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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO SINODAL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS


CURSO DE SOCIOLOGIA

TRABALHO INDIVIDUAL
DE
PSICOSSOCIOLOGIA DAS
ORGANIZAÇÕES
TEMA: Objecto de estudo da psicossociologia das organizações;
 Método de estudo;
 Conceito de identificação e de ideologia;
 Os Níveis da Organização;
 As principais dimensões das organizações
 A organização e a instituição;
 Grupos e fenómenos do grupo;
 Algumas chaves gerais de análise;
 A organização e o tempo;
 A organização aprendida e vivida

Elaborado Por: Ernesto Paulo


CURSO: SOCIOLOGIA
3º ANO
PÓS-LABORAL

A Docente
_______________________________
Msc. Delfina da Piedade Chivela

Matala / 2020
ÍNDICE

INTRODUÇÃO...........................................................................................................................1
OBJECTO DE ESTUDO DA PSICOSSOCIOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES..................2
MÉTODO DE ESTUDO............................................................................................................3
CONCEITO DE IDENTIFICAÇÃO E DE IDEOLOGIA..........................................................3
OS NÍVEIS DA ORGANIZAÇÃO.............................................................................................5
Nível Institucional..................................................................................................................5
Nível Intermediário................................................................................................................5
Nível Operacional..................................................................................................................5
AS PRINCIPAIS DIMENSÕES DAS ORGANIZAÇÕES......................................................6
A Estrutura Organizacional..................................................................................................6
A Relação da Organização Com o Seu Ambiente............................................................6
A Estratégia Organizacional.................................................................................................7
Organização Como Sistema Político..................................................................................7
A ORGANIZAÇÃO E A INSTITUIÇÃO...................................................................................8
Definição de Organização....................................................................................................8
Definição de Instituição.........................................................................................................9
Principais diferenças entre organização e instituição.......................................................9
GRUPOS E FENÓMENOS DO GRUPO..............................................................................10
A ORGANIZAÇÃO E O TEMPO............................................................................................11
A ORGANIZAÇÃO APRENDIDA E VIVIDA.........................................................................12
O INDIVIDUO E A ORGANIZAÇÃO.....................................................................................13
CONCLUSÃO..........................................................................................................................14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................15
INTRODUÇÃO

O presente trabalho faz parte da cadeira de Psicossociologia das


Organizações e tem como tema:

 Objecto de estudo da psicossociologia das organizações;


 Método de estudo;
 Conceito de identificação e de ideologia;
 Os Níveis da Organização;
 As principais dimensões das organizações
 A organização e a instituição;
 Grupos e fenómenos do grupo;
 Algumas chaves gerais de análise;
 A organização e o tempo;
 A organização aprendida e vivida;
 O Individuo e a Organização;

Ciência que estuda a vida nas suas manifestações sociais ou os aspetos


da vida psíquica que resultam da influência de uns indivíduos sobre os outros.
Entende-se ainda por Psicossociologia a abordagem de determinada temática
que privilegia as aquisições teóricas e conceptuais do léxico da Psicologia e da
Sociologia,

A psicossociologia organizacional se caracteriza como uma sub-área da


ciência psicológica com o intuito de atuar de forma interdisciplinar no
comportamento humano no âmbito das relações das pessoas com as
organizações através da compreensão dos fenômenos psicológicos.

A psicossociologia organizacional é uma área que ainda está em


construção e caminha para encontrar seu próprio caminho e consolidação,
tendo em vista que sua impulsão provém do interesse em possibilitar o resgate
da dignidade humana e uma qualidade de vida  de para ser humano no âmbito
de suas relações organizacionais e interpessoais. O seu objeto de investigação
científica deve estar claro e, sobretudo, atuar no desenvolvimento de uma
prática ética baseada no respeito ao indivíduo.
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OBJECTO DE ESTUDO DA PSICOSSOCIOLOGIA DAS
ORGANIZAÇÕES

A psicossociologia é uma vertente da psicologia social, cujo campo de


estudo é constituído pelos grupos e organizações, vistos como conjuntos
concretos, que são criados, geridos e transformados pelos indivíduos e que
servem como mediadores na vida desses mesmos indivíduos (Goulart, 1998).

Segundo Levy (1994), o objecto de reflexão e análise da


psicossociologia é estabelecido pelas condutas concretas dos indivíduos,
grupos, organizações e comunidades, no quadro da vida quotidiana.

O objecto de estudo da psicossociologia torna o sujeito mais concreto,


inserido no seu quotidiano, considerando como afectivo, inteligente, mas
também produtor das condições materiais da sua existência. Gauliejac, Pages,
Boneti, e Descendre (1987) afirmam que a corrente da psicossociologia
resultou em múltiplas práticas em campos diversificados, trabalhando com
objectos frequentemente negligenciados em pesquisas sociológicas e
psicológicas.

Seu interesse é pelo indivíduo em uma dada situação, sem separar o


indivíduo e o colectivo, o afectivo e o institucional, os processos inconscientes
e os processos sociais. Trata-se de uma abordagem centrada na relação
indivíduo/sociedade/instituições.

Reforçando que o social apresenta dimensões emocionais, afectivas e


inconscientes enquanto o psiquismo é modelado pela cultura, pela língua, pelo
símbolo e pela sociedade.

A psicossociologia restitui o lugar do sujeito individual, do “ator social”,


na intersecção com outros níveis de realidade social (de grupo, organizacional,
institucional). Com isto ela abre espaços de articulação com outros saberes
como a psicologia social materialista-histórica – através do estudo de
categorias como a representação social, identidade, consciência social, entre

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outros - e a psicanálise, na medida em que, como esta, a psicossociologia
valoriza a subjetividade (Câmara, 2009).

Neste sentido, a psicossociologia das organizações é um campo de


conhecimento interdisciplinar (psicologia, sociologia, psicologia social e
ciências politicas) orientado para a compreensão e gestão das pessoas no
trabalho.

A psicologia trabalha a nível da análise individual, como a


aprendizagem, motivação, personalidade, formação, satisfação no trabalho,
tomada de decisão, stress, mediação de atitude e avaliação de desempenho. A
sociologia foca-se na análise dos grupos, dinâmica de grupos, trabalho de
equipa, poder, comunicação, conflito e comportamento intergrupal, comparação
de valores e de atitudes, assim como analisa a nível organizacional, a cultura
organizacional e o ambiente organizacional. A psicologia social trabalha a nível
da análise de grupos, focando-se na mudança de comportamento, mudança de
atitudes, comunicação, processo dos grupos e tomada de decisão de grupo.
Por fim, as ciências políticas focam-se a nível da análise organizacional, no
conflito, políticas intra-organizacionais e poder (Robbins, 1996).

Neste sentido, o objeto de estudo da psicossociologia são os fenómenos


de interação social entre os indivíduos, entre indivíduos e grupos, e entre
grupos. Assim, sendo a organização, o trabalho são uma construção social
complexa, não natural e mudável, agrupa um certo número de pessoas
interdependentes que trabalham em conjunto parar atingir um objetivo comum.

MÉTODO DE ESTUDO

A psicossociologia das organizações tem como método de estudo são:


Estudos Observacionais; Quase experiencias; Experiencias; Sondagens;
métodos qualitativos e quantitativos.

CONCEITO DE IDENTIFICAÇÃO E DE IDEOLOGIA

A identidade é o que permite dizer aos outros, por exemplo, quem nós
somos, o que pensamos e o que fazemos. Ela não é resultante de
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características e de traços dados a priori, mas decorre da relação dinâmica do
homem no mundo a partir de determinadas condições culturais, materiais e
históricas.

A identidade é construída com base nas vivências cotidianas, na


participação nos grupos primários (família) e se complexifica com a
participação em grupos secundários (como na escola) que ampliam o escopo
das relações (BERGER; LUCKMAN, 2002).

A ideologia é o conjunto de ideias fundamentais que caracteriza o


pensamento de uma pessoa, de uma colectividade ou de uma época. Também
se trata da doutrina filosófica centrada no estudo da origem das ideias.

A ideologia tende a conservar ou a transformar o sistema social,


económico, político ou cultural existente. Conta com duas características
principais: trata-se de uma representação da sociedade e apresenta um
programa político.

A sociologia descreve uma ideologia como uma associação de


representações e ideias que um determinado grupo social produz a respeito do
seu meio envolvente e da sua função nesse meio.

Existem ideologias políticas, religiosas, econômicas e jurídicas. Uma


ideologia se distingue de uma ciência porque não tem como fundamento uma
metodologia exata capaz de comprovar essas ideias.

O grupo que defende uma ideologia frequentemente tenta convencer


outras pessoas a seguirem essa mesma ideologia. Assim, existem confrontos
ideológicos e consequentemente ideologias dominantes (hegemônicas) e
dominadas (subordinadas).

Assim, as identidades dos indivíduos são construídas de acordo com o


ambiente em que se inserem envolvendo, entre outras coisas, as estruturas
sociais, a cultura e o histórico das relações. Segundo Zanelli (2003), a
organização, como sistema social, inserida em seu contexto, busca preservar
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sua identidade e sobrevivência. Para tanto, desenvolve uma estrutura
normativa (valores, normas e expectativas de papéis, padrões esperados de
comportamento e interação) e uma estrutura de ação (padrões reais de
interação e comportamento), originada sobretudo nas posições dirigentes.

OS NÍVEIS DA ORGANIZAÇÃO
Nível Institucional

É o nível administrativo mais elevado da organização. É constituído pelo


Presidente e Diretores que compõem a alta administração e tomam as
principais decisões da organização. Nas grandes organizações, existe o
Conselho Administrativo, que determina o que o presidente e a direção devem
fazer. O nível institucional é o nível mais periférico da organização, e recebe o
impacto das mudanças e pressões ambientais. Recebe também o nome de
nível estratégico, pois é o responsável pela definição do futuro do negócio
como um todo. Nesse nível, o administrador deve possuir uma visão
estratégica, para definir a missão e os objetivos fundamentais do negócio.

Nível Intermediário

É o nível administrativo que articula internamente o nível institucional


com o nível operacional da organização. É o nível do meio do campo e é
composto pelos gerentes. Recebe o nome de nível gerencial ou tático.
Funciona como uma camada amortecedora dos impactos ambientais, pois
recebe as decisões globais tomadas no nível institucional as transforma em
programas de ação para o nível operacional. Interpreta a missão e os objetivos
fundamentais do negócio, traduzindo-os em meios de ação cotidiana para que
o nível operacional possa transforma-los em execução. Nesse nível, o
administrador deve possuir uma visão tática.

Nível Operacional

É o nível administrativo mais baixo de todos. É o mais íntimo da


organização e constitui a base inferior do organograma. É o nível que
administra a execução e realização das tarefas e atividades cotidianas. Nesse

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nível, o administrador deve possuir uma visão operacional. Recebe o nome de
supervisão de primeira linha, pois tem contato direto com a execução ou
operação, que é realizada pelos funcionários não-administrativos e operários
que se incubem da realização das tarefas e atividades rotineiras do dia-a-dia
da organização.

Assim, em qualquer organização, a administração é exercida por meio


desses três níveis em estreita coordenação entre si. Eles formam o chamado
aparato administrativo da organização. Cada um deles tem a sua função
específica.

AS PRINCIPAIS DIMENSÕES DAS ORGANIZAÇÕES

Existem quatro principais dimensões de análise organizacional que são:

 A Estrutura Organizacional;
 A Relação da Organização com o seu ambiente;
 A Estratégia Organizacional;
 A Organização como sistema político.

A Estrutura Organizacional

A forma mais concreta de se identificar a estrutura de uma organização


é por meio de seu organograma. Nele está materializado o processo pelo qual
a autoridade é distribuída, as atividades são especificadas e um sistema de
comunicação é delineado. De uma maneira mais sintética, pode-se definir
estrutura organizacional como “... uma cadeia relativamente estável de ligação
entre as pessoas e o trabalho que constituem a organização” (WAGNER III E
HOLLENBECK, 1999 p. 301).

A forma como uma organização está estruturada ajuda a diferenciar


suas partes ao mesmo tempo em que mantém tais partes interligadas. Ela
possibilita, então, relações de interdependência entre os indivíduos de um
grupo e entre grupos e de previsibilidade e hierarquia (LOIOLA ET AL, 2004).

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A Relação da Organização Com o Seu Ambiente

A dimensão ambiente passa a ser considerada central nos estudos


organizacionais a partir da concepção de que as organizações não se
constituem em sistemas fechados imunes às influências das condições
ambientais na forma como elas funcionam internamente. Todavia, apesar de
ter-se tornado um conceito importante na análise organizacional, o conceito de
ambiente não está claramente definido na literatura especializada (LOIOLA ET
AL, 2004).

Tudo aquilo que está fora dos limites da organização e que podem de
alguma forma afetar a organização; aquilo que não faz parte da organização;
fatores que afetam a organização e sobre os quais ela tem pouco ou nenhum
controle são definições que normalmente envolvem a noção de ambiente.
A Estratégia Organizacional

O conceito de estratégia guarda uma vinculação muito grande com a


noção de planejamento. Segundo Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000), a
estratégia pode ainda estar relacionada com a ideia de posicionamento,
quando a organização está interessada em definir o lugar escolhido para atuar
no mercado e à ideia de perspectiva, quando ela define o meio fundamental de
executar as suas atividades.

Para Júlio e Neto (2002) estratégia determina e revela o propósito de


uma organização, no que diz respeito aos objetivos de longo prazo, programas
de ação e prioridade de alocação de recursos.

A estratégia tem a ver, também, segundo esses autores, com a definição


de um padrão para decisões coerentes, unificadas e integradas.

Organização Como Sistema Político

Considerar a dimensão política da organização envolve admitir a


existência de qualidades organizacionais importantes que são, geralmente,
encobertas ou ignoradas. Neste sentido, pode-se dizer que há uma tradicional

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resistência em se aceitar à dimensão política como um elemento central que
permeia as ações dos indivíduos nas organizações.

Uma primeira corrente de pensamento é a de Mintzberg (1992) cujo


principal argumento reside na ideia de que a dimensão política surge na
organização como uma reação aos sistemas formais e legítimos (ideologia,
autoridade e especialização) os quais, de alguma forma, impedem os
indivíduos ou grupos de indivíduos de atingirem seus próprios objetivos.

Uma segunda linha de argumentação é a proposta por Morgan (1996).


Segundo este autor, pode-se compreender a dinâmica organizacional a partir
de diversas metáforas, sendo que a metáfora política é uma delas. Neste
sentido, “olhar” a organização a partir de uma dimensão política envolve
considerá-la como uma coalizão com múltiplos objetivos, na medida em que é
composta por pessoas com diferentes interesses. Sendo assim, Morgan (1996)
acredita que se os indivíduos divergirem em seus interesses e opiniões, a
organização social deve possibilitar que tais diferenças sejam reconciliadas
pela negociação.

A ORGANIZAÇÃO E A INSTITUIÇÃO

Organização significa uma coleção sistematicamente organizada de


pessoas, com um objetivo comum e uma identidade associada a um ambiente
externo, como uma entidade de negócios ou um departamento do governo. É
muitas vezes mal interpretado com a instituição, que engloba uma entidade,
com um alto grau de sustentabilidade, que pode ser visto como uma parte
indispensável da grande sociedade ou comunidade.

Definição de Organização

Uma organização é usada para significar um grupo de pessoas


envolvidas em perseguir as metas predeterminadas ou o conjunto de metas.
De fato, é um sistema social que determina todas as relações formais entre as
atividades e os membros.

Uma organização pertence e é controlada por uma pessoa ou um grupo,


que são os membros da própria organização. O chefe da organização é
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escolhido de forma permanente ou temporária, através de votação na
assembleia geral anual, na qual participam todos os membros da organização.

Incorpora especialização e coordenação de actividades dos


trabalhadores, onde os papéis, responsabilidades e autoridade são atribuídos
aos membros, para realizar tarefas de forma eficiente. Inclui o lucro e a
empresa sem fins lucrativos.

Definição de Instituição

O termo instituição pode ser definido como uma organização receptiva,


que surge como resultado de necessidades e pressões sociais. É uma parte de
uma grande sociedade ou comunidade, que está olhando para a frente na
natureza.

Ele executa as funções e atividades que agregam valor ao público em


geral. Tem um alto grau de resistência que leva ao crescimento constante,
capacidade de sobreviver e adaptar-se a várias pressões e pressões para
avançar para o futuro, juntamente com o efeito sobre o ambiente ao qual a
instituição pertence.

As estruturas internas da instituição exibem e protegem as normas e


valores frequentemente mantidos pela sociedade. Ele desempenha o papel de
agente indutor de mudança e proteção, que protege valores positivos e cria
novos que são necessários para o sustento da sociedade.

Principais diferenças entre organização e instituição

As diferenças entre organização e instituição são explicadas abaixo:

Uma organização é uma coleção sistemática de pessoas que trabalham


juntas para alcançar o objetivo desejado, sob uma identidade comum. Por outro
lado, uma instituição é um estabelecimento dedicado a promover uma causa
específica que pode ser educacional, profissional, social, etc.

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A estrutura de uma organização pode ser centralizada - onde o poder
está nas mãos da autoridade suprema, ou descentralizada - onde o poder é
disseminado. No outro extremo, uma instituição tem uma estrutura
descentralizada, em que o poder se espalha para vários níveis de gestão.

Uma organização é governada por regras, regulamentos e políticas,


enquanto os costumes e valores são os fatores reguladores de uma instituição.

Uma organização tem um certo ciclo de vida, ou seja, eles têm


nascimento, crescimento, maturidade e decadência. Em contraste, uma
instituição é duradoura no sentido de que eles têm a capacidade de crescer
constantemente, superar a capacidade e se adaptar a condições extremas,
para dar um passo em direção ao futuro.

O objetivo principal de uma organização é ganhar dinheiro ou fornecer


serviços aos membros. Em contrapartida, o principal objectivo de uma
instituição é transmitir educação ou conhecimento aos usuários.

GRUPOS E FENÓMENOS DO GRUPO

Segundo o dicionário Aurélio grupo é um conjunto de pessoas ou de


objetos reunidos num mesmo lugar, um conjunto de pessoas que apresentam o
mesmo comportamento e a mesma atitude, e com um objetivo comum que
condiciona a coesão de seus membros.

Grupo, Unidades compostas de duas ou mais pessoas que entram em


contato para determinado objetivo, e que consideram significativo o contato e
representam não apenas microsistemas, mas são também, fundamentalmente,
microcosmos de sociedades mais amplas” (Zimerman, 1997)

Os grupos se constituem primeiramente pela questão da identificação,


ou seja, todo e qualquer tipo de grupo fundam-se e organizam-se em prol de
um objectivo em comum pela referência de um líder. Os grupos estruturam-se
numa condição de alma coletiva, fazendo com que cada membro deste, aja,
sinta e pense diferente da de quando os sujeitos são observados isoladamente.

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Freud (2011) aponta que a possibilidade de um grupo tornar-se unido e,
por conseguinte, nele haver identificação entre seus membros, é somente a
partir da figura de um líder, sendo este, quem viabiliza a produção dos
fenômenos de grupo.

Os fenômenos grupais acontecem em todos os grupos, espontâneos ou


terapêuticos. A diferença reside no fato de que no segundo há um coordenador
(terapeuta) que irá identificar e trabalhar tais fenômenos.

Vale ressaltar que o campo grupal refere-se à dinâmica de interação


entre todos os participantes e ao terapeuta. Entretanto, as identidades
específicas de cada membro precisam ser respeitadas.

A ORGANIZAÇÃO E O TEMPO

A organização pode ser entendida como a estrutura empresarial


construída com fins específicos de mercado, tendo em vista a necessidade de
consolidar objetivos de lucro e geração de novas receitas.

A partir daí, fica mais fácil entender o aparato organizacional como fruto
de uma escolha por alguns pontos centrais: divisão racional do trabalho,
preocupação com produtividade e controle, monitoramento de resultados,
relacionamentos impessoais, hierarquias formais, formação de conceitos de
lealdade e transparência nos propósitos da empresa, e cooperação dirigida ao
alcance de metas comuns.

A gestão ineficiente do tempo é um dos principais fatores para a queda


de produtividade dos profissionais da educação. Isso ocorre porque uma má
administração costuma resultar em longas janelas de espera entre as aulas,
por um lado e atividades que precisam ser realizadas em um período muito
curto de tempo, por outro.

Com uma má gestão do tempo, o aumento do custo também é


transferido para os professores, que muitas vezes precisam realizar diversos
deslocamentos ao longo do dia, ao invés de otimizarem e concentrarem as
suas classes em horários e em períodos determinados da semana. Todos

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saem perdendo, pois o prejuízo também é sentido pelos alunos, afinal, aulas
mal distribuídas e docentes muito atarefados são sinônimo de perda de
qualidade na aprendizagem.

Além do factor motivacional, a gestão ineficiente do tempo aumenta os


custos para as instituições, afinal, o tempo mal aproveitado dos profissionais
acaba se transformando em jornadas mais extensas, que não têm relação com
a produtividade e a realização desses educadores.

A organização do tempo objectivo dos processos, se não é apreendida


intuitivamente, deve ser o resultado de uma reconstrução.

A ORGANIZAÇÃO APRENDIDA E VIVIDA

A motivação das pessoas na organização é complexa, pois depende de


vários fatores, sejam eles internos (sua própria personalidade, emoções,
capacidade de aprendizagem, valores, etc.), ou externos (características
organizacionais, fatores sociais, política empresarial, sistemas de recompensas
e punições, etc.).

As identidades dos indivíduos nas organizações são construídas a partir


da interação humana, ao se compartilhar objetivos, regras e valores, entre
outros, exercendo uma influência considerável sobre a motivação dos
trabalhadores, assim como sua satisfação e produtividade.

Ao apresentar aos funcionários os ritos, crenças, valores, rituais,


normas, rotinas e tabus da organização, o que se pretende é buscar a sua
identificação com os padrões a serem seguidos na empresa. Dessa forma, se
fornece um senso de direção para todas as pessoas que compartilham desse
meio. As definições do que é desejável e indesejável são introjetadas pelos
indivíduos atuantes no sistema, orientando suas ações nas diversas interações
que executam no cotidiano.

Reconhecer os significados e a própria razão de ser da empresa, bem


como se familiarizar com as percepções e comportamentos mais aceitos e
valorizados na organização, conduz os funcionários a uma uniformidade de

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atitudes, o que é positivo no sentido de possibilitar maior coesão. No entanto
pode levar a uma perda de individualidade, pois o comportamento dos
indivíduos passa a ser uma extensão do grupo, muitas vezes se estendendo
para ambientes externos da organização, quando passam a adotar
comportamentos padronizados nas mais diversas situações

O INDIVIDUO E A ORGANIZAÇÃO

O indivíduo é definido como capital intelectual. Para uns como a “força


de trabalho” para outros, “recursos humanos”. Em alguns casos, um tanto
excêntrico apenas intitulado de “gente”. Independente de como será nomeado,
dificilmente o encontraremos no balanço patrimonial – como recursos
financeiros e materiais e até mesmo a “marca” que já tem sua expressividade e
valor de mercado, reconhecido, já vem desbravando um caminho para também
fazer parte da visibilidade dos resultados.

O indivíduo tem um papel fundamental na complexa engrenagem de


uma organização e é por meio deste, que se torna possível o dia-a-dia existir,
onde a cada ciclo que se completa só aumenta a certeza de que precisa ser
constantemente desenvolvido e valorizado, a fim de que tenha as condições
favoráveis para que continue agregando valor ao negócio.

Hoje todas as organizações sabem que são formadas por pessoas e que
elas são o mais importante para o crescimento e sucesso da empresa.

As organizações sabem que as habilidades de seus colaboradores como


atitudes, competências e conhecimento são fundamentais para a empresa, por
isso, é necessário atrair bons colaboradores e motivá-los para que possam
desenvolver e desejar se manter na empresa.

Cada pessoa é um ser individual com valores, desejos, motivações e


necessidades que foram construídas no decorrer de sua vida, por isso, as

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empresas tem que saber observar cada detalhe de seus colaboradores para
mantê-las motivadas e assim atingir os objetivos da organização.

CONCLUSÃO

Por fim podemos dizer que a Psicossociologia Organizacional ainda está


um pouco distante do papel de agente de transformação social, tendo em vista
que sua prática ainda está muito limitada, seja pelas organizações, seja por
limitações pessoais. Nesse sentindo, para que haja um profissional
transformador social é necessário que seja levado em consideração a
resolução dos fenômenos psicológicos e organizacionais em sua complexidade
com o objectivo de resultar em uma possível ação transformadora.

Todas as instituições são organizações em primeiro lugar, pois é o


passo inicial do processo de criação de instituições. Há apenas um punhado de
organizações que sobrevivem, crescem e se adaptam para alcançar o status
da instituição. O objetivo básico de uma organização é manter a ordem interna
da organização, juntamente com a eficácia na realização dos fins desejados.
No entanto, quando se trata da instituição, vai além dos objectivos da
organização.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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a educação de jovens e adultos. Psicol. estud., Maringá  vol.14 n.4 Oct./Dec.
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Almedina.

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Biazzi Jr., F. (1994). O trabalho e as organizações na perspectiva


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Caetano, António, Vala, Jorge, et all (1994). Psicologia Social das


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Carvalho Ferreira, J. e Neves, J. e Caetano, A. (2001). Manual de


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15
Jordão, F. (1998). Uma abordagem cognitiva das Organizações: Estudos
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FPCE - UP.

Jordão, f. (2004). Caso de estudo da disciplina de psicossociologia das


organizações. In Universidade do Porto (eds.), E-learning UP03/04 - um
projecto piloto na Universidade do Porto. Porto: Universidade do Porto

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