Você está na página 1de 31

Prof.

Felipe Ferreira Pinto


Psicologia Social
PSICOLOGIA SOCIAL CRÍTICA

CONCEITUANDO A
EXCLUSÃO SOCIAL
QUAL A RELAÇÃO ENTRE
PSICOLOGIA SOCIAL E A NOÇÃO DE
EXCLUSÃO?

• A Psicologia Social não produz um tipo de


interpretação Psicológica e um Outro
Sócio Histórico...
OU SEJA:

Ela busca compreender como as pessoas ou


grupos que são objetos de diferenciação e que ao
serem classificados como “excluídos” tornam –se
automaticamente um categoria de análise à
parte.
UMA QUESTÃO IMPORTANTE
NESTA DISCUSSÃO:

• Por que as sociedades que se dizem democráticas e


pregam valores igualitários acabam aceitando práticas de
violência, discriminação e injustiça social?

• Por que estas condições tornam se naturalizadas e


toleramos a discriminação com os nossos pares?
RETOMANDO A HISTÓRIA:

• Desde a 2 guerra mundial estas


questões perpassam o debate sobre
os valores de nossa sociedade...
EXEMPLO DISSO…

1. Dollard, 1939 Inspirado na Teoria Freudiana


sobre a frustração vai dizer:

- Que a produção de motivações hostis podem ser


desencadeadas por uma situação de frustração....
OU SEJA...

QUANDO NÃO SE ATINGE UM OBJETIVO ESPERADO ISSO


TENDE A AUMENTAR A TENDÊNCIA AGRESSIVA NOS
SUJEITOS!
E ASSIM...

QUANDO ESSA FRUSTRAÇÃO NÃO PODE SER DIRECIONADA A


CAUSA...

ELA SERÁ DIRECIONADA PARA ALVOS MAIS FRÁGEIS E


FÁCEIS....
EXEMPLO

Campbell, 1947 faz menção ao sentimento


de hostilidade e antipatia direcionado
aos judeus devido a sua situação política
e econômica na Alemanha
E O QUE ISSO NOS PERMITE PENSAR?

Como a noção do senso comum se


aproxima das violências e do extermínio
quando pensamos, por exemplo, o caso
dos judeus na Europa
CRIA-SE O IMAGINÁRIO DE QUE...

“ CADA UM TEM AQUILO QUE


MERECE”
OUTRO EXEMPLO...

ESTUDANTES QUE ASSISTIRAM UMA MULHER QUE RECEBIA


CHOQUES ELÉTRICOS E QUE PASSARAM A SE IMPORTAR
MAIS COM O TEMPO DE DURAÇÃO EM QUE ELA SOFRIA
COM AQUELA AÇÃO DO QUE COM AS CONDIÇÕES
FÍSICAS E EMOCIONAIS PRODUZIDAS NAQUELE
MOMENTO!
ESCOLA DE FRANKFURT
(ADORNO, FRANKEL, SANFORD, 1950)

FORMULAM A TEORIA DA PERSONALIDADE


AUTORITÁRIA...
E O QUE ISSO QUER DIZER?

QUE ELES FAZEM RELAÇÃO ENTRE IDEOLOGIA E


PERSONALIDADE PARA DISCUTIR A TOMADA DE POSIÇÕES
RACISTAS E ANTIDEMOCRÁTICAS.
EXEMPLOS DESSA MANIFESTAÇÃO

Posturas mais conservadoras e que se afastam da possibilidade de


mudanças e reconhecimento do outro como diferente fazem
parte do antissemitismo e dos fatores que definem a
personalidade voltada aos propósitos do autoritarismo...
E ESSAS CONDIÇÕES SE RELACIONAM COM
DUAS QUESTÕES IMPORTANTES...

A NOÇÃO DE PRECONCEITO E A NOÇÃO DE


ESTERIÓTIPO....
PRECONCEITO:

JULGAMENTO POSITIVO OU NEGATIO FORMULADO SEM


EXAME PRÉVIO A PROPÓSITO DE UMA PESSOA OU DE
UMA SITUAÇÃO E SE PRODUZ A PARTIR DE VIESSES E
ESFERAS ESPECÍFICAS...
ESTERIÓTIPO:

GENERALIZAÇÕES ATRIBUÍDAS A UM GRUPO A PARTIR DOS


VALORES E IDEIAS DO SENSO COMUM...
PRECONCEITO E ESTERIÓTIPO NOS AJUDAM
A PENSAR UMA OUTRA QUESTÃO
IMPORTANTE NO DEBATE SOBRE EXCLUSÃO

A CATEGORIZAÇÃO SOCIAL...
E A CATEGORIZAÇÃO PODE TER DOIS
SENTIDOS...

- Psicossociológicos – colocamos as pessoas em uma categoria dada


previamente – homens e mulheres;

- Atribuição de características - pode estar relacionado com a


estigmatização ou estereótipo;
E ESTAS QUESTÕES TENDEM A PRODUZIR...

- A categorização separa/divide o meio social em grupos/classes


como equivalentes/parecidos em razão da intenção e ações
comuns...

Quem são os seus pares?


PARA TANTO...

- O mundo social é visto de forma simplificada, pois há


constantemente a classificação e a percepção dos objetos, das
pessoas e das situações como a busca por validação e identificação
de um certo discurso.

Ou seja, a vontade de simplificar como ponto de partida para a


reafirmação e manifestação dos processos de exclusão no cotidiano...
PODEMOS PENSAR...

- Como a sociedade produz a noção de INDESEJÁVEIS para as


relações....

- O que nos leva a considerar como a sociedade pode ser capaz ou


não de construir uma nova Ecologia Humana

- O que seremos capazes de produzir coletivamente para que haja


diminuição dos processos de exclusão?
POIS...

- Se o capitalismo é capaz de produzir um modo de vida


que tende a moldar, separar, higienizar e controlar os
corpos...

- Como ficam as práticas cotidianas?


OU SEJA...

A noção de exclusão traz a tona


aquilo que deveria permanecer
“oculto”
E NOS COLOCA DIANTE DE UMA
QUESTÃO IMPORTANTE...

A noção de exclusão registra marcas de sofrimento


em determinados corpos que se inserem na
realidade a partir do que é visível/ invisível. Ou
seja, o direito de fala, ser e existir que lhes é
negado emerge como imagem que produz
estranhamentos ao padrão de normalidade de
vida imposto pelos interesses do capital...
E O QUE SE ESPERA DA PSICOLOGIA...

Seremos os úteis necessários a


manutenção desta estrutura?
LOGO...

“ Para entender e mudar o mundo do aqui e do


agora é necessário, portanto, ultrapassar a
mera “piedade cristã” e compreender os
mecanismos sociais que produzem e
reproduzem formas permanentes de miséria
existencial, política e material. As causas da
desigualdade e ausência de reconhecimento
social são, por definição, invisíveis a olho nu”
(SOUZA, 2016, p.107)
E ASSIM...

“ Ainda que a pobreza e a miséria material sejam


facilmente perceptíveis e reconhecíveis, as causas
e pré condições que as tornam possíveis e
socialmente legitimadas não o são. Esta é a razão
última do fato historicamente invariante de que
toda desigualdade existencial, política e material
tenha que ser acompanhada por mecanismos
simbólicos que mascaram e tornam opacas suas
causas sociais” (SOUZA, 2016, p.107)
SEGUIREMOS PENSANDO NOSSO LUGAR DE
FALTA...

É imprescindível a psicóloga(o) estar atento e


sensível ao contemporâneo. É tempo de
ampliarmos cada vez mais a concepção de que
o que se passa no mundo nos atravessa e
produz subjetividade (GUATTARI, 1992).

Você também pode gostar