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Beatriz Scoz
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forma, tais estados são essencialmente afetivos e a essa idéia, González Rey1 mostra como a sepa-
podem ser definidos por categorias como auto- ração do consciente e do inconsciente pode ser
estima, segurança, interesse, autonomia, etc. comparada a uma dicotomia similar à estabelecida
Esses estados é que definem o tipo de emoção entre o social e o individual; ele a expressa da
que caracteriza o sujeito para o desenvolvimento seguinte maneira: Se bem que o homem não seja
de uma atividade e, desses estados vai depender consciente dos elementos de sentido sobre os
a qualidade da realização do sujeito nessa quais se configura sua expressão, sua produção
atividade. Assim, González Rey1 destaca que a pessoal se expressa por sentidos subjetivos, que
emoção é um dos aspectos mais desafiantes do se organizam no marco de sua ação, na qual
sujeito e um dos que mais conseqüências provoca intervêm outros sentidos suscetíveis de uma
na organização de suas diferentes práticas sociais reconstrução consciente, ou seja, um mesmo
e profissionais. sentido transita por momentos conscientes e
As relações entre pensamento e emoção na inconscientes, até mesmo de forma contraditória.
produção de sentidos subjetivos também são
enfatizadas por González Rey, superando a forma O SENTIDO E O SIGNIFICADO
fragmentada e analítica em que historicamente Além da questão sobre o relacionamento entre
apareciam. Para expressar essa idéia, mais uma consciência e inconsciente, há um aspecto central
vez ele se apóia em Vygotsky4, segundo o qual o na construção teórica de González Rey1, que é o
que ocorre durante o desenvolvimento do sujeito das relações entre sentido e significado. Segundo
é que mudam não só as funções psicológicas esse autor, o sentido está presente em processos
por si mesmas, mas em primeiro lugar variam os de significação, mas não está definido por esses
nexos interfuncionais e as relações entre os processos. Ele chama a atenção para esse fato
diferentes processos, em particular, entre o porque, como ele mesmo diz: a categoria sentido
intelecto e o afeto. tem tentado se integrar historicamente à lingua-
gem e ao significado. Como exemplo, toma a
A CONSCIÊNCIA E O INCONSCIENTE perspectiva sociocultural, em que o indivíduo
A consideração do pensamento e das emoções aparece como agente da ação e como uma voz
na produção de sentidos subjetivos remete-nos do discurso. Portanto, o indivíduo sempre está
também à relação entre a consciência e o incons- encaixado em uma produção cultural em que
ciente, presente na construção da subjetividade. ele não aparece como produtor em sua produção
A esse respeito, González Rey1 aponta que, individual. Assim, segundo González Rey1, mais
embora as configurações de sentidos estejam do que resolver a dicotomia indivíduo-sociedade,
constituídas por elementos inconscientes, como a perspectiva sociocultural subordina o indivíduo
por exemplo as emoções, a consciência representa à cultura, compreendida como processo de
um momento de intencionalidade, reflexividade significação. Além disso, para ele, quando se fala
e vivência do sujeito em relação a seu complexo na superação das dicotomias entre pensamento
mundo psicológico. Assim, a consciência é um e linguagem, parece que elas se superam porque
momento essencial na definição do sujeito, pois a linguagem, em seu caráter mediador e macro-
ela representa a organização processual da qual social, substitui o pensamento. O indivíduo se
ele participa intencionalmente nos processos de expressa por vozes e passa simplesmente a ser
sua vida, de suas crenças, etc. um momento de confluência das vozes que
Dessa maneira, as relações entre consciência circulam no contexto em que atua.
e inconsciente não podem ser compreendidas Para compreender o sentido como uma
como um conjunto de elementos acabados, mas expressão particular de uma ontologia da psique,
em uma dimensão de complexidade que participa que não se reduz aos processos de linguagem
na organização da psique humana. Referindo-se nem às instâncias discursivas em que o psíquico
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também se apresenta, González Rey1 toma mais Alguns autores, partindo de enfoques dife-
uma vez as idéias de Vygotsky. Ele assim se rentes, têm demonstrado que é nas fronteiras ou
expressa em relação ao sentido e ao significado: nos espaços intermediários que existem possi-
O sentido de uma palavra é um agregado de bilidades de transformação.
todos os fatores psicológicos que surgem em nossa Morin3 explicita o que ocorre no campo da
consciência como resultado da palavra. O sentido Física ao referir-se à partícula do átomo não só
é uma formação dinâmica, fluida e complexa, que como um objeto que se manifesta ora como onda,
tem inúmeras zonas de sentido, que variam em ora como corpúsculo, mas também como uma
sua instabilidade. O significado é apenas uma entidade cintilante, uma espécie de microburaco
dessas zonas de sentido que a palavra adquire negro, uma fronteira (um espaço intermediário)
no contexto da fala. entre o percebido e o não-percebido, o detectado
Desse modo, também para González Rey1, o e o não-detectado, a realidade tridimensional e a
sentido e o significado devem ser tomados como realidade quântica. Para ele, não se trata somente
uma unidade e não separados. Assim, evita-se de associar duas verdades contrárias para chegar
um caminho que já foi transitado por outras a uma verdade mais completa; trata-se também
correntes de pensamento, as quais mostraram a de ver que a verdade pode se encontrar no vazio,
insuficiência da unilateralidade de qualquer insondável, na brecha lógica que abre uma contra-
categoria, sobretudo na explicação de fenômenos dição forte, lembrando, como foi mencionado
complexos, como é o caso da subjetividade. anteriormente, que há contradições que se podem
Tomando-se o sentido e o significado como uni- superar e ultrapassar e aquelas que é preciso
dade, chega-se à conclusão de que, na organi- salvaguardar. A própria vida está entre o sólido
zação subjetiva, integram-se o pensamento do e o líquido e é inteiramente um e outro, nem um
sujeito, as emoções, as situações vividas por ele, nem outro.
as quais aparecem numa multiplicidade de É importante lembrar que Niels Bohr, físico
sentidos subjetivos, processos que, para González dinamarquês, foi quem aceitou pela primeira vez
Rey1, não podem reduzir-se a linguagens nem a o acoplamento das noções contrárias de onda e
discursos. de corpúsculo, declarando-os complementares.
Neste estudo, venho enfatizando a definição Assim, deu um primeiro passo de uma formidável
de sujeito e subjetividade como um sistema revolução epistêmica: a aceitação de uma contra-
complexo e dinâmico, em que, simultaneamente, dição pela racionalidade científica. Ao mesmo
vários elementos entram em contradição, gerando tempo, ele havia genialmente compreendido que
um caminho de tensões múltiplas, dentro do qual a contradição entre os termos complementares de
um elemento nunca se reduz ao outro. Entretanto, onda e de corpúsculo eram apenas contradições
é importante lembrar que as contradições nem ou antinomias do mesmo tipo já encontradas
sempre podem ser ultrapassadas, pois, como diz noutro lugar da aventura do mesmo conheci-
Morin5, embora reconhecendo a possibilidade de mento, que tinham sido esquivadas privilegiando
ultrapassar as contradições, há a possibilidade um dos dois termos opostos: contínuo/descon-
de um trabalho em suas fronteiras e de superação tínuo; espécie/indivíduo; sociedade/indivíduo.
das carências e dos limites pelo recurso a um Outro passo para a compreensão da existência
sistema mais rico e mais complexo. de espaços intermediários como espaços de
Assim, ao transitar pelas fronteiras, pelas criação é a noção de espaço potencial, que marca
frestas, pelos espaços entre sociedade/indi- a mais original contribuição da obra de Winnicott6.
víduo, consciente/inconsciente, pensamento/ Em seus estudos sobre o desenvolvimento infan-
emoção, sentido/significado, talvez possamos dar til, ele considerou a existência desse espaço como
um passo além para tentar compreender a algo que transcende as fronteiras entre o eu e
subjetividade de educadores e psicopedagogos. o não eu. Trata-se, como diz, de um espaço
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intermediário entre a incapacidade e a progressiva encontrada, mas como um telão de fundo dentro
capacidade da criança para reconhecer e elaborar do qual se produz o complexo diálogo com o real,
a realidade. Para ele, o espaço potencial vai além diálogo a partir do qual novas zonas do real
dessas fronteiras, porque nele as pessoas não entram no espaço de inteligibilidade da teoria e
estão nem no mundo da fantasia, nem no mundo outras zonas desafiam e são elementos de ruptura
da realidade dos outros, mas em um terceiro e e desenvolvimento da própria teoria.
paradoxal lugar que contém os dois mundos ao
mesmo tempo. Essa idéia de que algo toma exis- A PRODUÇÃO DE SENTIDOS E A
tência a partir da saída para além das fronteiras CONSTRUÇÃO DA SUBJETIVIDADE: PRE-
é assim explicitada por Alicia Fernández7, em uma OCUPAÇÕES NO ÂMBITO DO ENSINO E
analogia com o processo de nascimento: Por DA F O R M A Ç Ã O D E P R O F E SS O R E S E
algum motivo, existir é derivado de sair, nascer, PSICOPEDAGOGOS
aparecer. A natureza complexa do sujeito e da subje-
Vygotsky8, ao apresentar o conceito de zona tividade tem sido pouco considerada na educação.
de desenvolvimento proximal anteriormente Algumas análises sobre formação de professores
referido, também remete à existência de um continuada ou em serviço (Gatti9), que visam à
espaço intermediário entre o mundo interno e o mudança em cognições e práticas, têm demons-
mundo externo no processo de desenvolvimento trado um fato preciso: em geral, os mentores e
da criança, o qual define aquelas funções que implementadores desses cursos de formação têm
estão presentes em estado embrionário ou em vias a concepção de que, oferecendo informações,
de se desenvolver. Esse espaço intermediário conteúdos, ou trabalhando apenas a racionalidade
ajuda a compreender como ocorrem processos de dos profissionais, produzirão, a partir do domínio
criação e de transformação, enfim, o próprio de novos conhecimentos, mudanças em suas
processo de aprendizagem da criança, uma vez posturas e formas de agir. Essa ação, essencial-
que, como afirma o autor, ele as incita a orga- mente intelectual, não dá conta de perceber que
nizar, sistematizar e objetivar sentimentos inci- os professores são sujeitos que vão produzindo
pientes, explicitando suas intenções e signi- sentidos em seus processos de aprender e de
ficados. Vygotsky8 evidencia a importância de ensinar, nos quais se integram suas condições
se transitar por esses espaços intermediários sociais e afetivas, seus pensamentos e suas
pelas frestas, pelos espaços entre ao referir-se emoções. Essa pode ser uma das razões pelas
às funções que ainda estão em estado embrio- quais tantos programas que visam mudanças
nário como brotos ou flores, ou seja, como algo cognitivas, de práticas e de posturas, mostram-
que posteriormente se transformará em frutos do se ineficazes. De fato, resultados de alguns
desenvolvimento. programas de formação de professores (Placco &
Dessa maneira, podemos dizer que o próprio Silva10) apontam que são poucos os aspectos
referencial teórico que norteia este trabalho trabalhados que têm se traduzido em ações
também é complexo e, portanto, por sua própria diferenciadas ou transformadoras em sala de aula.
natureza, não nos dá um conjunto de regras de Talvez, por detrás dessas concepções, esteja
aplicação imediata. Ele apenas marca um caminho presente a dificuldade do sistema educativo em
que nos dá segurança para transitar pelas reconhecer, tratar e pensar a complexidade do
fronteiras para tentar compreender a produção ser/existir humano. Um exemplo disso é a frag-
de sentidos nos processos de aprender e de mentação das disciplinas, reduzidas a conteúdos
ensinar. Para explicitar essa idéia, nada melhor isolados, quebrando a sistemicidade (a relação
que as palavras do próprio González Rey1: A de uma parte com o todo) e a multidimensio-
teoria aparece não como um esquema geral dentro nalidade dos fenômenos. Desse modo, isolando
do qual tem de ser localizada toda a informação e/ou fragmentando seus objetos, esse mundo de
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conhecimentos acaba por eliminar não somente como sujeitos pensantes, bem como às emoções
seu contexto, mas, também sua singularidade, sua produzidas em diferentes situações de ensino e
localidade, seu ser, sua existência. É o que aprendizagem em diferentes momentos e espaços
Morin11 quer dizer quando afirma que um pensa- de suas vidas. Essas situações e esses momentos
mento unidimensional desemboca num homem podem definir-se como segurança ou insegu-
unidimensional. rança, interesse ou desinteresse, entusiasmo ou
Há ainda outro fator presente na sociedade e, desilusão, etc. Um quadro afetivo que não pode
com freqüência, também nas escolas: a ênfase no ser ignorado, pois interfere na atuação desses
produto em detrimento do processo. Tal convicção profissionais.
tem levado a uma percepção dos professores como Na perspectiva teórica de González Rey, como
elementos padronizados, eliminando sua condi- resultado da confrontação de sentidos também
ção singular de sujeitos. surgem momentos em que os sujeitos neste
Algumas alternativas têm sido apontadas para estudo, os educadores e psicopedagogos se
ampliar a compreensão da formação de profes- reconhecem a si mesmos. Essa experiência os leva
sores. Uma delas refere-se ao estudo e à inves- a delimitar seus espaços, ou seja, os espaços em
tigação do modo como os professores aprendem que encontram a congruência consigo mesmos
(Placco & Silva10). A Proposta de diretrizes para na situação que estão enfrentando. Como resul-
a formação inicial de professores da educação tado, temos um momento fundamental desses
básica (Conselho Nacional de Educação)12 expres- profissionais, em que eles se defrontam com suas
sa uma idéia semelhante, ao criar o conceito de subjetividades e que, portanto, podem reconhecer
simetria invertida, para ressaltar o fato de que suas próprias crenças, expectativas, valores e
a experiência do professor como aluno, não ape- atitudes, refletindo sobre elas. Ao mesmo tempo,
nas nos cursos de formação docente, mas ao longo poderão entrar em contato com os estados afetivos
de toda a trajetória escolar, define o papel que que permeiam seus processos de aprender e de
futuramente exercerá como docente. ensinar, reposicionando-se diante de suas práticas
Penso que essas idéias podem ser enrique- profissionais.
cidas se os processos de aprendizagem e de ensi- Cabe aqui um comentário: há urgência na
no forem considerados, não da maneira mais superação das dicotomias e dos preconceitos
freqüente, como algo que está fora dos profes- quanto às referências ao afetivo na formação de
sores, educadores em geral e também dos psico- educadores e psicopedagogos. Suas atuações
pedagogos, mas como um momento constitutivo profissionais implicam em envolvimento com
essencial, definido pelo sentido que esses proces- colegas de trabalho, com alunos ou com clientes,
sos têm para eles, dentro da condição singular com as dificuldades dos alunos e clientes e com
em que se encontram, ou seja, inserindo-se os suas próprias dificuldades, enfim com as relações
processos de aprendizagem e de ensino em suas e com as solicitações afetivas que permeiam essas
trajetórias de vida. Dessa maneira, as relações relações. Negar esse quadro afetivo significaria,
entre aprendizagem e ensino poderão ser perce- a meu ver, virar as costas para qualquer possibi-
bidas com mais clareza, pois, como diz González lidade de transformação das ações psicope-
Rey1, dentro de uma mesma configuração de dagógicas e educativas.
sentidos aparecem elementos de sentido gerados O momento reflexivo provocado pela produção
em tempos e espaços diferentes da vida da de sentidos também é importante, pois pode levar
pessoa. os educadores e psicopedagogos a superar a
Considerando-se os sentidos que os educa- alienação, que é um forte componente, princi-
dores e psicopedagogos produzem em seus palmente no cotidiano das escolas. Como diz
processos de aprender e de ensinar, também Agnes Heller13, a vida cotidiana de todas as
podemos ter acesso à maneira como eles se situam esferas da humanidade é a que mais se presta à
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alienação. Nela, ação e pensamento tendem a ser entrar em contato com a própria ignorância de
econômicos e funcionam na exata medida para uma maneira positiva, ou, segundo Pain15, como
garantir a continuidade da cotidianidade. Além algo que determina o lugar do enigma onde o
disso, o predomínio da ritualização de compor- conhecimento deve chegar. Dessa maneira, os
tamentos cristalizados e acríticos nas escolas faz professores não reconhecem suas capacidades
com que os educadores também tenham poucas pensantes, limitando suas ações educativas e suas
possibilidades de reposicionarem-se diante de possibilidades de transformação.
seus processos de aprender e de ensinar. Assim, torna-se urgente um envolvimento
Não podemos esquecer de um fator presente direto, também, dos formadores de educadores
na escola que pode atuar como um empecilho (muitas vezes, psicopedagogos) no repensar seus
para o confronto dos educadores com eles mesmos modos de ser e sua condição de estar numa dada
e, portanto, sendo elemento de constituição de sociedade o que implica um trabalho com suas
suas subjetividades: uma forte tendência ao produções de sentidos nos processos de aprender
enquadramento, ou como diz González Rey1, à e de ensinar e, conseqüentemente, com a constru-
supressão da singularização. A eliminação da ção de sua subjetividade nesses processos. Sem
singularização acaba fazendo com que os educa- isso, como diz Gatti16, as alternativas possíveis,
dores e alunos sejam percebidos como elementos na direção de uma melhor qualidade da educação
padronizados e, conseqüentemente, tudo que e do ensino, não se transformarão em possibili-
surpreende, ainda que de maneira leve, termina dades concretas de mudança....
por ser classificado em alguma zona de enqua- Enfrentar esses desafios exige a busca de
dramento de referência. caminhos teóricos e metodológicos que permitam
Há, por vezes, resistência por parte dos pró- lidar com a complexidade contida na produção
prios formadores de educadores e psicopeda- de sentidos e na construção da subjetividade nos
gogos a aceitar uma produção original, que esca- processos de aprender e de ensinar. Não se trata
pa às delimitações impostas por tendências domi- de uma tarefa fácil, pois, como foi mencionado
nantes do pensamento pedagógico. Agindo dessa anteriormente, a produção de sentidos implica
maneira, não abrem espaços para perguntas, ou uma dimensão de complexidade na qual estão
seja, deixam de lado o elemento surpresa, funda- em jogo configurações de sentidos produzidos
mental para que ocorram aprendizagens signi- nas trajetórias de vida dos sujeitos. Entretanto,
ficativas, uma vez que pode provocar novas e como diz Jung17, O homem possui uma cons-
cada vez mais ricas interrogações. Como propõe ciência que não apenas percebe, reage e expe-
Jerome Bruner14, a surpresa (...) nos permite rimenta, mas que é capaz também de voltar ao
refletir acerca do que damos por certo, por óbvio, vivido e percebido, dar-se conta do que está expe-
por evidente: surpresa é uma reação ante a rimentando. Ele tem a faculdade da reflexão
transgressão de uma certeza. Há ainda, por parte (do latim reflectere dobrar-se para trás) e
dos professores em geral, o temor ao confronto, compreensão e, através do mundo exterior e
por julgá-lo agressivo, ou pela dificuldade de interior, de auto-ampliação, de autotransformação.
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Sense conveying, teaching and learning
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