de Reich, segundo a qual as vicissitudes e fixações ocorridas ao longo
das fases de desenvolvimento da libido (oral, anal, fálica, genital) gerariam um tipo específico de caráter,
Lowen afirma que, segundo a bioenergética, os diversos tipos de estrutura de caráter são classificados
em cinco tipos básicos, cada qual com um padrão peculiar de defesas tanto em nível psicológico quanto
muscular. Estabelece que os cinco tipos são: “esquizoide, oral, psicopático, masoquista e rígido” (LOWEN,
1982, p. 131-132) e a cada tipo desses corresponde um biotipo específico.

Como vemos pelos designativos dos tipos, a teoria de Lowen tem por base a psicanálise e a
psicopatologia e, segundo essa concepção, os seres humanos nascem mais ou menos indiferenciados
quanto à sua anatomia e disposições psíquicas. Tanto sua estrutura física quanto a caracterológica são
moldadas pelas experiências, conflitos e traumas ocorridos durante a infância.

133
Unidade III

O nova-iorquino Stanley Keleman (1931-2018) também está incluído entre os principais


neorreichianos. Seu interesse pelo corpo, iniciado com o atletismo, foi intensificado por sua
formação pelo Instituto Quiroprático de Nova York, onde se graduou em 1954. Keleman propõe uma
biopsicotipologia distinta da proposta por Lowen: postula a existência nos animais superiores de um
reflexo de susto que lhes serve de recurso para lidar com emergências. Descreve uma sequência de
eventos por ele denominada continuum do estresse: do alerta à luta, depois a fuga, o encolher, o
render-se e o colapso final. Esses eventos, normalmente temporários, podem constituir um padrão
estrutural, caso ocorra imobilização em alguma fase do referido continuum.

A proposta de Keleman também correlaciona três elementos entre si:

• características físicas;

• características psíquicas;

• estrutura.

Keleman considera que há interação entre características constitucionais herdadas e condições ambientais.

As tipologias de Lowen e de Keleman apresentam similaridades, embora esses autores tenham


utilizado distintos fundamentos teóricos.

Rego (1994) é de opinião de que ainda precisamos de pesquisa científica que possibilite conhecer
de modo rigoroso a correlação entre características psíquicas, tônus muscular e estilos de respiração;
questiona o porquê de os nomes utilizados nas tipologias neorreichianas terem quase todos uma
conotação fortemente patológica e alerta para o risco do uso de tipologias biopsicológicas que tentam
reduzir a complexidade humana a algumas poucas categorias: ao utilizarmos uma classificação
biopsicotipológica, não podemos perder de vista que toda regra tem exceção e eis que a pessoa a quem
estamos atendendo talvez seja uma exceção à regra.

Observação

É recomendável a estudantes de Fisioterapia e a fisioterapeutas uma


ampliação de conhecimentos sobre a terapia bioenergética (psicologia
corporal, análise bioenergética). Estamos convencidos de que os alunos de
Fisioterapia apreciarão muito expandir conhecimentos sobre esse assunto.
Além de vídeos veiculados na internet, outras informações podem ser
encontradas em sites especializados.

134
PSICOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA

Saiba mais
Para conhecer melhor a prática dessa modalidade de terapia, sugerimos
a você que visite o site do Centro Reichiano & Volpi:
CENTRO REICHIANO & VOLPI PSICOLOGIA CORPORAL. Psicologia corporal –
análise bioenergética. [s.d.]. Disponível em: http://centroreichiano.com.br/
psicologia-corporal-analise-bioenergetica/. Acesso em: 28 dez. 2020.
Além disso, acesse, no YouTube, gravações de sessões de terapia e vídeos
de entrevistas realizadas com Lowen.

Outras abordagens do corpo em psicoterapia foram propostas por outros autores, entre as
quais mencionamos os métodos de relaxamento propostos por Johannes Heinrich Schultz e
Pethö Sándor.

O treinamento autógeno, método de relaxamento desenvolvido na Alemanha por Johannes


Heinrich Schultz entre 1908 e 1912, é um método de aprendizagem progressiva, que pode ser usado
por indivíduos sem apoio de terapeutas. Esse método é utilizado para induzir autocontrole e estados
subjetivos de tranquilidade. Favorece alívio do estresse, elaboração de incidentes afetivos inesperados,
melhora no rendimento físico e no rendimento cognitivo, mais disposição e maior resistência a fadigas
física e intelectual.

O treinamento autógeno demanda a prática diária de exercícios de concentração durante um


período que varia de três a quatro meses. As pessoas realizam sua prática diária sem a presença de
terapeutas e a aprendizagem do método é realizada durante um breve processo individualmente ou
em pequenos grupos.

Criado originalmente para ser usado como método preventivo, foi incluído no conjunto de
psicoterapias não verbais. Os psiquiatras de orientação pavloviana têm nesse método uma ferramenta
terapêutica importante. O relaxamento global proporcionado por esse treinamento ilustra o que foi
afirmado por teóricos que, apoiados nos trabalhos de Wallon, defendem a tese de que há uma relação
muito estreita entre a vida tônica e a vida emocional.

Outro método de relaxamento corporal, denominado calatonia, bastante conhecido e utilizado,


é o proposto pelo médico Pethö Sándor, nascido no sul da Hungria, região da atual Iugoslávia, em
28 de abril de 1916. A calatonia é utilizada em processos de individuação, ou seja, em processos
psicoterápicos de atualização de potencialidades inatas por meio do estabelecimento de equilíbrio
entre consciente e inconsciente. A individuação, encontro com o Si-mesmo, se intensifica geralmente
na segunda metade da vida e, embora esse processo seja natural, ou seja, possa ocorrer de modo
instintivo, há métodos psicoterápicos que favorecem sua ocorrência por possibilitarem aos indivíduos
a ampliação de conhecimentos sobre si por meio da tomada deliberada de consciência de dinamismos
psíquicos próprios.
135
Unidade III

A calatonia, realizada por meio de toques suaves em pontos específicos do corpo do cliente,
proporciona um relaxamento do tônus muscular, atuando em vários níveis da complexa estrutura
psicofísica do indivíduo. Os toques trazem à tona lembranças de fatos vividos e de outras vivências, que
são elaboradas posteriormente, durante a sessão de psicoterapia verbal. A calatonia é, pois, uma técnica
de relaxamento que favorece o processo de individuação.

Esse recurso psicoterapêutico tem por base a convicção de que toques realizados em determinadas
partes do corpo ativam memórias adormecidas, que, ao serem despertadas, se fazem acompanhar de
emoções, por vezes muito intensas, que frequentemente conduzem a crises de choro. A terapia verbal
que sucede à sessão de calatonia deverá garantir ao cliente os recursos necessários para a elaboração de
sentimentos e emoções dinamizados pelo toque corporal.

Fica como alerta aos fisioterapeutas este fato: toques corporais despertam lembranças, imagens,
sentimentos, emoções, que demandam acolhida, compreensão e aceitação. Não havendo preparo
profissional para lidar com esses emergentes emocionais, o que se espera de fisioterapeutas e
outros profissionais da saúde é o compromisso ético de trabalharem em parceria com profissionais
da psicologia.

8.7 Importância do diálogo na interação fisioterapeuta-cliente

Indispensável dizer que a interação do fisioterapeuta com seu(s) cliente(s) não exige apenas
conhecimentos teóricos e domínio de técnicas. Também exige condições pessoais para estabelecer
vínculos e para dialogar. Fatores pessoais do fisioterapeuta favorecem, dificultam ou impossibilitam a
formação de vínculos, e, havendo dificuldade ou impossibilidade de estabelecer vínculos, a ocorrência
de diálogo fica dificultada ou impedida.

De modo geral, em todos os coletivos há indivíduos incapazes de dialogar, seja por algum tipo
de impedimento físico ou psicológico, seja por impossibilidade de estabelecer relações dialéticas e
dialógicas. Indivíduos incapazes de estabelecer vínculos, impedidos de estabelecer relações dialéticas
ou dialógicas, tendem a estabelecer relações dilemáticas. Todos necessitamos escapar de angústias
inerentes à solidão e, como diz Enrique Pichon-Rivière, alguns de nós buscam alívio para o temor da
solidão estabelecendo relações dialógicas ou dialéticas: buscam “estar com” para não estar sós. Os incapazes
disso estabelecem relações dilemáticas: buscam “estar contra” para não estar sós.

O que pretendemos dizer aqui, ao nos referirmos à formação de vínculos e ao estabelecimento de


relações dialéticas, dialógicas e dilemáticas? Para não deixar dúvidas quanto ao significado que estamos
atribuindo a essas palavras, vamos recorrer a conceitos elaborados por Enrique Pichon-Rivière, antes de
prosseguirmos na abordagem do tema que dá título a esta seção.

Para realizarmos intervenções eficientes e eficazes, seja na área da educação, seja na área da saúde, é
preciso antes de mais nada superarmos desconfortos íntimos, limitações e restrições. Não nos iludamos:
há um imaginário coletivo, compartilhado por todos nós.

136
PSICOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA

Constante
Em uma parte
Do inconsciente
Ficava tudo
Acontecendo
Sempre.
€_FR!@s
Fonte: Frias, E. R. (2015).

No imenso reservatório de imagens compartilhadas, há inúmeras representações negativamente


estereotipadas. Entre os estereótipos negativos que vivem nesse reservatório de imagens, estão
incluídos os que dizem respeito à África, aos africanos e seus descendentes, aos LGBTI, aos miseráveis,
aos marginais de nosso sistema social e a todo e qualquer segmento da população considerado
minoritário. As mesmas inclinações ao preconceito e à discriminação presentes na subjetividade de
muitos daqueles que buscam nossa ajuda profissional também marcam presença em nossa própria
subjetividade. Por que não estariam? Por que seria diferente?

Representações negativamente estereotipadas são como ervas daninhas a serem removidas.


E, como ervas daninhas, mesmo removidas, tornam teimosamente a brotar, exigindo de nós
vigilância e trabalho contínuos para manter limpo nosso campo íntimo de plantio e colheita.

Diante dos desafios próprios das relações interpessoais, indivíduos preconceituosos tendem a ser
“naturalmente” excluídos de equipes de trabalho e, caso isso não ocorra, sua permanência poderá
vir a comprometer a coesão grupal, o que aumentará as chances de haver “trincas e rachaduras”
em equipes de trabalho, estremecimento ou ruptura de vínculos, enfraquecimento de ânimos e, no
limite, falência do grupo.

Ribeiro (2018b) considera que, dada a relevância do fator individual na composição dos
coletivos, podemos concluir que o cultivo do diálogo nos grupos depende em boa parte da condição
psicológica de seus componentes, o que inclui o reconhecimento das próprias fraquezas. Depende
também da disposição de cada integrante para dialogar e para construir em bloco, solidariamente.

Lembrando o provérbio africano – “são muitas as pessoas da pessoa” – ou o poema de Mário


de Andrade (1955, p. 221) – “Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cinquenta, (...) mas um dia afinal
eu toparei comigo...” –, e observando nossa própria subjetividade, constatamos que o diálogo e o
cultivo de disposição para o diálogo interpessoal exigem disposição para outro tipo de diálogo,
talvez mais exigente: aquele que deve ocorrer nesse âmbito íntimo.

Uma pessoa que tenha, por exemplo, dupla ou múltipla pertença religiosa, o que não é raro no
Brasil, precisará que esses distintos corpos de crença que convivem em sua interioridade dialoguem
satisfatoriamente entre si. Essa necessidade é óbvia. Ao considerarmos que os fatores da dinâmica
psicológica intrassubjetiva interagem continuamente com fatores de ordem sociocultural, temos a
dimensão do que sejam os desafios para o diálogo autêntico.
137
Unidade III

Embora a disposição para a acolhida, o dom e a dádiva sejam requisitos básicos para a realização
de autênticos diálogos intrassubjetivo e interpessoal, é preciso considerar outros componentes
que interferem nas relações em grupo: os de atribuição de sentido existencial e outros, de ordem
psicossocial, econômica, política e religiosa.

A identidade é fortemente marcada pelas relações maioria/minoria e, no caso brasileiro, em


que a identidade branco-cristã constitui modelo identificatório hegemônico e o segmento branco
é apresentado como “maioria”, tal identidade tornou-se marco de referência para os demais
segmentos, impropriamente considerados minoritários e “inferiores”.

Nas sociedades ocidentais, os homens são, sobretudo, autocentrados: agem de acordo com
os próprios interesses, raramente movidos pela gratuidade, e sim pelo desejo de posse, domínio e
prestígio. Nessas sociedades, o componente econômico favorece o desenvolvimento de atitudes
egoístas, que, transbordando a esfera do econômico, impregnam as demais esferas. O sistema
capitalista, que opera segundo a lógica do lucro, exige otimização de resultados, eficácia e
produtividade, em conformidade com uma lógica que deixa pouca margem a valores como verdade,
justiça, igualdade e solidariedade.

Na dinâmica de relações estabelecidas em espaços institucionais, interfere também o componente


político: o poder simbólico, como todo poder, simultaneamente complacente e intransigente,
inclusivo e excludente, gera uma dinâmica de exclusão-inclusão. Observando a rotina de atores
sociais, sejam quais forem seus papéis, seja qual for a posição por eles ocupada no sistema hierárquico
dos coletivos a que pertencem, certamente presenciaremos relacionamentos cuja ênfase recai ora
na competição, ora na cooperação.

O fenômeno mencionado por Weber (apud PEREIRA, 2009) da transformação de cenários


religiosos em “palcos de luta pacífica” é observável em outros cenários de convivência, devendo-se
essa dinâmica de exclusão-inclusão, em parte, à dificuldade, ou mesmo impossibilidade, de termos
nas sociedades hierarquizadas espaços institucionais que não reproduzam tal modelo de relações.

Nesse complexo conjunto de componentes do diálogo, não pode ficar à margem o sentido
existencial da adesão a coletivos. Por exemplo, no caso da adesão a coletivos religiosos,
ocorre o seguinte: como a experiência religiosa é dotada de forte potencial de transformação
individual, ela oferece recursos simbólicos para a ressignificação de cenários, seres e cenas da
própria trajetória biográfica, e possibilita, com base nisso, mudanças de atitudes e de condutas.
Rabelo et al. (2002 apud BIZERRIL; NEUBERN, 2012) se referem ao potencial de ressignificação e
reorientação existencial das terapêuticas religiosas, atualizado por meio da reinterpretação dos
próprios dramas existenciais à luz de cosmologias religiosas e sob o impacto de ritos.

Ao trazer para debate do graduando de Fisioterapia essas particularidades da dinâmica


psicológica própria das situações de diálogo entre pessoas diferentes e ao utilizar exemplos relativos
a crenças religiosas, temos a intenção de sensibilizar futuros fisioterapeutas para que atentem a
essa temática. Sem a menor dúvida, durante sua prática profissional, muitas vezes serão chamados
a cuidar de pessoas e de grupos em que haja pessoas com as quais não estabelecerão empatia,
138
PSICOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA

as quais talvez provoquem sensações e sentimentos negativos, o que comprometerá a eficácia de


sua ação profissional.

Observação

Estamos ingressando agora no universo de debates sobre o tema do


diálogo, fundamental para todos nós que nos propusemos a cuidar de pessoas.

8.8 Acolhida e dádiva: condições indispensáveis para o diálogo

Buscando uma boa metáfora para a dinâmica interpessoal própria dos verdadeiros diálogos, Ribeiro
(2018b) encontrou em Teixeira (2003) um versículo bíblico que poeticamente sintetiza as principais
condições para o estabelecimento de um diálogo verdadeiro. Discorrendo sobre o diálogo no âmbito
de reflexões sobre o diálogo inter-religioso, Teixeira (2003) recorre ao profeta Isaías (Is 54,2), que diz:
“Alarga o espaço da tua tenda, estende as cortinas das tuas moradas (...), alonga as cordas, reforça
as estacas”.

Essa metáfora reúne os requisitos indispensáveis para a realização de um diálogo autêntico:


afirmação da própria identidade (“reforça as estacas”), abertura ao diferente (“estende as cortinas das
tuas moradas” e “alonga as cordas”) e disposição para a acolhida (“alarga o espaço da tua tenda”).
Todo diálogo exige compromisso com a própria convicção e exige, simultaneamente, disponibilidade
para se deixar transformar, e essas atitudes são indispensáveis para o exercício da escuta acolhedora
e da dádiva.

Recorrendo mais uma vez a Pichon-Rivière, podemos dizer que o diálogo exige conhecimento do
próprio ECRO e disponibilidade para conhecer – sem juízo de valor – o ECRO de nosso interlocutor.
Entendamos o que significa a expressão Esquema Conceitual, Referencial e Operativo (ECRO) de
Pichon-Rivière (1977). Essa expressão designa um conjunto articulado de conhecimentos, ou seja,
um sistema de ideias (esquema conceitual) que serve de referencial para que possamos operar
adequadamente sobre determinada situação concreta que pretendamos pesquisar ou resolver. Significa,
pois, um esquema de conceitos sobre si e sobre o entorno, que servem de referência para a adoção de
posicionamentos e para as ações.

Assim descrita, a situação de diálogo parece fácil, mas sua realização nem sempre é fácil, podendo
ser difícil, muito difícil, ou mesmo impossível. Não é à toa que, ao escrever seu artigo sobre a temática
específica do diálogo inter-religioso, o já referido Teixeira (2003) o intitulou “Diálogo inter-religioso: o
desafio da acolhida da diferença”. Sim. Dispor-se a dialogar é dispor-se a enfrentar desafios, dos quais os
mais difíceis sejam talvez o de acolher o diferente e o de se deixar transformar.

Como cada interlocutor possui ECRO próprio, durante o confronto interpessoal é estabelecido
um jogo entre ECROs distintos, ainda que não necessariamente contraditórios. Durante a relação de
alteridade podem ocorrer mudanças nos ECROs dos envolvidos e também em suas identidades.

139
Unidade III

Para estabelecer um bom diálogo, é indispensável “pôr para conversar” os eus, as personagens
que compõem o coletivo que nos constitui como indivíduos (aparentemente únicos) e, nesse coletivo
intrapessoal, a convivência entre partes nem sempre é saudável. Dispor-se a dialogar não é simples,
porque o pluralismo de ideias provoca dissonância cognitiva, desconforto psíquico e sentimento de
insegurança. O pluralismo desestabiliza e ameaça romper o esquema cognitivo já instalado. Dispor-se ao
diálogo implica conviver com o diverso. Teixeira (2003) oferece algumas pistas para a realização de um
bom diálogo:

• humildade;
• abertura ao valor da alteridade;
• fidelidade à própria tradição;
• disposição para a busca compartilhada da verdade.

Interessante é o modo como o escritor africano Mia Couto aborda essa questão: “A vida tem fome
de fronteiras”, diz. Recorrendo a metáforas proporcionadas pela natureza, lembra que as membranas
orgânicas, entidades vivas e permeáveis, delimitam e negociam, possibilitando trocas entre o de dentro
e o de fora, e propõe que essa imagem inspire a criação de fronteiras permeáveis, que sejam varandas
propiciadoras de vizinhanças. Outro aspecto assinalado por esse escritor é o da felicidade advinda da
constatação de ser possível colocar em diálogo as múltiplas identidades que constituem nossa unidade
identitária. Mia Couto propõe a construção de pontes em vez de fortalezas e de fronteiras permeáveis
que, como varandas, convidem à vizinhança. Propõe que ultrapassemos fronteiras interiores: viajemos,
nos percamos de nós mesmos para nos encontrarmos em outros.

Havendo forte interação entre os âmbitos intra e intersubjetivo, cada conquista em um desses
âmbitos aumenta as chances de sucesso nos demais. O que significa isso? Significa que a possibilidade
de estabelecermos relações dialógicas e dialéticas com pessoas que pensam de modo radicalmente
diferente do nosso depende em grande parte da possibilidade pessoal de colocar em diálogo “as pessoas
de nossa pessoa”. Consistência e congruência pessoais favorecem, e muito, o diálogo que se pretende
estabelecer. Na contramão, boas experiências de diálogo favorecem diálogos intrassubjetivos.

Retornamos agora, finalmente, ao tema interação do fisioterapeuta com seu(s) cliente(s),


interação que, conforme foi dito, exige mais do que apenas conhecimentos teóricos e domínio de
técnicas: exige, também, condições pessoais para estabelecer vínculos e para dialogar. Como vimos
em parágrafos anteriores, fatores pessoais do fisioterapeuta favorecem, dificultam ou até mesmo
impossibilitam a formação de vínculos e, havendo dificuldade ou impossibilidade de estabelecer vínculos,
o diálogo dificilmente ocorrerá.

8.9 Desafios da prática e preparo do fisioterapeuta

Durante sua prolongada permanência na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP),
Marília Ancona-Lopez orientou muitas dissertações de mestrado e teses de doutorado que contribuem
para dar consistência e legitimidade à adoção de práticas advindas de distintas racionalidades de
140
PSICOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA

prevenção e cura. A título de exemplo, fazemos referência a uma das dissertações de mestrado orientadas
por ela: o trabalho de Rosmaninho (2010), intitulado Tornar-se terapeuta: a contribuição da prática
da meditação na formação do psicólogo clínico de orientação fenomenológica. Embora esse trabalho
tenha privilegiado o processo de tornar-se psicoterapeuta, sem dúvida suas conclusões transbordam o
campo da psicologia para se estender a outros campos de cuidados da saúde.

Trabalhos como esse são úteis também a fisioterapeutas. Rosmaninho (2010) constatou que é
indispensável a um terapeuta desenvolver sua capacidade de escuta e sua capacidade de estar
inteiramente presente durante os atendimentos, uma vez que sua pessoa é o principal instrumento
para a compreensão do cliente. A autora considera que o acolhimento a ser oferecido ao cliente depende
fundamentalmente da capacidade do terapeuta de fazer-se inteiramente presente para bem escutar.

Mas como conseguir isso em meio a tantas demandas simultâneas do cotidiano? Como conseguir
“isolar” todo tipo de preocupação? Como desenvolver a capacidade de colocar entre parênteses os
próprios pensamentos, sentimentos, sofrimentos e inquietações e ficar inteiramente disponível para
ouvir o outro e acolhê-lo em seus sentimentos, sofrimentos e inquietações? Como criar uma condição
de silêncio interior, de quietude interior?

Rosmaninho (2010) assinala que a condição ideal de escuta do outro demanda mudanças de atitude
para tornar possível o desenvolvimento da capacidade de estar presente.

Em processos psicoterapêuticos, o primeiro passo é reconhecer que o cliente é o único dotado de


poder para tomar as rédeas da própria vida e conduzi-la do modo que lhe aprouver, pois ao psicoterapeuta
compete apenas ouvi-lo e acolher suas escolhas. Nesses processos, frequentemente é preciso que o
cliente seja orientado quanto a procedimentos e exercícios que deve realizar. Mas, sendo ele o único
dotado de poder para conduzir sua vida do modo que lhe aprouver, a ação do fisioterapeuta fica restrita
a lhe apresentar o modo como entende o que está sendo vivido por ele e lhe oferecer orientação.

Para realizar um bom atendimento, é preciso que o fisioterapeuta seja capaz de estar inteiramente
presente, seja capaz de silenciar a si mesmo para ouvir seu cliente. Ou, pelo menos, que esteja preocupado
em desenvolver essa condição pessoal. É preciso também que o fisioterapeuta tenha uma boa percepção
de si mesmo e a capacidade de não confundir seus sentimentos com os sentimentos de seu cliente.

Rosmaninho (2010, p. 67) ilustra isso, citando Rubem Alves:

A gente não aguenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite
melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer.
Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração, e
precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que nos
parece muito melhor.

E a autora conclui sugerindo a prática de meditação, por ela considerada um bom recurso de ação
terapêutica, por favorecer o autoconhecimento e o desenvolvimento de uma escuta ativa e empática.

141
Unidade III

Figura 44

Solicitado a nos oferecer uma descrição sucinta da meditação, Hernan Maximilian Rolim de Vilar,
psicólogo clínico, mestre em Ciência da Religião e monge budista, em informação verbal fornecida em
30 de maio de 2020, contribuiu com as informações apresentadas a seguir.

Segundo Goleman e Davidson (2017, p. 14), “meditação é uma palavra abrangente para uma
miríade de variedades da prática contemplativa, assim como esporte se refere a uma ampla gama de
atividades atléticas”. Cebolla, Campayo e Demarzo (2016, p. 19) correlacionam meditação com o termo
inglês mindfulness, comumente traduzido por “atenção plena”, e apresentam a seguinte definição:
“Mindfulness é o traço ou estado mental de estar intencionalmente atento à experiência presente”. Uma
condição para sua prática é aceitar os acontecimentos sem julgamento de valor sobre o que ocorre.

Referindo-se à compreensão do psiquismo, Ricard e Singer (2018) contrapõem ao conhecimento


gerado no ocidente pela psicologia, o conhecimento gerado no oriente pelo budismo. No ocidente, fatos
marcantes foram a criação de um laboratório de estudos da consciência por Wiliam James em 1875, e
a busca de compreensão do psiquismo e de fenômenos da consciência característica da terceira força
da psicologia, inaugurada em 1962 por Abraham Maslow. Como vemos, o conhecimento teórico desse
tema, construído pela psicologia no ocidente, data, quando muito, de menos de 200 anos, enquanto o
conhecimento empírico construído pelo budismo no oriente data de 2.500 anos.

No budismo encontramos métodos práticos para “realizar uma transformação gradual das emoções,
do temperamento e dos traços de personalidade”: a mente devidamente treinada é capaz de fazer
emergir o que há de melhor no potencial humano – “capacidades humanas inatas permanecem em
estado latente a menos que façamos alguma coisa para levá-las ao ponto de funcionamento ótimo”
(RICARD; SINGER, 2018, p. 13-14).

Segundo Campayo e Demarzo (2015, p. 20), mindfulness é um exercício da atenção que pode ser
aprendido e praticado por meio de técnicas que nos possibilitem:

• evitar a distração e a atenção multifocal;

• permanecer centrados no presente, deixando fora de foco eventos passados ou futuros;


142
PSICOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA

• exercitar a intencionalidade, isto é, praticarmos nossa volição;

• assumir uma atitude ativa de curiosidade perante a experiência vivida no agora, em detrimento
de uma atitude passiva ou resignada;

• manter essa qualidade de atenção por período de tempo suficiente para que ela se transforme
em concentração;

• perceber fenômenos por meio das emoções e de outros recursos mentais, além do meio utilizado
usualmente: o da percepção sensorial;

• (re)conhecer a verdadeira “realidade dos fenômenos”.

Estudos sobre a utilização do mindfulness na área da saúde em geral e da saúde mental em


particular demonstraram haver distintos resultados tanto no tratamento de dor crônica e no controle
da intensidade da dor, quanto no atendimento a casos psiquiátricos de depressão e ansiedade e nos
casos de perda de funções psicossociais e de qualidade de vida. Intervenções baseadas em mindfulness
para o tratamento de dor crônica apresentaram-se moderadamente eficazes com resultados positivos a
longo prazo (VEEHOF et al., 2015).

Essas informações fornecidas por Vilar nos levam a concluir que mindfulness é recurso de grande
utilidade para os fisioterapeutas. Além da inclusão desse recurso entre as práticas integrativas
e complementares, também vêm sendo incluídas algumas atividades realizadas em grupo para
acompanhamento complementar à saúde: grupos de bordadeiras; de caminhadas; de cuidadores de
pessoas com alzheimer; de idosos; de prosa com mulheres; de terapia e arte; de contação de histórias;
de suporte mútuo. Oração a Deus e busca de benzedeiras também são apontadas como estratégias
popularmente utilizadas para o autocuidado.

Todo profissional da saúde pode trabalhar com práticas integrativas e complementares no SUS e
basta percorrer essa lista para facilmente identificar práticas que podem ser conduzidas ou orientadas
por fisioterapeutas, integrados ou não a equipes interdisciplinares. Inserir-se nesse âmbito de ação é
participar de um projeto coletivo que visa atender às seguintes necessidades:

• ausência de efeitos colaterais;


• empoderamento e responsabilização dos usuários;
• promoção de saúde;
• redução da frequência de transtornos mentais comuns, da medicalização e de custos.

Além de atuar no âmbito de atenção terciária (áreas curativas e reabilitadoras), ao ingressar no


âmbito da atenção primária o fisioterapeuta apresenta relevante participação na promoção de saúde,
na prevenção de doenças e na educação em saúde, o que implica a conquista de espaço no âmbito da
saúde coletiva.
143
Unidade III

Saiba mais

Para ampliar conhecimentos sobre esse fértil e promissor campo de


atuação profissional, sugerimos o acesso ao sistema Google Acadêmico
para consulta a artigos publicados sobre o tema:

https://scholar.google.com.br/?hl=pt

A título de exemplo, apresentamos uma prática grupal incluída entre as práticas integrativas e
complementares: a euritmia, modalidade de dança que vem sendo desenvolvida desde 1912, com base
na antroposofia. Seus movimentos são coreografias realizadas individualmente ou em grupo, para
expressar música instrumental tocada ao vivo e/ou linguagem poética. A palavra “euritmia” vem do
grego eurythmia, que significa “equilíbrio de forças”. Utilizada em processos educacionais e terapêuticos,
visa dinamizar forças atuantes no corpo humano (FROBÖSE, 2016; KIRCHNER-BOCKHOLT, 2016).

Figura 45 – Espetáculos de euritmia

Saiba mais

Para mais informações sobre euritmia, sugerimos a seguinte leitura:

SOCIEDADE ANTROPOSÓFICA NO BRASIL. O que é euritmia. 2016.


Disponível em: http://www.sab.org.br/portal/euritmia/91-euritmia. Acesso
em: 23 jul. 2020.

E para maiores informações sobre meditação, prática igualmente


incluída entre as práticas integrativas e complementares, sugerimos o
seguinte vídeo com explicações sobre o “mecanismo” da meditação, de
Tatiane Vasconcelos (médica psiquiatra) e Hernan Maximilian Rolim de Vilar
(monge budista, psicólogo clínico e mestre em Ciência da Religião):

VASCONCELOS, T.; VILAR, H. Meditação e ansiedade. Cuidadamente, [s.d.].


Disponível em: https://youtu.be/RvJ7HXNoizw. Acesso em: 23 jul. 2020.

144
PSICOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA

Um autor preocupado com a questão da escuta terapêutica (ativa e empática) é Coelho (2007), que
associou conhecimentos de psicanálise e de terapias comportamentais e cognitivistas para sistematizar
um corpo teórico e metodológico denominado terapia da excelência ou maiêutica especular.
Considerando que nossa principal criação é nossa própria vida, Coelho (2007) convida terapeutas e
clientes a expandirem seu potencial criativo para melhor e a, mais conscientemente, tomarem as rédeas
da própria vida.

Figura 46

Interessante é o fato de Coelho (2007) incluir o desenvolvimento de virtudes para que uma
pessoa possa ser bom terapeuta. Ele está, como vemos, transitando em espaços da psicoterapia. Mas,
certamente, suas ponderações podem ser transferidas para outros espaços de cuidado de pessoas. Esse
autor considera que um bom terapeuta deve ser pessoa confiável e sensível, de caráter impecável,
que paute seus comportamentos por nobres princípios. Por isso, sugere aos terapeutas que trabalhem
continuamente sobre si mesmos, façam de sua prática profissional um recurso de crescimento pessoal e
busquem realizar a própria viagem interior.

Sugere, como Rosmaninho (2010) e outros autores, que o terapeuta saiba isolar seus valores e crenças
pessoais dos valores e crenças de seus clientes, para não impor a eles sua própria filosofia de vida.
É de opinião que a mais grave infração ética que pode ser cometida durante qualquer atendimento
é a de seduzir ou manipular clientes. Recomenda a prática da paciência e da compaixão no atendimento de
pessoas que buscam ajuda, por entender que somente a técnica, sem o amor pela cura, é estéril.

145
Unidade III

Resumo

Nesta unidade, são abordados diversos temas, organizados em seções,


conforme descrito a seguir.

Na seção 7 – Interação fisioterapeuta-cliente, são abordados tópicos


de psicologia social, com descrição da pluralidade e multiplicidade de
abordagens teóricas e daquilo que o campo da psicologia social pode
oferecer de melhor aos fisioterapeutas – conhecimentos sobre estrutura e
dinâmica de grupos, indispensáveis para profissionais que integram equipes
multi e interdisciplinares de trabalho. É particularizada a proposta de grupo
operativo, de Pichon-Rivière, e são descritas as etapas de desenvolvimento
dos grupos de trabalho.

Na seção 8 – Tópicos relativos à qualidade de vida e à inserção da


fisioterapia no SUS, são particularizados os temas qualidade de vida,
Sistema Único de Saúde (SUS) e promoção de qualidade de vida.

Na seção 8.4 – O fisioterapeuta, a Política Nacional de Práticas Integrativas


e Complementares (PNPIC) do SUS e o binômio espiritualidade‑saúde. Dados
estatísticos evidenciam a importância desse tema para a grande maioria
da população mundial e, em especial, para a população brasileira. Daí a
relevância de sua inclusão neste livro-texto. Os dados de alta religiosidade
e espiritualidade da população mundial são relevantes para todos os
profissionais da saúde. O conhecimento sobre as inter-relações entre
saúde, religiosidade e espiritualidade vem sendo disseminado entre nós
nas últimas décadas, mas permanece a necessidade, apontada por alguns
autores, de preparar profissionais da saúde para que esse conhecimento
seja integrado nas práticas de saúde.

Na seção 8.5 – Relação fisioterapeuta-cliente e relação corpo-mente:


dois importantes binômios, é feita referência ao fato de estudos sobre
essas relações estarem sendo realizados há muito tempo e ao fato de que
o atendimento fisioterapêutico geralmente integra cuidados multi ou
interdisciplinares oferecidos a clientes.

Na seção 8.6, são tratadas abordagens corporais em psicoterapia e


possíveis articulações com a fisioterapia e psicossomática.

Na seção 8.7 – Importância do diálogo na interação fisioterapeuta‑cliente,


são abordados relevantes aspectos do diálogo, com particular atenção aos
processos de acolhida e dádiva, condições indispensáveis para a ocorrência
de diálogos.
146
PSICOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA

Finalmente, a seção 8.9 – Desafios da prática e preparo do fisioterapeuta


encerra esta unidade com o debate de questões relativas aos desafios
da prática e ao preparo profissional de fisioterapeutas. São tecidas
considerações sobre o que se espera de uma formação profissional de
fisioterapeutas que os habilite a ocupar lugares no mercado de trabalho,
atualmente em processo de expansão.

Exercícios

Questão 1. (Enade 2015, adaptada) Observe atentamente as características das etapas do


desenvolvimento dos grupos e das equipes de trabalho, ilustradas na figura a seguir, e assinale a
opção correta.

Formação Conflito Normatização Desempenho Desintegração

Figura 47 – Etapas do desenvolvimento dos grupos e das equipes de trabalho

ZANELLI, J. C.; BORGES-ANDRADE, J. E.; BASTOS, A. V. B. Psicologia, organizações e trabalho no Brasil.


Porto Alegre: Artmed, 2004. Adaptada.

Com base em sua observação, assinale a opção correta.

A) Durante a etapa de formação dos grupos ocorrem ajustes e negociações, o que favorece a
ocorrência de disputa pelo poder.

B) Quando um grupo constituído para realizar tarefas com prazos definidos atinge seus objetivos,
tem início a etapa de desintegração.

C) Durante a etapa de conflito o objetivo do grupo e as regras do jogo são melhor definidos.

D) Durante a etapa de normatização toda a energia da equipe se volta para a consecução dos objetivos.

E) Durante a etapa de desempenho as relações entre os membros da equipe se tornam mais próximas
e ocorre maior compartilhamento de percepções e sentimentos.

Resposta correta: alternativa B.

147
Unidade III

Análise das alternativas

A) Alternativa incorreta.

Justificativa: é durante a etapa de ajustes e negociações, denominada etapa de conflito, que pode
haver disputa pelo poder no interior do grupo. Durante a etapa de formação, o que ocorre é o mútuo
reconhecimento dos integrantes do grupo e a definição de objetivos e regras grupais.

B) Alternativa correta.

Justificativa: de fato, a etapa de desintegração é a última do processo grupal, pois a coesão do grupo
vai se tornando desnecessária pelo fato de os objetivos já terem sidos atingidos. A desintegração ocorre
sobretudo em grupos criados para realizar tarefas com prazos definidos.

C) Alternativa incorreta.

Justificativa: é incorreto afirmar que durante a etapa de conflito são mais bem definidos o objetivo
da equipe e as regras do jogo. Tais definições ocorrem durante a etapa de formação do grupo.

D) Alternativa incorreta.

Justificativa: durante a etapa de normatização, a energia da equipe é concentrada nos processos


de interação grupal e de definição das normas de desempenho de cada indivíduo no grupo. Somente
durante a etapa de desempenho é que a energia da equipe se concentra na realização de tarefas para
atingir metas e objetivos estabelecidos.

E) Alternativa incorreta.

Justificativa: durante a etapa de desempenho, a energia do grupo se volta para a realização das
tarefas. Trata-se, pois, de uma etapa de produtividade grupal. A etapa durante a qual as relações entre
os membros da equipe se tornam mais próximas é denominada etapa de normatização.

Questão 2. (Enade 2006, adaptada) As estratégias grupais têm sido amplamente utilizadas na prática
de profissionais das mais diversas áreas e contextos de atuação. No entanto, nem sempre as intervenções
em grupo são realizadas sobre bases teóricas seguras.

Para realizar um bom trabalho grupal, é preciso:

A) Avaliar a compatibilidade entre as metas estabelecidas e as estratégias utilizadas, independentemente


do contexto.

B) Avaliar a compatibilidade entre as metas estabelecidas, as estratégias utilizadas e as condições de


sua utilização, independentemente do contexto.

148
PSICOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA

C) Analisar o contexto, a estratégia utilizada e as necessidades dos coordenadores do grupo.

D) Verificar a compatibilidade entre os objetivos, as necessidades dos participantes do grupo e as


condições do contexto no qual ele está inserido.

E) Verificar a compatibilidade entre os objetivos, a estratégia utilizada, as necessidades dos


coordenadores do grupo e as condições do contexto no qual ele está inserido.

Resposta correta: alternativa D.

Análise das alternativas

A) Alternativa incorreta.

Justificativa: nesta alternativa, a relevância do contexto para a atividade grupal é desconsiderada.


Mas, de fato, sem avaliar o contexto, não é possível sequer identificar os objetivos e as formas de
articulação dos membros dos grupos.

B) Alternativa incorreta.

Justificativa: embora seja correto considerar a importância de avaliar a compatibilidade entre metas
estabelecidas e estratégias, mais uma vez é omitido o contexto, como se fosse possível pensar o grupo
isolado de suas condições histórico-culturais.

C) Alternativa incorreta.

Justificativa: nesta alternativa, está presente a falsa noção de que o trabalho grupal deva ser
conduzido em função das necessidades de seus coordenadores.

D) Alternativa correta.

Justificativa: nesta alternativa, é afirmada a necessidade de verificar a compatibilidade entre os


objetivos da estratégia utilizada, as necessidades dos participantes do grupo e as condições do contexto.
De fato, é preciso que a escolha de estratégias a serem adotadas inclua uma cuidadosa avaliação da
situação e dos objetivos da intervenção para bem atender a esses objetivos e às demandas daquele
grupo específico e dos indivíduos que o compõem.

E) Alternativa incorreta.

Justificativa: as necessidades dos coordenadores do grupo não podem ser incluídas no conjunto de
condições indispensáveis para o desenvolvimento de um bom trabalho grupal.

149
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES

Figura 1

SECOND_UNITARIAN_CHURCH%2C_MERCER_STREET%2C_NEW_YORK_CITY.JPG. Disponível em:


https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/39/Second_Unitarian_Church%2C_Mercer_
Street%2C_New_York_City.jpg. Acesso em: 23 jul. 2020.

Figura 2

MASSAGE-1237913_960_720.PNG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/


photo/2016/03/05/15/40/massage-1237913_960_720.png. Acesso em: 18 mar. 2020.

Figura 3

BANSHO-MYOHOSHU-1853-MOXIBUSTION.JPG. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/


wikipedia/commons/f/f8/Bansho-myohoshu-1853-Moxibustion.jpg. Acesso em: 18 mar. 2020.

Figura 4

LOGO-2724481__340.PNG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2017/09/07/10/25/


logo-2724481__340.png. Acesso em: 18 mar. 2020.

Figura 5

HOLZFIGUR-980784_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/


photo/2015/10/10/13/42/holzfigur-980784_960_720.jpg. Acesso em: 18 mar. 2020.

Figura 6

LIFE-4817334_960_720.PNG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2020/02/04/05/34/life-


4817334_960_720.png. Acesso em: 18 mar. 2020.

Figura 7

WEITEN, W. Introdução à psicologia: temas e variações. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002. Adaptada.

Figura 8

EKG-2753760_960_720.PNG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2017/09/15/22/04/ekg-


2753760_960_720.png. Acesso em: 18 mar. 2020.

150
Figura 9

MEDICINE-BALL-1575317_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/


photo/2016/08/06/23/15/medicine-ball-1575317_960_720.jpg. Acesso em: 18 mar. 2020.

Figura 10

VENICE-4892847_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2020/03/01/13/27/


venice-4892847_960_720.jpg. Acesso em: 18 mar. 2020.

Figura 11

MASK-3092917_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2018/01/19/17/35/mask-


3092917_960_720.jpg. Acesso em: 18 mar. 2020.

Figura 12

DESCHARNES, R.; NÉRET, G. Salvador Dalí. Köln: Taschen, 1993. p. 119.

Figura 13

ESCHER, M. C. Gravura e desenhos. Köln: Taschen, 1994. p. 5.

Figura 14

ESCHER, M. C. Gravura e desenhos. Köln: Taschen, 1994. p. 29.

Figura 15

CARNIVAL-411494_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2014/08/06/11/51/


carnival-411494_960_720.jpg. Acesso em: 18 mar. 2020.

Figura 18

ANGELOVA, K. I. Evolução da farmácia até à atualidade. 2018. Dissertação (Mestrado Integrado


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https://world.physio/

https://www.taoismo.com.br

https://www.wfot.org/

interpsi.org

Exercícios

Unidade I – Questão 1: INEP. Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2015:
Psicologia. Questão 25. Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/
provas/2015/09_psicologia.pdf. Acesso em: 19 mar. 2020.

Unidade I – Questão 2: INEP. Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2015:
Psicologia. Questão 26. Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/
provas/2015/09_psicologia.pdf. Acesso em: 19 mar. 2020.

Unidade II – Questão 1: INEP. Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2012:
Psicologia. Questão 22. Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/
provas/2012/08_PSICOLOGIA.pdf. Acesso em: 19 mar. 2020.

Unidade II – Questão 2: INEP. Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2006:
Psicologia. Questão 31. Disponível em: http://download.inep.gov.br/download/enade/2006/Provas/
PROVA_DE_PSICOLOGIA.pdf. Acesso em: 19 mar. 2020.

Unidade III – Questão 1: INEP. Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2015:
Psicologia. Questão 22. Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/
provas/2015/09_psicologia.pdf. Acesso em: 19 mar. 2020.

Unidade III – Questão 2: INEP. Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2006:
Psicologia. Questão 36. Disponível em: http://download.inep.gov.br/download/enade/2006/
Provas/PROVA_DE_PSICOLOGIA.pdf. Acesso em: 19 mar. 2020.

164
ANEXO

Winsconsin Quality of Life – Escala de autoclassificação da qualidade de vida

Informações para a entrevista

Nome: ______________________________________ N. do prontuário: _______________

Idade: |__|__| Sexo: |__| masculino |__| feminino

Familiar: ________________________________________ Data da entrevista: ___/___/___

Orientações:

Estamos interessados nas suas opiniões e sentimentos. Neste questionário estão incluídas questões
a respeito de sua qualidade de vida. Ao responder às questões indique a resposta que melhor reflete
sua opinião.

Você é a pessoa que melhor pode responder a essas questões. Se você quiser que outra pessoa o
ajude a responder este questionário, por favor mencione ao entrevistador ou a alguém da equipe de
profissionais que cuidam de você.

Se este questionário foi respondido por outra pessoa que lhe ajudou, por favor indique o nome dela
aqui: _________________________________________________________________________

Qual é sua relação com ela? ______________________________________________________

Dados pessoais

1. Qual é sua data de nascimento? ____/_____/_____

2. Você é: Homem Mulher

3. Qual é seu nível de escolaridade?


Analfabeto Primeiro grau incompleto Primeiro grau completo
Segundo grau incompleto Segundo grau completo Universitário incompleto
Universitário completo

4. Qual é o seu estado civil?


Solteiro(a) Divorciado(a) Separado(a)
Casado(a) União consensual Viúvo(a)

165
5. Quantas uniões você teve? ______________

6. Qual é sua fonte de renda? (Marque todas que se aplicam.)


Emprego remunerado Seguro-desemprego Renda de cônjuge
Aposentadoria Pensão privada/investi- Renda familiar
mento ou rendimentos
Auxílio-doença Pensão dos pais Outras fontes:
_____________

7. Qual é sua cor? (Marque a resposta que melhor se aplica.)

Branca Amarela Parda Negra

8. Nas últimas quatro semanas você morou: (Marque todas que se aplicam.)

Sozinho(a) Com filho(a) Com companheiro(a)


ou cônjuge
Com amigo(a)/colega de quarto Com os pais Outros: __________________

9. Com quem você gostaria de morar? (Marque todas que se aplicam.)

Sozinho(a) Com filho(a) Com companheiro(a)


ou cônjuge
Com amigo(a)/colega de quarto Com os pais Outros: _______________

10. Nas últimas quatro semanas você morou principalmente: (Marque apenas uma.)

Em apartamento/casa Escola/universidade
Em pensão Em instituição (hospital ou casa de repouso)
Em república Na prisão
Em moradia supervisionada Desabrigado(a)
Em quarto alugado Outros (favor especificar): _______________

11. Onde você gostaria de morar? (Marque apenas uma.)


Em apartamento/casa Escola/universidade
Em pensão Em instituição (hospital ou casa de repouso)
Em república Na prisão
Em moradia supervisionada Desabrigado(a)
Em quarto alugado Outros (favor especificar): _______________

166
Nível de satisfação

Nem
Muito Moderadamente Um pouco satisfeito, Um pouco Moderadamente Muito
12. Como você se
insatisfeito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito satisfeito
sente em relação:
insatisfeito
a) À maneira com
que você utiliza o seu
tempo?
b) Sente-se confortável
quando está sozinho?
c) A sua moradia?
d) À vizinhança do lugar
onde você mora?
e) À comida que você
come?
f) À roupa que você
veste?
g) Ao serviço de saúde
mental que você usa?
h) Ao acesso ao
transporte?
i) A sua vida sexual?
j) A sua segurança
pessoal?

13. Quanto é importante Nada Levemente Moderadamente Muito Extremamente


para você: importante importante importante importante importante

a) A maneira com que você


gasta seu tempo?
b) Estar sozinho?
c) sua moradia?
d) A vizinhança do lugar onde
você mora?
e) A comida que você come?
f) A roupa que você veste?
g) O serviço de saúde mental
que você usa?
h) O acesso ao transporte?
i) Sua vida sexual?
j) Sua segurança pessoal?

167
Atividades ocupacionais

14. Nas últimas quatro semanas, você: (Assinale somente uma.)

Estudou/trabalhou ou ocupou-se com afazeres domésticos da maneira usual

Estudou/trabalhou ou ocupou-se com afazeres domésticos com menos frequência do que de costume

Parou de estudar/trabalhar

Parou de ocupar-se com afazeres domésticos comparado com o que você fazia antes

Não se aplica

15a. Quantas horas por semana você vai à escola ou ao trabalho? |__|__| h/ semana

15b. Quantas horas por semana você se ocupa com afazeres domésticos? |__|__| h/semana

16. Qual é sua atividade principal? (Marque apenas uma.)

Emprego remunerado Programa de Atividade sem


tratamento/reabilitação vínculo empregatício

Trabalho voluntário ou Oficinas de artesanato/lazer/ Outros:


sem remuneração hobbies ___________________

Escola Tarefas domésticas

17. O quanto satisfeito ou insatisfeito você está com sua atividade principal?

Muito insatisfeito Um pouco insatisfeito Moderadamente


satisfeito

Moderadamente Nem satisfeito, Muito satisfeito


insatisfeito nem insatisfeito

Um pouco satisfeito

18. Você sente que está empenhado na sua atividade: (Assinale apenas uma, baseado na resposta
para questão.)

Menos do que gostaria Mais do que gostaria Na medida certa

168
19. O que você gostaria de fazer como atividade principal?

Emprego remunerado Programa de Atividade sem


tratamento/reabilitação vínculo empregatício

Trabalho voluntário ou Oficinas de artesanato/lazer/ Outros:


sem remuneração hobbies ___________________

Escola Tarefas domésticas

Bem-estar psicológico

20. Agora nós gostaríamos de saber como você se sente em relação às coisas da sua vida.
Para cada questão marque a coluna que melhor reflete a maneira que você se sentiu nas
últimas quatro semanas.

SIM NÃO
a) Contente por ter conseguido realizar algo.
b) Muito sozinho ou distante das outras pessoas.
c) Entediado.
d) As coisas saíram do jeito que você queria.
e) Tão inquieto que não conseguia ficar muito tempo sentado.
f) Orgulhoso porque alguém o cumprimentou por algo que você fez.
g) Chateado porque alguém o criticou.
h) Particularmente animado ou interessado em algo.
i) Deprimido ou muito triste.
j) Tudo está “mil maravilhas”.

21. Nas últimas quatro semanas você diria que seu estado emocional esteve:

Ruim Regular Bom Muito bom Excelente

Sintomas/atitudes

22. Durante as últimas quatro semanas você: (Assinale apenas uma.)

Sentiu-se calmo e positivo de modo geral


Teve alguns períodos de ansiedade e depressão
Esteve confuso, amedrontado, ansioso ou deprimido de modo geral

169
23. Existem vários aspectos de incômodo emocional, por exemplo sentimentos de depressão,
ansiedade, ouvir vozes etc. Indique quanto esses sintomas o incomodaram nas últimas
quatro semanas.

Nada Um pouco Moderadamente Muito Demais

24. Nas últimas quatro semanas:

Maior parte
Nunca Ocasionalmente Frequentemente Constantemente
do tempo

a) Quanto esses sin-


tomas afetaram sua
vida diária?

b) Você sentiu von-


tade de se matar?

c) Você sentiu von-


tade de machucar os
outros?

Saúde física

25a. Como você descreveria sua saúde física nas últimas quatro semanas?

Ruim Regular Boa Muito boa Excelente

25b. Durante as últimas quatro semanas você: (Assinale uma.)

Sentiu-se muito bem a maior parte do tempo


Sentiu-se desanimado ou com mal-estar com certa frequência
Sentiu-se doente ou indisposto a maior parte do tempo

26. Como você se sente em relação a sua saúde física?

Muito insatisfeito Um pouco insatisfeito Moderadamente satisfeito


Moderadamente insatisfeito Nem satisfeito, nem insatisfeito Muito satisfeito
Um pouco satisfeito

170
27. O quanto sua saúde física é importante para você?

Nada importante Moderadamente importante Extremamente importante


Levemente importante Muito importante

28. Você está tomando medicação psiquiátrica no momento?

Sim Não (Se não, pule para a questão 33.)

29. Se você está tomando medicação psiquiátrica no momento, você segue as prescrições?

Nunca Às vezes Sempre


Muito irregular Muito frequentemente

30. Se você está tomando medicação psiquiátrica no momento, você sente algum efeito colateral?

Nenhum Fraco Moderado Forte Severo

31. Se você toma medicação por problemas de saúde mental (problemas de cabeça), você
sente que os medicamentos ajudam a controlar seus sintomas?

Não ajudam nada Ajudam um pouco Ajudam Ajudam bem Eliminam todos
os sintomas

32. Como você se sente em tomar medicação psiquiátrica?

Muito insatisfeito Um pouco insatisfeito Moderadamente satisfeito


Moderadamente insatisfeito Nem satisfeito, nem insatisfeito Muito satisfeito
Um pouco satisfeito

Álcool e outras drogas

33. Nas últimas quatro semanas você consumiu alguma bebida alcoólica?

Sim Não (Se não, vá para a questão 35.)

Se sim, quantos dias você bebeu alguma bebida alcoólica? ___________ (n. de dias)

171
34. O que você acha do seu consumo de bebida alcoólica de maneira geral? (Marque
apenas uma.)

É um grande problema Não é um problema Ajuda-me muito


É um problema pequeno Ajuda-me um pouco Ajuda-me, mas é um problema

35. Nas últimas quatro semanas, você usou alguma droga ilegal (cocaína, maconha, heroína,
ácido, crack, benzina etc.)?

Sim Não (Se a resposta é não, vá para a questão 37.)

Se a resposta é sim, quantas vezes você fez uso de drogas ilegais? __________ (n. de dias)

36. O que você acha do seu consumo de drogas ilegais de maneira geral? (Assinale apenas uma.)

É um grande problema Não é um problema Ajuda-me muito


É um problema pequeno Ajuda-me um pouco Ajuda-me, mas é um problema

Relações sociais/apoio

37. Quanto você está satisfeito ou insatisfeito com:

Muito Moderadamente Um pouco Nem Um Moderadamente Muito


insatisfeito insatisfeito insatisfeito satisfeito, pouco satisfeito satisfeito
nem satisfeito
insatisfeito
a) Quantidade de
amigos que tem?
Não tenho amigos
b) Relacionamento que
tem com seus amigos?
Não tenho amigos
c) Seu relacionamento
com sua família?
Não tenho família
d) Se você mora com
outros, responda em
relação às pessoas com
quem você mora.
Moro sozinho
e) O seu relacionamento
com outras pessoas?
f) Quantas pessoas Nenhuma 1-2 3-5 Mais de 5
você considera como
amigas?

172
Nível de importância

Quanto é importante para você:

Nada Levemente Moderadamente Muito Extremamente


importante importante importante importante importante

38. Ter um número


adequado de amigos?

39. Se dar bem com


seus amigos?

40. A relação familiar?

41. (Se mora com outras


pessoas) as pessoas com
quem você vive?
42. Se dar bem com as
outras pessoas?

43. Nas últimas quatro semanas você: (Assinale apenas uma.)

Teve bom relacionamento com as pessoas e recebeu apoio da família e dos amigos
Recebeu moderado apoio da família e dos amigos
Teve apoio inconstante da família e dos amigos ou apenas quando absolutamente necessário

Dinheiro

44. Você recebe para trabalhar ou ir à escola?

Sim Não

O quanto é importante para você:

Nada Levemente Moderadamente Muito Extremamente


importante importante importante importante importante
45. Ter dinheiro?
46. Ter controle do seu
dinheiro?

173
47. Como você se sente em relação:

Nem
Um
Muito Moderadamente Um pouco satisfeito, Moderadamente Muito
pouco
insatisfeito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito
satisfeito
insatisfeito
a) À quantidade de
dinheiro que você
tem?
b) Ao controle que
você tem sobre o
seu dinheiro?

48. A falta de dinheiro, na maioria das vezes, impede-o de realizar aquilo que você gostaria?

Nunca Às vezes Frequentemente Quase sempre

Atividades da vida diária

49. Abaixo estão algumas atividades das quais você pode ter participado recentemente. Por
favor, marque SIM ou NÃO para indicar se você realizou essas atividades nas últimas 4 semanas.

SIM NÃO

a) Fazer compras.
b) Ir a um restaurante ou café.
c) Preparar sua comida.
d) Passear de carro ou de ônibus.
e) Lavar a roupa.
f) Limpar o quarto/apartamento/casa.

50. Nas últimas quatro semanas você:

Fez a maioria das coisas sozinho


Precisou de ajuda para fazer as coisas
Teve dificuldades em fazer as coisas, mesmo com ajuda

51. Nas últimas quatro semanas, com que frequência você teve dificuldade em realizar sua
higiene pessoal (por exemplo: tomar banho, escovar os dentes etc.)?

Nunca Às vezes Frequentemente Quase sempre

174
Objetivos

52. O que você espera obter como resultado do seu tratamento em saúde mental?
(Por favor, indique até três objetivos.)

a) Objetivo 1: ___________________________________________________
(i) Qual a importância desse objetivo para você?

Nada Extremamente
importante 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 importante

(ii) Até que ponto você já atingiu esse objetivo?

Não Atingiu
atingiu 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 completamente

b) Objetivo 2: ___________________________________________________

(i) Qual a importância desse objetivo para você?

Nada Extremamente
importante 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 importante

(ii) Até que ponto você já atingiu esse objetivo?

Não Atingiu
atingiu 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 completamente

c) Objetivo 3: ___________________________________________________

(i) Qual a importância desse objetivo para você?

Nada Extremamente
importante 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 importante

(ii) Até que ponto você já atingiu esse objetivo?

Não Atingiu
atingiu 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 completamente

175
53. Abaixo estão algumas atividades que você possa ter participado recentemente. Por favor,
marque SIM ou NÃO para indicar se você realizou estas atividades nas últimas quatro semanas.

SIM NÃO
a) Passear.
b) Participou de grupo com amigos.
c) Foi ao cinema ou a um jogo.
d) Leu jornal ou revista.
e) Assistiu à TV.
f) Foi à igreja.
g) Jogou cartas.
h) Ouviu rádio.
i) Fez esporte.
j) Foi à biblioteca.

54. Por favor, marque abaixo o que melhor indica como você se sentiu a respeito da sua
qualidade de vida nas últimas quatro semanas. A mais baixa qualidade significa que as coisas
foram muito ruins. Alta qualidade significa que as coisas foram as melhores possíveis.

Baixa Alta
qualidade 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 qualidade

55. Se sua qualidade de vida é menor do que você esperava, qual a expectativa que você tem
em atingir a qualidade de vida que deseja?

Nenhuma Baixa Moderada Alta

56. Que controle você acha que tem sobre as áreas mais importantes da sua vida?

Nenhum Pouco Moderado Muito

176
57. Na sua opinião, qual é a importância dos seguintes fatores na determinação da sua
qualidade de vida?

Nada Levemente Moderadamente Muito Extremamente


importante importante importante importante importante
a) Trabalho, escola ou outras
atividades diárias
b) Seus sentimentos sobre
você mesmo
c) Sua saúde física
d) Amigos, família, pessoas
com as quais você passa
o seu tempo
e) Ter dinheiro suficiente
f) Ter habilidade para cuidar
de si
g) Sintomas (problemas
mentais)
h) O lugar onde você mora
i) Outros: especifique__________________________________________________________

58. Há mais alguma coisa que você gostaria que nós soubéssemos?

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Fonte: BECKER, M.; DIAMOND, R.; SAINFORT, F.; UNIVERSIDADE DE WISCONSIN. Wisconsin Quality of Life Associate. Wisconsin Quality
of Life. Traduzido e culturalmente adaptado com a permissão dos autores por: A. M. F. Pitta, P. G. Galeano, M. Luchesi, S. Barros e
equipe do Laboratório de Investigações em Saúde Mental da Universidade de São Paulo. Madison; São Paulo, 1995.

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Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000

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