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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ITAJUBÁ – FEPI.

Curso de Psicologia

Ana Luiza da Silva

Lethicia Eduarda Chaves Vichi Dias

Maria Luiza Nogueira Morais

Maria Tereza Dias Gomes

Myrella Manfredini Carneiro

Pablo Mateus Espindola

Pedro Ramon Flauzino Augusto

ESTRUTURAS DA PERSONALIDADE PARA JUNG.

ITAJUBÁ

2022
Ana Luiza da Silva

Lethicia Eduarda Chaves Vichi Dias

Maria Luiza Nogueira Morais

Maria Tereza Dias Gomes

Myrella Manfredini Carneiro

Pablo Mateus Espindola

Pedro Ramon Flauzino Augusto

ESTRUTURAS DA PERSONALIDADE PARA JUNG.

TDE – Trabalho Discente Efetivo dos alunos do


curso de Psicologia do Centro Universitário de
Itajubá – FEPI como requisito a obtenção de
pontos bimestrais.

Orientadora: Profa. Camila Nogueira de Sá.

ITAJUBÁ

2022
ESTRUTURA DA PERSONALIDADE PARA JUNG

Carl Gustav Jung (1875-1961), foi um psiquiatra suíço, conhecido por ser o
fundador da chamada Psicologia Analítica. No ano de 1904, fundou um laboratório
experimental onde aplicou sua tese baseada no uso da associação de palavras para
o diagnóstico psiquiátrico. Sua teoria foi marcada por divergências com a do tão
conhecido Pai da psicanálise Sigmund Freud, onde Jung contestava os princípios da
análise de Freud sobre a influência dos traumas sexuais na vida de um indivíduo. CG
Jung se destacou no uso de desenhos e sonhos como fonte de estudo do
inconsciente.

Jung denomina a personalidade como Psique, palavra em latim que significa


“espírito” ou “alma”, com seu significado mais recente “mente”. Essa psique, ou seja,
personalidade total, é composta por vários sistemas isolados, mas que atuam uns
sobre os outros de forma dinâmica, como os sentimentos, pensamentos e
comportamentos inconscientes e conscientes.

A base da teoria Junguiana se dá ao fato de a mesma não considerar que a


personalidade é formada por partes adquiridas ao longo da experiência, como é dito
em muitas teorias psicológicas. Para Jung essa psique é formada por um todo, e cabe
ao homem buscar desenvolver esse todo ao longo do processo vital. A psique,
segundo a teoria de Jung pode ser distinguida em três níveis: a consciência, o
inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo.

CONSCIÊNCIA

Aparece no início da vida, sendo o único nível em que o indivíduo é capaz de


acessar diretamente. Esse consciente pode ser percebido por meio de quatro funções
mentais: o sentimento, o pensamento, a sensação e a intuição. Além dessas quatro
funções Jung estabelece duas atitudes que orientam a mente consciente, a
extroversão e a introversão.

a) Atitude extrovertida: orienta a consciência para o meio externo, ou seja,


objetivo;
b) Atitude introvertida: orienta a consciência para o mundo interno, ou seja,
subjetivo.

Jung usa o termo individuação para determinar aquilo que torna uma pessoa
diferente da outra, sendo caracterizada pelo processo por meio do qual um indivíduo
se torna um ‘todo’ separado e indivisível. A meta desse processo é a autoconsciência,
ou seja, si conhecer completamente. Esse processo de individuação, que junto com a
consciência é responsável pelo desenvolvimento da personalidade, se origina de um
elemento, nomeado por Jung de ego.

EGO

O ego é caracterizado pela organização da mente consciente, composta por


recordações, pensamentos, sentimentos e percepções conscientes, que desempenha
a função básica de vigia da consciência, ou seja, o ego se apresenta de forma
altamente seletiva, muito matéria da psique é levado para ele, mas pouco sai dele. Tal
função é de suma importância para evitar que haja o acúmulo de material psíquico na
consciência.

Com esse processo de eliminação de material psíquico, o ego fornece para a


personalidade identidade e continuidade, ou seja, por meio dele é possível manter
uma continuidade da personalidade individual. E, é encarado como o ponto de vista
da pessoa, pois através dele que ela se manifesta. Dessa forma, o ego, juntamente
com a individuação atuam para o desenvolvimento de uma personalidade distinta.

O que determina qual conteúdo o ego irá permitir que se torne consciente é a
função dominante de cada indivíduo, ou seja, se uma pessoa é do tipo pensativo, os
pensamentos chegarão à consciência de forma mais fácil que os sentimentos por
exemplo. Vale ressaltar, que a intensidade das experiências também influencia nesse
processo, sendo assim, experiências muito fortes podem passar pelas barreiras do
ego mais facilmente do que experiências fracas.
O INCONSCIENTE PESSOAL

Aquelas experiências que não são aceitas pelo ego não somem da psique, mas
ficam armazenadas no denominado inconsciente pessoal. É nesse nível da psique
contém todas as experiências reprimidas por causa de um conflito pessoal por
exemplo, incluindo também experiências consideradas fracas demais para alcançar a
consciência. De modo geral, o material contido do inconsciente pessoal, se apresenta
de fácil acesso a consciência. Um fato interessante é que as experiências contidas
nesse nível da psique podem apresentar-se nos sonhos.

Dentro desse inconsciente pessoal há a reunião de conteúdos que formam os


denominados complexos. Com seu método de associação de palavras, Jung chegou
à conclusão de que muito provavelmente existiam grupos de pensamentos,
sentimentos e lembranças nesse inconsciente. Primeiramente Jung acreditava que
esses complexos surgiam por meio das experiências traumáticas da primeira infância,
mas posteriormente passou a enxergar a origem dos complexos se dava de forma
mais profunda, sua curiosidade acerca dessa profundidade o levou a descobrir outro
nível da mente, o inconsciente coletivo.

INCONSCIENTE COLETIVO

A existência do inconsciente coletivo não depende da experiência pessoal.


Diferentemente do inconsciente pessoal, os conteúdos do inconsciente coletivo nunca
foram conscientes.

Esse nível da psique é inato, de natureza universal e é o mesmo em toda a


parte e em todos os indivíduos. Pode ser descrevido como um aglomerado de imagens
primordiais, ou seja, aqueles referentes ao desenvolvimento mais primitivo da mente,
essas imagens são herdadas do passado ancestral. Esses conteúdos não são
herdados no sentido de lembrança consciente, e sim predisposições para responder
ao meio como os antepassados.

Os materiais do inconsciente coletivo eliciam um padrão de comportamento


pessoal, agimos de certas maneiras porque estamos predispostos a tal.
ARQUÉTIPOS

Arquétipos são os conteúdos presentes no inconsciente coletivo. Entre os


arquétipos estudados por Jung, é possível citar os do nascimento, da morte, do
poder, da magia, entre outros. Mesmo se tratando de estruturas separadas os
arquétipos são capazes de interagir e combinar entre si, o que pode contribuir
para a existência das diferenças de personalidade.

O teórico dedicou-se ao estudo de arquétipos importantes para a


formação da personalidade, sendo os arquétipos de persona, anima, animus,
sombra e o eu.

a) A persona:
Esse arquétipo dá ao indivíduo a possibilidade de o mesmo compor um
personagem que não seja ele mesmo, a fim de que a sociedade o aceite. Esse
arquétipo é indispensável à sobrevivência humana, já que torna os indivíduos
capazes de conviver uns com os outros, sendo a base da vida social.
Uma pessoa pode apresentar mais de uma persona, a personalidade em casa
pode ser diferente da usada no ambiente de trabalho por exemplo.
Por mais que esse arquétipo seja de suma importância para a
sobrevivência, se um indivíduo se preocupa demasiadamente com o seu
desempenho perante o outro, e acaba de certa forma se tornando escravo de
uma determinada persona, pode ocorrer a chamada inflação, ou seja, a
identificação do ego para com a persona e tal condição pode levar a pessoa a
um sentimento de inferioridade.

b) Anima ou animus:
O arquétipo de anima representa o lado feminino da psique masculina,
já o arquétipo de animus constitui o lado masculino da psique feminina. O
homem desenvolveu seu arquétipo anima pelo relacionamento com mulheres,
e as mulheres desenvolvem o arquétipo animus por meio do relacionamento
com homens. A primeira projeção de anima é feita na mãe e a projeção de
animus é feita no pai. Ambos os arquétipos possuem papel importante para a
sobrevivência.
A possibilidade de o lado feminino da personalidade do homem, e o lado
masculino da personalidade da mulher se expressarem na consciência e no
comportamento, proporcionam um equilíbrio na psique.

C) A sombra:

Esse arquétipo influencia na relação de indivíduos com pessoas do mesmo


gênero. No homem essa sombra apresenta uma natureza animal, e por isso pode ser
considerado o mais perigoso dos arquétipos. Para que uma pessoa possa viver com
civilidade, é preciso que ele domestique sua sombra animal e primitiva, no entanto
essa domesticação não acontece de forma fácil. É de suma importância que a sombra
e o ego funcionem em harmonia, a fim de propiciar um indivíduo repleto de energia.

A sombra contém os instintos básicos e é fonte de respostas importantes para


a sobrevivência, responsáveis pela vitalidade, criatividade e vigor do homem, e a
repreensão desse arquétipo pode resultar na redução da personalidade.

D) Self (eu):

Esse arquétipo está presente desde o começo, mesmo que demore para
alcançar a maturação. O self é caracterizado pelo princípio organizador da
personalidade, sendo o principal arquétipo do inconsciente coletivo por ser o arquétipo
da ordem. Ele é responsável por manter a harmonia entre os demais arquétipos.

Segundo Jung o self só se torna evidente na maturidade do indivíduo, pois é


preciso que a personalidade se desenvolva por completo, ou seja, que ele alcance
sua autoconsciência.

O arquétipo do self se tornou o resultado mais importante nos estudos de Jung


sobre o inconsciente coletivo.
REFERENCIAS

CALVIN S. HALL E VERNON J. NORDBY. Introdução à Psicologia Junguiana. [s.l.]


Cultrix, 2000.

DE SOUZA, F. A personalidade para Jung. Disponível em:


<https://www.psicologiamsn.com/2011/12/personalidade-para-jung.html>. Acesso
em: 6 nov. 2022.

FRAZÃO, D. Carl Gustav Jung. Disponível em:


<https://www.ebiografia.com/carl_gustav_jung/>. Acesso em: 6 nov. 2022.

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