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Fundamentos da

psicanálise

O aparelho
psíquico
Contexto Histórico

As Psicoterapias, antes de Freud, utilizavam com


frequência a SUGESTÃO para tratar os pacientes.
Paracelso (1493-1541), alquimista do Renascimento,
afirmava que “A sugestão confere ao homem um poder
sobre seu semelhante, comparável aquele de um ímã
sobre o ferro”.

(Coleção memórias da Psicanálise –


Freud e o despertar do inconsciente
Contexto Histórico
Charcot (1825-1893) valia-se da hipnose para
diferenciação diagnóstica, capaz que era de
fabricar sintomas extraordinários nas
histéricas submetidas à sugestão hipnótica,
de modo a provar o caráter neurótico dessa
doença.

(http://www.amigodaalma.com.br/2010/01/07/hipnose/)
Contexto Histórico
Breuer (1842-1925) descobriu, em 1880, que ele havia
aliviado os sintomas de depressão e hipocondria
(histeria) de uma paciente, BERTHA PAPPENHEIM
(ANNA O.), depois de induzi-la a recordar experiências
traumatizantes sofridas por ela na infância.

Para isso Breuer fez uso da hipnose e de um método


novo, a cura pela palavra.
(Coleção memórias da Psicanálise
– Freud e o despertar do
inconsciente)
Contexto Histórico

(1856-1939)

O termo PSICANÁLISE foi criado por Freud e aparece


pela primeira vez em um artigo chamado Novas
observações sobre as neuropsicoses de defesa (1896)
e buscava nomear um novo método terapêutico para
tratar as neuroses.

O primeiro caso de Freud, na verdade foi de Breuer: (Coleção memórias da Psicanálise


Anna O. (Bertha Pappenheim). – Freud e o despertar do
inconsciente)
Contexto Histórico
O caso que trouxe a possibilidade da cura pela fala com

Freud foi Sra. Emmy von N. (Fanny Moser - 1889) que

tinha fobia de animais.

O tratamento durou seis semanas.

Sra. Emmy pediu que Freud parasse de fazer perguntas e

EMMY VON N.
a deixasse falar. (QUINODOZ, 2007)
1872-1953
1ª Tópica Freudiana-Ponto de vista
topográfico
A palavra topos significa lugar.
Para Freud, era um lugar virtual, metafórico, não geográfico nem biológico.

Freud gostava de comparar o chamado “aparelho


psíquico” a um aparelho óptico, tipo uma luneta, na qual
não conseguimos definir exatamente o local em que a
imagem se forma. Instâncias psíquicas.

A primeira formulação do aparelho psíquico, também


chamada de “hipótese telescópica” levou, então, o nome
de primeira tópica: o consciente, o pré-consciente e o
inconsciente.
1ª Tópica Freudiana-Ponto de vista
topográfico
Consciente: A consciência é a menor parte de um iceberg, aquela que emerge acima
da superfície, e que estamos vendo num dado momento.
➢ Memória consciente
➢ Abstração
➢ Representação de coisa + de palavra

Pré-consciente: é a parte superior daquilo que está submerso do iceberg. Não está
propriamente à vista, mas o balanço das ondas pode mostrá-lo. São dados não
disponíveis num exato momento, mas que podem ser lembrados, com um pequeno
esforço.

Inconsciente: Já o inconsciente, a parte submersa profunda do iceberg, que a gente


não vê, inclusive a mais volumosa, é de difícil acesso.
1ª Tópica Freudiana-Ponto de vista
topográfico
A primeira tópica marcou a psicanálise em sua
origem e em sua estrutura, por volta de 1900.

Foi um instrumento perfeito para explicar os


sonhos, os atos falhos, os chistes, os sintomas.

Mas, à medida que a clínica psicanalítica avançou,


Freud precisou de mais instrumental teórico.

As defesas e resistências dos pacientes exigiam


mais elaboração.
2ª Tópica Freudiana-Ponto de vista
topográfico
A segunda tópica foi proposta por Freud
em 1920, chamada de hipótese estrutural,
que não se superpõe à primeira e nem a
elimina. Elas se complementam, numa
evolução da teoria.

Faltava o conceito de superego.


A partir de então, Id, ego e superego (isso,
eu e supereu, como preferem os
lacanianos), são as três instâncias da nova
descrição do aparelho psíquico.
2ª Tópica Freudiana-Ponto de vista
topográfico
Na 2ª tópica:

O Isso, tradução literal do Id latino, é concebido


como um conjunto de conteúdos de natureza
pulsional e de ordem inconsciente.

O Eu inicialmente, já conhecido desde a primeira


tópica, era considerado a sede da consciência. Na
segunda tópica, o termo muda de estatuto e se
torna, em grande parte, inconsciente.

O Supereu mergulha suas raízes no Isso e, de


maneira implacável, exerce as funções de juiz e
censor em relação ao eu.
2ª Tópica Freudiana-Ponto de vista
topográfico
2ª Tópica Freudiana-Ponto de vista
topográfico

Lacan se apropria das tópicas


freudianas e amplia o conceito
comas instancias dos registros do
Real, do Simbólico e do Imaginário.

Estes conceitos não eliminam as


duas tópicas freudianas, pelo
contrário, ampliam-nas e as tornam
mais claras e consistentes.
2ª Tópica Freudiana-Ponto de vista
topográfico
Para saber mais...

Lacan utiliza em suas


explicações os
matemas.

O matema é uma
pequena fórmula
didática, para facilitar a
transmissão e impor o
devido rigor ao ensino.
Para saber mais...
O que é metáfora?

Na linguística, significa transportar o significado de uma palavra para outra. Chamada


por Freud de condensação, consiste em tomarmos emprestado o significado de um
significante para aplicá-lo a um outro significante, chamado agora de significante
metafórico.

Em outras palavras, o significante metafórico é aquele que substitui um outro


significante, em virtude de uma analogia subentendida entre os dois.

Por exemplo, “estar na flor da vida” é uma metáfora para “juventude”. Ambas são
marcadas pela beleza,promessa de frutos etc.
Para saber mais...
A formação de uma metáfora consiste
na superposição de um significante por
outro, tendo em vista algum tipo de
ligação entre o que os dois termo.
Ex: Amor é fogo que arde sem se ver.
Luís de Camões

A metonímia é uma figura de linguagem


que consiste na substituição de um
termo por outro, com o qual possua
algum tipo de ligação.
Ex: Me dá uma Brahma gelada!
Para saber mais...

A aproximação da psicanálise com a linguística parece ficar cada vez mais clara na

medida em que percebemos na linguagem a possibilidade de jogar com a palavra, onde

o inconsciente fala o tempo todo e o discurso é sempre o discurso do outro.


Para saber mais...
Há um significante (S), sempre grafado com letra maiúscula, e seu significado (s),
sempre com minúscula.

A seguir, temos um significante metafórico (S’), que substitui o primeiro significante


(S), tomando emprestado o significado deste último.

Significante, em Lacan, não se iguala a palavras transmite-se pelas palavras, mas


refere-se à dimensão discursiva
FREUD,Sigmund. Obras Completas de S.Freud. Imago,1979.Vol.II,III,XVII,XIV,XXI,XXII
GARCIA-ROZA,L.A metapsicologia Freudiana.Zahar,1998
NASIO,J.D.Lições sobre os sete conceitos cruciais da Psicanálise.Zahar,1997.
NETTO, G.A.F. Doze lições sobre Freud & Lacan. Pontes,2010.

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