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INTRODUÇÃO

O termo demografia foi utilizado pela primeira vez, no século XIX, mais precisamente no ano
de 1855, pelo Belga Achille Guillard, na sua obra intitulada Eléments de Statistique Humaine
ou Démographie Comparée (Elementos de Estatística Humana ou Demografia Comparada),
usou pela primeira vez o termo demografia.

Demografia é uma ciência que tem por finalidade o estudo de populações humanas e sua
evolução temporal em relação há seu tamanho, sua distribuição espacial, sua composição e
suas características gerais.

A demografia é um recurso extremamente importante para os países, pois uma vez que suas
populações são estudadas, é possível definir políticas públicas eficazes para todas as esferas
de influência governamental - como saúde, segurança, educação, cultura, economia, etc.

Estudos Populacionais abrangem as variáveis demográficas e também características étnicas,


sociais e económicas da população como desemprego, educação, saúde, etc. Portanto é um
campo multidisciplinar, compreendendo disciplinas como economia, sociologia,
antropologia, direito, política, epidemiologia, etc.

O campo dos estudos populacionais se amplia a medida que aumenta o interesse pelas
causas e consequências da dinâmica demográfica. Neste contexto, a estrutura da população,
não se restringe apenas às variáveis sexo e grupo de idade. A população pode ser classificada
por características étnicas (raça/língua materna), sociais (estado civil/estado marital/nível de
escolaridade) e económicas (renda/ocupação), como exemplos.

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1.1 – As primeiras reflexões sobre população
Durante os séculos XVII e XVIII a Demografia começa a dar os seus primeiros passos como
ciência e pensadores começam a considerar que os problemas populacionais devem ser
analisados e medidos independentemente das relações que possam ter com quaisquer
outros problemas económicos, políticos e sociais.

Para falarmos de população de um determinado território é preciso contar os fluxos da


população que são o conjunto de natalidade, mortalidade, imigração e emigração, que
desde muito cedo e antes da demografia se tornar como ciência independente, foi bastante
reflectida por vários pensadores. A título de exemplo temos as reflecções dos sábios abaixo:

Platão: O ideal de é o de uma população imóvel onde o número de fogos, por uma razão
política. Pois este acredita que é possível intervir no sentido de manter constante o volume
da população através de

• Fixação de uma idade mínima para o casamento;

• Limitação da idade de procriação.

Aristóteles: por uma questão social, ao pensar num número estável de habitantes. Esta
procura de estabilidade não implica um número fixo de habitantes. Pelo contrário, não
perceber que a natalidade e a mortalidade fazem variar o volume populacional, propõe uma
“justa dimensão” da população.

Santo Agostinho e São Gregório: Defendem que o casamento une marido e mulher para
gerar filhos. Esta é uma linha dominada pelo pensamento cristão, numa perspectiva moral.

Com o início dos tempos modernos, as ideias respeitantes à população separam-se das
questões morais e passam a depender de preocupações políticas e económicas.

A demografia começa a dar os seus primeiros passos como ciência e pensadores começam a
considerar que os problemas populacionais devem ser analisados e medidos
independentemente das relações que possam ter com quaisquer outros problemas
económicos, políticos e sociais.

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1.2 - DEMOGRAFIA: Definição e objecto de estudo

Definição

A palavra demografia vem do grego: Dêmos = população e Gráphein = escrever /descrever/


estudar, que significa “estudo do povo”. Também é chamada de “Geografia da População”.
A Demografia: Uma área de ciência geográfica que estuda a dinâmica populacional humana.
A demografia é a responsável pelo estudo das populações humanas quanto a formação e
evolução dos grupos populacionais no seu tamanho, distribuição espacial e composição
(idade, sexo, cor ou raça etc.), os quais são analisados dentro de um intervalo de tempo.

Achille Guillard define demografia em sentido amplo, abrange a história social e natural da
espécie humana, e em sentido restrito, abrange o conhecimento matemático das
populações, do seu estado físico, moral e intelectual;
Segundo Henry a “demografia é a ciência que estuda o científico das populações humanas
no que diz respeito à sua dimensão, estrutura, evolução e características gerais analisadas
do ponto de vista quantitativo ”.
Para W. Petersen a “demografia pode ser definida em sentido restrito e lato. Consiste na
colheita da análise estatística e na apresentação dos dados da população. Crescimento da
população está relacionado com a fecundidade, mortalidade e estrutura por idades”.
Adelphe Landry é dos primeiros a tomar consciência da questão da necessidade de um rigor
quantitativo, o que tenha feito com que a Demografia rapidamente se afirmasse como
ciência.
Poston Bonviee a Demografia ciência das populações. Ciência que estuda e examine:
* O tamanho e composição da população e sua distribuição numa determinada área;
* As mudanças no tamanho e composição, o ambiente social e físico em que existem;
*Os factores que afectam esses componentes e as consequências das mudanças.
Objecto de estudo
Para tal, a demografia utiliza vários dados que remetem às características da população de
uma determinada localidade, como sexo e idade, além de informações mais complexas,
como as relacionadas à saúde e à educação.

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Demografia sendo um campo do conhecimento que trata da produção e interpretação de
informações diversas sobre a população em geral, logo, seu objeto de estudo é o estudo
científico da dinâmica da população humana.

1.3 – Abordagens em Demografia: Análise demográfica e a Demografia Social

Análise demográfica

A análise demográfica é a colecta ou o estudo de dados de informações socioeconómicas


expressas estatisticamente sobre características gerais de toda uma sociedade, e/ou uma
população especifica uma população, um grupo especifico definido por critérios como:
Educação, nacionalidade, religião, grupo étnico, etc.

Os principais indicadores utilizados para a análise demográfica são:

População, razão entre sexos, crescimento populacional, taxa de natalidade, de fecundidade,


de mortalidade por idade, mortalidade infantil, esperança de vida ao nascer, índice de
envelhecimento e outros.

A análise realizada no âmbito da demografia é baseada principalmente em dados


quantitativos (estatísticos), colectados de tempos em tempos para o acompanhamento da
evolução de uma determinada população, em factores como idade, raça e sexo.

A análise faz-se não a pessoas isoladas, mas sim a conjuntos de pessoas delimitadas
espacialmente e com significado social e deve preocupar-se em saber quais são as mudanças
ocorridas nos elementos que caracterizam o estado da população e qual a direcção dessas
mudadas.

Demografia social
Ramo da Demografia que trata da qualidade da população, isto e, suas características sociais
e pessoais. Tem como referencia a distribuição e transmissão dos caracteres hereditários
que constituem a genética da população humana, repartida em:
A ecologia humana: estuda a distribuição e organização das comunidades, com especial
atenção à operação dos processos competitivos e cooperativos. (diversidade dos
comportamentos humanos no espaço e a diversidade de respostas sociais e culturais ao
meio que deslumbram os primeiros enólogos humano).
Genética humana: trata da transmissão das características hereditárias no homem.
Genética da população: estuda a distribuição e transmissão dos traços hereditários.
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Contudo, a demografia social, incide nas relações entre o estado das populações ou
movimento da população e a vivência das sociedades. Suas grandes preocupações:
Causas e consequências do declínio da natalidade
Efeitos causados das migrações
Consequências da luta contra a morte
Desigualdade sexual
Demografia escolar
A demografia é, assim, uma ciência social com algumas dualidades interessantes. Antes de
mais é uma ciência social de raiz biológica: os dois grandes fenómenos demográficos — a
natalidade e a mortalidade — são antes de mais manifestações socioculturais de processos
biológicos.
1.4 – Principais etapas da metodologia da demografia
As principais fases da metodologia da demografia ou transição demográfica, esta dividida em
quatro fases, a saber: pré-transição demográfica, aceleração demográfica, desaceleração
demográfica e estabilização demográfica
Pré-transição demográfica: é caracterizada por um período de estabilização da população,
ou seja, as taxas de natalidade e mortalidade estão próximas, pois, mesmo com muitos
nascimentos, também há muitas mortes de indivíduos.
Essa fase é típica de países subdesenvolvidos e poucos industrializados, com baixos índices
de cobertura de saúde e educação, que enfrentam problemas sociais, como a elevada taxa
de mortalidade infantil e a precária infra-estrutura de saneamento básico.
Aceleração demográfica: marcada por explosão demográfica, em razão da manutenção do
número de nascimentos, e, principalmente, pela diminuição do número de mortes. Essa fase
é típica de países que experimentam certo desenvolvimento de suas economias e,
especialmente, uma melhoria nos seus sistemas de saúde, educação e saneamento básico e,
por consequência, do índice de desenvolvimento humano.
Desaceleração demográfica: caracterizada por diminuição da taxa de natalidade e, por
consequência, da estabilização da mortalidade e do crescimento de uma população.
Contribuindo para esse momento o crescimento dos centros urbanos, a participação
feminina no mercado de trabalho, o acesso aos métodos anticoncepcionais e o aumento do
custo de vida. Observado em países que experimentam relativo desenvolvimento
económico.

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Estabilização demográfica: é iniciada pela estabilização tanto das taxas de natalidade
quanto das taxas de mortalidade em um número muito mais baixo que no início do processo
de transição demográfica, em uma fase de pré-transição. Vigente a pequena natalidade e a
elevada longevidade. Resulta em um processo de envelhecimento da população. Provado
nos países mais desenvolvidos do globo.
As consequências da transição demográfica estão atreladas ao processo natural de mudança
das características de uma população. Elas evidenciam os impactos desse momento de
transição nas sociedades humanas. As principais são:
A diminuição do volume da população economicamente activa;
A sobrecarga dos sistemas de saúde, pensão e previdência públicos;
A mínima oferta de mão-de-obra, especialmente em nações desenvolvidas;
A elevação da taxa de idosos na população e o envelhecimento populacional.

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CAPITULO II – Crescimento da população mundial
2.1 - A população mundial
A população mundial é o número total de habitantes do planeta Terra, conforme dados
divulgados pelo Fundo de População das Nações Unidas (FNUAP).
A distribuição da população mundial ocorre de forma desigual, havendo grande diferença no
contingente populacional dos continentes. (dados referentes ao ano de 2023):
África: 1,111 bilhão de habitantes
América: 953,7 milhões de habitantes
Ásia: 4,427 bilhões de habitantes
Europa: 742,5 milhões de habitantes
Oceânia: 40 milhões de habitantes
Portanto, o continente com maior concentração populacional é a Ásia (4,1 bilhões de
habitantes), correspondendo cerca de 65% da população mundial.
A África é o segundo continente mais populoso, tal fato se deve ao alto índice de
crescimento populacional dos países que a integram (2,1% ao ano). Sua população só não é
maior em virtude da baixa expectativa de vida, caracterizada como a menor do planeta. De
acordo com estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 21% da
população mundial habitará a África em 2050.
A Europa, que já representou 21% dos habitantes da Terra, actualmente, possui apenas
10,7%, sendo que a tendência é diminuir a cada ano, pois o continente já apresenta taxa de
crescimento populacional negativo.
A América, por sua vez, apresenta crescimento populacional de 1% ao ano, sendo que essa
taxa é maior se considerarmos apenas os países latino-americanos. Os Estados Unidos e o
Canadá possuem crescimento populacional de 0,9%.
Distribuição da população mundial
A população mundial não está distribuída de maneira uniforme, existem lugares muito
povoados e pouco povoados. A população cresce de forma lenta em países desenvolvidos e
de forma acelerada em países que estão em desenvolvimento. As causas, são os factores
naturais, como geomorfológicos, os climáticos, a cobertura vegetal e outras que podem
mesmo impedir a vida em determinadas porções do território. O desenvolvimento
económico e industrial, bem como factores de ordem social e histórica também influem na
concentração populacional em um lugar em detrimento de outros.

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O continente asiático é o mais populoso. Ásia concentra 59,5% de toda a população mundial.
Nesse continente, com destaque China e Índia, sozinhos, reúnem pouco mais de um terço da
população mundial com mais de 1,3 bilhão de habitante cada, concentram 36,1% do total de
pessoas no planeta.
Na sequência está o continente africano, que reúne uma população de 1.340.598.000
habitantes, 17,1% do total mundial. O país mais populoso da África é a Nigéria, com 206,14
milhões de habitantes.
O continente americano reúne 13,1% da população mundial, com 1.022.832.000 de
habitantes. Os países mais populosos são os E.U.A, com 331 milhões de habitantes, e o
Brasil, com 212.559.000.
A Europa, possuí 747.636.000 habitantes 9,5% da população mundial. Com parte do seu
território no continente, a Rússia detém a maior população, com 145.934.000 habitantes.
A Oceânia é o continente com menor concentração populacional do planeta, com
42.678.000 de habitantes. O país mais populoso é a Austrália, onde vivem 25,5 milhões de
pessoas.
Os países mais populosos do mundo segundo Organização das Nações Unidas (ONU), 2022.
China 1.439.324.000
Índia 1.380.004.000
Estados Unidos 331.003.000
Indonésia 273.524.000
Paquistão 220.892.000
Brasil 212.559.000
Nigéria206.140.000
Bangladesh 164.689.000
Rússia 145.934.000
México 128.933.000

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2.2 – Principais factores demográficos que intervém na produção dos recursos
Os principais factores demográficos que intervêm na produção de recursos são:
O crescimento da população: O crescimento populacional ou crescimento demográfico é a
mudança positiva do número de indivíduos de uma população.
As migrações da população: A migração é um movimento populacional caracterizado pelo
deslocamento dos indivíduos pelo espaço geográfico. Portanto, é o termo que caracteriza o
movimento da população, de forma interna e externa, nas diferentes localidades.
A densidade populacional: A densidade populacional: população relativa é a medida
expressa pela relação entre a população e a superfície do território, geralmente aplicada a
seres humanos. Corresponde à distribuição da população em uma determinada área. A
partir do índice, podemos afirmar se uma área é pouco ou muito povoada ou se é pouco ou
muito populosa.
A densidade demográfica é de suma importância para entender a dinâmica populacional de
um determinado lugar.
A estrutura da população: Estrutura demográfica é a classificação da população em grupos
determinados e segundos certos critérios: Etnia (estrutura étnica). Idade e sexo (estrutura
etária). Ocupação profissional (população activa e inactiva).
2.3 - O crescimento populacional
O crescimento populacional ou crescimento demográfico mundial é calculado a partir do
saldo entre o total de pessoas nascidas vivas e o total de mortes em um determinado
período de tempo (dentro de um ano, por exemplo).
Apesar de o número absoluto estar crescendo, a taxa em que esse crescimento se dá vem
diminuindo com o passar dos anos. Isso significa que houve diminuição na velocidade com
que a população mundial está crescendo.
O período pós-Segunda Guerra Mundial marcou um salto no crescimento da população
mundial, principalmente a partir da década de 1950. A década de 1960 representou uma
verdadeira explosão demográfica e foi a primeira vez em que a taxa de crescimento
populacional atingiu e ultrapassou a marca de 2% anuais. Na época, a população mundial era
de 3 bilhões de pessoas.
Desde o final dos anos 1960, a taxa de crescimento entrou em declínio, movimento que se
acentuou a partir de 1990. Actualmente, a taxa de crescimento da população mundial é de
1,1% (ONU, 2020). A projecção da ONU é que o mundo atinja o valor de 8,5 bilhões de

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habitantes em 2030 e 9,7 bilhões em 2050. A população mundial é o total de humanos
actualmente vivendo no planeta Terra e chegue até 11,2 bilhões em 2100.
Ressalta-se, entretanto, que o crescimento não acontece de forma homogênea em todos os
lugares. As maiores taxas de crescimento se encontram nos países da Ásia e da África. Em
um cenário oposto, países da Europa apresentam a tendência de redução populacional para
as próximas décadas.
Diferença entre países populosos VS países povoados
O termo populoso faz referência à população absoluta, isto é, diz respeito à quantidade total
de pessoas que habita uma determinada localidade. Povoado, por sua vez, é um termo que
se refere à população relativa, isto é, à distribuição da população sobre a área do país ou
qualquer outro território seleccionado.
Um país populoso é aquele que possui uma grande população absoluta. Já um país povoado
é aquele que possui elevada densidade demográfica. Nem todos os países que são
populosos serão considerados povoados e vice-versa.
A China é um exemplo de país populoso e povoado. Sua população é de 1,397 bilhão de
pessoas, e a sua densidade demográfica é de 153,3 hab/km². O Brasil pode ser citado como
país populoso que não é povoado, tendo em vista que a sua densidade demográfica é de
25,4 hab/km². Um dos países menos povoados do mundo é a Mongólia, com 2,1 hab/km².
O crescimento exponencial da população mundial durante o último século nos coloca em
uma encruzilhada que devemos resolver da forma mais sustentável possível tanto para o
meio ambiente quanto para o ser humano.
Crescimento histórico da população mundial
A história demonstra que a evolução da população mundial nem sempre seguiu o
vertiginoso ritmo actual. Há dois momentos históricos específicos que marcaram essa
evolução:
Por um lado, a Revolução Neolítica, período em que o ser humano começa a dominar a
natureza levando ao surgimento da agricultura e das práticas pecuárias. Tais avanços
facilitaram a sedentarização da população e a liberação da mão-de-obra para outros
trabalhos relacionados, por exemplo, ao artesanato. Dessa forma, ocorre um crescimento
populacional que chega a quase 300 milhões de habitantes.
Por outro lado, a Revolução Industrial que provoca uma explosão demográfica sem
precedentes até esse momento. No século XIX a população multiplicou-se por dois,

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triplicando-se no século XX até chegar a 6 bilhões no ano 2000. Os avanços médicos,
científicos e económicos propiciaram esse crescimento exponencial.
Em 2011 a população mundial chegou a 7 bilhões de habitantes e, actualmente, caminha
para 8 bilhões apesar do impacto da pandemia de COVID-19 desde Novembro de 2019.
Causas do crescimento populacional:
Quais factores influenciam o crescimento populacional
Inúmeros factores influenciam o crescimento populacional, mas os principais são natalidade,
migração, qualidade de vida, geração de empregos, desenvolvimento social fecundidade e
longevidade.
Natalidade: é o número de pessoas que nasce em um país, cidade ou região;
Migração: trata-se da entrada de pessoas em um país ou região em busca de melhores
condições de vida;
Qualidade de vida: boas condições de vida que abrangem saúdem, educação e demais
serviços públicos;
Geração de empregos: abertura de vagas de trabalho por conta de investimentos em
determinada região, influenciando no crescimento populacional;
Desenvolvimento social: acções que auxiliam na qualidade de vida da população, como
distribuição de renda e maior poder de compra.
Taxas de fecundidade
O crescimento populacional depende, em grande medida, das tendências nas taxas de
fecundidade. Espera-se que a taxa de fecundidade mundial passe de 2,5 crianças por mulher
em 2019 para 2,2 em 2050, conforme dados do estudo da ONU.
Aumento da longevidade
Nas últimas décadas a expectativa de vida global aumentou significativamente e essa
tendência vai continuar: a previsão é atingir 77,1 anos em 2050 (actualmente se situa em
torno de 73).
Consequências do crescimento populacional
Com o aumento da população e desenvolvimento dos países aumenta também a poluição
produzida, este aumento da poluição poderá implicar também a degradação de muitos
ecossistemas naturais.

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Acelera as mudanças climáticas
As mudanças climáticas referem-se às alterações do clima atribuídas, directa ou
indirectamente, às actividades humanas.
Diminui a segurança alimentar
Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), a
segurança alimentar ocorre quando todas as pessoas têm acesso físico, social e económico
permanente a alimentos seguros, nutritivos e em quantidade suficiente para satisfazer suas
necessidades nutricionais.
A explosão demográfica afecta os fundamentos da segurança alimentar, ou seja, sua
disponibilidade, estabilidade, acesso e consumo.
Incide na perda de biodiversidade
A perda de biodiversidade se refere à diminuição ou desaparecimento da diversidade
biológica, ou seja, a variedade de seres vivos que habitam o planeta.
Medidas a tomar para conter tal aumento
Para tentar conter o elevado aumento populacional já estão sendo tomadas e estudadas
certas medidas.
É necessária a expansão de serviços de alta qualidade de planeamento familiar e saúde
reprodutiva. As gestações indesejadas ocorrem quando os casais que não querem ter uma
gravidez não utilizam nenhum método para regular eficazmente a fertilidade.
Uma das prioridades de vários governos dos países em via de desenvolvimento é oferecer
aos casais e a pessoas individuais serviços apropriados para evitar a gravidez.
Deve-se divulgar mais informação sobre planeamento familiar e aumentar as alternativas de
métodos anticoncepcionais, nos casos em que tal seja legal.
A conscientização do público sobre os meios existentes para a regulação da fertilidade e o
seu valor, da importância da responsabilidade e da segurança na prática de relações sexuais
e a localização dos serviços.
Deverão ser criadas condições favoráveis para várias famílias pequenas.
Aumentar a escolaridade, especialmente entre as adolescentes.
Melhorias na situação económica, social e jurídica das jovens e das mulheres poderão
contribuir para aumentar o seu poder de negociação, conferindo-lhes uma voz mais forte
nas decisões relacionadas com os aspectos reprodutivos e produtivos da família.

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Projecções e tendências na evolução da população mundial
Após estabelecer tanto as causas quanto as consequências do crescimento da população
mundial, cabe perguntar-se: como será sua evolução? A seguir, contrapomos as estimativas
já indicadas pela prestigiada revista médica The Lancet e pela ONU:
ONU. De acordo com suas previsões, em 2050 a população da África Subsaariana poderia
dobrar e a Índia ultrapassaria a China como país mais populoso, o que levaria o planeta a ter
9,7 bilhões de habitantes. A principal divergência em relação à previsão da The Lancet é
afirmar que o crescimento não parará durante a segunda metade do século XXI e que,
consequentemente, o planeta alcançará seu ponto populacional máximo no final do século,
ultrapassando a cifra de mais de 11 bilhões de habitantes.
Mas independentemente dessas previsões, a humanidade tem um desafio pela frente:
minimizar o impacto do crescimento populacional e, por conseguinte, das mudanças
climáticas. Para evitar que o planeta seja conduzido a uma situação limite, é crucial trabalhar
conjuntamente para reduzir a pegada de carbono, construir infra-estruturas e edificações
em linha com um desenvolvimento urbano sustentável, promover a mobilidade inteligente e
sustentável, favorecer a economia circular e o consumo responsável, fomentar as energias
renováveis, etc.

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