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O texto aborda o paradigma emergente, que está relacionado com a revolução científica que está

ocorrendo em uma sociedade revolucionada pela ciência. O autor defende que a distinção entre ciências
naturais e sociais não faz mais sentido, especialmente após os avanços recentes na física e biologia que
questionam a separação entre orgânico e inorgânico, vivo e inanimado, humano e não humano. Esse
novo paradigma de conhecimento é não dualista e busca superar distinções dicotômicas, como
natureza/cultura e indivíduo/coletivo. O autor apresenta várias teses para justificar essa ideia, incluindo
a ideia de que as ciências sociais podem liderar essa superação. Além disso, ele argumenta que a
compreensão emergente da natureza é influenciada por conceitos, teorias, metáforas e analogias
provenientes das ciências sociais. Ele questiona a tradicional divisão entre ciências naturais e sociais,
apontando para uma convergência crescente entre ambas, e analisa a importância de se observar o que
está acontecendo nas ciências sociais em um período de transição de paradigmas.
O autor também discute a importância da superação da dicotomia entre ciências naturais e sociais,
destacando que essa mudança irá revalorizar os estudos humanísticos. Ele argumenta que as
humanidades precisam ser transformadas para se adaptarem a essa nova realidade e destaca a
necessidade de retornar ao núcleo genuíno das humanidades, que valoriza a compreensão do mundo em
detrimento da manipulação do mundo. Além disso, o autor menciona a importância de inventar
contextos persuasivos para aplicar métodos fora de seus habitats naturais, e questiona se é possível fazer
análises filológicas de um traçado urbano, entrevistar um pássaro ou realizar observações participantes
entre computadores.
Por fim, o texto aborda a concepção humanística das ciências sociais como agente catalisador da fusão
progressiva entre as ciências naturais e sociais. Ele destaca a importância de descobrir categorias de
inteligibilidade globais que possam derreter as fronteiras impostas pela ciência moderna, e defende que
a ciência pós-moderna é analógica e busca entender o que conhece pior através do que conhece melhor.
O autor também menciona a importância da dimensão estética da ciência e como ela se assemelha à
criação literária ou artística. Ele discute a necessidade de uma nova forma de conhecimento mais
contemplativa do que ativa, que se baseia na satisfação pessoal e na união com aquilo que estudamos.
A ciência do paradigma emergente pretende promover uma “situação comunicativa” na qual os sentidos
e as constelações de sentido vindos de práticas locais sejam organizados em torno de projetos de
conhecimento indiviso.

Como o avanço da física e biologia desafia a dicotomia entre ciências naturais e sociais?

a dicotomia se refere à divisão ou Essas distinções dicotômicas foram


separação entre diferentes conceitos questionadas devido aos avanços
ou domínios, como ciências naturais recentes na física e biologia, que
e ciências sociais, natureza e cultura, têm mostrado que essas fronteiras
indivíduo e coletivo, vivo e não são tão rígidas quanto se
inanimado, entre outros. pensava anteriormente

A questão levantada diz respeito ao paradigma emergente na ciência, que desafia a separação entre
ciências naturais e sociais, buscando uma integração mais ampla. Em termos simples, isso significa que
o conhecimento científico está evoluindo para uma abordagem mais holística (Por outro lado, a
abordagem holística se refere a uma perspectiva que busca compreender o todo, ao invés de apenas suas
partes isoladas. Essa abordagem considera a interconexão e interdependência de todos os elementos em
um sistema, buscando uma compreensão global e integrada das questões. É um tipo de conhecimento
não dualista, que busca superar as distinções tradicionais e se baseia na superação de dicotomias, como
natureza/cultura e indivíduo/coletivo. A abordagem holística enfatiza a importância de ver o mundo de
forma integrada, reconhecendo as interações complexas entre diferentes sistemas e níveis de realidade.),
que não apenas visa compreender o mundo exterior, mas também se aprofundar no autoconhecimento
e na conexão entre diferentes áreas de estudo.
Nesse novo paradigma, a ciência não é mais vista como uma simples ferramenta para controlar e prever
fenômenos, mas sim como um meio de contemplar e entender a complexidade e interconexão de todas
as coisas. A autojustificação da ciência moderna é reconhecida como parte integrante de sua própria
explicação, e a noção de que todo conhecimento científico é também um caminho para o
autoconhecimento é enfatizada.
Portanto, a ciência do paradigma emergente busca uma compreensão mais profunda e íntima do mundo,
valorizando não apenas a especialização disciplinar, mas também a integração entre diferentes áreas de
conhecimento. Esse novo modelo propõe uma visão mais ampla e unificada da realidade, incorporando
elementos da natureza e da sociedade de forma interligada e complementar.

De que forma as teorias holísticas e orientais têm sido aplicadas para


compreender a natureza?

As teorias holísticas e orientais têm sido aplicadas para compreender a natureza de várias maneiras. Por
exemplo, as teorias de Prigogine e Haken introduzem conceitos originados das ciências sociais, tais
como revolução social, violência, democracia nuclear, entre outros, para explicar o comportamento das
partículas na física teórica. Além disso, Geoffrey Chew postula a existência de consciência na natureza
como elemento essencial para a autoconsistência desta, e sugere que as futuras teorias da matéria devem
incluir o estudo da consciência humana. A convergência entre física e biologia, juntamente com as
teorias holísticas, tem permitido uma compreensão mais profunda e abrangente da natureza,
ultrapassando a tradicional divisão entre ciências naturais e sociais. Portanto, as teorias holísticas e
orientais têm sido fundamentais para trazer uma nova perspectiva sobre a natureza, incorporando
aspectos da consciência, historicidade e processos complexos nos estudos científicos.

Como o conhecimento científico pós-moderno supera as distinções


dicotômicas tradicionais?

O conhecimento científico pós-moderno supera as distinções dicotômicas tradicionais ao reconhecer


que nenhuma forma de conhecimento, por si só, é racional, mas sim a configuração de todas elas. Ele
busca dialogar com outras formas de conhecimento, incluindo o conhecimento do senso comum, que
antes era considerado superficial e falso pela ciência moderna. Além disso, o conhecimento científico
pós-moderno visa constituir-se em senso comum, ou seja, tornar-se prático e útil para a vida cotidiana.
A ciência pós-moderna também aceita a incerteza do conhecimento e reconhece que a experiência
pessoal e coletiva, juntamente com os valores e crenças individuais, são fundamentais para a construção
do conhecimento. Neste novo paradigma, a pessoa é colocada no centro do conhecimento, mas a
natureza também passa a ocupar esse lugar, defendendo que toda natureza é humana.
Adicionalmente, o conhecimento científico pós-moderno busca promover a comunicação e a interação
entre diferentes áreas do saber, utilizando analogias como forma de compreensão da realidade. Essas
analogias podem ser encontradas não apenas nas ciências sociais, mas em todas as áreas do
conhecimento, e contribuem para a fusão progressiva entre ciências naturais e sociais.
Por fim, a superação da dicotomia entre ciências naturais e sociais ocorre quando o conhecimento
científico pós-moderno se converte em senso comum, tornando-se acessível e claro para todos. Dessa
forma, a ciência passa a se comunicar de forma transparente e a atender ao desejo de compreensão
mútua entre as pessoas, promovendo uma nova racionalidade feita de diversas racionalidades.

Qual é o papel das ciências sociais na emergência de novos paradigmas


científicos?

O papel das ciências sociais na emergência de novos paradigmas científicos é fundamental,


de acordo com o documento analisado. O autor argumenta que as ciências sociais estão
desempenhando um papel importante na superação da distinção tradicional entre ciências
naturais e sociais, especialmente no contexto da revolução científica em que a sociedade está
imersa. Ele sugere que a superação dessas dicotomias é essencial para a construção de um
novo paradigma de conhecimento não dualista, que busca a integração de diferentes áreas
do saber.

Além disso, o autor destaca que conceitos, teorias, metáforas e analogias das ciências sociais
têm influenciado diretamente o desenvolvimento das ciências naturais, contribuindo para a
emergente inteligibilidade da natureza. Por exemplo, os conceitos oriundos das ciências
sociais, como revolução social, violência, democracia nuclear, autopoiesis e historicidade, têm
sido utilizados na física teórica e em outras áreas das ciências naturais.

Portanto, as ciências sociais estão atuando como agentes catalisadores na fusão progressiva
entre as ciências naturais e sociais, colocando a pessoa no centro do conhecimento e
buscando categorias de inteligibilidade que ultrapassem as fronteiras estabelecidas pela
ciência moderna. Nesse sentido, as ciências sociais desempenham um papel essencial na
construção de novos paradigmas científicos, que buscam uma compreensão mais integrada e
holística da realidade.

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