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Formação

Constelação
Sistêmica
Familiar
MODULO III
DE ATENDIMENTO SISTÊMICO
LEIDIANE NOGUEIRA- F o r m a ç ã o e m c o n s t e l a ç ã o F a m i l i a r

SUMÁRIO

AS ORDENS DO AMOR
Consciente – Inconsciente Coletivo e pessoal
As Ordens do Amor e o Sistema segundo Bert Hellinger
FENOMENOLOGIA

NEURÔNIOS ESPELHO

NEUROSE DE CLASSE

FENOMENOLOGIA

TRAUMAS TRANSGERACCIONAIS

LEALDADES FAMILIARES
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Consciente – Inconsciente Pessoal – Inconsciente Coletivo NA CONCEPÇÃO DE CARL


GUSTAV JUNG

Consciente e inconsciente são os opostos primordiais da vida psíquica. No consciente podemos manter
apenas uma pequena parcela dos elementos e conteúdos advindos do inconsciente. Portanto, o inconsciente
engloba todas as disposições pessoais e coletivas disponíveis, aquelas não relacionadas e/ou associadas
dentro dos paradigmas do ego. Consciente e Inconsciente abrangem todos dos conteúdos ou processos
psíquicos. (JUNG, 2009). Ocorrem, diuturnamente, interruptamente, trocas dinâmicas de conteúdos
conscientes por conteúdos inconscientes, seja por esquecimento, repressão e/ou desvalorização da
importância antes atribuída a um determinado conteúdo, muito embora, seja importante ressaltar, que eles
não desaparecem, podendo ser novamente ativados por estímulos diversos.
Jung confirma que, “Através da experiência sabemos, por exemplo, que, conteúdos conscientes
podem tornar-se inconscientes devido à perda de seu valor energético. Esses conteúdos, que estão abaixo do
limiar da consciência, não desaparecem simplesmente e que, oportunamente, mesmo após decênios, podem
emergir das profundezas, se alguma circunstância for favorável como, por exemplo, o sonho, a hipnose, a
criptomnésia ou um reavivamento de associações com o conteúdo esquecido”. JUNG, 2009)
Segundo Jung, dentro do inconsciente podemos considerar conteúdos do inconsciente como o pessoal
e o coletivo.
Por inconsciente pessoal, temos as disposições adquiridas de experiências pessoais, na vida de relação,
e por inconsciente coletivo, as disposições herdadas de um manancial alimentado e pertencente à
coletividade.
O Inconsciente Coletivo
Segundo Jung, o inconsciente coletivo não deve sua existência a experiências pessoais; ele não é
adquirido individualmente. Jung faz a distinção: o inconsciente pessoal é representado pelos sentimentos e
idéias reprimidas, desenvolvidas durante a vida de um indivíduo. O inconsciente coletivo não se desenvolve
individualmente, ele é herdado. É um conjunto de sentimentos, pensamentos e lembranças compartilhadas
por toda a humanidade.
O inconsciente coletivo é um reservatório de imagens latentes, chamadas de arquétipos ou imagens
primordiais, que cada pessoa herda de seus ancestrais. A pessoa não se lembra das imagens de forma
consciente, porém, herda uma predisposição para reagir ao mundo da forma que seus ancestrais faziam.
Sendo assim, a teoria estabelece que o ser humano nasce com muitas predisposições para pensar, entender e
agir de certas formas. Por exemplo, o medo de cobras pode ser transmitido através do inconsciente coletivo,
criando uma predisposição para que uma pessoa tema as cobras. No primeiro contato com uma cobra, a
pessoa pode ficar aterrorizada, sem ter tido uma experiência pessoal que causasse tal medo, e sim derivando
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o pavor do inconsciente coletivo. Mas nem sempre as predisposições presentes no inconsciente coletivo se
manifestam tão facilmente.
Os arquétipos presentes no inconsciente coletivo são universais e idênticos em todos os indivíduos.
Estes se manifestam simbolicamente em religiões, mitos, contos de fadas e fantasias. Entre os principais
arquétipos estão os conceitos de nascimento, morte, sol, lua, fogo, poder e mãe. Após o nascimento, essas
imagens preconcebidas são desenvolvidas e moldadas conforme as experiências do indivíduo.
Por exemplo: toda criança nasce com o arquétipo da mãe, uma imagem pré-formada de uma mãe, e à
medida que esta criança presencia, vê e interage com a mãe, desenvolve-se então uma imagem definitiva.
Jung acreditava que na vida cada individuo tem como tarefa uma realização pessoal, o que torna uma
pessoa inteira e sólida. Essa tarefa é o alcance da harmonia entre o consciente e o inconsciente.
Jung explorou outras áreas da psicologia, tais como o desenvolvimento da personalidade, identificação
de estágios da vida, as dinâmicas da personalidade, sonhos e símbolos, entre outras. Suas teorias tiveram um
grande impacto sobre o campo da filosofia e são amplamente estudadas e praticadas até os dias de hoje.
Tudo que vem do inconsciente apresenta característica numinosa, e por ser grandioso e autônomo,
não depende do consentimento da consciência para se manifestar.
“Podemos distinguir o inconsciente pessoal, como sendo aquele, que engloba todas as aquisições de
existências pessoais”.
Nele há o esquecimento, o reprimido, o subliminalmente percebido, pensado e sentido.
Jung completa: “Ao lado desses conteúdos inconscientes pessoais, há outro conteúdo, que não
provem das aquisições pessoais, mas da possibilidade hereditária do funcionamento psíquico em geral, ou
seja, da estrutura cerebral e psíquica herdada. São as conexões mitológicas, os motivos e imagens, que podem
nascer de novo, a qualquer tempo e lugar, sem tradição ou migração histórica. Denomino este conteúdo de
inconsciente coletivo”. (JUNG, 2009)

O INCONSCIENTE NA CONCEPÇÃO DE CARL GUSTAV JUNG


Conforme o pensamento proposto por Carl Gustav Jung (1875 – 1961), a fixação de limites no campo
da consciência humana é um fato impossível de ser consumado.
Para Jung, de maneira empírica, os limites da consciência atingem o que chamamos de universo
desconhecido.
De acordo com Jung, o desconhecido pode ser dividido em dois grupos:
 Desconhecido do Mundo Externo;
 Desconhecido do Mundo Interno.
O Desconhecido do mundo interno é o mundo pelo qual denominamos Inconsciente.
O Inconsciente, na concepção de Carl Gustav Jung (2016), consiste no mundo escondido, desconhecido
de cada indivíduo. Este mundo, subjacente, fatalmente, escapa ao controle do campo da consciência.
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O inconsciente exerce uma influência poderosa na vida, nas emoções, nos comportamentos e atitudes,
sem que a consciência humana tenha noção de tal acontecimento.
Carl Gustav Jung, defende a ideia de que é o inconsciente que cria o consciente. Portanto, em última
análise, o inconsciente é a mãe da consciência.
De acordo com Jung, o Inconsciente se divide em duas camadas: Inconsciente Pessoal e Inconsciente.
O Inconsciente Pessoal é o reservatório de todo material que já foi consciente, porém foi esquecido
ou reprimido.Tudo aquilo que o Ego não suporta é transferido da Consciência para o Inconsciente Pessoal.
Este nível da Psique é comparado a um receptor, pois ele tem a função de receber todas as atividades
psicológicas e todos aqueles conteúdos que não conseguem se harmonizar com o processo de Individuação e
com o Consciente.
Todo conteúdo presente em toda a Estrutura da Psique, por mais absurdo e sem sentido que pareça, é
real.
O Inconsciente Coletivo para Jung consiste em toda herança espiritual de evolução da Humanidade,
nascida novamente na estrutura cerebral de cada ser humano.
Neste nível profundo da Psique, podemos dizer que somos todos iguais e que não somos entidades
separadas, pois todos somos “um”.
Para a psicanalista e antiga presidente da SFPA (Sociedade Francesa de Psicologia Analítica), Viviane
Thibaudier (2014), todos os conteúdos originados pelo inconsciente e que retornam ao campo da consciência,
tem a capacidade de permitir a compreensão de todas as relações neuróticas que mantemos com o mundo
externo.

Entenda estas partes da mente humana segundo Freud

Por muito tempo, acreditou-se que a mente humana era composta apenas pelo consciente. Ou seja, a
pessoa era pensada como um animal com plena capacidade de administrar. De acordo com:
 Seu desejo;
 As regras sociais;
 As suas emoções;
 Por fim, suas convicções.
Mas se a pessoa tem condições de perceber e controlar o conteúdo de sua mente, como explicar as
doenças psicossomáticas? Ou aquelas memórias que vêm à tona de forma aleatória?
Segundo Freud, quais as instâncias da mente humana?
Freud afirma que não tem descontinuidade na mente humana. Dessa forma, não têm coincidências em
nossos pequenos erros do dia-a-dia. Quando trocamos um nome, por exemplo, não estamos cometendo
acidentes aleatórios.
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Por isso, Freud afirma que nossa mente não possui apenas a parte consciente. Para encontrar as
relações ocultas existentes entre os atos conscientes, Freud opera uma divisão topográfica da mente. Nela,
ele delimita três níveis mentais ou instâncias mentais:
 Consciente;
 Pré-consciente;
 Inconsciente.

O que é o Consciente

O nível consciente nada mais é do que tudo aquilo do que estamos conscientes no momento, no
agora. Ele corresponderia à menor parte da mente humana. Nele está tudo o que podemos perceber e
acessar de forma intencional.
Outro aspecto importante é que o consciente funciona de acordo com as regras sociais, respeitando
tempo e espaço. Isso significa que é por meio dele que se dá a nossa relação com o mundo externo.
O nível consciente seria a nossa capacidade de perceber e controlar o nosso conteúdo mental. Apenas
aquela parte de nosso conteúdo mental presente no nível consciente é que pode ser percebida e controlada
por nós.
Em resumo, o Consciente responde pelo aspecto racional, por aquilo que estamos pensando, pela
nossa mente atenta e por nossa relação com o mundo exterior a nós. É uma pequena parte da nossa mente,
embora acreditemos que seja a maior.
O que é Pré-consciente
O pré-consciente é muitas vezes chamado de “subconsciente”, mas é importante destacar que Freud
não utilizava o termo subconsciente. O pré-consciente se refere àqueles conteúdos que podem chegar ao
consciente, mas que lá não permanecem.
Os conteúdos são informações sobre as quais não pensamos, mas que são necessárias para que o
consciente faça suas funções. Nosso endereço, o segundo nome, nome dos amigos, telefones e assim por
diante.
É importante lembrar ainda que, apesar de se chamar Pré-consciente, esse nível mental pertence ao
inconsciente. Podemos pensar no pré-consciente como algo que fica entre o inconsciente e o consciente,
filtrando as informações que passarão de um nível ao outro.
O que é Inconsciente
Inconsciente se refere a todo aquele conteúdo mental que não está disponível para a pessoa em
determinado momento.
Ele é não só a maior fatia de nossa mente, mas também, para Freud, a mais importante. Quase todas
as memórias que acreditamos estarem perdidas para sempre, todos os nomes esquecidos, os sentimentos
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que ignoramos estão em nosso inconsciente.Isso mesmo: desde a mais tenra infância, os primeiros amigos, as
primeiras compreensões: tudo está guardado. Mas seria possível acessá-lo? Seria possível reviver essas
lembranças? Acessar essas lembranças é possível. Não em sua totalidade, mas de algumas fatias. Esse acesso
acontece muitas vezes através dos sonhos, dos atos falhos e da terapia psicanalítica.
Para Freud, a reflexão que mais interessa quanto ao inconsciente é vê-lo com uma porção de nossa
mente que não está acessível pela lembrança clara, que não é fácil (talvez nem mesmo possível) convertê-lo
em palavras claras.
Podemos dizer que o inconsciente tem uma linguagem própria, não se baseia no tempo cronológico ao
qual estamos acostumados. Também, é possível dizer que o inconsciente não enxerga o “Não”, ou seja, ele é
baseado na pulsão e, em certo sentido, na agressividade e na realização imediata do desejo.

Entendendo mais sobre o Inconsciente


Além disso, é no inconsciente que estão as chamadas pulsão de vida e pulsão de morte. Que seriam
aqueles elementos que estão em nós como o impulso sexual ou o impulso destrutivo. A vida em sociedade
exige que alguns comportamentos sejam reprimidos. Por isso, eles ficam presos no inconsciente.
O inconsciente tem suas próprias leis. Além de ser atemporal em que não têm as noções de tempo e
espaço. Ou seja, o inconsciente não sabe a ordem dos fatos, nas experiências ou nas memórias. Além disso, é
ele o principal responsável pela formação da nossa personalidade.

FENOMENOLOGIA

O tema se revela de grande importância pelo fato de se questionar como uma pessoa é capaz de
sentir algo e dizer coisas tão pertinentes numa constelação sistêmica? O ser humano possui esta capacidade
de percepção?
A fenomenologia aborda o difícil tema de como captamos a realidade. Neste ponto, não vamos nos
preocupar diretamente sobre a abrangência do que seja realidade e sim como o ser humano percebe aquilo
que se manifesta., ou seja, aqui será tratado sobre a experiência vivida do homem.
Podemos propor uma pergunta: o azul que vejo é da mesma tonalidade e intensidade com um outro
vê? O precursor do tema foi o alemão Edmund Husserl, que estudou profundamente a consciência, entendida
como a experiência subjetiva advinda dos estímulos recebidos por nossos sentidos.
Outra indagação que se faz é a seguinte: o quanto somos influenciados pelas percepções anteriores?
Esta questão remete à rotineira atividade de nossa mente de classificar, rotular, comparar e julgar a realidade
objetiva. Por esta razão, o filósofo alemão acima mencionado propôs um necessário disciplinamento para
manter a clareza e precisão do sentido do ser, o que chamou de redução fenomenológica.
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Hellinger também estabeleceu seu procedimento fenomenológico: “O primeiro passo deste caminho
de conhecimento é: eu esqueço tudo o que foi dito antes sobre o problema. Seja lá o que é ou foi dito, isto é,
criem um espaço entre vocês e o problema dele.” (2015, p.151)
Hellinger também faz um alerta no procedimento fenomenológico: “permanecemos sem medo. Não
sentimos medo do que se revela e nem do que as outras pessoas dirão, quando permanecemos dentro da
postura do esquecimento e da falta de intenção. É o que há de mais difícil, porém, quando permanecemos
nessa postura sentimos uma força diferente. Agora, estamos abertos para um novo conhecimento, talvez para
um conhecimento inusitado, talvez para um conhecimento que nos amedronta.” (2015, p.151)
Por fim, a fenomenologia nos leva a uma abertura receptiva, em que o sujeito espera para que a nova
experiência ou estímulo de sua nova observação chegue em sua consciência. Não é uma atitude ativa, um
fazer, mas sim um não-fazer, na espera deste toque da realidade.
A maior dificuldade desta fase é não se entregar a uma atitude ativa e pintar a realidade com aquilo
que já é conhecido. Assim descreve a possível tendência das pessoas: “A maior dificuldade durante a abertura
receptiva está em suportar o tempo de espera para o surgimento da nova experiência sem utilizar aquilo que
já foi assimilado pela consciência e, portanto, se encontra disponível. Durante o momento de abertura
receptiva, caso o tempo subjetivo pareça longo, o sujeito pode tender a buscar explicações em algum
conhecimento que já esteja previamente armazenado, mas o objetivo dessa fase é justamente que ele não o
faça para que surja a nova experiência. Trata-se de uma espera sem o conhecimento do que irá se revelar. O
gesto de deixar vir pressupõe uma espera, mas é focado e aberto e isento de conteúdo por um tempo. Os
pensamentos surgem uns após os outros de modo acelerado, mas na fase de abertura busca-se um estado em
que possa surgir algo novo e não algo que já estava aí na forma de um pensamento antigo.”
Com sua sabedoria impar, Bert Hellinger indica como se mantém distante das percepções da realidade
anteriores: “me exponho a uma situação ou problema do cliente sem nenhuma intenção.” Aqui, fica claro que
se a pessoa possui uma intenção ou uma sugestão para a questão do cliente, haverá uma tendência da mente
em direcionar a percepção da realidade para aquilo que já predispôs como o mais adequado na resolução da
questão ou ainda, irá coincidir a realidade com a sua expectativa.
Visto a base filosófica do que seja a percepção da realidade, há necessidade de que seja abordado
como os seres humanos entram em ressonância entre si.
Uma pessoa possui capacidade de entrar em ressonância com uma energia gerada por outra a uma
longa distância?
Não há nenhuma dúvida quanto à possibilidade de uma mãe comunicar-se sem palavras com seu filho
recém-nascido, como também é possível captar a emoção de uma pessoa sem palavras. Somos seres que nos
influenciamos mutuamente, que se pode dizer que sejam um contágio emocional. Utilizando-se o
ensinamento do Professor Franz Ruppert, “não é necessário que o outro nos comunique em palavras o que
sente, em que ´pensa ou o pretende fazer. Os neurônios-espelho nos ajudam a simular em nós uma imagem
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da outra pessoa. Reconhecemo-nos como seres humanos à medida que nos espelhamos mutuamente,os
neurônios-espelho podem ser considerados como o correlato neurológico da capacidade de empatia.
Perceber, pensar e sentir por empatia, um pressuposto da convivência social, está profundamente arraigado
em nossas estruturas cerebrais.” (2012, ps.31 e 32).
Mas, qual realidade que experimentamos quando estamos fazendo uma constelação? O que
percebemos através de nossos neurônios-espelho que nos coloca em ressonância com informações de
pessoas que nunca tivemos contato? E a resposta é o campo morfogenético.
Em sua obra A Sensação De Estar Sendo Observado(2014), Rupert Sheldreke menciona vários
experimentos indicativos do campo, tais como a telepatia entre animais, dentre eles pássaros e cardumes,
como também o poder de fazer as pessoas voltar-se para trás, os efeitos das vigilâncias em circuitos internos
de televisão, como também por binóculos ou lunetas, dentre outros.
No que tange às constelações sistêmicas, pode-se vislumbrar é perfeitamente possível um
representante entrar em ressonância com algo ou alguém até então nunca tivera contato, considerando que a
pessoa estará numa atitude fenomenológica adequada para entrar em contato com as informações
disponíveis no campo.

A ressonância dentro de um campo

Neste ponto, é importante destacar o que seja ressonância mórfica e sua diferenciação de
transmissão de energia. Na lição de Marli Ranal (2017, ps. 34 e 35), “a maneira pela qual indivíduos do
passado (moléculas ou organismos) influenciam os campos mórficos do indivíduos do presente depende de
um processo chamado ressonância mórfica, que é a influência do semelhante pelo semelhante, através do
espaço e do tempo. A ressonância mórfica não diminui com a distância, pois ela não envolve transferência de
energia corpo a corpo, mas de informação, uma forma de energia não-local. Esta hipótese permite entender
que as regularidades da natureza são governados por hábitos por ressonância mórfica e não por leis eternas”.

Os nossos movimentos acontecem dentro de um campo, cuja memória permite a repetição de


padrões, sejam eles morfológicos ou comportamentais, à semelhança do que se observa dentro da biologia
das espécies animais ou vegetais. Pelo processo de ressonância mórfica, descrito por Sheldrake, as formas e
os comportamentos de organismos do passado influenciam os do presente, em função dessa memória
armazenada no campo,”(RANAL,2017)

Ocorre que, os campos são interdependentes. Pode-se dizer empiricamente que ao se movimentar o
campo de um organismo no presente também há uma comunicação ao campo original do passado como
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numa simbiose. Num trabalho realizado em constelação, quando uma pessoa deixa de comportar de
acordo com um padrão e “desata um nó”, haverá uma distensão no campo, que se projeta no campo como
um todo, que não possui limite espacial e temporal.

O acesso do campo pelo ser humano:

Marli Ranal explica que “quando o lado esquerdo do cérebro é acalmado e o direito é ativado, é
possível acessar as informações contidas no campo. Este é o segredo para acessar informações contidas no
campo de ponto zero. Isto ocorre em estados meditativos, em sessões de reiki e outras terapias sutis e
durante as constelações pois o receptor permanece em alerta, no aqui e agora ou ‘na presença’, elimina as
distrações do mundo físico, aquietando o cérebro tagarela, e acessa a fonte profunda de informações, pois
entra em ressonância com o campo”.

Neste campo de ponto zero são armazenadas as informações dos acontecimentos ou registros
históricos que, em seguida, podem ser acessados posteriormente pelos integrantes do sistema, assim como,
por quem esteja numa postura fenomenológica adequada.

Campos Mórficos e Constelações Familiares

Qual o conceito de campo? O campo foi introduzido nos anos 40 por Faraday, na sua pesquisa por
campos elétricos e magnéticos. Campo é aquilo que é imaterial, capaz de causar influência em outros corpos.
Os gregos antigos chamavam isto de “a alma” da matéria.

O fenômeno fundamental no qual as Constelações Familiares se baseiam é o fenômeno das percepções


dos representantes. Essas percepções se manifestam nos representantes que são escolhidos pelo cliente para
representá-lo e também representar certos membros de sua família.

Vamos relembrar, resumidamente, a prática das Constelações Familiares. O cliente apresenta seu
problema ao constelador (um facilitador, terapeuta ou conselheiro, por exemplo) que decide quais pessoas do
sistema familiar do cliente devem ser constelados (colocados em um determinado espaço). É claro que não é
possível colocar todos os membros de seu sistema familiar, uma vez que seriam muitos, o constelador coloca
os membros mais importantes conectados ao problema que o cliente apresentou.

Dentre as pessoas presentes, o cliente escolhe os representantes colocando-os, de acordo com suas
sensações, em relação uns aos outros no espaço definido.

O que então toma lugar é algo tão estranho e surpreendente quanto interessante: os representantes
começam a ter sensações, emoções, pensamentos e até impulsos de se mover ou falar que genuinamente
correspondem à situação relacional e psicológica das pessoas que eles estão representando: um membro
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(falecido ou não) do sistema familiar do cliente. Esses representantes não sabem nada ou praticamente nada
sobre a vida das pessoas que eles representam. Eu gostaria de enfatizar especialmente o fato de que os
representantes não possuem (ou praticamente não possuem) nenhuma informação (detalhada ou explícita)
sobre as pessoas que eles estão representando. Apesar disso, as percepções dos representantes,
surpreendentemente, guiam o constelador até uma (melhor) solução ao problema apresentado pelo cliente,
não apenas para benefício do cliente mas também beneficiando todos os membros do seu sistema familiar
que estão conectados ao problema.

É como se as pessoas consteladas (posicionadas) nesse novo sistema representativo estão entrando
em contato, em ressonância, com o sistema familiar do cliente, e são capazes de fazê-lo apesar da distância
espaço-temporal. O biólogo Rupert Sheldrake chama isso de ressonância mórfica. No contexto dos trabalhos
de Constelações, eu me refiro a esse fenômeno como ressonância morfo-sistêmica.

Durante uma constelação, ocorrem os seguintes tipos de fenômenos com os representantes: eles
manifestam um conhecimento preciso de fatos detalhados da família do cliente, até então desconhecidos,
que são verificados posteriormente pelo cliente após falar com as pessoas próximas ou parentes. Eu
menciono aqui que nós não estamos lidando com uma comunicação mediúnica espírita e que esse fenômeno
ocorre praticamente durante todo o tempo em uma Constelação Familiar. Nós podemos nos perguntar: se
existe um campo mórfico familiar e um sistema familiar (que psicólogos Jungianos poderiam se referir como
“inconsciente coletivo ou familiar”),

Como se manifestam as informações sensoriais, emocionais e cognitivas nas pessoas pertencendo ao


novo sistema representativo constelado?

Precisamos examinar outra questão que requer explicações que são fornecidas pela biologia genética,
psicologia sistêmica e genealogia: quais são os diferentes “elementos de informação” transmitidos em um
sistema familiar?

Em um nível biológico – e isso não é mais um mistério para ninguém – a transmissão ocorrem através
de nossos genes.

Em um nível psicológico, ela ocorre primeiramente através de comportamentos baseados em


relacionamentos, observação e imitação. Nós hoje sabemos que além das contribuições genéticas da mãe e
do pai, o embrião, através de sua relação simbiótica com a mãe (iniciada na concepção e presente durante
toda a gravidez), é positiva ou negativamente influenciado não apenas pela fisiologia da mãe, mas também
por sua vida emocional. Isso é seguido posteriormente pelo período de educação e condicionamento.
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Conhecer o funcionamento dos “neurônios espelho” nos traz luz não apenas aos processos de
aprendizado e imitação, e consequentemente no desenvolvimento da inteligência, mas também nos
fenômenos misteriosos das percepções dos representantes, que sempre estão conectadas a “movimentos” de
uma natureza corporal, sensorial, emocional ou intelectual. Esses movimentos são necessariamente
provocados pela informação. E essa informação pode apenas ter a sua fonte no campo familiar morfo-
sistêmico representado, que está em ressonância simultaneamente com o problema apresentado pelo cliente
e com o seu sistema familiar. Os neurônios espelho refletem ou “espelham” essa informação nos centros
visuais do cérebro e a comunicam instantaneamente e imediatamente (etimologicamente, “sem
intermediários”) ao centro motor dos representantes. A constelação então se torna a materialização, a
manifestação da evolução passada e do estado atual do sistema familiar do cliente.

NEURÔNIOS ESPELHO

Um dos descobridores dos neurônios espelho e professor do Departamento de Neurociência da


Universidade de Parma, Giacomo Rizzolatti descreve certas funções essenciais desses neurônios espelhos. Sua
principal característica é que eles são ativados quando nós executamos uma ação ou quando a observamos
uma ação executada por outra pessoa. Eles são um mecanismo que projetam a descrição da ação, localizada
nas zonas visuais complexas do cérebro, até os lobos motores. Esse também é o mecanismo que permite o
entendimento da ação e a possibilidade de imitá-la posteriormente. Isso significa que os neurônios espelho
nos permitem ver o que a outra pessoa está fazendo e entender o porquê disso (ou seja, sua intenção), antes
de nós imitarmos a ação. Eles então nos possibilitam a não apenas reconhecer uma ação, mas também prever
a próxima ação ou, em outras palavras, reconhecer a intenção. Pesquisas mais recentes demonstraram que
esses mecanismos de neurônios espelho também são ativados na “empatia”, que é definida como a
capacidade de sentir a mesma sensação, o mesmo sentimento ou a mesma emoção que outra pessoa.

Os neurônios-espelho foram descobertos por acaso pela equipe do neurocientista Giacomo Rizzolatti,
da Universidade de Parma, na Itália. O grupo colocou eletrodos na cabeça de um macaco, um aparato que
permitia acompanhar a atividade dos neurônios na região do cérebro responsável pelos movimentos através
de um monitor. Cada vez que o macaco cumpria uma tarefa, como apanhar uvas-passa com os dedos,
neurônios no córtex pré-motor, nos lobos frontais, disparavam. Quando um aluno entrou no laboratório e
levou um sorvete à boca, o monitor apitou (foi uma surpresa para os cientistas, porque o macaco estava
imóvel). O mais intrigante é que sempre que o macaco assistia o experimentador ou outro macaco repetir
essa cena com outros alimentos os neurônios disparavam.Durante as Constelações Familiares, outro
fenômeno ocorre: quando o mediador pergunta ao cliente para escolher os representantes para os membros
de seu sistema familiar, o cliente geralmente (e inconscientemente) escolhe pessoas que têm o mesmo tipo
de questão das pessoas que elas irão representar, apesar do fato de que o cliente não conhece nada das vidas
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dos representantes que escolheu. Talvez isso sirva como mais um exemplo dos mecanismos gestuais e
emocionais dos neurônios espelho.

Como ocorre o espelhamento no processo de constelação?

Esse espelhamento pode ter sua fonte no campo morfogenético representado que está em
ressonância com o problema apresentado pelo constelado e com seu sistema familiar.Os neurônios espelhos
refletem ou espelham essas informações nos centros visuais do cérebro e as comunicam instantaneamente e
imediatamente ao centro motor dos representantes.

Portanto o processo de constelação se torna a materialização do que houve e o que há no sistema


familiar do constelado.

“Somos criaturas requintadamente sociais. Os Neurônios Espelho nos permitem captar a mente dos
outros não por meio do raciocínio conceitual, mas pela simulação direta. Sentindo e não
pensando.” Giacomo Rizzolati, Neurofisiologista Italiano.

Vou dar um exemplo prático de constelação familiar através da observação direta de alguns grupos de
animais que andam em bandos. “Ao observamos o voo de um bando de pássaros você já deve ter percebido
como eles mudam de direção em uma velocidade que seria impossível para os outros pássaros do bando
verem o que estão fazendo e responderem aos “vizinhos” apenas ao os observarem. Tudo acontece muito
rapidamente para eles conseguirem fazer isso. O mesmo exemplo de constelação familiar se aplicaria à
cardumes de peixes, eles nadam juntos e mudam de direção sem trombarem um nos outros. Não apenas
sabem aonde seus “vizinhos” estão, como sabem para onde eles irão. E eles não fazem isso apenas ao
observarem seus vizinhos ou por sentirem a densidade da água ao seu redor. Tudo isso está relacionado ao
fenômeno do campo que os governa ou outro tipo de campo mórfico que organiza o grupo.

Sim, somos bandos de pessoas nos achando sozinhas e cheias de identidade, mas que no fundo
pertencemos a um conjunto de crenças, valores, tradições e honras. Ligados por imensa necessidade de
pertencimento, igualdade e respeitando hierarquias. Muitas vezes nos identificamos com histórias de nossos
ancestrais e repetimos as suas “danças”, em um ritual de honra que pode comprometer uma vida.

Ressonância Mórfica

Para Sheldrake (1995:15), a conexão ao campo não se faz a partir de energias físicas, mas sim a partir
de transmissão de informações. O conhecimento construído por um indivíduo soma-se a memória coletiva do
grupo da qual faz parte, e pode ser compartilhado por todos, provocando um aumento da consciência não
somente daqueles que estão próximos, mas inclusive de qualquer um da espécie, em qualquer lugar e a
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qualquer tempo, desde que estejam conectados ao Campo Mórfico específico. O autor chama de Ressonância
Mórfica o processo difuso e não-intencional de coletivização do conhecimento, ou em suas palavras “o
processo pelo qual o passado se torna presente no seio do Campo Mórfico”.

O processo de gravações no Campo é formado e apoiado pela ressonância mórfica de vários sujeitos,
que exatamente por esta conexão com o Campo se tornam parecidos em seus pensamentos, sentimentos,
palavras e atitudes levando-os a tomar decisões semelhantes.

Como perceber ou pelo menos tentar entender o caminho pelo qual estes acontecimentos são
registrados no Campo? Como as informações individuais são coletivizadas pela ressonância mórfica no Campo
de memória do Grupo, para que cada um dos participantes possa acessá-la quando e de onde for necessário?
Resumidamente pode-se afirmar que, os indivíduos que participam deste processo de construção do
conhecimento, aceitando os valores coletivos, promovendo-os entre seus pares e confirmando-os com suas
vivências exemplares, tanto se beneficiam da aceleração de seu próprio aprendizado a partir dos
aprendizados gravados no Campo, como do conforto que a sua aceitação pelo grupo lhes oferece. Para estes
indivíduos que aparentam estarem em equilíbrio, as dificuldades só aparecerão quando forem provocados a
enfrentar mudanças dos valores que os sustentam.

Pela ressonância morfogenética as vivencias de um sujeito ficam registradas nos campos mórficos e
fazem parte da memória coletiva. Isso explica a simbologia dos antepassados contida no inconsciente coletivo,
cujos conteúdos são inatos e encontrados em todos os seres humanos. Esses conteúdos psíquicos,
denominados por Jung de arquétipos e que não foram submetidos ao consciente, reproduzem as mesmas ou
pelo menos parecidas idéias míticas.

Isso significa dizer que a ressonância mórfica de vários sujeitos conectada ao campo específico torna
parecidos seus pensamentos, sentimentos e palavras, podendo tomar decisões semelhantes. Assim, as
vivencias de um sujeito são parte de seu registro, bem como das recordações de outros com experiências
semelhantes formando a memória coletiva.

Ou seja, aquilo que vira um hábito numa espécie, seja comportamento, instinto, forma de se
movimentar, padrões de relações sociais, tudo isso faz parte do campo mórfico e pode ser herdado pelos
descendentes por meio da ressonância mórfica entre os semelhantes.

O fato de que esse campo invisível é atemporal e não-local significa que por esse campo as
informações são transmitidas sem necessidade de contato ou meio físico e independentemente do tempo
(campos passados afetam os campos futuros).
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Em resumo, esse campo é responsável pela construção dos hábitos, dos pensamentos, pela
organização de comportamentos em padrões específicos de uma espécie. O campo por si só não pode se
modificar, mas os elementos de cada campo podem, ao criar um novo padrão de comportamento, agir sobre
aquele campo e modificá-lo. Quanto mais uma informação reverbera no grupo, mais forte aquela informação
fica dentro do campo, ao mesmo tempo em que o campo também se fortalece. Isso é chamado de
maturidade do hábito.

Vale dizer que é muito comum que os representantes e participantes relatem a similaridade entre suas
próprias questões e aquelas que estão sendo trabalhadas num determinado processo, ou seja, também é
factível que a própria escolha de representantes, assim como a participação num grupo especifico de
constelação, se dê por ressonância de questões similares.

É importante lembrar que, ao fazer uma constelação, o campo também aponta a solução, e, ao
rearranjar as dinâmicas com o objetivo de romper padrões e hábitos indesejados herdados, uma nova
informação chega ao campo familiar, causando uma mudança naquele grupo por meio desse campo sutil e
invisível. Essa mudança será mais forte quanto mais se transformar num hábito e quanto mais esse hábito
amadurecer. Na prática, a mudança que ocorre no campo se torna mais forte quando a pessoa constelada, no
dia a dia, toma consciência e começa a agir de modo diferente. Essa mudança também será incorporada ao
campo, portanto, afetará as novas gerações, libertando-as de repetir comportamentos indesejados devido a
emaranhamentos familiares.

A constelação pega emprestado da biologia o conceito dos campos mórficos, pela facilidade e lógica
com que pode ser transposto para o entendimento do processo, e é o mais difundido entre consteladores. É
também uma proposta que pode ser agregada ao conceito de inconsciente coletivo trazido por Jung, pois
reforça a ideia de uma dimensão coletiva da psique humana, alojada num campo mórfico comum à espécie,
assim como uma esfera de inconsciente formada desde os mais longínquos ancestrais estaria hospedada no
campo mórfico de um grupo familiar.

Segundo o biólogo inglês, Rupert Sheldrake, “É como se a nossa mente conseguisse se alongar para
além de nossa cabeça, se conectando ao mundo, a outras pessoas e ao nosso ambiente.

Na prática, de acordo com Rupert, este campo de INFORMAÇÕES pode ser percebido tanto no
comportamento de pássaros que voam sincronizadamente; na sensação que temos de estarmos sendo
observados por alguém; em animais que, aos milhões, migram juntos de um lugar a outro ou mesmo de uma
floresta de coníferas, cuja vegetação “aprende” a aprofundar suas raízes para buscar nas profundezas da terra
o alimento necessário para sobreviver. Esta é a conexão com o processo de Constelação Familiar.

O Campo Mórfico, para Sheldrake (1995:364), corresponde ao que Jung (2008) denominou Arquétipos,
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por concentrarem-se no Campo as energias formatadas a partir do reforço e redundância do passado,


construindo os valores compartilhados que limitam as ações do presente e os potenciais para o futuro. Seria
como dizer que os modelos mentais (memórias individuais) e os paradigmas (memória das certezas de
grupos) estão armazenados em um Campo à disposição de todos os participantes do grupo social do qual
fazem parte, para que se mantenha a unidade e a coerência do próprio grupo, construindo além da zona de
conforto para a estabilização da Persona, também a agilidade necessária para que possa perceber interpretar,
agir e reagir ao meio.

Caminho de Acesso à Memória Coletiva


Agrupados em um Campo não material, os campos mórficos são de livre acesso para conexões a
qualquer tempo e de qualquer lugar por qualquer participante do próprio grupo, formatando um todo coeso
que funciona em conjunto.

Um campo morfogenético não é uma estrutura inalterável, mas que muda ao mesmo tempo, que
muda o sistema com o qual está associado.

Mas será possível mudar esse padrão?

Somos arquitetos da nossa realidade. A construção do hábito nos possibilita criar uma nova realidade,
um novo Campo Morfogenético, mais próspero e feliz. Basta querer e despertar esse poder.

A palavra chave aqui é “hábito”. Este é o fator que origina os campos morfogenéticos. Através dos
hábitos os campos morfogenéticos vão variando sua estrutura dando causa deste modo às mudanças
estruturais dos sistemas em que estão associados.

É possível modificar o campo morfogenético e construir uma nova história

Felizmente, você não está fadado ao seu padrão familiar. Se algo precisa ser mudado, através da
mudança de hábitos e de uma consciência presente, você pode criar uma nova história para a sua vida.

Para mudar um campo morfogenético é preciso mudar o modo como estamos habituados a ver o
mundo. E assim, ter consciência de do modo que nos relacionarmos com a vida, com nossa família.

Mas como construir novos hábitos se seguimos o mesmo padrão inconscientemente?

Sheldrake postulou a hipótese mais revolucionária da biologia contemporânea: a da Ressonância


Mórfica. As mentes de todos os indivíduos de uma espécie, incluindo o homem, se encontram unidas e
formando parte de um mesmo campo mental planetário. Ele denominou este campo mental de Campo
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Morfogenético, que afeta as mentes dos indivíduos e as mentes destes também afetariam ao campo.

Anne Ancelin Schützenberger diz “Os duelos não feitos, as lágrimas não derramadas, os segredos de
família, as identificações inconscientes e lealdades familiares invisíveis” passam para os filhos e os
descendentes. “O que não se expressa por palavras se expressa por dores”.

Segundo Sheldrake “A Ressonância Mórfica tende a reforçar qualquer padrão repetitivo, seja ele bom
ou mal. Por isso, cada um de nós é mais responsável do que imagina, pois nossas ações podem influenciar os
outros e serem repetidas”.

A cura da árvore genealógica consiste em remover a repetição, compreendê-la, ou repetí-la de uma


forma positiva.

Mas outros exemplos na natureza – desta vez verdadeiros – ilustram bem uma organização invisível no
comportamento dos animais. Pegue um gato, por exemplo. Separe-o do convívio com outros gatos poucos
dias após o nascimento (algo infelizmente comum) e crie-o isolado. Ele vai ter todas as características
comportamentais de um gato, as brincadeiras, inclusive o cacoete de só fazer as necessidades na areia. Quem
ensinou isso? Milhares de anos de evolução, dirão os Darwinistas. Deus, dirão os Criacionistas.

Ainda mais extraordinários são os pássaros jardineiros, cujo ninho é uma obra de arte, feito de palhas
e ramos, e que não se esquecem,

Para Sheldrake, cada grupo de animais, plantas, pássaros etc, está cercado por uma espécie de campo
invisível que contém uma memória, e que cada animal usa a memória de todos os outros animais da sua
espécie. Esses campos são o meio pelo qual os hábitos de cada espécie se formam, mantém e se repetem. No
exemplo dos macacos, o conhecimento adquirido por um conjunto de indivíduos agrega-se ao patrimônio
coletivo, provocando um acréscimo de consciência que passa a ser compartilhado por toda a espécie.

O processo responsável por essa coletivização da informação foi batizado por Sheldrake com o nome
de ressonância mórfica. Por meio dela, as informações se propagam no interior do campo mórfico,
alimentando uma espécie de memória coletiva.

NEUROSE DE CLASSE

A neurose de classe é o produto de contradições que operam sobre três registros (sexual, social e
familiar) que se reforçam mutuamente para produzir uma "estrutura fechada', ou seja, um sistema que se
fecha sobre si mesmo e absorve os elementos anteriores para se autorreproduzirem. Estas contradições, de
origem heterogênea, são transformadas à medida que se ligam entre si em um sistema neurótico.
Definitivamente, é o sujeito neurótico que produz a neurose da qual é ele mesmo o produto: ele se torna
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produtor do que o produziu. A abordagem clínica permite compreender as raízes, ao lhe oferecer os meios de
se libertar. ( GAULEJAC, V,2014).

A neurose de classe especifica um conflito que emerge na articulação entre a história pessoal, familiar
e social de um indivíduo. São as correspondências entre esses três registros que permitem compreender a
gênese e o desenvolvimento dessa configuração neurótica; os fenômenos de poder entre as classes
atravessando as famílias, as relações conjugais, as relações pais/filhos; contribuindo, assim, para modelar a
identidade destes. Para analisar os processos em curso, nessa transmissão, é necessário compreender em que
medida a história é atuante na produção de um indivíduo; por quais mediações passa-se da história social à
pessoal; como as contradições sociais podem produzir conflitos psicológicos. Considerar o indivíduo como
produto da história coloca em causa o profundo egocentrismo do homem. Cada um tende, inicialmente, a
considerar que a história começa a partir da tomada de consciência de si. Aceitar considerar-se um simples
elemento de um processo, que se enraíza muito profundamente no passado e que se desenvolve além de si,
choca a percepção de sua consciência e, mais ainda, os desejos de onipotência do seu inconsciente. Sair do
etnocentrismo demanda, portanto, "um trabalho" de renúncia de toda onipotência e de aceitação do caráter
contingente e passageiro da existência. .( GAULEJAC, V,2014).

A configuração de uma árvore genealógica mostra claramente como um indivíduo é produto de


alianças sucessivas que se ampliam à medida que se remonta na história familiar, em uma progressão
geométrica, para se perderem ao cabo de três ou quatro gerações, em uma rede ampliada. Tal como uma
boneca russa, a história individual está aninhada em uma história familiar, ela própria inserida em uma
história social. Cada um se inscreve nessa rede que estabelece o seu lugar, a sua identidade. Nesse sentido, o
homem é história.

A identidade formando-se a partir de identificações sucessivas, o indivíduo preserva suas relações


anteriores e, em primeiro lugar, os elos com seu pai e sua mãe, que o levaram a se constituir na imitação e na
repetição para acessar o mundo do desejo.

Os pais têm projetos de futuro para o filho; eles desejam que ele se conforme à imagem que nele
projetam; eles lhe propõem os fins a atingir, os objetivos de vida. A noção de "projeto parental" dá conta
desses dois aspectos: de um lado, um fim a atingir; de outro, uma projeção, ou seja, o fato de atribuir ao outro
o que está em si.

Se a história faz do homem um indivíduo programado, este guarda a capacidade de modificar essa
programação, de operar uma reescrita. Tomar consciência da maneira como suas "escolhas" são
condicionadas pela história pode levar o indivíduo a modificá-las, compreendendo em que medida ele foi, de
algum modo, "obrigado” a se conduzir assim. ( GAULEJAC, V,2014).
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Basicamente a neurose de classe é um mecanismo inconsciente que nos impede de ir além dos nossos
antepassados. Mas como ela age e como identificá-la? Para saber se está preso nesta armadilha do
inconsciente, analise profundamente suas questões, geralmente as profissionais e/ou financeiras. Responda
as questões abaixo:

Você ganha e perde dinheiro com facilidade?

Tem histórico de falências em sua família?

É o único da sua família que possui curso superior, mas não consegue se dar bem na carreira
escolhida?

Nunca consegue ser promovido, passar em provas, ou melhorar de emprego?

Por mais que se qualifique, sempre sente que não está pronto para atuar em sua profissão?

Ou consegue ter uma vida satisfatória profissionalmente, mas sente uma culpa inexplicável por ter
uma boa situação financeira?

Estas são apenas algumas questões que, se respondidas afirmativamente, podem ser indícios de que a
lealdade invisível está atuando através da neurose de classe.

CRISES E MEDOS QUE SOAM FAMILIARES PRENDEM VOCÊ À ZONA DE CONFORTO

Conscientemente queremos ter uma vida melhor que nossos pais ou avós tiveram. Mas como somos
leais às nossas famílias, não nos permitimos o progresso, pois desta forma estaríamos traindo nossos
antepassados.

Além disso, existe o medo do desconhecido. Afinal, ficar em uma situação de crise ou conflito pode ser
mais confortável, já que é mais familiar, do que mudar para uma vida que não sabemos o que nos espera.
Parece incongruente, pois ninguém deseja sofrer. Mas o inconsciente cumpre as leis da família, e isto
independe do sofrimento causado por alguma circunstância. É o caso das pessoas que vivenciam situações de
sofrimento constante e ainda assim não conseguem fazer novas escolhas e realizar as mudanças almejadas.

O mais difícil é romper com velhos padrões e regras da família para arriscar e traçar nosso próprio
caminho. Mesmo porque pode ser uma questão de até 4 gerações passadas que vão se repetindo ao longo do
tempo, até que alguém decida realmente realizar a mudança. Neste momento, a ajuda de uma psicoterapia
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que tenha este olhar sobre a família pode ser essencial. Apenas fazendo a árvore genealógica, identificando os
padrões familiares e talvez realizando alguns rituais é que podemos honrar nossos antepassados e seguir um
novo rumo em nossa caminhada. Negar as origens nunca será a solução. A ideia é compreender, aceitar e
elaborar, para só assim conseguir realizar alguma mudança e sair do ciclo vicioso de caminhar sem sair do
lugar.

O que é fenomenologia

Quando nos questionamos sobre o que é fenomenologia, é comum que façamos uma confusão de
que trata-se de algo místico ou mágico. O que não é verdade, posto que, para a compreensão sobre esse
estudo que lida com os fenômenos, é preciso um olhar mais crítico e ampliado.

O que seria a ideia de fenômeno?

Conjunto de fenômenos que se manifestam através do tempo ou espaço.

Teoricamente trata-se daquilo que podemos captar a partir de um ou mais dos nossos cinco sentidos
(visão, audição, olfato, paladar e tato). Porém, existem coisas que não podem ser captadas através deles,
como por exemplo a essência de alguém.

Através da percepção fenomenológica poderemos alcançar o indizível, o essencial que muitas vezes se
mantém oculto, mas que se torna rastreável pelos sinais capturados fenomenologicamente.

Compreendendo o que é fenomenologia

De forma sucinta, Husserl defendia a proposta que o mundo é composto de energia, logo, nem sempre
o óbvio chega a consciência de maneira clara. Basicamente, essa percepção se baseia no pressuposto de que
nem tudo o que parece, realmente é. Portanto, é fundamental para a fenomenologia, um olhar para o ser
desprovido de julgamentos e preconceitos.

Bert Hellinger – Criador da Constelação Familiar Sistêmica – utilizou a abordagem


fenomenológica para estudar o comportamento humano, colocando-se em um lugar muito além de
observador. Ele vivenciava as ações de transformação, compreendendo as experiências de uma maneira
muito mais significativa e comprovada.

[…] Este é o modo fenomenológico de trabalho. Não se apoia em nenhuma teoria e tampouco em
experiências anteriores, mas se trabalha apenas com o momento. Isso é muito difícil, porque a terapia é
sempre um novo risco. O procedimento fenomenológico não tem querer, nem saber, nem temor. Olha para
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aquilo que une, atrás de tudo o que aparece e é apoiado e conduzido por aquilo que é base e limite de todo o
querer. (Husserl)

TRAUMAS TRANSGERACCIONAIS

Trauma é uma palavra que vem do grego (τραύμα = ferida) e consiste em um acontecimento na vida
caracterizado pela intensidade, pela incapacidade de o sujeito responder de forma adequada pelos
transtornos e efeitos patogênicos duradouros na organização psíquica.

Como explicar as ansiedades, os terrores, os pesadelos incompreensíveis que habitam uma criança e o
reaparecimento destes nas gerações seguintes? Como é que sobreviventes de situações traumáticas
transmitem fragmentos do trauma não verbalizados aos seus filhos? Como pode alguém ser atingido pela
história de um outro? Como se mantêm vivos os mortos?

Para Freud, seriam os mecanismos de identificação e transferência que estariam na base de toda a
transmissão. (FREUD,1955). Granjon diz-nos que transmitir é mais importante do que aquilo que é
transmitido, e o que será encontrado na descendência é o indizível, o impensável, o processo do segredo,
mais do que o seu conteúdo (GRANJON, 2000).

O trauma transgeracional é um impacto, uma transferência na qual a dor emocional, física ou social
sofrida por uma pessoa em um dado momento é transmitida às novas gerações de maneiras que vão muito
mais além do simples comportamento aprendido. Falamos principalmente de epigenética e sobre como a
influência do ambiente pode mudar a expressão de determinados genes.

Uma dinâmica na qual o passado continua se fazendo presente de várias maneiras. No entanto, é algo
que vai além, é algo que, como já afirmamos, pode inclusive chegar ao nível genético.

A epigenética e o trauma transgeracional

Este é o processo da epigenética, em que a expressão dos genes é modificada sem alterar o próprio
DNA. Pequenas marcas químicas são adicionadas ou removidas de nosso código genético em resposta a
mudanças no ambiente em que estamos vivendo.

Essas marcas ativam ou desativam os genes, oferecendo uma maneira de se adaptar às mudanças de
condições sem impor uma mudança mais permanente no genoma.

EMANHARADOS
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E os emaranhados sistêmicos são amarras invisíveis que prendem esses membros desse sistema a
problemas que parecem impossíveis de serem resolvidos, eles chamam a atenção no sistema através de
doenças repetitivas, falências repetitivas, e diversos problemas que se repitam, até que surja alguém nesse
sistema afim de encerrar.

E para isso muitas vezes, para que aconteça essa interrupção é necessário o surgimento de um
buscador, que irá interromper esse ciclo, Bert Hellinger diz:

Quando em uma família surge um buscador, é porque este encarna o desejo de todo o clã de sair das
repetições e do conhecido e ir adiante.”

O papel do buscador no sistema, é libertar todo esse sistema com a finalidade de interromper tudo
aquilo que se repete. O dever do Buscador é “curar emocionalmente” o sistema de uma maneira que tudo
pare de se repetir na vida daquele clã, simplesmente “cortando” todos os emaranhados que prendem todo clã
na repetição de problemas. Dessa maneira encerra-se em definitivo todos os ciclos de repetição e libertando
todos do sistema dos emaranhados sistêmicos que impedem com que a vida flua. O mais fantástico que isso
não acontece só com um membro, mas com todo o clã.

Por isso que a frase acima de Bert Hellinger representa o que o buscador faz nesse sistema.

Um dos mais importantes objetivos da Constelação Familiar é encontrar o ponto onde o amor está
oculto, e assim, chegar à raiz do problema para solucionar os emaranhados. Mas do que se trata
emaranhamento? Segundo Bert Hellinger o emaranhamento é aquele comportamento que se dá quando
somos condicionados para um destino que não é o nosso e não temos consciência disso, geralmente não há
um reconhecimento deste papel o que dificulta para que tenhamos força de mudá-lo.

Segundo Bert há 5 tipos de emaranhamentos que podem ser explicados, são eles: Triangulação;
Parentificação; Repetição e Substituição. Abaixo explico cada um detalhadamente.

TRIANGULAÇÃO

A triangulação é um dos emaranhamentos mais comuns, certamente você já viveu ou conhece alguém
que viveu essa situação. A triangulação acontece geralmente na infância, podendo de estender até a vida
adulta dependendo do ciclo familiar. Quando um dos genitores não encontra recursos em si mesmo para lidar
com alguma situação com seu parceiro e a partir daí ele busca apoio dos filhos é caracterizado como
emaranhamento de triangulação. A criança é colocada em uma posição que não lhe pertence que é a esfera
de responsabilidade por seus pais, pois essa posição só pertence a pessoas das gerações anteriores a dela.
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Quando colocada nessa situação a criança tende a perder sua infância, passando a desenvolver um papel que
não é o dela.

PARENTIFICAÇÃO

A parentificação acontece quando a criança é continuamente instigada a desenvolver um senso de


responsabilidade para com os seus pais, ou seja, há uma inversão de papéis ao invés dos pais terem o senso
de responsabilidade para com o seu filho, é o filho que desenvolve esse senso. A parentificação se dá sempre
que a criança está posicionada acima de seus pais, um salto de duas gerações de filho para a de seus avós.

IDENTIFICAÇÃO

A identificação age de forma inconsciente, normalmente acontece quando um indivíduo passa a


manifestar características, qualidades e atributos de outra pessoa. A identificação com pessoas que foram
excluídas e ou banidas de alguém do sistema familiar, acontece como uma forma de compensação e
reequilíbrio para o esquecimento dessa pessoa nesse sistema.

REPETIÇÃO

A ligação entre os membros de um mesmo sistema familiar é tão grande sendo capaz de repetir o
destino de uma pessoa em outro membro de forma inconsciente. A união entre esses dois membros pode
levar a repetirem um destino duro e cheio de dificuldades.

SUBSTITUIÇÃO

A substituição acontece uma um membro do sistema familiar diante de uma dinâmica de sofrimento,
depressão e dor passa a carregar esses sentimentos no lugar de outra pessoa. Quando um filho vê seu pai em
alguma situação que lhe faz ter sentimentos negativos e em solidariedade ele também passa a tentar carregar
esses sentimentos no lugar de seu pai.

Grande parte dos problemas de emaranhamentos sistêmicos acontecem por conta da exclusão de
pessoas. Independente do motivo que faça excluir uma pessoa de seu ambiente familiar, a exclusão é um
problema que se reflete em uma das necessidades básicas do ser humano: o pertencimento. E para lembrar
os membros deste sistema dessa exclusão inapropriada, podemos sintomatizar em nossos corpos doenças
que nos ligam àqueles que foram excluídos.

“O corpo não mente. Mais que isso, ele conta muitas histórias e em cada uma delas há um sentido a
descobrir, como o significado das doenças ou do prazer que animam algumas de suas partes. O corpo é a
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nossa memória mais arcaica. Nele nada é esquecido. Cada acontecimento vivido, particularmente na 1ª
infância e também na vida adulta, deixa no corpo a sua marca profunda.

Perguntas para Bert Hellinger, selecionadas no livro “Constelações Familiares – O Reconhecimento das
ordens do amor” feitas pela jornalista Gabriele ten Hövel:

Gabriele: O senhor fala em “emaranhamentos”. O que quer dizer com isso?

Bert: Emaranhamento significa que alguém na família retoma e revive inconscientemente o destino de
um familiar que viveu antes dele. Se, por exemplo, numa família, uma criança foi entregue para adoção,
mesmo numa geração anterior, então um membro posterior dessa família se comporta como se ele mesmo
tivesse sido entregue.

Sem conhecer esse emaranhamento não poderá se livrar dele. A solução segue o caminho contrário: a
pessoa que foi entregue para adoção entra novamente em jogo. E colocada, por exemplo, na constelação
familiar.

De repente, a pessoa que foi excluída da família passa a ser uma proteção para aquela que estava
identificada com ela. Quando essa pessoa volta a fazer parte do sistema familiar e é honrada, ela olha
afetuosamente para os descendentes.

LEALDADES FAMILIARES

A lealdade familiar tem a sua estrutura trabalhada inteiramente no inconsciente das pessoas. Sem se
dar conta, um indivíduo pode repetir as ações boas ou não dos seus antepassados. Neste ponto se instala o
movimento automático do campo familiar em tentar manter tudo conforme o esperado.

MOTIVO DE SERMOS LEAIS AO SISTEMA

Definitivamente aceitamos certas condições por medo de perder o amor, a atenção e a “benção” de
nossos familiares (pais, avós, irmãos…). Como é natural, isso responde a um medo evolutivo, pois ninguém
quer ser repudiado em seu próprio núcleo.

CRENÇAS

Dessa forma, cabe destacar que é de suma importância nos desfazermos de cada ideia preconcebida
que acabe sendo negativa.
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“Observei que, em seus pensamentos e ações, as pessoas estão vinculadas a um campo. Ele (o campo)
determina o que percebemos, e o que fazemos. Dentro dele temos, naturalmente, uma certa liberdade de
ação, mas julgar que alguém possa, por livre decisão, abandonar o campo é uma ilusão pelo qual muitos
pagam.”

Bert Hellinger, no livro ‘Um lugar para os excluídos.’

O pertencimento

O sentimento de pertencer, principalmente ao nosso sistema familiar - nossa origem - é um dos mais
fortes tensionadores internos que influenciam nossas ações.

Assim como a fome, impulso sexual, sobrevivência entre muitos outros instintos básicos, o sentimento
de pertencimento ao nosso sistema familiar molda nossas ações e nos conduz através dos comportamentos
gerados por eles para as experiências que temos na vida.

Bert Hellinger observou em seu trabalho que a busca do pertencimento nos coloca na rota de repetir
acontecimentos difíceis do nosso sistema, como uma forma de solidariedade familiar.

Sofremos para acompanhar alguém que sofreu antes. Fracassamos para acompanhar alguém que
fracassou antes.

Somos infelizes por que ser feliz nos faria diferente de um sistema familiar que enfrentou muitos
infortúnios e infelicidades no seu caminho. E ser diferente é um risco ao pertencimento.

CULPA E INOCÊNCIA

O nosso conceito de felicidade está ligado a sentimentos de culpa e inocência. Ou seja, nos sentimos
culpados por estarmos felizes quando em nosso sistema familiar há situações difíceis.
E ainda diz:
“Não existe nada melhor do que aquilo que é. Não existem pais melhores do que aqueles que temos, futuro melhor do que aquele que se
encontra diante de nós. Aquilo que existe é o que há de maior.
Neste sentido, felicidade significa que acolho tudo em meu coração, do modo que é e me alegro. É este o máximo da felicidade: quando nos
alegramos com a realidade da forma que é, e quando nos alegramos com os nossos pais da forma que são, com o nosso passado assim
como foi, com o nosso parceiro, da forma que ele ou ela é, com os filhos da forma que são, exatamente da forma que são. É a melhor coisa
que existe. Esta alegria é o máximo da felicidade. Ela vem do coração. É ampla e irradia luz. Em torno dela, outros se sentem bem, ela inclui
muitos. É satisfeita e grata, toma e dá.” (Hellinger, Bert. Ordens da ajuda. Patos de Minas: Atman, 2005.)

Hellinger, em seus estudos e observações, traz um novo olhar para esses sentimentos, e explica como
nosso valor em relação à culpa e a inocência pessoais podem estar invertidos na nossa significação.
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Ele afirma que podemos fazer coisas consideradas ruins com sentimentos de inocência e fazer boas
coisas com culpa, ou má consciência. Esses sentimentos estão ligados, primeiramente, ao nosso vínculo
familiar.

E a inocência?

Nesse olhar, Hellinger percebeu que se permanecemos “inocentes” perante nosso sistema familiar, não
evoluímos.

Ficamos preso na continuidade do que sempre foi feito, mesmo que o resultado não nos agrade.

A inocência aqui atua como um garantidor do pertencimento. Logo, “decido não tomar as atitudes
necessárias para não correr o risco de deixar de fazer parte.” É um pensamento infantil, reservado às crianças.
Essas sim, inocentes em sua postura, corretamente.

Porém, é nos pedido mais em nossa fase adulta. Devemos pagar o preço do crescimento, e um dos
custos é o sentimento de “culpa” atrelado ao processo.

Somente neste lugar podemos seguir para vida, olhando com respeito e gratidão de onde viemos.
Aquilo que fez parte prepara a base para que o novo chegue.

Analisando a felicidade na visão de Bert Hellinger, podemos compreender que o caminho para a nossa
felicidade é ter coragem de assumir essa culpa.Tentar assumir as rédeas da nossa própria vida, a vida que
recebemos através de nossos pais e nossos antepassados, pode trazer esse sentimento de culpa.

Ao agirmos em prol da felicidade pode nos fazer sentir que estamos fazendo diferente de nossos pais,
e esse diferente pode significar sermos mais felizes do que eles puderam ser. De forma muitas vezes não
consciente isso pode nos trazer culpa, a culpa por estar e ser feliz!

Assim permanecemos no problema, na dor, na dificuldade de superar algo, porque é com esse estado
que estamos familiarizados, acompanhados, unidos e fiéis aos nossos antepassados.

A não aceitação dos destinos difíceis da nossa família é como uma pedra que bloqueia a passagem da
água em um riacho, fazendo que ela pare de correr e fique represada.

A Constelação Familiar ensina que pertencemos a nosso sistema familiar e isso não pode ser mudado,
entretanto não precisamos ficar presos ao mesmo destino daqueles que fazem parte desse sistema.
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Quando reconhecemos e honramos nossos antepassados e todas as suas dificuldades, aceitamos a


vida como foi e é. Ao aceitarmos esse destino e compreendermos que podemos fazer diferente, sem culpa,
esse bloqueio é retirado e as águas voltam a seu curso natural. Ou seja, nos libertamos dessa culpa e
compreendemos que podemos sim, sermos verdadeiramente felizes.

HONRRANDO A ANCESTRALIDADE

Ancestralidade é a linhagem genética à qual um determinado indivíduo pertence.

ÁRVORE GENEALÓGICA COMO FERRAMENTA DO OLHAR SISTÊMICO

“Somente quando estamos em sintonia com o nosso destino, com os nossos pais, com as nossas
origens e tomamos nosso lugar, temos a força (…) Quando falamos em sistema familiar, as pessoas estão para
os órgãos assim como o sistema familiar está para o nosso corpo. Dentro da família, cada um tem seu lugar,
assim como os órgãos. O sangue leva tudo para os órgãos e, no sistema familiar, o que mantém os vínculos
entre os integrantes da família é o amor.” (Bert Hellinger)

De nossos ancestrais podemos herdar bens materiais, tom da pele, cor dos olhos… características
emocionais, manias e até mesmo um legado espiritual.. Uma árvore genealógica é um histórico de certa parte
dos antepassados de um indivíduo ou família. É um mapeamento da estrutura familiar. Ela indica as posições
de cada membro da família de acordo com o seu nascimento. Mesmo os elos perdidos e pessoas que não
estão mais acessíveis continuam tendo seu lugar e sua importância na árvore genealógica é assim no sistema.
É importante que nós conheçamos toda a nossa árvore genealógica, para entendermos o que é que está por
trás das situações de nosso cotidiano. Assim, há muitas ações, crenças ou sentimentos praticados por nossos
antepassados que podem afetar a nossa vida. Conhecer tudo isso é o primeiro passo para cura e libertação.

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Cinco estilos de relacionamento familiar

Existem diferentes formatos de família no sentido de como os membros dela funcionam entre si.
Algumas famílias funcionam bem, sem agressividade e com boa afetividade entre seus membros. Outras
funcionam muito mal, algumas resultando em divórcio, abusos variados, muita tensão, com bastante
sofrimento para todos, adultos e crianças. Se cada membro adulto da família se interessar por aprender a lidar
com suas emoções, a conhecer melhor a si mesmo, os problemas poderão ser menores dificilmente, ou mais
facilmente compreendidos para serem resolvidos.

A autora do artigo “Cinco estilos de relacionamento familiar – Quão bem sua família funciona
emocionalmente?”, Molly S. Castelloe Ph.D., cita cinco estilos começando pelo nível com menos capacidade
de lidar com situações emocionais, e terminando com o que seria a família “ótima”. Vamos ver.

Nível 5: A “Família em dor” – este é um modelo familiar com grave distúrbio caracterizado por
desorganização, sentimentos de apreensão entre os membros, e uma sensação de perigo iminente pairando
no ar. Neste modelo falta liderança e autoridade. É como um país em anarquia ou com desordem civil.

Nível 4: A “Família Borderline” – funciona melhor do que a família do nível 5 quanto aos
relacionamentos. Num esforço de tentar controlar o sistema familiar caótico, devido à necessidade de melhor
estrutura interna, a tendência deste modelo familiar é ir para o outro extremo de rigidez e muitas regras. A
desordem do modelo 5 é substituída pela ditadura. Surge abuso de autoridade, e frequentemente usa-se
regras e leis para coerção e intimidação. Ali funciona o dominador e o submisso. Nesta família uns querem
controlar os pensamentos e sentimentos de todos os outros membros.

Nível 3: A “Família envolta em regras” – modelo familiar com menor comprometimento emocional
quanto ao desenvolvimento. Ainda que seja um formato com regras estritas como o da “Família Borderline”,
estas regras são internalizadas e não são impostas por uma figura externa autoritária. Os membros desta
família não questionam os deveres e obrigações deste modelo familiar. As regras ali regulam os
comportamentos de todos, mesmo com prejuízo da espontaneidade e da autenticidade de cada membro da
família. Há uma espécie de repressão da vida emocional individual para o bem de todos. Não é uma família na
qual seus membros têm boa intimidade afetiva.

Nível 2: A “Família adequada” – junto com o Nível 1 compartilham muitas características semelhantes
e sendo mais avançadas quanto ao desenvolvimento. Cada um escuta os demais com atenção e vivem com
melhor intimidade afetiva do que os modelos anteriores. As regras são claras mas não rígidas. A função delas
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é compreendida como existindo para servir ao bem de todos. São tidas como regras sujeitas à revisão quando
necessário. É um sistema familiar flexível, podendo melhorar e não permanecer rígido.

Nível 1: A “Família ótima” – neste modelo se consegue melhor adaptação do que nos níveis anteriores,
com melhor facilidade de mudanças positivas. Seus membros possuem um senso profundo de segurança e
confiança nas conexões emocionais deles. Quando surgem conflitos, eles acreditam na possibilidade de
trabalhar com eles, sempre respeitando os diferentes pontos de vista de cada um. Conseguem expressar
sentimentos agradáveis e também desagradáveis de forma que possam enriquecer o relacionamento ao invés
de criar ameaça de rompimento do vínculo familiar. Cada membro deste formato familiar sente satisfação da
companhia do outro.

Dê uma parada para meditar no modelo de sua família atual. Analise como ela funciona. Existe
ditadura, abusos, submissão errada, explosões temperamentais? O que você pode fazer para melhorar sua
participação nesta família? Precisa falar mais e defender ideias que você crê nelas e parar de ser passivo e
retraído? Ou precisa aprender a calar, escutar e valorizar as ideias dos outros membros? Precisa conter seu
temperamento explosivo ou precisa exercitar a coragem de ser? Se cada um trabalhar para melhorar suas
limitações pessoais, o modelo familiar avança de nível, para os que são mais saudáveis, e a qualidade de vida
melhora. Não espere pelo outro. Comece com você.( Castelloe, Molly,20013)

A autora cita a fonte do livro: Maggie Scarf, Intimate Worlds: How Families Thrive and Why They Fail.
New York: Ballantine, 1995.

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Referências Bibliográficas:

CASTELLOE, Molly S. 5 Styles of Family Relating - How well does your family function
emotionally? Ph.D. www.psychologytoday.com/intl/blog/the-me-in-we/201311/5-styles-family-
relating. Disponível em: https://avozdaserra.com.br/colunas/saude-mental-e-voce/cinco-
estilos-de-relacionamento-familiar. acesso em 20/11/2021 .

FREUD, S. (1955). From the history of an infantile neurosis. Em J. Strachey (Ed. e trad.), The
Standard Edition of Complete Psychological Works of Sigmund Freud, 17 (pp. 1–124). Hogarth
Press. (Obra original publicada em 1918.)

GAULEJAC, V. (1987). A neurose de classe: trajetória social e conflitos de identidade. Traduzido.


e.1. São Paulo: Via Lettera, 2014.

Granjon, E. (2000). A elaboração do tempo genealógico no espaço do tratamento da terapia familiar


psicanalítica. Em O. B. R. Correa (Ed.), Os avatares da transmissão psíquica geracional (pp. 17–43).
Escuta. (Artigo original publicado em 1994.)

HALL, C.S; Nordby, V.J. Introdução à Psicologia Junguiana. Ed. Cultrix, SP, 2003.

HELLINGER, Bert:

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2007.

– O Amor do Espírito na Hellinger Sciencia. 3 ed. – Belo Horizonte: Atman, 2015.

HOLLIS, James. Os pantanais da alma – Nova vida em lugares sombrios. Coleção Amor e Psique,
Ed. Paulus. 1998.

HUSSERL, E. (1986). A ideia da fenomenologia: cinco lições (A. Mourão, Trad.) Lisboa, PT:
Edições 70. Original publicado em 1907.

JUNG, Carl Gustav. Tipos psicológicos. Petrópolis: Vozes, 2009.

JUNG, C. G. Memórias, Sonhos e Reflexões. Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 2016.
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RANAL, Marli Aparecida. Campo de ressonância Sistêmica: fruto da imaginação ou realidade¿ 1ª


edição – Uberlândia. MG: 2017.

RIZZOLATTI, G. (2005). The mirror neuron system and imitation. In S. Hurley & N. Chater (Eds.),
Perspectives on imitation: From Neuroscience to Social Science (Vol. 1: Mechanisms of imitation and
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RUPPERT, Franz. Simbiose e autonomia nos relacionamentos: o trauma da dependência e a busca


da integração pessoal – São Paula: Cultrix, 2012.

SHELDRAKE, Rupert:

– Ciência sem dogmas: a nova revolução científica e o fim do paradigma materialista – 1 ed. – São
Paulo: Cultrix, 2014a;

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THIBAUDIER, Viviane. Jung, o Médico da Alma. Coleção Amor e Psique. Ed. Paulus, 2014

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2012; goo.gl/hV21CY e goo.gl/7NZwLM.
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EXERCÍCIO MEDITATIVO

LEIA EM VOZ ALTA TODOS OS DIAS.

Eu sou merecedor de toda a felicidade e amor que me cerca. Tenho o direito de viver a
minha própria vida da forma que escolher. Reconheço as dificuldades de meus familiares e
as minhas também.

Me permito construir, ser e fazer o melhor de mim em busca da minha felicidade e daqueles
a quem eu amo. Eu Sou a manifestação de todos os anseios e vontades de meus
antepassados e ao ser feliz, manifesto essa felicidade para todo o meu sistema, sou assim o
elemento transformador de nosso sistema para a felicidade a que somos destinados.
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• mais Quem olha para você?


• Para quem você olha?
• Você olha para seus objetivos?
• Esses objetivos são seus ou de outra pessoa?
• Quem está mais próximo da vida/futuro ou da morte/passado?
• Quem está excluído do sistema?
• Quem cuida de quem?
• Quem é a pessoa mais importante para você?
• Você está Adulto ou Infantil?
• Você olha para a Família de Origem ou para a Atual?
• De quem você está mais próximo?
• O que precisa mudar para você alcançar seus objetivos?
• O que seria o ideal para você?
• O que você Sente, Pensa e o que dá vontade de Fazer?
• Onde está sua criança?

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SISTÊMICO
LEIDIANE NOGUEIRA - GUIA DE ATENDI MENTO SISTÊMICO LEIDIANE NOGUEIRA - GUIA DE ATENDIN LEIDIANE NOGUEIRA - GUIA DE ATENDIMENTO SISTÊMICO METO - 34 -

É PROIBIDA REPODUÇÃO DESTE CONTEÚDO SEM


AUTORIZAÇÃO PRÉVIA
LEIDIANE NOGUEIRA
PROFESSORA E CONSTELADORA FAMILIAR
@dadorproamor

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