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Apresentação 5

EXE 11, 12 ,13

Prof. Maria Clara Salengue


mariaclara.salengue@gmail.com
maria.salengue@ucpel.edu.br
Qual o lugar ocupado pelo conhecimento produzido pela
Psicologia científica nas relações de poder que vigoram
numa sociedade dividida em classes?
Quais os compromissos inerentes as teorias estudadas?

História a partir de uma perspectiva crítica pressupõe questionar


a suposta neutralidade das ciências assim como trata-la como se
existisse uma ciência à parte da realidade histórico-social.

O autor revisita a História, o passado para entender o presente. O


passado e o presente, ambos, fundamentam o nosso pensar
sobre o futuro.

Conhecer a Psicologia a partir de sua instituição num lugar, num


tempo social e politicamente determinados – dimensão das
relações de poder em vigor em sociedades concretas, das quais as
teorias e as práticas fazem parte, seja para reafirmar essas
relações, seja para contestá-las.
A ciência psi, tende a constituir-se, vendo-se na obrigação de reconhecer e
desconhecer seu objeto.

Ao não reconhecê-lo, não se legitima como ciência independente e pode ser


anexada à outras modalidades de conhecimento. Mas ao não desconhecê-lo,
não se legitima como ciência, pois não se submete aos requisitos da
metodologia científica, nem resulta na formulação de leis gerais com caráter
preditivo.

Abre-se um campo de conflitos que não é acidental. Este, não parece que
possa vir a ser unificado, por qualquer meio que o seja.

Antes, as divergências parecem refletir as contradições do próprio projeto que


enraízam-se por sua vez na ambiguidade da posição do sujeito e do indivíduo
na cultura ocidental contemporânea.
EXE 11

A partir da leitura do capítulo “Psicologia como ciência


independente uma visão panorâmica e crítica” (p. 13 - 17) responda
as seguintes questões:

1) Quais as dificuldades envolvidas na criação de uma nova ciência


e, especificamente, na elaboração de uma psicologia científica?

2) Como você vê a questão da independência da psicologia e das


suas relações com as demais ciências? Justifique suas respostas
1) Quais as dificuldades envolvidas na criação de uma nova ciência e,
especificamente, na elaboração de uma psicologia científica? (p.14-15)

No processo de criação de uma nova ciência, é preciso apresentar o seu objeto


próprio e os métodos adequados ao estudo deste objeto, tornando-a hábil a
firmar-se como uma ciência independente de outras áreas do saber.

No caso da psicologia científica, o seu objeto de estudo já era abordado ao


longo da história por filósofos, físicos, médicos, fisiologistas, todos trataram de
aspectos de comportamentos voluntários e involuntários.

As ciências sociais como Economia, História, Antropologia, Sociologia e


Linguística também tratavam de ações humanas, em particular,
comportamentos importantes para a sociedade, diluindo os temas da
psicologia.

Embora hoje,a psicologia ainda mantenha relações estreitas com outras


ciências, conquistou o seu lugar como ciência e o seu campo de estudo
delimitado.
2) Como você vê a questão da independência da psicologia e das suas
relações com as demais ciências? Justifique suas respostas (p. 15-16)

A psicologia tem o seu campo de estudo delimitado e desde sua


independência como ciência, entretanto utiliza-se do conhecimento
científico de outras áreas que historicamente já se aprofundavam no
estudo do comportamento humano, tais como a filosofia, a
antropologia, a sociologia, a medicina, a biologia, para contribuir com as
suas pesquisas. Tal fato não à torna dependente destas, pois os seus
objetos de estudo complementam as abordagens e estudos conduzidos
pela psicologia científica, que a enriquecem e associam importantes
conceitos ao campo de pesquisa da psicologia.
EXE 12
A partir da leitura do capítulo “Precondições socioculturais para o
aparecimento da psicologia no século XIX” (p. 18 - 39) responda as seguintes
questões:

1) Em que condições a experiência da subjetividade privatizada se


aprofunda e generaliza? Por que isso ocorre? Quais são para você, nas
nossas atuais condições de vida, os fatores socioculturais que propiciam a
privatização das experiências?

2)Em que sentido Descartes pode ser considerado o fundador da


concepção moderna de sujeito?

3)O Romantismo ao mesmo tempo critica a modernidade e valoriza o


sujeito. Como é possível essa tarefa aparentemente contraditória?

4)Como Nietzsche acaba por dissolver a concepção de sujeito?


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1) Em que condições a experiência da subjetividade privatizada se aprofunda e


generaliza? Por que isso ocorre? Quais são para você, nas nossas atuais condições de
vida, os fatores socioculturais que propiciam a privatização das experiências?
Exemplifique. (p. 18-28)

A experiência da subjetividade privatizada se aprofunda e generaliza no momento em que


ocorrem situações de “crise social”, quando uma tradição cultural é contestada. Assim o
homem é obrigado a tomar decisões sobre situações que não tem referência, a não ser
procurar no “seu eu”.

Segundo o autor, portanto, a experiência subjetiva privatizada ocorre em situações de


crise social, quando uma tradição cultural valores normas e costumes é contestada e
surgem novas formas de vida; Isso ocorreria pois os homens se veem obrigados a tomar
decisões e para as quais não conseguem apoio na sociedade.

Na atualidade diferentes fatores continuam nos propiciando a privatização das


experiências, além dos acontecimentos passados que deram início a esse processo...
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12-1) A subjetividade privatizada, que parece a cada um própria, única e


original, de acordo com os estudiosos e historiadores, é uma experiência não
universal, que se aprofunda e generaliza, de acordo com as características da
sociedade onde estamos inseridos, estando portanto, sujeita ao contexto
histórico e social do indivíduo, tornando-se mais evidente enquanto
experiência coletiva em momentos de crise, quando a tradição cultural é
afetada de tal forma que é necessário elaborar um novo ritual, uma nova
forma de viver.
Em nossas atuais condições de vida, podemos citar vários exemplos, como a
globalização da economia, a transformação digital, o avanço das desigualdades
sociais, entre outros.
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12-1) Essa experiência se aprofunda em situações de crises, onde ocorrem


oposições entre velhos costumes e novas possibilidades. Esses momentos nos
fazem perder o referencial externo quase absoluto e passamos a ter de elaborar
um olhar atento para nossa subjetividade, para assim percebermos quais atitudes
fazem sentido a partir de nossas próprias conclusões. E sua generalização está no
modelo que vem se moldando ao longo do tempo, em especial dos últimos três
séculos, que torna a subjetividade privatizada algo comum, fazendo com que
todos acreditem que possuem controle sobre nossas vidas. Vivemos uma
pandemia, onde, pelo menos em teoria, deveríamos estar isolados em nossas
casas, distantes uns dos outros, isso nos recoloca diante de nós mesmos, os
olhares que há pouco estavam sempre voltados para esse externo lotada de
informações, tem de se voltar para nós mesmos, aí vem a crise e uma
necessidade profunda de pelo menos tentar entender quais são nossos valores
individuais.
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2) Em que sentido Descartes pode ser considerado o fundador da


concepção moderna de sujeito? (p. 28-30)

Com o fim da Idade Média e o advento do Renascimento, o homem sai de um


modelo no qual era controlado por uma ordem superior e encontra liberdade
e novas possibilidades e formas de viver.

A partir daí, desenvolve a necessidade de escolher seus caminhos e arcar com


suas consequências, desencadeando uma valorização de si e da visão do
homem de ser o centro do mundo e, a partir desta ideia da grande
valorização e confiança no homem, nasce o humanismo moderno e com ele,
a descrença cética e a crescente do individualismo.
12-2)

Descartes tenta estabelecer as condições para que obtenhamos um


conhecimento seguro da verdade, se alinhando aos que queriam superar a
dispersão do Renascimento e o ceticismo.

A partir de seus questionamentos, inicialmente parecia que o ceticismo invadira


seus estudos, porém, a partir de suas dúvidas, identifica a capacidade de
questionamento do homem, a ação de duvidar, como parte fundamental do
sujeito, surgindo a célebre e conhecida frase: penso, logo existo.

Desta forma, é tomado como quem “inaugura” a modernidade no sentido que


marca o fim de todo um conjunto de crenças que fundamentavam o
conhecimento até então, o homem moderno não busca a verdade em algo
transcendente, a verdade significa uma correta representação do mundo.
12-2
Descartes após crer em um método para validar as verdades absolutas
percebe que o único continuo era a dúvida, ele diz: parece que tudo o que
tomo como objeto de meu julgamento se mostra incerto, mas, no momento
mesmo em que duvido, algo se mostra como uma ideia indubitável; enquanto
duvido, existe ao menos a ação de duvidar, e essa ação requer um sujeito.

Assim, nasce a famosa frase "penso, logo existo". Ele é dado como
inaugurador da modernidade no sentido em que ele marca o fim de todo um
conjunto de crenças que fundamentavam o conhecimento.
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12- 3 O Romantismo ao mesmo tempo critica a modernidade e valoriza o


sujeito. Como é possível essa tarefa aparentemente contraditória? (p 34 – 36)

O romantismo destitui o “eu” do sujeito moderno, do seu lugar privilegiado de


senhor, de soberano, impotente em realizar o controle racional e metódico do
mundo, mas ao mesmo tempo, traz a experiência de que o homem possui níveis
de profundidade, que ele mesmo desconhece, emergindo o paradoxo de
valorização da individualidade e da intimidade. Evidencia a potencia dos impulsos
e forcas da natureza, superior à consciência ou ao homem como um todo. A razão
é destronada, o método feito em pedaços e o “eu” racional e metódico é
deslocado do centro da subjetividade e tomado agora como uma superfície mais
ou menos ilusória que encobre algo profundo e obscuro (Tempestade e ímpeto)

A ideia de “gênio” representa essa valorização, na qual o indivíduo é


naturalmente especial, de um dom único que tem a obrigação de realizar e, por
outro lado, pelo seu mergulho em si, ele tem uma grande indisposição e
dificuldade em sua vida prática, uma sensibilidade intimista e ao mesmo tempo
confiante na grandiosidade de sua missão.
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12-3 O Romantismo concebe um sujeito passional e sensível, valorizando os


impulsos e forças da natureza em detrimento da consciência ou do homem como
todo. O romantismo permite que o aprisionamento ao método característico da
modernidade seja colocado em segundo plano, e que o sujeito seja percebido
como algo mais profundo que isso, que é desconhecido inclusive para o próprio
sujeito.
O Romantismo é um momento essencial na crise do sujeito moderno pela
destruição do “eu” de seu lugar privilegiado de senhor, de soberano (p. 36)

Portanto, o romantismo critica a ideia cartesiana de que o homem é


essencialmente um ser racional, contrapondo que o homem é passional e
sensível, e seus impulsos e forças da natureza são superiores a consciência.
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12- 4 Como Nietzsche acaba por dissolver a concepção de sujeito? (p. 37-38)

Com a chamada "genealogía" Nietzsche diz que tudo que tomamos como
fundamento absoluto ou causa de tudo que existe, são criações criadas com
alguma finalidade, portanto tudo, todas crenças são criações humana. Ele
denuncia o caráter ilusória, porém não tenta contrapor com alguma outra
teoria mais bem fundamentada, a ilusão não pode ser substituída para nada
melhor por que simplesmente não existe nada melhor (momento mais agudo
da crise).

Portanto, por meio da “genealogia" Nietzsche mostra que tudo aquilo que é
concebido como fundamento ou causa de tudo, foi também criado. Tudo passa
a ser uma criação humana, o homem deixa de ser centro do mundo pois ele
questiona inclusive a ideia de que há algo que seja o centro do mundo
EXE 12

12- 4)
A partir da genealogia, desconstrói o fundamento da filosofia ocidental,
pois mostra como cada elemento tomado como fundamento absoluto
ou causa primeira de tudo o que existe, foi também criado em um
determinado momento e com uma determinada finalidade.

Nietzsche procura desconstruir os fundamentos de toda a filosofia


ocidental desde Platão. A ideia platônica “Deus” e o sujeito moderno de
Descartes são revelados como criações humanas.

Não só o homem é deslocado de da posição de centro do mundo, como


a própria ideia de que o mundo tenha um centro ou uma unidade, é
destruída.
EXE 13
A partir da leitura do capítulo “Precondições socioculturais para o aparecimento
da psicologia no século XIX” (p. 39 - 53) responda as seguintes questões:
1) Por que o sistema mercantil plenamente desenvolvido favorece o
aprofundamento e generalização da experiência subjetiva privatizada? Mostre
na sua resposta as implicações do mercado de bens e do mercado de trabalho
para a existência social dos indivíduos.
2) O que se ganha e o que se perde com a “liberdade negativa”?
3) Por que a ideologia liberal e o movimento romântico podem ser considerados
como manifestações da experiência subjetiva privatizada nos tempos
modernos?
4) O que quer dizer “fazer ciência é sempre ir além das aparências e para isso é
preciso que eu desconfie delas”? Quais as consequências dessa afirmação para a
criação da psicologia científica?
5) O que faz com que a experiência subjetiva privatizada entre em crise? Discuta
a partir do texto e das próprias vivências as ideias de liberdade e singularidade
do indivíduo.
6) Para que e com que finalidades as grandes agencias de controle social (
Estado, forças armadas, empresas, etc.) se interessam pela psicologia científica?
EXE 13
13-1) Por que o sistema mercantil plenamente desenvolvido favorece o
aprofundamento e generalização da experiência subjetiva privatizada?
Mostre na sua resposta as implicações do mercado de bens e do mercado de
trabalho para a existência social dos indivíduos. (p. 39-40)

Antes do capitalismo, era produzido somente o necessário e para o consumo


próprio do indivíduo.

A partir do capitalismo, o indivíduo “escolhe” somente uma coisa para


produzir e se aperfeiçoa naquilo, de forma que depois ele precise comprar
aquilo com o salário que recebeu por sua produção, além de também comprar
outros produtos que sejam necessários para sobreviver.

Dessa forma, o indivíduo vive em um ciclo de vendas e compras. No mercado


de trabalho ocorre exploração, no qual aquele que não possui condições de
produzir o que necessita, precisará trabalhar por um salário que será trocado
por suas necessidades básicas.
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13 - 1)
O homem na sociedade passa a produzir aquilo que está ao seu alcance e
compra o que necessita, ou seja, não produz para sua necessidade. Sendo
assim, o indivíduo vive em um ciclo de trocas de compras e vendas, abastece o
mercado para o ciclo continuar colaborando uns com os outros e abre
oportunidades para o meio de produção e mercado de trabalho.

Contudo, surgem as concorrências entre vendedores no mercado, comprando


mais barato de um e forçando o outro a baixar os preços, manipulando-os
para viver nessa concorrência interminável.

O mercado de trabalho vive uma exploração, por forçar o funcionário a


trabalhar por um salário que será trocado por suas necessidades básicas, pois
não tem seu próprio meio de produção.
13- 1 Porque o sistema mercantil desenvolvido é caracterizado como um
sistema social e econômico que, traz consigo uma carga de conflitos e
transformações relacionadas intimamente com o mercado de bens e do
mercado de trabalho; a partir do momento que o comércio é estabelecido, para
que sobre um excedente.

A situação de barganha, ou de comprar e vender, cria a ideia que o lucro de um


pode ser o prejuízo do outro e que cada um deve defender os seus próprios
interesses, universalizando também a experiência de que os interesses de cada
produtor são para ele mais importantes do que os interesses da sociedade
como um todo.

O homem que não tem meios para produzir e sobreviver, por sua vez, aluga a
sua capacidade de trabalho, para receber em troca um salário, com o qual deve
comprar os produtos que necessitam, reduzindo-o à dependência dos
proprietários dos meios de produção. Assim como o produtor necessita de
habilidades, destreza e rapidez, o trabalhador assalariado se submete muitas
vezes à atividades padronizadas que pouco resta de si mesmo. Portanto, o
sistema mercantil traz com ele o comércio e o mercado de trabalho, que afetam
definitivamente o modo de viver da sociedade e sua cultura até então.
13-2) O que se ganha e o que se perde com a “liberdade negativa”? (p.43)

Se ganha a liberdade de produzir, de conseguir algo através do seu conhecimento e


dedicação, ou seja, de se sustentar sozinho sem que haja grupo. Mas se perde a
solidariedade, tornando-se o trabalho mais individual, sem segurança ou proteção.

A pretensa liberdade do trabalhador viria com a libertação da vinculação de todos


os donos de meios de produção, da interdependência comunitária, ou ainda do uso
dos meios de produção compartilhados, a partir daí nasceria o trabalhador livre,
que pode e necessita ir ao mercado de trabalho para buscar uma ocupação.

Porém, o sujeito ao ganhá-la, perde apoio e meios de sustentação, perde a


solidariedade do seu grupo, a família ou a aldeia deixa de ser autossuficiente e
cada indivíduo irá isoladamente procurar o seu sustento, torna-se desamparado,
passa a depender de si, de sua capacidade, força de vontade e determinação para
conduzir o seu destino.
Desta forma, a sociedade fica atomizada, em vez de comunidades produtivas,
temos indivíduos livres produzindo ou vendendo sua força de trabalho a
proprietários privados.
13-3) Por que a ideologia liberal e o movimento romântico podem ser
considerados como manifestações da experiência subjetiva privatizada nos
tempos modernos? (p. 44-45)

Ambas se caracterizam como manifestações de experiência subjetiva


privatizada nos tempos modernos, pois trazem uma capacidade de
identificação do sujeito com ideias e comportamentos de ordem
individualizada.
Porque segundo a ideologia liberal, todos são iguais, mas tem interesses
próprios e segundo o romantismo, cada um é diferente, mas sente saudade
do tempo em que todos viviam comunitariamente e espera pelo retorno
deste tempo; enquanto isso não acontece, os românticos acreditam que os
grandes e intensos sentimentos podem reunir os homens, apesar de suas
diferenças, enquanto que os liberais apostam em uma fraternidade utópica;
de um jeito ou de outro, todos parecem se defender do desamparo, da
solidão e da responsabilidade de ser livre.
13- 4) O que quer dizer “fazer ciência é sempre ir além das aparências e
para isso é preciso que eu desconfie delas”? Quais as consequências
dessa afirmação para a criação da psicologia científica? (p. 47)

A frase refere-se a experiência da subjetividade privatizada, que,


enquanto não estava sendo discutida ou contestada, não proporcionava
as condições necessárias para o advento da psicologia científica; há
necessidade, no começo do conhecimento, de desconfiar, de questionar
suas experiências, para promover a construção e a afirmação deste.

A influência dos regimes disciplinares sobre as esferas da sociedade,


interferem no sentimento de intimidade e singularidade de sua
subjetividade e ao perceberem que não são livres e singulares, os
homens ficam perplexos e põe-se a pensar sobre eles mesmos,
amadurecendo o cenário para o desenvolvimento da psicologia
científica.
13-5) O que faz com que a experiência subjetiva privatizada entre em crise?
Discuta a partir do texto e das próprias vivências as ideias de liberdade e
singularidade do indivíduo. (p. 47)

A experiência subjetiva privatizada entra em crise quando começamos a


questionar a respeito dessa liberdade individual e percebemos que ela é em
grande parte ilusória. A partir da quebra dos paradigmas sociais, da dúvida
do inquestionável e da percepção de uma falsa subjetividade privatizada.

Entra em crise quando se descobre que a liberdade e a diferença, na


verdade, são ilusões pois estão sempre presentes, ainda que disfarçados, em
todas as esferas da sociedade, que torna a subjetividade não tão pessoal e
íntima, mas com forte influência e até mesmo controle das disciplinas.
13 -6) Para que e com que finalidades as grandes agencias de controle social
(Estado, forças armadas, empresas, etc.) se interessam pela psicologia
científica? (p. 48-49)

Se interessam com a finalidade de manter o poder e manipular a sociedade,


tornando-a “confortável” e “harmoniosa” (“ordem para o progresso”), para que
evitem manifestações, ou melhor, para que evitem o desenvolvimento coletivo
de um todo.

Os grandes poderes que têm controle social se interessam em manipular o


homem e esconder suas subjetividades. Com finalidade de manter o poder,
fazendo com que a sociedade se sinta confortável e adequada e, assim,
evitando manifestações, evitam o desenvolvimento coletivo de todos, a fim de
que haja igualdade, manipulam o padrão social, fazendo com que o capitalismo
permaneça em equilibrio e com que o indivíduo pense que tem sua própria
liberdade para agir sem que ninguém interfira em suas decisões e que está
totalmente de acordo com suas vontades e este padrão criado.
13-6 As agências de controle social (Estado, forças armadas, empresas e
etc) tem interesse pela psicologia científica com a finalidade de poder.
Essas agências percebem a necessidade de adquirir conhecimento sobre a
psicologia dos indivíduos para que possam entender e neutralizar crises de
ordem social.

A necessidade de impor ordem à vida social, em detrimento ao


individualismo, o aparato estatal, as forças armadas, a burocracia
cresceram, surgindo também a necessidade de recorrer a práticas de
supervisão e controle, como forma de lidar melhor com os sujeitos
individuais, educá-los de maneira eficaz, treiná-los e selecioná-los para os
mais diversos tipos de trabalho, colocando-o à serviço desta ordem
desejada.

Assim, surge a demanda pela psicologia, principalmente nos campos da


educação e do trabalho, de forma a tornar mais eficazes as suas técnicas de
controle.
A construção do conhecimento somente é possível se vier
profundamente articulada com a construção do sujeito e a construção da
realidade.

Dessa forma, entendemos o ser humano em uma relação dialética entre


o interno e o externo, como sujeito social da e na história, construindo-se
na relação com os outros.

E PARA FINALIZAR ...


É no cotidiano concreto que as relações se estabelecem e criam a
História. Ela é exatamente essa encruzilhada onde se encontram todas as
dimensões da vida: no agir humano estão incluídos o presente, o passado
e o futuro. O conhecimento é a sua síntese.

E PARA FINALIZAR ...


O conhecimento, portanto, implica sempre na relação do sujeito que
conhece com o meio social e marca, historicamente, essa produção.
Referências

FIGUEIREDO, Luis Cláudio Mendonça; SANTI, Pedro Luiz Ribeiro de Psicologia, uma
(nova) introdução; uma visão histórica da Psicologia como ciência. São Paulo: EDUC,
2000.
E para finalizar ...
A História continua ... ;-)

NA PRÓXIMA AULA
A PSICOLOGIA NO BRASIL – SEMINÁRIO + EXE. 14

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