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FUNDAMENTOS DA PSICANÁLISE II (CARL GUSTAV

JUNG)

1
SUMÁRIO

NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2

Introdução ................................................................................................ 3

Questões Preliminares Sobre A Biografia De Jung ................................. 7

Principais fundamentos ........................................................................ 9


Estrutura da psique......................................................................... 10

Arquétipos persona, sombra, anima, animus e self ........................... 13


Persona .......................................................................................... 13

Sombra ........................................................................................... 14

Anima e animus .............................................................................. 15

Sizígia: anima e animus .................................................................. 17

Processo de Individuação ............................................................... 18

A Importância Dos Símbolos Para Jung ................................................ 20

Deus E A Religião Nas Obras De Jung ................................................. 24

Sobre a teoria da Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung .............. 30


REFERÊNCIAS ..................................................................................... 36

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais,
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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Introdução

Jung foi um dos mais proeminentes discípulos de Freud, exercendo a


Psicanálise de 1909 a 1913, ano em que rompeu com Freud e fundou a
Psicologia Analítica. O termo Psicologia Analítica passou a ser utilizado
oficialmente por Jung em 1913, porém, suas bases foram geradas em anos
anteriores.

A teoria junguiana é muito vasta, e aqui estão delineados os conceitos


principais. Mas há outros igualmente importantes, como o processo de
Individuação – processo através do qual o ser evolui de um estado de
identificação profunda com o ambiente à sua volta, para outro de sintonia com o
Si-mesmo, o centro de sua personalidade individual, de onde brota toda a
energia inata da mente -, objetivo máximo da psique humana; Eu ou ego – centro
da Consciência, simboliza os impulsos inferiores da personalidade; Sombra – a
parte mais sombria do homem, legada, segundo Jung, das formas mais
primitivas de vida; Sigízia, ou arquétipo da alteridade – diz respeito à oposição
entre masculino e feminino na mente, constituindo uma elaboração voluntária do

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inconsciente -, o ‘animus’ corresponde à face masculina da mulher, enquanto a
‘anima’ refere-se ao lado feminino do homem; os Tipos Psicológicos, ou seja, a
Personalidade.

Psicologia Analítica é como Carl Gustav Jung chamou seu método de


compreensão da Psique, distinguindo-se da Psicanálise de Sigmund Freud.
Desta forma, podemos dizer que a psicologia analítica aborda, de forma prática,
a psicoterapia sob o viés da teoria de C.G. Jung.

Seu diferencial é dado pelo foco no papel das experiências simbólicas na


vida humana, adotando uma abordagem prospectiva para as questões
apresentadas na terapia. Isso significa que, embora a história da vida de uma
pessoa seja de grande importância para a compreensão das circunstâncias
atuais, as circunstâncias atuais podem conter bases de toda a humanidade, além
de, também, serem as sementes para o crescimento e desenvolvimento.

A Psicologia Analítica engloba todo o arcabouço teórico criado por Carl


Gustav Jung, um trabalho denso e essencial para a compreensão da mente
humana. Muitos dos temas desenvolvidos por Jung brotaram de suas próprias
experiências pessoais. O psiquiatra suíço vivenciou constantemente sonhos
marcantes e a visão de imagens mitológicas e espirituais, passando então a
nutrir um grande interesse por mitos, sonhos e religiões, do ponto de vista
psicológico. Ele também experimentou a ocorrência de manifestações
parapsicológicas, o que suscitava em sua inteligência questionamentos cada vez
mais frequentes.

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, nasceu no dia 26 de julho de 1875, na


cidade de Kresswil, na Basiléia. Sua família era muito religiosa, o pai e outros
familiares eram pastores da Igreja Luterana, o que justifica o interesse precoce
de Jung pela filosofia e pelo espiritualismo. Alguns trabalhos seus,
posteriormente, desenvolverão a questão da religião e sua contribuição para o
amadurecimento psicológico dos indivíduos, bem como dos povos e civilizações.
Jung buscou inspiração para o desenvolvimento de seu pensamento nas esferas
da Alquimia, da Mitologia, nos povos ancestrais da Ásia, África e nos indígenas
da tribo dos Pueblos, dos Estados Unidos. Também foi muito influenciado pela
filosofia e pela religião orientais, principalmente a indiana, e pelo I Ching.

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Segundo Jung, o homem deveria ser analisado em sua integridade, na
sua vida em comunidade, nunca isolado do contexto sociocultural e universal.
Os conceitos por ele criados foram batizados com expressões imbuídas de um
simbolismo profundo, que por si só já definem seu valor temático. O Inconsciente
Coletivo, por exemplo, diferencia-se já no próprio nome do universo desvendado
por Freud - visto como um depósito mnemônico e de pulsões reprimidas -,
significando um sistema herdado por cada geração, dinâmico e pulsante,
incessantemente ativo.

O inconsciente junguiano não pode ser meramente descrito como um


conjunto de memórias legadas pelos ancestrais, mas sim de tendências inatas
para a disposição da psique. Ou seja, este oceano da mente humana já existe ‘a
priori’ – antes de tudo, no início, uma expressão tipicamente kantiana -, o homem
é concebido já com o inconsciente, que como um arquivo perpetuado ao longo
do tempo traz em si, potencialmente, toda produção mental legada pelos
ancestrais. Assim, pode-se afirmar que ele é anterior à consciência, um pequeno
ponto na vastidão do universo da inconsciência. Mas o inconsciente não apenas
recebe conteúdos elaborados em tempos distantes, ele também produz seus
próprios temas, rearranja os que herdou e trabalha em conjunto com o
consciente. Nesse sentido, Jung divide o Inconsciente em Pessoal e Coletivo.

O Inconsciente Pessoal ou Individual quase se confunde com o espaço


da consciência, pois suas fronteiras são bem tênues, ele é um estrato temático
mais superficial, semelhante ao de Freud, porque contém elementos que por
algum motivo foram ali reprimidos. Nele também se encontram percepções que
não foram percebidas pela consciência e memórias que esta esfera não deseja
para si o tempo todo. Aqui estão igualmente os complexos – tema desenvolvido
por Jung e depois adaptado por Freud –, elementos que, desconectados da
consciência, refugiam-se no inconsciente, mas continuam a exercer influência
sobre o comportamento humano, tanto negativa quanto positiva, ao incentivar o
exercício do potencial criativo do ser. Jung lida com os complexos por meio do
exame das personas – papéis sociais desempenhados pelos indivíduos, as
famosas máscaras que todos desenvolvem no processo de interação social.

O Inconsciente Coletivo – revelação essencial de Jung – é a esfera mais


íntima e recôndita da psique humana. Nela se encontram vestígios das ações

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naturais da mente, impressas como representações potenciais, ou seja,
automatismos desenvolvidos pela psique ao longo de milênios. Estes traços são
compartilhados por toda a humanidade e estão ao alcance de cada um,
preparados para se tornarem concretos através da ação humana. Neste estrato
psíquico todos são iguais, diferenciando-se depois por meio da experiência
pessoal, na qual o homem realiza escolhas e assim atualiza uma ou outra
tendência inata, o que se processa no nível do Inconsciente Pessoal.

Os arquétipos, para Jung, são justamente os automatismos desenvolvidos


pela psique, estes traços do Inconsciente Coletivo. Cada um deles corresponde
a uma circunstância apresentada pela vida, recepcionada pela mente como um
desafio a ser conquistado e transformado em conhecimento, através da
repetição exaustiva da experiência, então automatizada em nossa organização
psíquica, no início mais como disposição formal do que como conteúdo,
simbolizando tão somente possibilidades, dentre as quais o homem
posteriormente escolherá a que se tornará real. Eles se traduzem em imagens
primitivas, estreitamente relacionadas à criação da nossa espécie, são embriões
das características humanas, latentes em cada ser. Segundo Jung, é em volta
do centro de um arquétipo que se agrupam os complexos que têm em comum
uma carga emocional semelhante.

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Questões Preliminares Sobre A Biografia De Jung

Para melhor compreender a teoria desenvolvida por um estudioso,


sobretudo dentro da Psicanálise e da Psicologia Analítica, é necessário
considerar alguns pontos da biografia do mesmo. A referida pontuação sobre
estas duas escolas, a psicanalítica e a analítica, advém do fato de que tanto a
história de vida de Sigmund Freud, fundador da Psicanálise, como a vida de Carl
Jung, fundador da Psicologia Analítica, tiveram suas teorias fundadas, muitas
vezes, em suas próprias experiências vivenciais coletivas ou individuais, por
exemplo, Freud com suas análises em torno de sua paciente Anna O, e em Jung
com suas visões e experiências religiosas quando jovem. Esta questão é
amplamente discutida, sobretudo no campo da Psicologia Analítica, em que as
ideias e concepções pessoais de Jung estão amplamente atreladas.

A vida do autor, como relata Palmer (2001), fora marcada, desde logo
cedo, por questões envolvendo a religiosidade de modo geral. Carl Jung nasceu
em Kesswi, Suíça, em 1875. Seu pai era um pastor protestante, sua mãe era
dona de casa e, segundo o próprio Jung (2006), ela era acometida por ataques
histéricos e estava sempre sob cuidados médicos. Filho de uma mãe fortemente
abalada psiquicamente, o jovem foi educado principalmente pelo pai.
Silveira (1976) lembra que Jung sempre esteve envolvido, desde criança,
com assuntos religiosos, pois sempre acompanhava seu pai aos sermões que o
mesmo pregava na comunidade local. Desde cedo, já se questionava sobre a fé
de seu pai e dos fiéis que frequentavam a comunidade. Em seu livro “Memória
Sonhos e Reflexões”, Jung (2006) relata suas impressões iniciais sobre a religião
e a fé, impressões estas que lhe foram transmitidas inicialmente por seu genitor.
Jung (2006) não esconde a decepção frente a uma fé alienada de seu pai,
principalmente em um episódio em que ele estava tendo aulas de religião e, ao
passar pelo mistério da Trindade, Jung pediu para que lhe explicasse aquele
complicado dogma. Seu pai, por sua vez, pediu para que ele não lhe
questionasse sobre aquele assunto pois, ele mesmo, um pastor protestante,
nada sabia a respeito do dogma.

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Jung logo desenvolveu seu gosto pelas áreas da Arqueologia e Filosofia.
Muito provável que sua tendência para tais áreas das ciências humanas tenha
influenciado toda a sua carreira como médico e fundador da Psicologia Analítica.
É bem conhecida a histórica e importante passagem de Jung pela escola
psicanalítica, juntamente com sua amizade, e posterior rompimento com o Pai
da Psicanálise.
Segundo Rodrigues (2014), Jung formou-se em Medicina-Psiquiátrica, e
logo entrou em contato com as obras de Freud, começando uma amizade
juntamente com troca de informações científicas. Após anos de amizade e de
intenso intercâmbio científico, começaram a surgir as primeiras divergências
tanto no campo clínico, quanto no campo do estudo das religiões e como estes
dois estudiosos encaravam tal fenômeno.

Tais divergências ficaram mais claras quando Freud publicou seu livro
“Totem e Tabu” em 1913, que teorizava sobre o surgimento da religiosidade em
meios totêmicos, caracterizado como uma espécie de submissão à figura do Pai

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e da repetição do Complexo de Édipo. Embora existam outros fatores que
salientem a ruptura entre estes dois intelectuais, o fator de como encarar e lidar
como um fenômeno religioso fora uma das mais ressaltadas divergências para
a ruptura. É valido lembrar que tanto os trabalhos de Freud como de Jung são
considerados marcos da chamada Psicologia da Religião.

Principais fundamentos

A psique (psiquismo humano) é formada por: consciente, inconsciente


pessoal e inconsciente coletivo.

O eixo central da Psicologia Analítica é o Processo de Individuação:


tendência instintiva e teleológica de o ser humano, através de processos de
autoregulação, desenvolver suas potencialidades inatas em direção à realização
da totalidade psíquica (autodesenvolvimento, autorealização e
autoconhecimento).

O Processo de Individuação ocorre através do fluxo dialético (permuta e


transformação) da energia psíquica (libido) que corre entre o consciente, o
inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo.

Esse fluxo de energia, através de processos de autoregulação, sempre


visa a homeostase psíquica (equilíbrio psicológico).

O conceito junguiano de libido difere do freudiano: para Jung a libido


compreende não só a energia sexual, mas, também, energias associadas ao
instinto de sobrevivência, à motivação, às relações afetivas, desejos de
autorealização, autoconhecimento, vivências espirituais e, enfim, ao Processo
de Individuação.

Apesar de o Processo de Individuação ser o tema principal da obra


junguiana, seu estudo mais conhecido trata dos tipos psicológicos - tipos de
personalidade.

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Estrutura da psique

A Psique está estruturada em três elementos: consciente, inconsciente


pessoal e inconsciente coletivo.

• Consciente

- Sistema do aparelho psíquico que mantém contato com o mundo


interior (processos psíquicos, internos) e exterior (meio ambiente e social) do
sujeito.

- Na consciência destaca-se os fenômenos de percepção intrínseca


e extrínseca, senso de identidade, atenção, raciocínio e memória, entre outras
funções cognitivas e emocionais.

- As pessoas são conscientes apenas de uma pequena parte de sua


vida psíquica.

- O consciente tem como centro organizador o Eu.

Tanto o Eu como o Consciente como um todo surge do Self (localizado no


Inconsciente coletivo).

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• Inconsciente pessoal

- É a camada mais superficial do inconsciente, cuja fronteira com o


consciente é bastante imprecisa.

- Nele permanecem os conteúdos inconscientes derivados da vida


do indivíduo - sua formação é, portanto, a posteriori ao nascimento.

Esses conteúdos são formados por percepções subliminares e


combinações de idéias com energia psíquica insuficiente para irromperem na
consciência, experiências de vida “esquecidas” pela memória consciente,
recordações dolorosas se serem relembradas, repressões sexuais, desejos
reprimidos, qualidades da personalidade - positivas e negativas - desconhecidas
pelo Eu e, principalmente, grupos de representações carregados de forte carga
emocional e incompatíveis com a atitude consciente (complexos, cujas bases
são os arquétipos - localizados no Inconsciente coletivo).

- Geralmente esses conteúdos não possuem energia psíquica


suficiente para permanecerem no campo da consciência, entretanto, podem
adquirir a energia necessária para emergir na consciência na forma de
lembranças, sonhos, fantasias, devaneios e comportamentos.

Quando irrompem na consciência podem possuir um significativo grau de


autonomia, chegando até a tomar sua posse temporária.

• Inconsciente coletivo

- É a camada mais profunda do inconsciente e a base da psique.

- É constituído pelos arquétipos : núcleos instintivos passados de


forma psicobiológica de geração a geração, trazendo padrões de
comportamento herdados desde o surgimento da humanidade e mesmo antes
dela, no período em que o homem ainda era animal - a gênese do Inconsciente
coletivo é, portanto, a priori ao nascimento.

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- Os arquétipos constituem a base dos complexos situados no
Inconsciente pessoal.

Os arquétipos são inúmeros, incontáveis, entretanto, Jung identificou


alguns que estão em permanente contato com o Eu. São eles a persona, a
sombra, a anima, o animus e o self.

- O Self - também denominado de si mesmo - é o centro organizador


não só do Inconsciente (pessoal e coletivo), mas, também, de toda a psique.

É do Self que surge a consciência e o Eu.

- Jung chamou a camada mais profunda do Inconsciente coletivo de


Psicóide : a ela estão associados fenômenos “extra-racionais” tais como sonhos
e visões premonitórios, sincronicidades (“coincidências significativas” em torno
de pessoas e objetos) e telecinésia.

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Arquétipos persona, sombra, anima, animus e self

Persona

O termo persona origina-se do teatro grego antigo e significa máscara.


Arquétipo associado ao comportamento de contato com o mundo exterior
necessário à adaptação do indivíduo às exigências do meio social onde vive.

Corresponde à identidade e desempenho de papéis socialmente


atribuídos a uma pessoa. Também está intimamente relacionada a
conveniências pessoais.

A persona corresponde a uma significativa parcela do comportamento do


sujeito enquanto personagem coletiva. A alma, em oposição à persona,
corresponde ao comportamento do sujeito enquanto personagem individual, sua
real personalidade.

Uma pessoa pode ter um determinado comportamento em sociedade


(persona) e, outro, completamente oposto, em casa (alma). Convém esclarecer

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que nem todo comportamento social é manifestação da persona, também pode
ser uma expressão da alma.

A persona possui dois aspectos: positivo e negativo.

O aspecto positivo está associado à adaptação do sujeito ao seu meio


social. O aspecto negativo surge quando o Eu se identifica com a persona,
fazendo com que a pessoa se distancie e desconheça sua real personalidade, a
alma.

Muitas vezes é difícil para um observador externo identificar numa pessoa


o que é sua persona e o que é sua alma. Ao se manifestar geralmente de modo
inconsciente - sem que o Eu não tenha consciência de sua existência - a persona
revela seu significativo grau de autonomia na psique.

Quando tornada consciente - assimilada pelo Eu - a persona traz


benefícios ao autoconhecimento e à melhoria das relações interpessoais.

Sombra

Arquétipo associado às virtudes e defeitos de caráter que o indivíduo


desconhece existir em si mesmo. Uma pessoa tende a projetar sua sombra nos
outros e negá-la em si mesma.

A persona possui dois aspectos: positivo e negativo.

O aspecto positivo está associado às virtudes que o indivíduo desconhece


existir em sim mesmo. O aspecto negativo está associado aos defeitos de caráter
que o indivíduo desconhece existir em si mesmo.

A sombra também pode se manifestar de forma coletiva, tanto nos seus


aspectos positivos como negativos.

Ao se manifestar geralmente de modo inconsciente - sem que o Eu não


tenha consciência de sua existência - a sombra revela seu significativo grau de
autonomia na psique.

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Quando tornada consciente - assimilada pelo Eu - a sombra traz
benefícios ao autoconhecimento e à melhoria das relações interpessoais.

Anima e animus

A anima corresponde ao princípio feminino presente na psique do homem.


O animus corresponde ao princípio masculino presente na psique da mulher.

Anima

Arquétipo associado à personificação da natureza feminina no


inconsciente masculino. Manifesta-se no comportamento masculino através de
expressões emocionais.

Projeta-se em figuras femininas: mãe, irmã, namorada, esposa, amante,


mulher desejada, mulheres admiradas (nos sentidos eróticos, heróicos,
intelectuais e espirituais).

A anima condensa todas as experiências que o homem vivenciou no seu


encontro com a mulher durante milênios e é a partir desse imenso material
inconsciente que é modelada a imagem de mulher que o homem procura.

A anima possui dois aspectos: positivo e negativo.

O aspecto positivo está associado àquilo que a anima, uma vez tornada
consciente - assimilada pelo Eu -, pode trazer ao homem no sentido de conhecer
suas próprias emoções e melhorar suas relações afetivas. Ainda, mesmo que
inconsciente, possibilita ao homem a capacidade de amar, a receptividade ao
irracional, a sensibilidade à arte e à natureza, a intuição profética e o acesso ao
inconsciente e, em consequência, à busca espiritual.

O aspecto negativo está associado ao fato de que, quando inconsciente -


desconhecida pelo Eu -, a anima expressa-se em manifestações emocionais
infantis e primitivas, domina o homem, tornando-o subjugado por figuras

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femininas, fazendo com que ele possa incorrer em paixões cegas e desilusões
amorosas, dependência da mulher, mudanças bruscas de humor, explosões
emocionais, ciúme, caprichos, ansiedade, melancolia, depressão e mesmo
(tentativas de) suicídio.

Ao se manifestar geralmente de modo inconsciente - sem que o Eu não


tenha consciência de sua existência - a anima revela seu significativo grau de
autonomia na psique do homem.

Quando tornada consciente - assimilada pelo Eu - a anima traz benefícios


ao autoconhecimento e à melhoria das relações interpessoais.

Animus

Arquétipo associado à personificação da natureza masculina no


inconsciente feminino. Manifesta-se no comportamento feminino através de
expressões judicativas e reflexivas.

Projeta-se em figuras masculinas: pai, irmão, namorado, esposo, amante,


homem desejado, homens admirados (nos sentidos eróticos, heróicos,
intelectuais e espirituais).

O animus condensa todas as experiências que a mulher vivenciou no seu


encontro com o homem durante milênios e é a partir desse imenso material
inconsciente que é modelada a imagem de homem que a mulher procura.

O animus possui dois aspectos: positivo e negativo.

O aspecto positivo está associado àquilo que o animus, uma vez tornado
consciente - assimilado pelo Eu -, pode trazer à mulher no sentido de conhecer
seus próprios pensamentos e melhorar suas relações afetivas. Ainda, mesmo
que inconsciente, possibilita à mulher o gosto pelo conhecimento da natureza
dos fenômenos e o acesso ao inconsciente e, em conseqüência, a busca
espiritual.

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O aspecto negativo está associado ao fato de que, quando inconsciente -
desconhecida pelo Eu -, o animus expressa-se em manifestações judicativas e
reflexivas infantis e primitivas, domina a mulher, tornando-a subjugada por
figuras masculinas, fazendo com que ela possa incorrer em paixões cegas,
dependência do homem, juízos irrefletidos, preconceitos infundados, certezas
não fundamentadas, teimosias, afetos de vingança e frieza emocional.

Ao se manifestar geralmente de modo inconsciente - sem que o Eu não


tenha consciência de sua existência - o animus revela seu significativo grau de
autonomia na psique da mulher.

Quando tornado consciente - assimilada pelo Eu - o animus traz


benefícios ao autoconhecimento e à melhoria das relações interpessoais.

Sizígia: anima e animus

Devido à diferente natureza dos dois gêneros, a relação entre homens e


mulheres é uma relação de oposição e, ao mesmo tempo, de
complementaridade não só fisiológica, mas, também, psicológica.

A tomada de consciência - pelo Eu -, da anima pelo homem e do animus


pela mulher, propicia a melhoria das relações interpessoais e afetivas entre os
gêneros.

Essa sizígia já era bem conhecida pelo taoísmo - uma antiga filosofia
chinesa - expressando-se na idéia / símbolo do Tai Chi (“princípio do princípio)
que compreende a oposição e complementaridade entre os princípios Yin
(feminino, branco) e Yang (masculino, negro).

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Self

É o núcleo organizador não só do Inconsciente (pessoal e coletivo), mas,


também, de toda a psique.

É o arquétipo que leva o homem à busca pela individuação - e não


individualismo -, o autoconhecimento, pela integração com os demais homens e
com a natureza, pela vivência espiritual e o sentido da vida e da morte.

Essa busca é denominada por Jung de Processo de Individuação, sendo


este o tema central da Psicologia Analítica.

Possui dois aspectos: positivo e negativo.

O aspecto positivo está associado à (possibilidade de) efetivação do


Processo de Individuação. O aspecto negativo está associado ao fato de que o
Self pode subjugar o Eu, criando doutrinadores e fanáticos religiosos.

Quando tornado consciente - assimilado pelo Eu - o Self traz benefícios


ao autoconhecimento e à melhoria das relações interpessoais.

Processo de Individuação

É a busca do ser humano pela individuação - e não individualismo -, pelo


autoconhecimento, pela integração com os demais homens e com a natureza,
pela vivência espiritual e pelo sentido da vida e da morte.

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Essa busca é instintiva e herdada de nossos ancestrais, desde o início da
humanidade. Os sinais dessa busca estão expressos nas manifestações
artísticas dos homens primitivos e seu registro percorre toda a história da
civilização.

A efetivação do Processo de Individuação implica na integração entre o


Eu e o Self, entre consciente e inconsciente.

Esse mecanismo psíquico de integração dos opostos no Processo de


Individuação foi denominado por Jung de Função Transcendente. O próprio Jung
esclareceu que a Função Transcendente não é um processo metafísico, mas
uma função teleológica instintivamente herdada.

Apesar de o Processo de Individuação possuir uma natureza teleológica,


sua realização é possibilidade e não certeza.

Essa possibilidade está estreitamente relacionada por um lado à Função


Transcendente - no sentido da prontidão do Eu e do Self para desencadear e dar
curso ao Processo de Individuação - e, por outro lado, a realidades exteriores
que podem facilitar ou dificultar - e mesmo impedir - a realização desse processo,
tais como certas patologias psicológicas e orgânicas e determinados contextos
ambientais e sociais.

O Processo de Individuação não implica em individualismo (egocentrismo


e egoísmo), muito pelo contrário, significa individuação, isto é, o indivíduo tornar-
se consciente de si mesmo na relação com os outros, melhorando as relações
intra e interpessoais.

O Processo de Individuação está relacionado ao confronto do Eu com os


complexos presentes no Inconsciente Pessoal, principalmente os relacionados
a determinados arquétipos do Inconsciente Coletivo (persona, sombra, anima /
animus e self ) no sentido de tornar esses aspectos conscientes, integrando,
assim, consciente e inconsciente (Função Transcendente).

A ativação do Processo de Individuação está intimamente relacionado à


influência dos mitos na psique uma vez que os mitos servem de referenciais para
o indivíduo seguir seu Processo de Individuação.

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É nesse sentido que Jung destacou o papel dos conteúdos religiosos -
portadores de mitos - como elemento importante para o desenvolvimento da
Função Transcendente e, em consequência, para a realização do Processo de
Individuação.

Muitas vezes experiências de sincronicidades (“coincidências


significativas” em torno de pessoas e objetos) estão associadas ao Processo de
Individuação.

O sentido espiritual experimentado na vivência do Processo de


Individuação é classificado por Jung como um fenômeno numinoso (de
numinosidade, termo utilizado pelo teólogo e filósofo alemão Rudolf Otto (1869-
1927) para designar a experiência do sagrado).

Embora a busca pela realização do Processo de Individuação seja um


instinto herdado - uma vontade herdada -, portanto, comum a toda humanidade,
independente de gênero, idade, etnia, posição social, política e cultural e credo
religioso que uma pessoa possa ter, a maior parte das pessoas não a vivencia e
uma significativa parcela inicia seu processo de confronto e integração com o
inconsciente (Função Transcendente) a partir da meia idade.

A Função transcendente para ser efetiva não pode ter apenas caráter
cognitivo (assimilação racional do Processo de Individuação), mas, sobretudo,
emocional (assimilação afetiva desse processo). Uma pessoa que conhece os
fundamentos teóricos da Psicologia Analítica não necessariamente vivencia seu
Processo de Individuação, ao passo que um leigo pode muito bem vivenciá-lo a
partir de suas experiências afetivas e sem, contudo, ter conhecimento algum
dessa teoria.

A Importância Dos Símbolos Para Jung

Estudar a teoria junguiana é, sem dúvidas, estudar símbolos. Com efeito,


isso se deve à paixão do autor pelos estudos na área da cultura de modo geral,
sobretudo das religiões. É através de sua teorização do símbolo que Jung
(2008a) organiza toda a sua teoria, não só em torno da cultura, compreendendo

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as religiões, costumes e mitos, mas também compreendendo as estruturas da
psique humana. Em uma de suas últimas obras, “O Homem e Seus Símbolos”,
o estudioso define sinteticamente a importância dos símbolos em suas teorias:

Esta consideração sobre os símbolos, elencada pelo estudioso, é uma


condensação de toda a sua teoria relativa ao simbolismo. É uma síntese, pois,
suas obras aprofundam-se muito mais nesta temática. Nosso interesse reside
em apontar o “equilíbrio” que Jung (2008a) supõe em sua tese sobre os símbolos
religiosos, a saber, o raciocínio entre os argumentos céticos e crentes. Neste
trecho, o autor não desqualifica o pensamento ou o raciocínio religioso, no
entanto, deixa claro que, dentro do âmbito científico, só é possível pensar em
símbolos como produtos da própria psique humana.

Em seu livro, “Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo”, Jung (2008b) traz


uma série de conceitos ligados à formação de símbolos. Para ele, os símbolos
trazem uma matriz da consciência, que é o símbolo propriamente dito, aquilo que
se apresenta, que é manifesto; e, por outro lado, uma matriz inconsciente, que
tem seus significados arraigados à própria cultura da humanidade e que se
fazem presentes nos mitos, ritos, religiões, nas artes e em todas as outras formas
de manifestação cultural humana.

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É importante apontar que Jung (2008b) não descarta as significações
pessoais que um símbolo possui, quando manifestado, por exemplo, em um
paciente em tratamento, mas ele enfatiza a importância e a dimensão do caráter
coletivo dos símbolos e do inconsciente. Um dos grandes marcos da Psicologia
Analítica está no postulado da existência do inconsciente coletivo, junto com o
inconsciente pessoal. Eis como o autor explica esta tipologia da psique:

Esta tipologia junguiana da estrutura da psique está vinculada ao conceito


de inconsciente, herdado de seus estudos com Freud, entretanto, é totalmente
diferente da Psicanálise freudiana quando expõe a existência do inconsciente
coletivo.

Como lembra Palmer (2001), Freud tinha como premissa a noção


aristotélica de “tábula rasa”, ou seja, de que todo individuo nascia como uma
espécie de “folha em branco”, sem nenhum registro consciente ou inconsciente,
começando a elaboração destes registros logo após o seu nascimento, quando
entrava em contato com as relações sociais, especialmente com as relações pai
e mãe e com a cultura de modo geral.

Já em Jung (2008b), em oposição a Freud, o ser humano não nasce como


uma “tábula rasa”, assume-se a postura de que o ser humano nasce com uma
espécie de “herança genérica” no próprio psiquismo, constituído pelo
inconsciente coletivo e seus respectivos arquétipos. É com esta tese que o autor
deseja explicar porque existem formas similares de comportamento, entre os
mais diversos e distintos povos, que culminam na criação e assimilação de
símbolos, de mitos, de ritos dentre outras.

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É impossível estudar a teoria junguiana sem se deparar com a tríade:
“símbolos, arquétipos e inconsciente coletivo” que estão intrinsicamente ligados.
Podemos apontar que o surgimento da tese sobre a coletividade do inconsciente
e o nascimento do indivíduo, com uma herança inconsciente psíquica, herdada
de tempos imemoriais, é o resultado de longas pesquisas de Jung no campo da
Antropologia, da História das religiões comparadas e dos símbolos, sobretudo,
religiosos.

O estudo dos símbolos norteou os trabalhos de Jung, fazendo com que


todos seus estudos antropológicos em torno dos mitos, símbolo, tradições e
culturas de diversos povos fossem direcionadas para o atendimento clínico de
seus pacientes.

Com efeito, Jung (2011) percebeu que os símbolos, frutos do inconsciente


coletivo, estavam presentes nas temáticas trazidas pelos seus pacientes nas
sessões terapêuticas. Estas imagens eram frutos tanto de um psiquismo que
trabalhava dentro dos padrões da normalidade, quanto daqueles que estavam
em estados de delírios, por exemplo.

Jung (2011) conta que foi em suas conversações com doentes


psiquiátricos que ele pode fazer uma assimilação entre psique e símbolos
coletivos. Um evento particular, no início de sua carreira, ocorreu quando um

23
doente psiquiátrico, ao olhar para o sol, relatou que o vento tinha sua origem no
sol, que possuía um falo, um tubo, que direcionava o mesmo por todos os cantos.
Jung não deu muita importância para o caso, contudo, anos mais tarde, quando
lia sobre antigas liturgias de Mitra, recém descobertas, se deparou com o mito
sobre a origem do vento em um tubo, muito similar ao relato do paciente.

Com este relato, dentre outros apresentados por seus pacientes, é que
ele promoveu uma verdadeira “viagem” entre os relatos clínicos e os símbolos,
mitos e crenças existentes na história da humanidade. Jung (2011) via,
sobretudo nos símbolos, a forma mais autêntica de expressão do inconsciente,
expressão esta enraizada no coletivismo do inconsciente de todos os povos. Sua
importância dada aos símbolos, promoveu o que Jung (2011) chamou de
“Imaginação Ativa”, que é o ato geralmente artístico do paciente se expressar,
muitas vezes através de símbolos e ideias que estão atrelados ao seu
inconsciente.

Deus E A Religião Nas Obras De Jung

Adentramos em um tópico muito importante e muito debatido nas obras


de Jung, que são os conceitos de religião e de divindade (Deus), amplamente

24
estudados e debatidos pelo autor em quase todas suas obras. Não seria uma
atitude ingênua acatar a ideia de que sua história de vida, com suas lembranças
de uma religião alienada de seu pai, sua amizade e ruptura com Freud, somada
a seu grande interesse por Antropologia e Arqueologia, tenha, de fato,
influenciado todos os seus escritos sobre religião. Ou, até mesmo quando
escreveu sobre símbolos, sonhos e tipos de personalidade, em que muitas vezes
utilizava-se de notas de rodapé, exemplificando em termos astrológicos , por
exemplo.

Estas complicadas explicações de Jung, em suas obras e em alguns


escritos tendenciosos, renderam-lhe, não poucas vezes, o título de místico. Ele
mesmo tinha consciência de que seus escritos poderiam ser taxados de místicos.
Para compreender alguns de seus escritos, que tocam efetivamente sobre a
religião, é necessário saber o que o estudado autor entende por religião. Em sua
obra “Psicologia da Religião Ocidental e Oriental”, Jung (1983) escolhe a
seguinte origem etimológica para o termo:

Assim, o autor coloca a religião como uma “disposição” do humano para


o “numinoso”, para o sagrado. O homem que sempre observa e interpreta o meio
em que vive, interpretação esta que se desemboca no senso religioso.

Hoeller (1995) afirma com bastante propriedade que os escritos de Jung,


especialmente os trabalho sobre religião, estão profundamente ligados a
conceitos gnósticos e alquímicos que Jung tanto apreciava. De fato, esta
impressão é clara ao analisar a obra “Psicologia da Religião Ocidental e
Oriental”, que não expressa uma imagem clara sobre o conceito de divindade
para Jung. Porém, é clara a sua colocação de Deus como arquétipo.

Em seu tratado sobre religião ocidental, em que aborda o Cristianismo,


Jung se mostra crítico ao protestantismo, apontando que a Reforma se esvaziou

25
dos símbolos, deixando de lado as mais autênticas manifestações do
inconsciente coletivo. Ele também tece uma crítica ao catolicismo, que se fechou
em dogmas e excluiu importantes características simbólicas da divindade, como,
por exemplo, o seu lado feminino, que era referenciado como deusa no
paganismo e que tinha como fonte de expressão o arquétipo anima.

Jung (1983) teoriza em seu livro sobre as possibilidades da existência de


uma quaternidade no lugar de uma Trindade cristã, pois o símbolo do quatro
representa, para Jung (1983), a totalidade da psique, a união dos opostos
(consciente e inconsciente), os quatro tipos psicológicos, ou seja, uma
expressão de totalidade da psique, mas que estava em desacordo com a
Trindade cristã.

Assim, um quarto elemento, “esquecido” ou renegado pelo Cristianismo,


seria necessário para que a religião cristã se tornasse um “reflexo” mais
autêntico da própria estrutura da psique. Este quarto princípio poderia ser o
reflexo das características femininas da divindade ou, até mesmo, seus aspectos
mais sombrios, ou o próprio demônio.

Neste ponto, vale ressaltar que Jung (1983) não está escrevendo um
tratado teológico, e muito menos alegando que exista um Deus e uma deusa,
pelo contrário, como notamos, ele deseja apontar que a imagem de Deus é a
mais completa e perfeita, muitas vezes simbolizada por uma mandala, símbolo
da totalidade. A perfeição e sentimento de completude, neste caso, estão
arraigadas no próprio símbolo do círculo que abarca a noção de “preenchimento”
de estar completo.

Sendo Deus o símbolo psíquico exteriorizado pelo self, Ele deve ser capaz
de comportar seus próprios opostos, em harmonia, sobretudo os elementos
“masculinos e femininos”, elementos estes que não foram totalmente adotados
pelo Cristianismo. Por outro lado, toda a concepção da união de polaridades
(união dos opostos), a valorização da interioridade como fonte dos símbolos
sagrados e aspectos ambivalentes na própria divindade são, de certa maneira,
influências de correntes como a Gnose e a Alquimia.

Ainda assim, não é possível defender que Jung esteja alegando a


existência de uma divindade exterior ao homem. Seus escritos apontam para a

26
capacidade da psique humana em representar Deus e é com esta capacidade
geradora de símbolos que a cultura organiza as religiões institucionalizadas.
Para o estudioso, cabe ao homem escolher e definir Deus. “Cabe à liberdade do
homem decidir se Deus é um ‘espírito’ ou um fenômeno da natureza, como o
vício dos morfinômanos, e com isto fica definido também, se ‘Deus’ significa
poder benéfico ou destruidor” (JUNG, 1983, p.85).

Colocando Deus como símbolo arquetípico, Jung (1983) estabelece que


a religião é uma terapêutica “revelada por Deus”. Assim, é na religião – fonte de
expressões do inconsciente que se dão através dos símbolos – uma das formas
que o homem pode encontrar auxílio para buscar sua individuação e alcançar
seu self. Já os escritos de Jung sobre a religiosidade oriental são mais sintéticos,
comparados com os trabalhos sobre a religiosidade ocidental.

É provável que um estudioso ao analisar estas duas obras, perceba uma


predileção de Jung para com as religiões orientais. Tal predileção pode ter suas
raízes nas próprias crenças orientais que, grosso modo, identificam a divindade
no próprio ser humano, e que conceitos como Deus e mal, duas grandes
polaridades na tradição ocidental, não encontram espaços nas crenças do
Oriente.

27
A exposição do autor revela o quão a filosofia religiosa do Oriente está
mais próxima das concepções arquetípicas, por exemplo, postuladas por ele.
Jung (1983) julga que o Oriente seja de características de introversão, já o
Ocidente de características de extroversão. O conceito é também defendido pelo
mitólogo Campbell (2009), que observou na religião budista uma religião
psicológica. Talvez essa sua predileção pelas religiões orientais esteja arraigada
em suas próprias teorias.

A teoria esboçada por Jung (1994) de Anima Mundi, pode ser um conceito
retirado da essência da filosofia religiosa oriental, bem como dos próprios
gnósticos e alquimistas. Tal conceito deseja explorar a “ligação” entre o psíquico
e a cultura. Com efeito, todas as artes, ciências, tradições e religiões estariam,
de certa forma, empreendidas em quadros arquetípicos, por exemplo, de uma
determinada nação. Esta noção de integração entre interioridade e exterioridade
é bem evidente nas religiões do Oriente.

Na mesma linha das religiões orientais está a Alquimia que, para Jung
(1994), é um simbólico processo de mudança interior e da busca e encontro da
psique com o self. Para ele, os alquimistas foram os primeiros psicólogos da
História, pois, além do trabalho manual com formulações químicas, este mesmo
trabalho também consistia na possível interação do “eu interior” do alquimista
com suas práticas exteriores, resultando em um complexo processo de símbolos
e mitos, codificados durante todo o processo alquímico.

28
Podemos acrescentar que a paixão de Jung pela Alquimia deriva da
“aproximação” que o estudioso encontrou, ao ler os tratados alquímicos, com a
nossa moderna Psicologia clínica. De fato, assim como nas religiões orientais,
viu-se na Alquimia todo o seu intricado simbolismo, manifestações de cunho
psicológico que “clamavam” pela reelaboração ou pela busca do self, da
totalidade do sujeito.

Em outras palavras, a Alquimia seria a antecessora da Psicologia


Analítica. O sujeito – no caso o paciente – não necessitaria de um laboratório
físico e nem deveria se preocupar com questões químicas. O mesmo deveria se
preocupar em expressar seus símbolos, mediante desenhos, fala, sonhos e
outros tipos de expressão, e com ajuda de seu psicólogo, produzir uma espécie
de “regeneração psicológica”, buscando com isso o seu “ouro filosófico” ou a
integridade com o seu self.

29
Esta supertficial explicação sobre a utilização da essência alquímica em
uma sessão analítica, pode nos levar a crer que Jung tenha proposto um certo
tom religioso em sua clínica. Porém, uma resposta negativa é a mais coerente
para esta afirmação. Jung (1994) em nenhum momento faz alusão de que seu
paciente deva ter algum tipo de crença. Ele, no entanto, emprega a essência
roligioso-alquímica, conotando somente em uma busca interior pela centralidade
e totalidade do ser humano.

Sobre a teoria da Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung

O posicionamento de Jung, com base nas teorias da psicologia profunda


e da psiquiatria dinâmica de sua época, contesta as abordagens organicistas
inerentes da Psiquiatria Clássica. Para ele, o materialismo científico não permite
a apreciação da importância decisiva dos fatores psicológicos, relacionais,
ambientais para o adoecimento psicológico. Jung critica a formação dos médicos
de sua época, pois estão enclausurados e especializados apenas em estudos
anátomo-fisiológicos. (Jung, 1971, §297).

A psique não é uma coisa dada, imutável, mas um produto de sua história
em marcha. Assim, não só secreções glandulares alteradas ou relações
pessoais difíceis são as causas de conflitos neuróticos; entram em jogo também,
em igual proporção, tendências e conteúdos decorrentes da história do espírito.
Conhecimentos bio-médicos previamente são insuficientes para compreender a

30
natureza da alma. O entendimento psiquiátrico do processo patológico de modo
algum possibilita o seu enquadramento no âmbito geral da psique. Da mesma
forma, a simples racionalização é um instrumento insuficiente. A história sempre
de novo nos ensina que, ao contrário da expectativa racional, fatores assim
chamados irracionais exercem o papel principal, e mesmo decisivo, em todos os
processos de transformação da alma. (Jung, 2013, p.17).

Para ele, a perspectiva organicista e racionalista não é suficiente para a


compreensão do pathos da alma. Não se trata de negar a existência
organogênica, certamente muitos adoecimento como intoxicação, má formação,
traumas, entre outros levam a manifestações psicopatológicas. Mas, de modo
geral, o problema da alma vai além do viés fisiológico, pois é ela um território em
si, com leis próprias, diferente das leis fisiológicas. Assim, o empreendimento de
Jung como pesquisador da alma humana é identificar as leis inerentes de tais
processos, a natureza particular da psique.

A psicogênese das doenças mentais implica em reconhecer que há uma


condicionalidade para a gênese das doenças mentais, que "(...)é de natureza
psíquica. Pode ser um choque psíquico, um conflito desgastante, uma adaptação
psíquica errônea ou uma ilusão fatal" (Jung, 1990, §496). Em outras palavras, o
paradigma psicodinâmico consiste em enfatizar a afetividade como causa do
desequilíbrio "na regulação, direção e perturbação da vida psíquica". (Martinez,
2006, p.94).

Os trabalhos iniciais de Jung tinham fundamentavam-se na compreensão


causalista dos fenômenos psicopatológicos pautando-se no uso de métodos
quantitativos, experimentais e a investigação redutiva psicanalítica. Este
momento perdura até aproximadamente 1913, com a publicação do livro
"Transformações e Símbolos da Libido". Segundo Penna (2013, p.83), trata-se
de um marco inicial que se deu pelo rompimento de Jung com Freud e a
Psicanálise e sua apresentação de um novo método de investigação dos
fenômenos psíquicos: o método associativo-comparativo. Este método se
fundamenta na filogênese (coletiva, arquetípica) dos elementos psicológicos, em

31
detrimento da perspectiva ontogenética (individual, biográfica) de Freud. Isto
significa dizer que é neste momento que Jung aponta para a hipótese de um
inconsciente mitológico: o material individual possui um correlato com o material
mitológico e coletivo (humanidade em geral). O método comparativo seria a raiz
da amplificação simbólica, que mais tarde seria desenvolvido.

O conceito de inconsciente mitológico ou coletivo lança bases para o


desenvolvimento de uma abordagem simbólica dos fenômenos psicológicos por
meio do método hermenêutico sintético-construtivo. Esta abordagem da
experiência psicopatológica e dos sintomas desenvolvida por Jung implica em
compreendê-los não apenas pela lógica racional e causalista, mas por meio de
analogias de imagens com sentidos e significados (hermenêutica). Para abordar
o humano é preciso considerar seus aspectos irracionais, imaginativos,
intuitivos. Suas contribuições para o campo da psicopatologia se distinguem das
concepções médicas clássicas, pois avança em termos metodológicos, insere
conhecimentos além do campo da medicina, tais como filosofia, mitologia,
história, ciências da religião, etologia, etc. sem perder o caráter clínico e empírico
das investigações e intervenções (Whitmont, 1969, p.24).

Para Jung, a psiquiatria clássica é racionalista e mecanicista, pois avalia


os conteúdos psicológicos em nível de normalidade, de conceito/diagnóstico em
detrimento de sentido e de experiência/imagem. A abordagem sintomática da
psiquiatria compreende os adoecimentos em termos de causalidade e disfunção,
como se algo errado estivesse ocorrendo naquele indivíduo. (Whitmont, 1969,
p.19).

A abordagem simbólica de Jung apresenta uma perspectiva dialética ao


invés de lógica e linear. Para ele, a psique se expressa por meio de símbolos
que possuem uma finalidade de desenvolvimento psicológico (individuação) e
não apenas expressão do material inconsciente reprimido. O símbolo é uma
totalidade que une polaridades consciente e inconsciente ou fatores
heterogêneos que podem estar em conflito na psique visando uma superação
transcendente (síntese da relação dialética dos opostos) de modo que se
alcance uma nova consciência, uma nova perspectiva. O símbolo é "(...) uma
imagem de um conteúdo em sua maior parte transcendental ao consciente. É

32
necessário descobrir que tais conteúdos são reais, são agentes com os quais
um entendimento não só é possível, mas necessário". (Jung, 2013, §114).

Os sintomas devem ser compreendidos simbolicamente e isto significa


que apontam para além de si, para além da compreensão acessível da
consciência. Sendo a linguagem da alma subjetiva, imagética e coletiva,
demonstra que para compreendê-la é preciso apropriar-se do pensamento
hermenêutico e analógico para alcançar os sentidos e significados dos símbolos
e sintomas, pois "mais precisamente, ela possui leis e estruturas próprias que
correspondem às leis estruturais da emoção e do conhecimento intuitivo."
(Whitmont, 1969, p.19).

A experiência psicopatológica quando compreendida simbolicamente


apresenta, por traz de sua aparente irracionalidade, desadaptação e
contradição, profundos significados, possibilidades de desenvolvimento e de
renovação da postura do indivíduo perante sua realidade (Whitmont, 1969, p.23).

Segundo Clarke (1993) e Shandasami (2011), a teoria de Jung é alvo de


muitas críticas, considerada contraditória, sem sistematização do pensamento e
com lacunas teóricas. Ela segue uma linha não racional (analógica) e não linear
(circular) de pensamento, semelhante a sua proposta metodológica de
investigação dos fenômenos psíquicos: a amplificação. Trata-se de uma forma
de pensamento por semelhanças, em torno de um objeto central: o símbolo.
Assim, suas investigações se apropriam de caminhos diversos, com múltiplas
referências de conhecimentos, como a história da humanidade, as religiões, a
biologia, a filosofia, entre outras, para alcançar uma compreensão profunda dos
fenômenos psicológicos.

Segundo Silveira (1997, p.16), por um lado Jung possuía uma postura
científica: desenvolve seus trabalhos como médico psiquiatra e pesquisador da
alma humana com base em procedimentos científicos experimentais e
empíricos, além de um grande aprofundamento nos conhecimentos humanos
gerais. Investigava com rigor empírico seus resultados com referência em dados
da realidade, realizou experimentações, viagens para outros países e culturas,
além de sua vasta experiência cotidiana como médico psiquiatra. Por outro lado,

33
grande parte de sua obra foi constituída a partir das elaborações de suas
experiências pessoais interiores, suas visões, sonhos, insights profundos, etc.

Brooke (1991, p.22) e Samuels (2002, p.9) apresentam uma concepção


semelhante, a dizer que a obra junguiana é atravessada por duas perspectivas:
uma científica natural e outra poética. Para Brooke, Jung utiliza a linguagem das
ciências naturais que advém de sua prática médica e de pesquisador. Porém,
sua perspectiva científica não se consolida totalmente nos moldes da ciência
clássica cartesiana e positivista. Tende mais a perspectiva moderna de ciência,
a-causal, sistêmica, reconhecendo a influência do observador, do contexto
histórico nas elaborações teóricas do conhecimento, uma epistemologia
relativista.

Já a perspectiva poética origina-se das suas experiências pessoais,


corroborando com Silveira (1997), e a preocupação de encontrar os significados
intrínsecos dos fenômenos e da existência humana. Sua sensibilidade e
pensamento poético o aproximam das teorias fenomenológicas existenciais,
desconstruindo a perspectiva objetivista cartesiana. A perspectiva poética é
alegar a sensibilidade poética como ontologicamente válida para se alcançar o
conhecimento sobre a alma humana, a psique. A imaginação e a fala por
metáforas adquirem status ontológico, na medida em que, por elas, se faz um
aprofundamento nas perspectivas da psique e possibilita a descrição com mais
precisão sobre a realidade psicológica. Como exemplo, o uso das imagens
alquímicas, os mitos e os contos de fadas para ilustrar e aproximar a
compreensão significativa dos processos psicológicos profundos. (Brooke, 1991,
p.32).

Ao mesmo tempo em que se aproxima da perspectiva fenomenológica, é


indisciplinado e incoerente, pois não apresenta um campo epistemológico bem
elaborado. A crítica que recebe da perspectiva fenomenológica é que Jung não
se desvincula totalmente do pensamento cartesiano quando parece se
preocupar mais em classificar estruturas, categorias, dar uma anatomia e
fisionomia à experiência, como por exemplo seus conceitos de arquétipos
(anima, sombra, self, etc.) e as dinâmicas psicológicas destes. Por outro lado,
sua teoria se aproxima da fenomenologia quando faz uso do pensamento
hermenêutico, metafórico e imaginativo. (Brooke, 1991, p.62).

34
O que se faz relevante aqui é destacar o caráter contraditório e não
sistematizado da elaboração teórica de Jung. Esta ambivalência teórica implica
numa concepção de psicopatologia que, segundo Samuels (2002, p.9), pode ser
compreendida metaforicamente como um espectro que oscila: de um lado
denominado "profissional", do outro denominado "poético". A dimensão
profissional se remete ao jargão médico psiquiátrico com diagnósticos, termos
classificatórios que pode ser encontrado tanto na psicopatologia geral como na
Psicologia Analítica. Termos como "depressão", "complexo paterno",
"tendências regressivas", "constelação do arquétipo", entre outros, são jargões
científicos que definem e delimitam uma experiência psicológica. Por outro lado,
a dimensão poética remete a leitura mitopoética, fenomenológica, como uma
análise artística dos fenômenos encontrados, inclusive uma releitura do próprio
jargão médico.

Não se deve abandonar nem um, nem outro, posto ser ambos
fundamentais no processo psicoterapêutico. O termo profissional orienta o
procedimento terapêutico, mas tende a ser insuficiente para a compreensão do
processo subjetivo do paciente, sendo assim fundamental a compreensão
poética. (Samuels, 2002, p.10).

35
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