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O PROBLEMA
DA VERDADE
TEORIA DO CONHECIMENTO
2? edição
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EDITORA ALFA-OMEGA
São Paulo
1985
Planejam ento gráfico e p ro d u ção :
Jesus A. Pugliesi
C apa:
A lexandre Benevides
D ireitos Reservados
E D ITO R A A L FA OM EGA LTDA.
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Im presso no Brasil
Printed in Brazil
V — AS FONTES DO CONHECIMENTO
1 — EMPIRISMO
(Do grego, empeiria = experiência) Doutrina que afirma que a
única fonte de nossos conhecimentos é a experiência, recebida pelos
nossos sentidos. Seu axioma fundamental é: “ Nihil est in intellectu
quod priusnon feurit in sensu” . Istoé, nada existe no intelecto que an
tes não tenha estado nos sentidos.
Os empiristas consideram que o conhecimento empírico, sensível,
obtido através dos órgãos dos nossos sentidos, é suficiente para co
nhecer a verdade. Ao nascer, a mente humana está completamente
vazia, assemelhando-se a uma tábua rasa, uma folha em branco, na
qual a experiência escreve. Todos os nossos conhecimentos, incluindo
os mais gerais e abstratos, o sujeito cognoscente tira da experiência. A
razão não agrega nada de novo, pois limita-se simplesmente a unir e
ordenar os diferentes dados da experiência. É suficiente a razão se
afastar dos dados da experiência para cair no erro, desligar-se da
realidade.
Os representantes principais do empirismo foram Locke, Hume,
Condillac, Stuart Mill, e outros.
CRÍTICA: O mérito dos empiristas foi assinalar com energia a
importância da experiência na origem dos nossos conhecimentos. Eles
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têm razão ao afirmar que não existem idéias inatas, que antes da ex
periência não há e nem pode haver conhecimento sobre o mundo ex
terior. O ponto fraco dos empiristas é a subestimação do papel da
razão, do pensamento abstrato, e a sua diferença qualitativa em re
lação ao conhecimento empírico.
Os nossos sentidos nos dão somente o conhecimento dos fenô
menos. A essência das coisas, o númeno, só pode ser alcançada pela
razão, pelo pensamento abstrato.
2 — RACIONALISMO
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3 — INTUICIONISMO
4 — MATERIALISM O DIALÉTICO
Como vimos, tanto o empirismo como o racionalismo e o in-
tuicionismo são doutrinas unilaterais. Enquanto o primeiro considera
os nossos sentidos (a experiência) como a base a fonte do conhecimen
to, o segundo considera a razão e o terceiro, a intuição.
A verdade no caso estã na síntese dialética das três teorias ex
tremas — O Materialismo Dialético. Segundo essa doutrina, os três
fatores, os sentidos, a razão e a intuição tomam parte na elaboração
do conhecimento.
Na nossa atividade prática, obtemos, por meio de nossos órgãos
dos sentidos, imagens sensíveis dos objetos concretos. Nesses mesmos
objetos encontram-se implícitas (ocultas, em potência), suas quali
dades não-sensíveis, a sua essência. Só é preciso extraí-la. Isso tem lugar
por obra da nossa razão e da intuição, pelo entendimento ativo ou pelo
intelecto. Como indica a palavra (intelligere, de intus legere = ler no in
terior), a inteligência cognoscente lê na experiência, tira da experiência
os seus conceitos. Dos conceitos assim extraídos, obtêm-se, por meio de
operações da razão, os conceitos mais abstratos e mais gerais, como os
que estão contidos nas categorias nos princípios da razão.
O materialismo dialético estabeleceu que o conhecimento não é
um reflexo simples, passivo, inerte, “fotográfico” , da realidade, mas
um processo dialético complexo.
Esse processo se desenvolve por etapas ligadas entre si e que se
sucedem uma à outra. Lenin expressou admiravelmente a essência
desse processo e mostrou como a realidade se reflete em cada grau do
conhecimento da verdade objetiva: “ Da contemplação viva ao pen
samento abstrato, e deste à prática — tal é o processo dialético do
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conhecimento da verdade, do conhecimento da realidade objetiva”
(Cadernos Filosóficos, Ed. Russa, Moscou, 1947, pp. 146-147).
A razão está intimamente ligada aos nossos sentidos. Os dados do
sentido são a base, o fundamento dos nossos conhecimentos, mas não
todo o seu fundamento. A razão, o pensamento, na base desses co
nhecimentos, vai além, em busca da essência das coisas que não estão
ao alcance dos sentidos.
A razão sem os dados empíricos é vazia.
A experiência sem a razão é cega.
Não há idéias inatas, nem a priori, anteriores à experiência. Do
ponto de vista biológico, as idéias não se herdam. Herda-se apenas o
mecanismo da atividade nervosa que serve de base fisiológica para o
conhecimento. Os conhecimentos práticos e teóricos acumulados
pelas gerações procedentes são herdadas, socialmente, através da ins
trução, da educação ou adquiridos pela própria experiência individual
no processo da atividade prática e teórica.
5 — A S ESPÉCIES E FORMAS DO CONHECIMENTO
Assim, existem três espécies de conhecimento:
A — O conhecimento sensível ou empírico — fornecido pelos
nossos órgãos sensoriais (visão, audição, tato, olfato, paladar).
B — O conhecimento racional ou abstrato — obtido pela razão
ou intelecto.
C — O conhecimento intuitivo ou criativo obtido pela intuição.
Cada espécie de conhecimento se manifesta em formas peculiares
de conhecimento, segundo o quadro abaixo:
Espécies de conhecimento: Formas de conhecimento:
A — Sensível ou Empírico
B — Racional ou Abstrato
C — Intuitivo ou Criativo
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