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Ercilia Simone Dalvio Magaldi

Pedagoga
Filósofa
Especialista em Psicologia Junguiana
UNAERP
Mestre em CRE – PUCSP
Doutora em CRE – UMESP
psicoterapeuta
Fundadora do IJEP

FUNDAMENTOS
DE PSICOLOGIA
ANALÍTICA
Enquanto muitos cientistas e
pensadores concebem como
única realidade o visível e
material, Jung, e outros,
ampliam este conceito para
além das fronteiras da
matéria. Há de se pensar,
inclusive, que a psique é a
única realidade, uma vez que
a existência física é pura
dedução daquilo que nossos
sentidos transmitem a ela, e
que ela, por sua vez, projeta
de volta carregando de
conteúdos emocionais.
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PSIQUE
INCONSCIENTE: COLETIVO – ARQUÉTIPOS
- INSTINTOS
PESSOAL - SOMBRAS
- COMPLEXOS

CONSCIENTE: - EGO
- PERSONA
INCONSCIENTE COLETIVO
• “O inconsciente coletivo contém toda a herança
espiritual da evolução da humanidade, nascida
novamente na estrutura cerebral de cada indivíduo”.
• “O Inconsciente coletivo, na medida em que dele
possamos dizer qualquer coisa, parece consistir em
motivos mitológicos ou imagens primordiais. Por
isso, os mitos de todos os povos são seus reais
expoentes. Na verdade, toda a mitologia poderia ser
entendida como uma espécie de projeção do
inconsciente coletivo”. 4/22
• “A camada mais profunda que conseguimos atingir na mente
do inconsciente é aquela em que o homem perde a sua
individualidade particular, mas onde sua mente se alarga
mergulhando na mente da humanidade – não a consciência –
mas o inconsciente, onde somos todos iguais. Como o corpo
tem sua conformação anatômica com dois olhos, duas
orelhas, um nariz e assim por diante, e apenas ligeiras
diferenças individuais, o mesmo se dá com a mente em
conformação básica. A esse nível não somos mais entidades
separadas, somos um. Podemos compreender isso quando
estudamos a psicologia dos povos primitivos. O fato que mais
salta à vista, na mentalidade primitiva, é essa falta de
diferenciação entre os indivíduos, essa união de sujeito e
objeto, essa ‘participation mystique’ como a chama
denominada por Lévy-Bruhl.” 5/23
Arquétipos e Instintos
formam o Inconsciente
Coletivo porém só temos
acesso as Imagens
arquetípicas que são as
representações mitológicas,
lendárias e etc...e
representam todo
comportamento humano são,
portanto, em número infinito.
Arquétipos e instintos são
psicóides = ao mesmo tempo
matéria e espírito. Arquétipos
= typos
A estrutura comum que Jung sempre
se refere são os arquétipos: “certas
formas e imagens de natureza
coletiva, que surgem por toda parte
como elementos constitutivos dos
mitos e ao mesmo tempo como
produtos autóctones individuais de
origem inconsciente”. Os arquétipos
conferem sentido e significado à vida
psíquica e são herança espiritual de
todo eon da espécie, estão presentes
no inconsciente coletivo são
estruturas que aparecem nas
experiências humanas individuais e
coletivas. Vemos suas manifestações
em todas as sociedades.
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“O conceito de arquétipo foi tantas vezes mal entendido
que é difícil falar dele sem que devamos explicá-lo sempre
de novo. É derivado da variada e repetida observação de
que, por ex., os mitos e contos de fadas da literatura
mundial contêm motivos determinados que aparecem
sempre e em todos os lugares. Estes mesmos motivos nós
os encontramos nas fantasias, sonhos, delírios e
alucinações do homem de hoje. Essas imagens e
associações típicas são designadas representações ou
ideias arquetípicas. Quanto mais nítidas forem, tanto mais
virão acompanhadas de tons sentimentais bem vivos. Isto
lhes dá um especial dinamismo no âmbito da vida psíquica.
São impressionantes, influenciam e fascinam.
Jung diz que os arquétipos se parecem como um cristal em sua forma,
ou como recipientes vazios, que contem em sí modos de
comportamentos idênticos em todos os lugares e em todos os
indivíduos. Porém um indivíduo sadio pode dar forma ao arquétipo,
decidindo se vai permitir o fluir da energia no sentido construtivo ou
destrutivo que existe em todos os arquétipos.
O arquétipo é inevitável e ubíquo, suscetível de variação infinita e
herdado pela psique. É uma entidade hipotética, irrepresentável em sí
mesma e evidente somente através de suas manifestações.
O arquétipo é uma cunhagem primordial que interfere diretamente no
modo de percebermos e de nos relacionar com o mundo. É um conceito
psicossomático, que une o corpo com a psique, o instinto com as
imagens, assim todas as imagens psíquicas compartilham de arquétipos.
Todos os arquétipos portam uma forte carga de energia, suscitam os
afetos cegando o indivíduo para a realidade, pois toma posse da
vontade. São ativados compulsivamente, contra qualquer razão e
vontade, como os instintos.
Os arquétipos se manifestam principalmente nos sonhos, surgem
sempre de forma involuntária e espontânea, o que aparece, na
verdade, são as imagens arquetípicas. Um arquétipo sempre tem
um caráter universal, aparecendo nos mitos, religiões, nos
delírios de vários doentes mentais, nos sonhos do início da
infância, enfim é de domínio da humanidade.
Existe um arquétipo para cada situação típica da vida, pois as
repetições destas situações ficaram gravadas no psiquismo e,
esta "memória" vai nos possibilitar uma certa reação frente a
estas mesmas situações, em nossa vida pessoal e individual.
Assim os arquétipos são formas sem conteúdo, que vão
registrando todas as percepções e consequentes ações que
temos diante das experiências da vida. Desta maneira é que são
formadas as imagens arquetípicas, que representam a expressão
de um determinado tema ou sentimento existencial.
“O arquétipo psicóide tem a
tendência de comportar-se
como se não estivesse
localizado numa pessoa,
mas como se estivesse
agindo no espaço próximo
ou mais afastado. Na maior
parte dos casos, a
transmissão do fato ou da
situação se dá pela
percepção subliminar de
pequenos sinais de mal-
estar. Os animais e os
primitivos têm um sentido
apurado para estas coisas.”
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Inconsciente pessoal
• “O inconsciente pessoal contém memórias
perdidas, ideias dolorosas que são reprimidas
(isto é, esquecidas de propósito), percepções
subliminares (aquelas percepções dos
sentidos que não são suficientemente fortes a
ponto de atingir a consciência) e, finalmente,
conteúdos que ainda não estão maduros para
a consciência”. 10/22
INCONSCIENTE PESSOAL
• MATERIAL RECONHECÍVEL, DE ORIGEM
DEFINITIVAMENTE PESSOAL.
• AQUISIÇÕES DO INDIVÍDUO OU PRODUTOS DE
PROCESSOS INSTINTIVOS QUE COMPLETAM,
INTEIRAM A PERSONALIDADE.
• HÁ AINDA OS CONTEÚDOS ESQUECIDOS OU
REPRIMIDOS, MAIS OS DADOS CRIATIVOS.
• A psique é tão ampla quanto toda exterioridade que
logramos conhecer, muitas vezes surge de seus confins forças
que nos tomam e as quais não reconhecemos como nossas,
mas como uma outra personalidade em mim, que atua
dentro de sua própria vontade, que eu, absolutamente,
desconheço, são os complexos: “se comportam como
personalidades secundárias ou parciais, dotadas de vida
espiritual autônoma”. Agem como “um outro dentro de
mim”. Podemos entender complexo como um grupo de
ideais ou imagens carregadas emocionalmente: “A via régia
para o inconsciente...não é o sonho, como pensava [Freud],
mas o complexo, que é o arquiteto dos sonhos e dos
sintomas. Nem é essa via tão ‘real’ assim, pois que o caminho
apontado pelo complexo assemelha-se mais a uma senda
rude e extremamente tortuosa”. 12/23
• Os complexos possuem graus variados
de autonomia. Desde os parcialmente
conscientes (jamais inteiramente
conscientes, no que perderiam o caráter
de complexo) até os totalmente
inconscientes, quando então funcionam
como ‘personalidades’ isoladas dentro
da psique sob o nome de ‘complexos
autônomos’.
• Por efeito dos complexos, vemos o que
queremos ver, ouvimos o que queremos
ouvir. Também em razão deles somos
dotados de arbítrio, porém jamais livre
arbítrio, pois influenciam qualquer
decisão de nossa parte. Diz Jung: ‘a
maioria das pessoas sabe que
possuimos complexos, porém poucos
sabem que na verdade eles é que nos
possuem’.
Sombra • São os aspectos ocultos ou
inconscientes de si mesmo,
bons ou maus, que o ego ou
reprimiu ou jamais reconheceu.
• A sombra é um problema moral
que desafia toda a
personalidade do ego, pois
ninguém pode tornar-se
consciente da sombra sem um
considerável esforço moral. A
sua conscientização envolve o
reconhecimento dos aspectos
sombrios da personalidade
como presentes e reais.
Consciência
• “A consciência não se cria a si mesma; emana de
profundezas desconhecidas. Desperta
gradualmente na infância e durante toda a vida
desperta, a cada manhã, das profundezas do
sono, surgindo de uma condição
inconsciente...Não é apenas influenciada pelo
inconsciente, mas emerge dele continuamente,
sob forma de inumeráveis ideias espontâneas e
de repentinos lampejos de pensamento”.
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• “Uma consideração importante sobre a consciência é que
não pode haver elemento consciente que não tenha o
ego como ponto de referência. Assim, o que não se
relacionar com o ego não atingirá a consciência. A partir
desse dado, podemos definir a consciência como a
relação dos fatos psíquicos com o ego.”
• O ego : “é um dado complexo formado primeiramente
por uma percepção geral de nosso corpo e existência e,
a seguir, pelos registros de nossa memória. Todos temos
uma certa ideia de já termos existido, quer dizer, de
nossa vida em épocas passadas, todos acumulamos uma
longa série de recordações. Esses 2 fatores são os
principais componentes do ego, que nos possibilitam
considerá-lo como um complexo de fatos psíquicos.”
ORIENTAÇÃO ECTODÉRMICA E
ENDODÉRMICA DA CONSCIÊNCIA
• “A ECTOPSIQUE É UM SISTEMA DE
RELACIONAMENTO DOS CONTEÚDOS DA
CONSCIÊNCIA COM OS FATOS EXTERIORES, COM
OS QUAIS ENTRO EM CONTATO ATRAVÉS DAS
FUNÇÕES SENSORIAIS.” = SENTIDOS
• “A ENDOPSIQUE É O SISTEMA DE RELAÇÃO
ENTRE OS CONTEÚDOS DA CONSCIÊNCIA E OS
PROCESSOS DESENROLADOS NO INCONSCIENTE.”
= MEMÓRIA E PROCESSO DE JULGAMENTO
• “UMA TERCEIRA FONTE DE CONTEÚDOS
CONSCIENTES SERIA O LADO OBSCURO DA
MENTE: O MUNDO INCONSCIENTE.”
PERSONAS
“O EU QUE FREQUENTEMENTE
APRESENTAMOS AO MUNDO
EXTERIOR.”
“É UM COMPLEXO FUNCIONAL
QUE PASSA A EXISTIR POR
RAZÕES DE ADAPTAÇÃO OU
CONVENIÊNCIA PESSOAL.”
“A PERSONA É AQUILO QUE NA
REALIDADE NÃO SOMOS, MAS
AQUILO QUE TANTO NÓS COMO
OS OUTROS PENSAMOS QUE
SOMOS”. 18/22
• “É minha alma, com sua riqueza de imagens,
que confere cor e som ao mundo, e aquela
certeza racional sumamente real que
chamamos experiência é um aglomerado
complicadíssimo de imagens psíquicas,
mesmo em sua forma mais simples. Assim, em
certo sentido, da experiência imediata só nos
resta a psique mesma. Tudo nos é
transmitido através da psique, traduzido,
filtrado, alegorizado, desfigurado e mesmo
falsificado”
“Tudo que experimento é psíquico... Minhas
impressões sensoriais são imagens
psíquicas e só estas constituem meus
objetos imediatos de experiência... Somos,
na verdade, tão isolados pelas imagens
psíquicas que não podemos penetrar até a
essência das coisas externas a nós mesmos.
Todo o nosso conhecimento é condicionado
pela psique, que, por ser a única imediata
é superlativamente real”. 20/22
“Sabemos que a
consciência psicológica e
seus conteúdos são a
parte modificável da
psique, mas quanto mais
profundamente tentarmos
penetrar, ao menos
indiretamente, no campo
da psique inconsciente,
tanto mais se firma nossa
impressão de que estamos
lidando com uma entidade
autônoma.” CT
MÉTODOS USADOS NA
INVESTIGAÇÃO DOS
ELEMENTOS ORIGINÁRIOS
DOS PROCESSOS
PSICOLÓGICOS:

- ASSOCIAÇÃO DE
PALAVRAS
- ANÁLISE DOS
SONHOS
- IMAGINAÇÃO ATIVA

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