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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO SINODAL

ISPS
(Sapiência, Rigor e Acção)
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
CURSO DE SOCIOLOGIA

TRABALHO INDIVIDUAL
DE
DEMOGRAFIA

TEMA: A Demografia e a Economia;

 Fenómenos Sociais
 A demografia e a sociologia;
 Teoria Anti natalista e Natalista;
 Transição Demográfica;
 Transição Epidemiológica;

Elaborado Por:
CURSO: SOCIOLOGIA
Turma: A2
1º ANO
PÓS-LABORAL
O Docente
__________________________
Lic. António Fernando da Silva
INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como tema: A Demografia e a Economia;

 Fenómenos Sociais
 A demografia e a sociologia;
 Teoria Anti natalista e Natalista;
 Transição Demográfica;
 Transição Epidemiológica;

Tenho a dizer antes que: A interação entre a Demografia e a Economia


tem suas raízes, pelo menos no que diz respeito à Transição Demográfica, na
Revolução Industrial. Esta convivência entretanto, nem sempre foi das mais
pacíficas.

Modelos usados por economistas tem a vantagem (e a desvantagem) de


utilizar uma linguagem mais formal. Muitas vezes não se passa disso, uma
diferença de linguagem, a mensagem, em princípio, é a mesma.

Assim sendo, modelos econômicos incluem variáveis e chegam a


conclusões que não são tão diferentes daquelas obtidas em outras ciências
sociais, notadamente, neste caso, a Demografia.
A DEMOGRAFIA E A ECONOMIA

A relação entre economia e demografia não é, efetivamente, muito


percebida pela maior parte dos economistas, haja vista que poucos são os
cursos que mantém a demografia como disciplina obrigatória. A rigor, uma das
poucas vezes que o tema é abordado na maior parte dos cursos ocorre
quando, na cadeira de História do Pensamento Econômico, estuda-se a
contribuição do economista clássico Thomas R. Malthus e seu alerta para o
risco de explosão demográfica. No entanto, a demografia trata de aspectos que
têm profunda importância para a economia, razão pela qual esse desinteresse
relativo não pode deixar de provocar certa preocupação.

Em seu excelente Dicionário de economia do século XXI, escreve o


Prof. Paulo Sandroni:

Demografia. Estudo estatístico das coletividades humanas. Os dados


para esse estudo, que abrange o tamanho, a distribuição territorial e as
mudanças de uma população, são obtidos por meio dos censos, estatísticas
vitais e outras observações específicas. O estudo de populações antigas é feito
por meio de documentos, que constituem o campo da demografia histórica.
Distinguem-se duas áreas na demografia: a análise demográfica, que relaciona
a composição  populacional à natalidade (ou fertilidade), mortalidade e
migração, por meio de levantamento de dados, cálculo de índices e elaboração
de modelos matemáticos; e o estudo populacional, que relaciona esses dados
numéricos a fatores de ordem social, psicológica, econômica, política,
sociológica, cultural e geográfica.

A economia demográfica ou economia populacional é a aplicação


da economia à demografia, o estudo das populações humanas, incluindo
seu tamanho, crescimento, densidade, distribuição e estatísticas vitais. 

A análise inclui determinantes econômicas e as consequências do


casamento e taxa de fecundidade, a família, divórcio doença e expectativa de
vida ao nascer/mortalidade, razão de dependência, migração,  crescimento
populacional, tamanho da população, políticas públicas, e a transição
demográfica da "superpopulação" para a estabilidade (dinâmica) ou declínio.
Outros subcampos incluem a medida do custo de vida e a economia dos
idosos, deficientes e de gêneros, raça, minorias e discriminação. No geral e
nos subcampos, ela complementa a economia do trabalho e implica uma
variedade de outros campos econômicos.

FENÓMENOS SOCIAIS

Fenômeno social corresponde aos comportamentos, ações e situações


observadas em determinadas sociedades, organizações e grupos. Ocorrem
frequentemente em determinados períodos da história. Um exemplo da nossa
vida diária é a moda. Os fenômenos podem ser tanto de efeitos positivos
quanto negativos. 

Fenômeno Social define os fenômenos que acontecem na vida social e


estão relacionados ao comportamento de um grupo ou sociedade. São
exemplos de fenômenos sociais o desemprego, a inflação, o aumento na
produção de riquezas, as taxas de mortalidade e o crescimento econômico.

Os fenômenos sociais não são, portanto, individuais. Os acontecimentos


e decisões pessoais não são considerados, pela Sociologia, como fenômenos
sociais. Para isso, é necessário que a prática ou acontecimento sejam
observados em grupos.

Para o sociólogo francês Émile Durkheim, as sociedades podem


atravessar períodos em que a coesão social e a estabilidade são postas em
xeque e desequilibram-se. A esse desequilíbrio, Durkheim dá o nome
de anomia.

A anomia origina-se por conta do que Durkheim chama de fenômenos


sociais patológicos.

Os fenômenos patológicos atingem grandes dimensões e afetam o


funcionamento normal e coeso dessa sociedade, que passa a enfrentar um
estado de anomia. A violência, o desemprego ou a falta de alimentos são
considerados fenômenos sociais patológicos, e provocam a anomia social.
A DEMOGRAFIA E A SOCIOLOGIA

O termo Demografia foi utilizado pela primeira vez em 1855 pelo


pesquisador belga Achille Guillard. Etimologicamente, a palavra demografia é
formada a partir de dois vocábulos gregos: “dámos (Demo): povo, população
ou povoação, e gráphein (grafia): acção de escrever, descrição ou estudo”
dicionário etimológico.

O objecto de estudo da Demografia é a análise das populações


humanas e as suas características gerais. Especificamente, o estudo da
dimensão da população, a sua composição por sexo e idade e a taxa de
crescimento (positiva ou negativa).

A Demografia define-se, actualmente, como ciência “que tem por objecto


a observação, a medida e a descrição da dimensão, estrutura e distribuição de
conjuntos, populacionais delimitados espacialmente e com um certo significado
social” (NAZARETH, 2004), atento a que considera os problemas da população
como sendo um dos seus objectos de estudo; mas nos primórdios esta
definição cientificamente aceite não existia, foi como em todas as ciências
sociais uma evolução da definição. “É pela demografia que se prepara o
encontro da História e de todas as ciências humanas” (Chaunu, 1974, p. 353). 

A demografia tem a particularidade de ser a ciência social considerada


das mais exactas e de ser a ciência convergente das ciências sociais e
humanas. Segundo Nazareth, “A. Guillard teve o cuidado de fixar logo à
partida, com relativa precisão, o conteúdo fundamental da demografia —
conhecimento matemático das populações, dos seus movimentos” (Nazareth,
1993, p. 883)

Sociologia é uma ciência situada dentro do conjunto das ciências


humanas. O objetivo da sociologia é estudar, entender e classificar as
formações sociais, as comunidades e os agrupamentos humanos, para que
outras ciências e técnicas possam apresentar propostas de intervenção
social que resultem em melhorias na sociedade. Nesse sentido,
educadores, médicos, psicólogos, engenheiros, arquitetos, urbanistas, juristas,
advogados, publicitários, jornalistas, economistas, enfim, quase todos os
profissionais e pesquisadores de quase todas as áreas necessitam das teorias
apresentadas pela sociologia.

A demografia possui quatro abordagens diferentes que variam de acordo


com o foco de estudo:

A abordagem histórica que tem por objetivo estudar a evolução dos


acontecimentos demográficos ao longo do tempo pesquisando suas causas e
tentando prever as consequências.

A abordagem doutrinária que se ocupa da análise da teoria através


dos estudos das ideias e obras de filósofos, pensadores e pregadores no
tocante à população.

A abordagem analítica, que por sua precisão matemática é a mais


importante tecnicamente, pelo fato de fornecer dados indispensáveis sobre
determinados acontecimentos.

E, por fim, abordagem política, que apoiada em todas as outras


abordagens, tenta formular políticas demográficas adequadas ao bem-estar da
sociedade.

A aproximação da demografia à sociologia e a outras ciências sociais


intensificou-se de facto a partir da década de 1970, principalmente sob o
impulso dos estudos sobre os fenómenos demográficos relativos à família
(fecundidade, estruturas domésticas, nupcialidade e divórcio), o que conduziu
ao desenvolvimento de uma demografia mais qualitativa e “compreensiva” e a
um rompimento com a tradicional atitude isolacionista que tornava a
demografia dependente e subordinada à economia. Esta nova atitude “ampliou
o seu campo de investigação [da demografia] e obrigou a uma redefinição das
suas relações com outras ciências” (Bandeira, 2004: 62).

TEORIA ANTI NATALISTA E NATALISTA;

Antinatalismo é uma posição filosófica que atribui um valor negativo


ao nascimento. Antinatalistas argumentam que as pessoas devem se abster de
procriar pois é um ato moralmente ruim (alguns também reconhecem a
procriação de outros seres sencientes como moralmente ruim).

As políticas antinatalistas visam a reduzir de forma significativa as taxas


de natalidade verificadas. É nos países menos desenvolvidos onde há excesso
de nascimentos que estas políticas são necessárias. Estas políticas são
tomadas por alguns países tais como a China, a India, o Japão.

Políticas Natalistas

A taxa de natalidade nos países desenvolvidos tem vindo a diminuir.


Para alterar esta situação foram criadas políticas natalistas: 

 Diminuição dos impostos para as famílias numerosas;

 Aumento da licença de maternidade e extensão para a licença paterna;

 Aumento dos abonos de família;

 Penalização do aborto;

 Escolaridade obrigatória gratuita;

 Subsídios de nascimento;

 Aumento de impostos para os jovens de uma certa idade que ainda não
tenham filhos;- Remuneração dos períodos de licença com base nos
vencimentos auferidos pela mulher na altura do parto;

 Desenvolvimento de sistemas de proteção social dos mais jovens


- creches e jardins-de-infância - comparticipados pelo Estado;- Horários
de trabalho reduzidos e flexíveis;

Estas políticas demográficas natalistas visam aumentar a população de


modo a torná-la mais jovem.

Os antinatalistas estão espalhados pelo mundo e têm uma variedade de


razões para suas reivindicações. Entre elas, estão a preocupação com a
herança genética, com a superpopulação do planeta, com o meio ambiente, de
não querer que crianças sofram - e com a falta de "consentimento", a noção de
que as pessoas são colocadas no mundo sem poderem opinar sobre isso.

Todos, porém, têm a convicção de que a procriação humana deve ser


detida. E embora façam parte de um movimento pequeno, algumas de suas
opiniões, particularmente sobre o uso de recursos do planeta, estão cada vez
mais ganhando espaço entre os grandes temas em discussão no mundo.

TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA

Entende-se por transição demográfica a oscilação das taxas de


crescimento e variações populacionais. Esse conceito foi elaborado no ano de
1929 por Warren Thompson (1887-1973) para contestar matematicamente a
Teoria Demográfica Malthusiana, por definir que não há um crescimento
acelerado da população, mas sim oscilações periódicas, que alternam
crescimentos e desacelerações demográficos, podendo envolver, inclusive,
estágios de estabilidade.

Transição demográfica é um conceito que descreve a dinâmica do


crescimento populacional, decorrente dos avanços da medicina, urbanização,
desenvolvimento de novas tecnologias, taxas de natalidade e outros factores.

Em primeiro lugar, explica porque a população mundial disparou nos


últimos 200 anos (passando de 1 bilhão de habitantes no ano 1800 aos 7,6
bilhões na atualidade).

Em segundo lugar, descreve o período de transformação de uma


sociedade pré-industrial (caracterizada por ter taxas de natalidade e de
mortalidade altas) a uma moderna ou pós-industrial (caracterizada por ter
ambas as taxas baixas)

TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

Laurenti (1990) define como transição epidemiológica o processo de


mudança na incidência ou na prevalência de doenças, bem como nas
principais causas de morte, ao longo do tempo.
Segundo Miguel (2007) a transição epidemiológica refere-se às
modificações, em longo prazo, dos padrões de morbidade, invalidez e morte
que caracterizam uma população específica e que, em geral, ocorrem em
conjunto com outras transformações demográficas, sociais e econômicas.

De acordo com Laurenti (1990) esse processo está, em geral,


condicionado por dois fatores: a) mudanças associadas à estrutura etária da
população, ocorridas ao longo do processo de transição demográfica e
propiciadas pela rápida queda da fecundidade em um contexto mais suave de
declínio da mortalidade; b) mudanças no grau e no estilo de desenvolvimento,
caracterizando a passagem de sociedades rurais para urbanas, bem como na
elevação dos níveis de assalariamento e monetarização da sociedade,
aumento na cobertura dos serviços sociais básicos de saúde, educação,
aumento na distribuição da renda nacional, dentre outros.

ESTÁGIOS DA TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

De acordo com Medronho a transição epidemiológica tem como


premissa: que e a mortalidade e a fecundidade são as forças mais importantes
da dinâmica populacional; e que durante a transição epidemiológica ocorrem
mudanças lentas e longa duração nos padrões de mortalidade e morbidade,
com substituição gradual das pandemias de doenças infecciosas e parasitárias
e da deficiência nutricional, pela doenças crônico degenerativas e aquelas
provocadas pelo homem (causas externas).

Ainda segundo o mesmo autor, as mudança de mortalidade, nos


padrões de causas de morbidade e mortalidade e na fecundidade distinguem
cinco principais estágios da transição epidemiológica.
Conclusão

As relações entre a Demografia e a Economia no que diz respeito à Transição

Demográfica vem de longa data, tendo em vista que os países que primeiro
passaram por este fenômeno foram também, não por coincidência, os
primeiros países a experimentar a Revolução Industrial.

A importância do estudo da demografia consiste no fato da população ser


um elemento político essencial que caracteriza uma sociedade e que,
consequentemente, tornam-se necessários compreender a fim de tornar
possível o planejamento econômico, social, cultural ou político.
Referências
DURKHEIM, E. O Suicídio. São Paulo, Martin Claret, 2005.

SILVA, A. e PINTO, J.  Uma visão global sobre as ciências sociais. In Silva, A.


e Pinto, J. (Orgs). Metodologia das ciências sociais, 11.ª ed. Porto: Edições
Afrontamento.

Alves, J. E., & Correa, S. (vol 20 de Jul/Dez de 2003). Demografia e ideologia: trajetos
históricos. Revista Estudos População , pp. 129-156.
BACKSTROM, B. (2007). Demografia: Caderno Apoio. Lisboa: Universidade Aberta.
Barrows, H. (Janeiro de 1923). Geography as human ecology. Ann. Ass. Am. Geography
n.° 13 .
BOZON, M. (2004). Sociologia da Sexualidade. S.Paulo: Editora FGV.
Marcílio, M. L. (2006). Estudo de Demografia Histórica e da História Social. SP: Edusp.
NAZARETH, J. (2004). Demografia A Ciência da População. Lisboa: Editorial Presença.
Nazareth, J. M. (vol.xxviii(123-124) de 1993). Demografia e ecologia humana. Análise
Social , pp. 879-885.
PENA, Rodolfo F. Alves. "Teorias demográficas"; Brasil Escola.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/teorias-
demograficas.htm. Acesso em 24 de abril de 2020.

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