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Carla Maria Biala

Identidade, Percepção Social

Licenciatura em Psicologia Social das Organizações

Universidade Púnguè

Extensão de Tete

2021
Carla Maria Biala

Identidade, Percepção Social

Trabalho apresentado no departamento de


Educação, no curso de Licenciatura em
Psicologia Social das Organizações, na cadeira de
Psicologia Social Das Organizações II, delegação
de Tete, para fins de avaliação parcial.

Docente: Luísa Raice Vicente

Universidade Púnguè

Extensão de Tete

2021
Índice
1.Introdução...........................................................................................................................4

1.1. Objectivos.......................................................................................................................4

1.1.1. Geral.............................................................................................................................4

1.1.2. Específicos...................................................................................................................4

1.2. Metodologias...................................................................................................................4

2.Identidade, percepcao social...............................................................................................5

2.1. Identidade social..............................................................................................................5

2.2. Percepção social..............................................................................................................6

2.2.1. Mecanismos de formação da percepção social............................................................8

2.2.2. Factores de percepção de pessoas................................................................................9

2.3. As atribuições................................................................................................................10

2.3.1. As atribuições de si e de outras pessoas.....................................................................11

2.3.2. A formação das atribuições........................................................................................13

4.Conclusão..........................................................................................................................14

4.Bibliogafia.........................................................................................................................15
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1.Introdução

O presente trabalho tem como tema Identidade, Percepção social, é um processo de


interpretação do comportamento das outras pessoas.

Também irá-se debruçar conteúdos relacionadas o mecanismo da formação de percepção


social,factores da percepção de pessoa, atribuição, e atribuições de si com outras,onde
iremos encontrar a atribuição externa, também chamada de atribuição situacional, refere-se
à interpretação do comportamento de alguém baseada na situação em que o indivíduo se
encontra

1.1. Objectivos

1.1.1. Geral

 Conhecer a Identidade tanto como a percepção social

1.1.2. Específicos

 Descrever os mecanismos de formação da percepção social


 Identificar os factores de percepção de pessoas
 Conhecer as atribuições

1.2. Metodologias

Para o efeito, quanto aos procedimentos técnicos, para a materialização do presente


trabalho, recorreu-se ao tipo de pesquisa estudo bibliográfico. Este tipo de pesquisa é
desenvolvido a partir de material já elaborado por outros pesquisadores como livros.
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2.Identidade, percepcao social

2.1. Identidade social

A teoria da identidade social surge na literatura sociopsicológica com Henri Tajfel, da


Universidade de Bristol, na Inglaterra, e seus colaboradores (Tajfel, 1981; Tajfel & Turner,
1986), que procuraram enfatizar a dimensão social do comportamento individual e grupal,
ao postularem que o indivíduo é moldado pela sociedade e pela cultura. Nesse sentido,
defendem que as relações intergrupais estão intimamente relacionadas a processos de
identificação grupal e de comparação social.

A teoria da identidade social apoia-se em três postulados básicos:

1. o autoconceito é derivado da identificação e pertença grupal;


2. as pessoas são motivadas a manter uma autoestima positiva;
3. as pessoas estabelecem uma identidade social positiva mediante a comparação
favorável de seu próprio grupo (in-group) com outros grupos sociais (out-groups).

Nesse sentido, quando tal comparação não se mostra favorável ao próprio grupo, elas irão
adotar diferentes estratégias para recuperar o favoritismo de seu próprio grupo, como
forma de assegurar uma autoestima positiva.

As primeiras demonstrações sobre a identificação social e o favoritismo do próprio grupo


foram realizadas por Tajfel (1981), mediante o uso de experimentos adotando a técnica do
paradigma dos grupos mínimos, em que as pessoas eram arbitrariamente assinaladas a
grupos com os quais não possuíam nenhuma identificação anterior e, mesmo assim,
tendiam a manter a vantagem do próprio grupo. Desde então, o referido princípio tem sido
objeto de inúmeras verificações empíricas, dentro e fora do laboratório. Tais estudos têm
consistentemente apontado que a força da identificação com o próprio grupo e a
necessidade de manter uma autoestima positiva encontram-se na base das relações
intergrupais, ao provocarem o favoritismo do próprio grupo e as atitudes discriminatórias
daí decorrentes (Brown, 2000). Assim, por exemplo, a revisão de 34 estudos conduzida por
Aberson,

Healy e Romero (2000) observou que as pessoas de auto do que as de autoestima mais
baixa. Outros estudos têm verificado que as pessoas que vivenciam uma diminuição de sua
autoestima tende a expressar maior preconceito (Fein & Spencer, 1997).
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Uma extensão da teoria da identidade social é a teoria da Auto categorização de Turner,


Hogg, Oakes, Reicher e Wetherell (1987). Seu foco são os fatores que levam os indivíduos
a realizarem determinadas categorizações, bem como suas consequências para o
comportamento coletivo. Postula-se, assim, que a depender da força da pressão social
presente em determinadas situações, as pessoas deixarão de lado suas características
idiossincráticas (autopercepção) e ativarão suas identidades sociais, o que as levará ao
engajamento em ações coletivas. De acordo com esses autores, portanto, as identidades
sociais consistem em categorias socialmente construídas que se mostram mais ou menos
salientes, em função das características da situação social.

A teoria da identidade social, em suas múltiplas vertentes, pode ser vista, portanto, como
uma abordagem que, nos últimos 30 anos, vem procurando elucidar o papel desempenhado
pelo autoconceito nos processos e relações intergrupais, mediante a articulação de
fenômenos de natureza sociocognitiva, motivacional e macrossocial que permeiam a vida
coletiva. Inicialmente surgida na Europa, ela tem sido adotada cada vez mais como
referencial por pesquisadores de diversas partes do mundo, incluindo-se aí muitos
psicólogos norte-americanos, podendo ser considerada atualmente uma das mais
significativas teorias para a análise das relações entre o indivíduo e o grupo (Hogg, 2006).
Nesse sentido, ela vem sendo utilizada mais recentemente não apenas no estudo das
relações intergrupais, mas também na investigação da Auto categorização e de vários
processos grupais, como a coesão, a liderança, a influência social etc. No entanto, ela
continua sem resolver um de seus principais desafios, qual seja promover a maior
compreensão dos aspectos afetivos que se encontram subjacentes às formas mais hostis e
destrutivas de comportamento intergrupal (Brown, 2000).

2.2. Percepção social

A percepção social é um processo de interpretação do comportamento das outras pessoas;


sendo entendida desta forma, ela se dá em diferentes etapas. Na primeira etapa, o
comportamento do outro deve atingir nossos sentidos, e para que isto aconteça, eles devem
estar funcionando corretamente, além disso, é imprescindível que o ambiente forneça as
condições necessárias (fase pré-psicológica do fenômeno perceptivo). A segunda etapa
acontece quando o comportamento do outro já atingiu nossos sentidos, a partir daí acontece
a ação dos nossos interesses, estes entendidos como nossos “preconceitos, estereótipos,
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valores, atitudes e ainda outros esquemas sociais”, (fase psicológica do fenômeno


perceptivo) (RODRIGUES, 1996, p. 202).

O entendimento do comportamento do outro se dará então a partir do que nossos sentidos


captaram juntamente com o que pensamos, formando assim a interpretação deste
comportamento (LUZA, 2008).

Segundo Rodrigues (2007, p. 203), a percepção social é condição para a interação humana.
O processo perceptivo é permeado por variáveis que se intercalaram entre “o momento da
estimulação sensorial e a tomada de consciência daquilo que foi responsável pela
estimulação”. Estas variáveis influenciam em como as pessoas percebem determinado
comportamento (LUZA, 2008).

No caso da percepção social, quando ouvimos uma pessoa falando de outra, acontece que
algumas características, por serem mais centrais que outras, fazem com que nos atenhamos
a elas e, portanto, existe a tendência de que as informações recebidas primeiramente
exerçam maior representatividade do que as apresentadas posteriormente.

Outra variável que influencia na percepção que teremos de determinada pessoa são os
estereótipos, estes podem ser positivos ou negativos, e consistem em designar
características às pessoas de determinado grupo, ao qual inferimos características típicas.
Destaca-se que, ainda, devemos considerar a variável preconceito, neste caso a
representação do grupo é negativa, e este “influi decididamente no processo perceptivo”,
como veremos determinada pessoa (RODRIGUES, p. 220, 1996).

De acordo com Rodrigues (1996), a Teoria da Gestalt com seus direcionamentos e estudos
em relação à percepção exerceu grande influência na Psicologia Social, promovendo maior
entendimento e melhor desenvolvimento de pesquisas que contribuíram para que muitos
conceitos da Gestalt fossem transpostos para a Psicologia Social. Cognição e boa
organização perceptiva (proximidade, semelhança, experiência passada, boa forma,
assimilação e contraste) são exemplos dessa transposição (SÁ, 2009).

A percepção social, um dos processos que mais interfere nas relações humanas, obteve
grandes benefícios ao incorporar diversos conceitos da Gestalt. Foi possível descobrir que
essa percepção de pessoas é baseada em princípios semelhantes aos da percepção de
objetos e obedece, portanto, as leis da boa forma (RODRIGUES, 1996). Entretanto, ao
contrário da percepção de objetos, a percepção social da ênfase para a atribuição de
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intenções. Outra diferença crucial é que nela, além de perceber, também é possível ser
percebido (RODRIGUES, ASSMAR & JABLONSKI, 2002).

A percepção em si é um processo que segue uma trajetória que parte de uma estimulação
sensorial e vai até a tomada de consciência. É algo extremamente complexo, pois no
caminho está sujeito a uma série de importantes interferências cognitivas que serão
determinantes para o resultado perceptivo final (RODRIGUES, 1996).

A percepção social se apresenta como uma espécie de pré-condição do processo de


interação social, exatamente porque ela permite uma análise recíproca e inicial dos
sujeitos. A percepção social começa no instante que a estimulação sensorial chega ao
percebedor e tem seu fim em uma tomada de consciência. Os meandros desse caminho
apresentam uma série de variáveis e interferências cognitivas que vão influenciar a
finalização do processo (RODRIGUES, ASSMAR & JABLONSKI, 2002).

2.2.1. Mecanismos de formação da percepção social

De acordo com Caetano (1993) o processo de formação de impressões implica na


organização da informação disponível acerca de uma pessoa de modo que torne possível
integrá-la numa categoria significativa. As impressões que formamos nos ajudam a realizar
inferências sobre uma pessoa, suas características e seus comportamentos.

Duas perspectivas teórica foram centrais na orientação dos estudos sobre formação de
impressões: construcionismo, ou processamento de informações, e associacionismo, ou
processamento guiado dos dados. A primeira perspectiva, construtivista, tem como ideia
central o fato de que a formação de impressões é determinada por processos cognitivos e
afetivos de quem percebe, sendo esta a perspectiva teórica que guia, por exemplo, os
estudos de Asch (1946). Para a segunda perspectiva, associacionista, as características

físicas e comportamentais da pessoa observada são determinantes na impressão que outras


pessoas formarão sobre ela, sendo esta a base para os estudos de Anderson (1965).

De um modo geral, os estudos sobre formação de impressões mostraram que esse processo
consiste na formação de representações sobre uma pessoa a partir de poucas informações,
sendo esse processo determinado por fatores de ordem cognitiva, como os estereótipos
(Caetano, 1993). No entanto, outros fatores podem ser elencados como relacionados à
formação de impressões como o efeito de ordem, o efeito de halo, e as distorções de
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positividade e negatividade. O efeito de ordem ou de procedência envolve as considerações


sobre como a apresentação inicial ou final de um adjetivo contribui para a formação de
uma impressão. Os estudos de Asch indicaram que a qualidade dos adjetivos apresentados
inicialmente afetava consideravelmente a formação de impressões, de modo que adjetivos
positivos apresentados primeiro favoreciam a formação de impressões positivas, e
adjetivos negativos apresentados primeiro favoreciam a formação de impressões mais
negativas (Caetano, 1993). De acordo com Asch, os adjetivos subsequentes ao primeiro
tendiam a se adaptar à qualidade deste, de modo a manter uma coerência cognitiva, ou seja,
haveria uma mudança dos significados atribuídos ao conjunto de adjetivos, hipótese que,
de acordo com Caetano (1993) foi confirmada em diversas pesquisas.

O avanço nos estudos da formação de impressões se verifica na abordagem focada na


memória, que se dedicou a explicar a dinâmica da formação das impressões considerando
os processos cognitivos envolvidos com a impressão geral sobre uma pessoa. A
perspectiva da memória, conforme Caetano (1993), parte do pressuposto de que toda nova
informação que recebemos é interpretada a partir daquilo que já conhecemos, o que indica
que os processos de memória possuem um papel fundamental na formação de impressões.
Desse modo, a formação de impressões envolveria três processos: codificação,
armazenamento e recuperação da informação. A codificação envolve a interpretação e
organização da informação; o armazenamento envolve a inclusão da informação

2.2.2. Factores de percepção de pessoas

Alguns factores interferem no processo perceptivo como (RODRIGUES, ASSMAR &


JABLONSKI, 2002):

A. Seletividade perceptiva: diz respeito ao fato de que apesar das pessoas serem
bombardeadas por uma grande quantidade de estímulos, apenas uma parte é
captada.
B. Experiência prévia: a familiaridade em relação a um estímulo faz com que a
pessoa tenha maior disposição para responder a ele. Enfim, nossas vivências
passadas nos predispõem a mais facilmente percebermos os estímulos conhecidos
em detrimento dos desconhecidos.
C. Condicionamento: a sombra do behaviorismo também tem seu espaço na
psicologia social. Quando reforçarmos certos tipos de percepções colocando outros
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possíveis em segundo plano, a tendência é de viciarmos os sujeitos em apenas uma


percepção possível.
D. Fatores contemporâneos ao fenômeno perceptivo: o estado do percebedor frente
ao percebido, no dado momento da percepção, também pode deixar marcas na
mesma. Assim, o cansaço, estresse, sede, ira, ciúmes etc. podem alterar a percepção
do sujeito em uma direção totalmente nova.
E. Defesa Perceptiva: bloqueio na conscientização de estímulos emocionalmente
perturbadores.

Além disso, valores, atitudes, tendenciosidades, interesses, estereótipos, preconceito e


atribuições de causalidade também são capazes de interferir e distorcer o estímulo
percebido inicialmente (RODRIGUES, 1996).

Para a percepção social, todas estas interferências são de extrema relevância, uma vez que
permitem compreender como um indivíduo muitas vezes coloca significado nas ações de
outras pessoas. Pode-se dizer que a maneira como a ação do outro é percebida,
independente do seu significado real e dependente das interferências cognitivas, vai
determinar o tipo de resposta que será dada. Neste processo, a atribuição de causas aos
fatos observados ou vivenciados assume importante papel, destacado inicialmente por Fritz
Heider (1970) (SÁ, 2009).

2.3. As atribuições

Surgida dentro da Psicologia Social, a Teoria da Atribuição representa uma importante


corrente de estudo da motivação, ao estudar as relações entre esta e as atribuições causais.
Da mesma forma, subsidia discussões sobre autoconceito e auto-estima, de onde deriva sua
importância para a esfera da educação.

Os teóricos da Teoria da Atribuição como Heider (1958) pressupõem que o homem é


motivado para descobrir as causas dos eventos e entender seu ambiente, presumem que as
relações que estabelecemos (acreditamos), existentes entre o indivíduo e o meio ambiente
influem em nossa forma de nos comportarmos.

Segundo essa teoria, os alunos têm suas ações influenciadas por suas explicações causais e
expectativas, gerando em muitos casos sucesso ou fracasso. Se, por exemplo, diante de
uma disciplina, o aluno considerar que sua aprovação dependerá apenas do que fizer, sua
forma de agir será consideravelmente diferente do que se considerar que o professor o
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persegue e tudo fará para reprová-lo. Sob determinadas circunstâncias, o aluno (e qualquer
pessoa) pode adquirir a chamada impotência ou desamparo aprendido. Neste caso, o
indivíduo não visualiza uma relação controlável por ele, determinando fortemente suas
ações futuras.

Weiner (Weiner & Kukla, 1970) acredita ainda que falsas expectativas do professor o
levam a ter comportamentos que influem no desempenho futuro do aluno. Weiner (1984)
nos coloca que, quando avaliamos os comportamentos dos outros, damos mais importância
ao esforço do que à habilidade, no caso de determinar punição ou recompensa. Se, em caso
de sucesso, atribui-se sua causa esforço, recompensa-se mais o indivíduo do que se o
sucesso for atribuído à habilidade. Já, no fracasso, pune-se mais se for atribuído à falta de
esforço do que à falta de habilidade.

Para Heider (1958), de acordo com Álvaro e Garrido (2006) as relações interpessoais são
percebidas a partir de uma relação de causalidade. Nesse sentido, a causalidade consistiria
em uma forma de organização cognitiva que surge quando se percebe o meio social como
composto pelas pessoas e suas ações e, essa relação de causalidade apresentada por Heider
(1958) foi denominada por este autor como uma forma de “psicologia ingênua” que orienta
nossas ações e nossas relações com meio social. Ainda de acordo com Álvaro e Garrido
(2006), Heider (1958) propôs que a atribuição de causalidade pode ocorrer de duas formas:

1. interna ou disposicional, quando envolve características pessoais ou disposicionais,


como habilidade, capacidade intelectual, personalidade etc., ou
2. externa ou situacional, quando envolve características do ambiente, como grau de
dificuldade da tarefa e circunstâncias momentâneas.

De acordo com Michener et al. (2005) a escolha entre uma atribuição disposicional ou
situacional depende, em grande parte, das pressões da situação sobre a pessoa, a exemplo
das exigências de um papel normativo, ou as recompensas ou punições envolvidas na
situação.

2.3.1. As atribuições de si e de outras pessoas

A atribuição externa, também chamada de atribuição situacional, refere-se à interpretação


do comportamento de alguém baseada na situação em que o indivíduo se encontra. Por
exemplo, se uma pessoa dirige o carro de uma forma imprudente e isso resulta em um pneu
rasgado, a pessoa vai tender a atribuir essa situação a algum buraco; fazer atribuições e
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reclamações em relação às "péssimas condições da estrada", assim ela reduz o desconforto


de ter que admitir que o rasgo no pneu foi na verdade o resultado da sua imprudência no
volante. A atribuição de causalidade externa ou situacional pode ser feita também em
relação a outras pessoas, como por exemplo um funcionário chega atrasado numa empresa
e seu chefe releva e faz uma atribuição situacional, pois houve algum acidente grande que
provocou um engarrafamento, mesmo se esse funcionário tenha usado o engarrafamento
como desculpa.

Atribuição Interna é o processo inverso do anterior. É o processo de atribuir a causa de


determinado acontecimento a alguma característica interna ou disposicional, sua ou de
outra pessoa, ou seja, relacionar com a disposição interna do indivíduo em questão. Como
por exemplo, alguma pessoa se culpar por não ter se saído bem em um exame, apesar de
ter estudado suficientemente, quando na verdade a deficiência de seu desempenho se deu
por que o vizinho ter passado a noite inteira com som alto, o que interferiu na qualidade do
sono dessa pessoa e consequentemente seu desempenho no exame.

Locus de causalidade

O primeiro, Locus de causalidade, é a localização da causa - interna (disposicional) ou


externa (situacional) à pessoa. Está bastante relacionado aos sentimentos de autoestima. O
sucesso ou falha é atribuído a fatores internos: sucesso levará ao orgulho e motivação
aumentada, enquanto falha diminuirá a autoestima.

Estabilidade

A estabilidade é a probabilidade da causa se manter a mesma no futuro próximo, ou mudar.


Está relacionada às expectativas sobre o futuro. Por exemplo, se um estudante atribui sua
falha a fatores estáveis, como, por exemplo, a dificuldade da matéria, ele esperará falhar
naquela matéria no futuro.

Controlabilidade

Controlabilidade é a possibilidade de a pessoa controlar a causa do que ocorre. Está


relacionado a ambições, como raiva, piedade, gratidão ou vergonha. Se o indivíduo se
sente responsável por suas falhas, sente culpa; se se sente responsável por seu sucesso,
sente orgulho. Falhar, porém, em uma tarefa que não controla pode levar à vergonha ou à
raiva.
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2.3.2. A formação das atribuições

O processo das atribuições dá-se ainda pela formação de juízos firmados sobre os boletins
de desempenho dos educandos.

Sabemos empiricamente que o processamento por boletins tem lugar ao tomar decisões
acerca de admitir candidatos na graduação. Se um pedido mostra um expediente regular,
boas recomendações e um candidato com interesses centrados na aplicação da psicologia
dos negócios, isto poderia fazer com que o jurado da admissão remonte a outro estudante
de características similares. Se o outro teve êxito, é mais que provável que o jurado admita
ao novo, pois supõe-se que sua atuação será similar à do anterior.

A teoria da atribuição compreende, assim, aspectos ocultos nas práticas educacionais e que
têm grande relevância no que diz respeito ao processo de motivação dos educandos para a
aprendizagem. Os modelos e estereótipos criados para justificar os desempenhos positivos
e negativos dos educandos e que permanecem subjacentes nas práticas desenvolvidas em
salas de aula são responsáveis pelo desenvolvimento de conceitos de capacidade ou
incapacidade e mesmo para que o educando adquira auto-confiança em lançar-se a um
determinado intento.

Quase sempre atribuímos a algo ou alguém (ainda que seja a nós mesmos) nossas
realizações e fracassos e também as realizações e maus desempenhos dos outros. É nesse
sentido que os atribucionistas classificam os conceitos como fundamentais para a
motivação na aprendizagem. Trata-se de entender: como é que o educando se vê? Como o
educador vê o educando? Como as pessoas de suas relações o vêem e confirmam sua
condição de capacidade ou incapacidade para o aprender e o realizar-se? Sendo assim, de
acordo com Shrauger e Terbovic (1976), as crianças com um alto conceito de si mesmos
valoraram suas habilidades mais alto depois de um êxito que as crianças com baixo auto-
conceito, mais encontraram assim mesmo que os sujeitos de alta auto-estima avaliam mais
alto seus resultados que os sujeitos de baixa auto-estima, inclusive no caso de que seus
rendimentos não diferiram grande coisa na realidade.

Aqui, mais uma vez, confirma-se a importância da conceituação interna e das


compreensões do indivíduo acerca de si mesmo e do mundo que o rodeia. Se, ao
desenvolver uma elevada auto-estima, o indivíduo atribui às suas capacidades pessoais os
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êxitos obtidos e, ao contrário, costuma atribuir ao ambiente e a questões externas suas


frustrações.

4.Conclusão

No presente trabalho, concluiu-se que uma interação social começa quando uma pessoa
percebe a outra. A percepção de pessoas (percepção social) envolve julgamento ou juízo
avaliativo. Essa avaliação que fazemos dos outros é importante para ajudar a decidir como
se comportar com as outras pessoas.

Assim, para efetuar essas avaliações, todos utilizam diversos indícios, como dados do
contexto, observações do comportamento verbal e não-verbal, informações provenientes de
experiências anteriores, entre outros.

Além disso, deve-se destacar que o estado do percebedor é um fator determinante na


percepção social. Alguns aspectos como as expectativas, sentimentos e necessidades do
percebedor possuem forte influência na sua percepção, podendo torná-la menos exata.
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4.Bibliogafia

Álvaro, J. L., & Garrido, A. (2006). Psicologia Social: Perspectivas Psicológicas e


Sociológocas. (M. C. Fernandes, Trans.). São Paulo: McGral- Hill.

Frieze, I. H. (1981). Children´s attributions for success and failure. In S. Brehm, S.


Kassin & F. Gibbons (Eds), Developmental social psychology (pp. 57-71). New York:
Oxford University Press.

WEINER, Bernard. A Theory of Motivation for Some Classroom Experiences. Journal


Of Educational Psychology. p. 3-25, 1979.

RODRIGUES, A. Psicologia Social. 12 ed. Petrópolis: Vozes, 1988.

RODRIGUES, A., ASSMAR, E.M.L., JABLONSKI B. Psicologia Social. 18 ed.


Petrópolis: Vozes, 2000.

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