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A

INTERPRETAÇÃ
O DO SONHOS
FREUD - 1900
O QUE SÃO OS
SONHOS?
Os sonhos são brumas que se desfazem como

nuvens…, os sonhos são alertas ou premonições,
os sonhos são restos diurnos, os sonhos são
construções irreais e ilógicas, os sonhos … não
são material a ser apreciado pela ciência.
INTRODUÇÃO:
• Foi em um cenário no qual as artes eram embaladas pelo romantismo alemão e as
ciências cada vez mais pelo organicismo, que surgiu a Psicanálise de Freud, com
sua INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS!

• Neste livro que inaugura o pensamento freudiano, propriamente vemos seu autor
versar sobre os SONHOS como via régia de acesso ao Inconsciente.

• O inconsciente é freudiano embora poetas e artistas já o tivessem conhecido


antes de Freud, contudo sua descoberta provoca uma ruptura absolutamente
radical na maneira de abordar o homem em 25 séculos de pensamento.

• O inconsciente e a formulação de que o homem não é senhor em sua própria


morada tem importância equivalente às rupturas causadas pela passagem do
teocentrismo para o heliocentrismo e pela comprovação da ascendência animal
do humano (teoria da evolução).

• Ou seja Copérnico, Darwin e Freud com sua psicanálise seriam os reponsaveis


pelas grandes feridas narcisistas da humanidade.
AS ORIGENS: O MÉTODO DA ASSOCIAÇÃO LIVRE

• Pare de falar e escute um pouco mais, foi o que


Freud ouviu de suas pacientes e obedeceu. Foi o
que o levou lentamente a formular sua última
metodologia clínica, a associação livre - “fale-me o
que lhe vem a mente, sem restrições ou censura”

• - Regra única e elementar da Psicanálise

• Foi a partir disso, que logo começaram a aparecer


nos relatos dos pacientes, além de suas histórias
habituais, também relatos de seus sonhos.
SOBRE A INTERPRETAÇÃO DOS
SONHOS
• Freud não se autoriza a legislar o que teria ou não
pertinência na narrativa do paciente. Imbuído de
uma crença profunda na lei da causalidade supõe
que algum fator desconhecido justificaria que os
sonhos surgissem ali. Este fator desconhecido,
seria cernido pelo conceito de inconsciente. Se os
sonhos se impunham desta forma à observação do
pesquisador, nada mais legítimo que decifrar sua
estrutura.
A TESE CENTRAL:
SONHOS SÃO REALIZAÇÕES DE
DESEJOS
• Este desejo não é necessariamente um desejo que
possamos aceitar em nossa vida de vigilia. Quando
não se trata de um desejo aceitável, nos diz Freud,
preferimos esquecê - lo ou escondê - lo. Este
mecanismo será descrito como conseqüência do
'recalque'. O desejo recalcado, no entanto,
permanece em algum lugar exercendo seus efeitos.
Os sonhos são apenas um exemplo destes efeitos.
Temos tbem os chistes, os atos falhos e os
sintomas.
• Trata-se de desejos escondidos, desejos que, muitas vezes, não
realizamos devido às imposições sociais. Imposições como:

• os costumes;
• a cultura;
• ou educação de onde vivemos;
• a religião;
• os tabus ;
• as morais sociais.
• Esses desejos ficam, então, recalcados ou reprimidos e vêm à tona
quando sonhamos. Isso porque quando dormimos nossa mente
relaxa e o inconsciente tem maior autonomia em relação ao nosso
consciente.
OS SONHOS…
• (…) não são destituídos de sentido, não são
absurdos, não implicam que uma parcela de
nossas reservas de representações esteja
adormecida enquanto outra começa a despertar,
Pelo contrário, são fenômenos psíquicos de inteira
validade - realizações de desejo, podem ser
inseridos na cadeia dos atos mentais inteligíveis de
vigília, são produzidos por uma atividade mental
altamente complexa.
SONHOS DE CONVENIÊNCIA,
SONHOS DE CRIANÇA E OS
OUTROS SONHOS
• Freud se questiona se todos os sonhos obedeceriam
aos mesmos mecanismo, ou seja, se todos de fato,
seriam realizações de desejo.

• Nos sonhos de conveniência e nos sonhos de criança


o trabalho ou a elaboração dos sonhos é bastante
direta, o desejo ali presente se equipara a sua
representação ou a algo muito próximo. Ex. Hermann
comeu todas as celejas.
COM QUE SONHOS OS
GANSOS? PERGUNTA O
PROVÉRBIO E
RESPONDE: COM MILHO!
O TRABALHO DOS
SONHOS!
CAP VI AP A E B
SOBRE O QUE FREUD DESCOBRE
COM A ANÁLISE DOS SONHOS…
• O que Freud formula é que os sonhos seguem uma
lei própria, seguem uma lógica que não é a lógica
cotidiana. É levado assim a demonstrar que nosso
aparato mental é formado pela consciência, cujas
regras reconhecemos, e pelo inconsciente, cujos
efeitos nos surpreendem por seguir uma lógica
diferente e desconhecida (ainda que sempre
familiar).
• DESTA FORMA, UM DESEJO QUE NÃO CONDIZ COM NOSSA
POSIÇÃO SOCIAL, NOSSO SEXO, NOSSA SITUAÇÃO CIVIL
ETC…É 'JOGADO' NAQUELE CAMPO QUE NÃO SEGUE AS
MESMAS REGRAS DE NOSSA CONSCIÊNCIA.
• No inconsciente, nos diz Freud, este desejo vai procurar sua
expressão a qualquer custo. Se não é possível que ele se
expresse conscientemente (por que no consciente atua aquela
resistência que mencionamos acima, provocando o recalque),
ele vai buscar alguma expressão substitutiva que consiga
escapar à censura.

• O sonho pode ser entendido como a expressão de uma série de


desejos, que encontram nele a única via para a consciência. É
por isto também que o sonho será entendido por Freud como a
via régia para o inconsciente, uma vez que é sua manifestação
mais direta.
SOBRE O FUNCIONAMENTO DOS
SONHOS
• O inconsciente tem suas próprias leis e elas são muito bem
formuladas.

• Aos processos que ocorrem no inconsciente Freud chama


processos p rimários, em op osiç ão aos sec und ários, d o
consciente. Têm por característica não levar a realidade em
consideração, tolerar contradições, não conhecer a temporalidade
e acima de tudo, buscar a realização de seus impulsos.

• Processo primário: fácil deslocamento e descarga da libido;


passam rapidamente de uma representação a outra num
movimento constante de associação que se manifesta na forma de
condensações e deslocamentos das representações.

• Processo secundário: No processo secundário a energia esta


presa e circula de forma mais compacta, sempre ligada a uma
representação psíquica específica ligadas aos sistemas psíquicos
SOBRE OS MECANISMOS DE
DESLOCAMENTO E CONDENSAÇÃO


Condensação: Este mecanismo permite que um pequeno detalhe possa
• representar uma idéia completa. Nos exemplos de Freud vemos
como características isoladas de uma pessoa podem representá-la
por inteiro ao se compor com outras características que
representam outras pessoas. Assim, um personagem pode estar
ocupando a função (que tem na realização do desejo) de toda uma
multidão de personagens que não figuram no sonho senão por
fragmentos.

• Deslocamento: a possibilidade que as idéias têm, no
inconsciente, de 'emprestar' seu valor para outras idéias,
de modo que fatos ou imagens aparentemente sem
importância podem ter sido amenizadas, com o quê
burlam a censura, compondo o material do sonho. De
forma inversa fatos que aparecem no sonho como
extremamente nítidos ou valorizados usualmente
ganharam seu relevo por uma associação a outra idéia,
esta sim, de grande importância.
O TRABALHO DO SONHO É
ENTENDIDO, ASSIM, COMO O
TRABALHO DE DISTORÇÃO
NECESSÁRIO PARA QUE O
MATERIAL DO ICS POSSA SE
MANIFESTAR.
O APARELHO PSÍQUICO
1ª TÓPICA
• Freud denominou de aparelho uma organização
• psíquica dividida em sistemas de dimensões
• psicológicas e não anatômicas (instâncias
• psíquicas) com funções específicas entre si.
• Topos = em grego quer dizer lugar
MODOS DE FUNCIONAMENTO DO
APARELHO
• Primário – energia livre - Inconsciente
• Secundário – energia ligada – Consciente/pré-consciente
O APARELHO – 1ª TÓPICA

• Neste modelo, apresentado pela primeira vez no


• cap VII de Interpretação do Sonhos, Freud o divide
• em 3 sistemas distintos:
• O inconsciente (ICS);
• O pré consciente (PCS) e
• o Consciente (CS).
O MODELO DO ICBERG
O CONSCIENTE

• Recebe tanto informações do mundo exterior quanto


do mundo interior
• Esta localizado na periferia do aparelho psíquico
• Dispõem de energia livre e móvel capaz de investir
diferentes elementos (atenção)
• Desempenha o papel de evitar o desagradável
PRÉ- CONSCIENTE

• Diferencia-se do Inconsciente pois aqui a energia


encontra-se ligada e funciona de acordo com os
processos secundários.
• Esta ligado a linguagem verbal, a representação de
palavra
• Seus conteúdos não estão disponíveis a consciência
o tempo todo, mas podem ser acessados com
esforço de memória.
INCONSCIENTE

• Designa a parte mais arcaica do aparelho psíquico


• Seus conteúdos são representantes das pulsões, regidos por processos
primários de condensação e deslocamento
• Fortemente investidos de energia pulsional tentam retornar a consciência
• desejos infantis fixados
• • Ausência de negação e de dúvida
• • atemporalidade
• • Indiferença perante a realidade
• • Funcionamento regido pelo principio do prazer/desprazer

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