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CENTRO UNIVERSITÁRIO VALE DO IPOJUCA


COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA
CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

THIAGO HENRIQUE VIANA ARRUDA

CONCRETO ARMADO E ALVENARIA ESTRUTURAL: ESTUDO COMPARATIVO


FINANCEIRO NA IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA ESTRUTURAL EM EDIFICAÇÕES
DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS COM INTERESSE HABITACIONAL NO MUNICÍPIO
DE CARUARU

CARUARU
2016
THIAGO HENRIQUE VIANA ARRUDA

CONCRETO ARMADO E ALVENARIA ESTRUTURAL: ESTUDO COMPARATIVO


FINANCEIRO NA IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA ESTRUTURAL EM EDIFICAÇÕES
DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS COM INTERESSE HABITACIONAL NO MUNICÍPIO
DE CARUARU

Trabalho de Conclusão de Curso II


apresentado ao Centro Universitário Vale do
Ipojuca como registro para obtenção do título
de Bacharel em Engenharia Civil.
Orientador: Prof. Me. Fred Rodrigues
Barbosa.

CARUARU
2016
THIAGO HENRIQUE VIANA ARRUDA

CONCRETO ARMADO E ALVENARIA ESTRUTURAL: ESTUDO COMPARATIVO


FINANCEIRO NA IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA ESTRUTURAL EM EDIFICAÇÕES
DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS COM INTERESSE HABITACIONAL NO MUNICÍPIO
DE CARUARU

Trabalho de Conclusão de Curso II


apresentado ao Centro Universitário Vale do
Ipojuca como registro para obtenção do título
de Bacharel em Engenharia Civil.
Orientador: Prof. Me. Fred Rodrigues
Barbosa.

Aprovado em: _____/_____/_____

_________________________________
Prof. Me. Fred Rodrigues Barbosa
Orientador

_________________________________
Prof. Me. David Williams da Glória Simão
Avaliador

_________________________________
Prof. Me. Anderson Laursen
Avaliador

CARUARU
2016
Dedico este trabalho a Deus e a minha família, que sempre
estiveram ao meu lado, me provendo de amor incondicional
e de incentivos para que eu pudesse vencer essa
importante etapa de minha vida.
AGRADECIMENTOS

Meus sinceros agradecimentos aos meus orientadores, Prof. Fred Barbosa,


Prof. João Manoel e Prof. Iracleide Lopes pelos conhecimentos e conselhos passados
que me enriqueceram como futuro profissional e também como pessoa.

Ao meus pais, Renato e Zélia, por toda ajuda durante minha graduação, seja
ela financeira, afetiva ou de incentivo. Isto me ajudou a nunca desistir de meus
objetivos.

A minha Vó, Maria da Paz, minha irmã e meu cunhado, Renata e Emanuel, e
todos meus familiares que estiveram sempre mais próximos de mim no dia-a-dia e me
aguentaram muito tempo reclamando de como era difícil a graduação.

Aos amigos que conquistei na faculdade, que sofreram e que também


aproveitaram junto comigo desde o primeiro dia de aula. Devo muito da minha
graduação a eles. Sempre foram e sempre serão minha segunda família.

As instituições de ensino que passei até conquistar minha graduação pelo alto
nível de incentivo e educação que sempre ofereceram.

Agradeço também a Eng. Débora Queiroz que muito se dispôs para me auxiliar
na coleta de dados, me dando acesso a importantes documentos de sua obra.

E agradeço a todas as empresas que abriram suas portas pra que eu pudesse
realizar minha pesquisa da melhor forma possível.
“Para se ter sucesso, é necessário amar de verdade o
que se faz. Caso contrário, levando em conta apenas o
lado racional, você simplesmente desiste. É o que
acontece com a maioria das pessoas”

(Steve Jobs)
RESUMO

Com o aumento da demanda habitacional, o mercado da construção civil se encontra


cada vez mais competitivo, criando o desafio de alcançar uma maior eficiência para a
produção em grande escala, reduzindo os custos e aumentando a capacidade de
produção em um menor prazo. Dentre as principais decisões a serem tomadas no
planejamento de qualquer empreendimento, está a escolha do sistema construtivo
que será implantado na obra. A escolha de um sistema adequado a realidade da obra
(local, características, disponibilidade de insumos e mão de obra) impactará tanto no
custo como na qualidade final da obra. O presente estudo procura contribuir com o
tema em questão apresentando uma abordagem acerca da implantação de dois
sistemas construtivos amplamente utilizados na construção civil (pórticos em concreto
armado e alvenaria estrutural), através de um estudo comparativo de custos, na
implantação do sistema estrutural em edificações habitacionais de múltiplos
pavimentos no município de Caruaru. A pesquisa foi dividida em duas etapas, sendo
a primeira etapa teórica, onde se concentra uma pesquisa bibliográfica conceituando
os componentes e as fases de execução de cada sistema destacando suas
características. A segunda etapa foi o estudo de caso, onde foram elaboradas
planilhas de custo para cada tipo de sistema baseado em dados de empreendimentos
reais e de características similares no Município de Caruaru, extraindo desses, o
material necessário para análise comparativa. Ao fim do estudo, ficou constatado que,
para as condições consideradas, a estrutura executada no sistema de alvenaria
estrutural apresenta menor custo por metro quadrado de área construída em relação
a estrutura com pórticos em concreto armado. Vale ressaltar que o estudo demonstrou
também, que existem outros fatores, além do econômico, que podem influenciar no
momento da escolha de qual sistema construtivo utilizar, como por exemplo, a
possibilidade ocorrência de desperdícios e geração de entulhos, as dimensões da
obra a que se pretende construir e necessidade de alterações arquitetônicas futuras.

Palavras-chave: estrutura; concreto armado; alvenaria estrutural; sistema construtivo;


custo.
ABSTRACT

The construction market is increasingly competitive with the housing development,


creating the challenge of achieving greater efficiency for large-scale production,
reducing costs and growing production capacity in a short time. The choice of building
system that will be deployed in the work is among the main decisions to be made on
the planning of any enterprise. The definition of an appropriate system – the place,
characteristics, availability of inputs and hand labor – to the work reality will bring
impacts in the expenses and the finished quality. This study seeks to contribute with
the topic presented doing an approach about the implementation of two construction
systems widely used in civil construction (frames reinforced and masonry concrete)
through a comparative study among the costs on the implantation of a structural
system in housing building of multiple floors in Caruaru city. The research was divided
into two parts. The first is theoretical that is concentrated a bibliographic research
conceptualizing the components and the execution stages of each system highlighting
its features. The second is case study that cost spreadsheets were made to each
system and they were based on data from real projects and similar characteristics in
Caruaru taking to the research the necessary material for the comparative analysis. At
the end of this study, it was found that for the conditions considered, the structure
performed in the structural masonry system has lower cost per square meter of built
area in relation to the structure with reinforced concrete frames. Furthermore, the study
showed that there are other influencing factors on the time of choosing a constructive
system use besides the economic factor, such as the possibility of occur waste and
generation of debris, the work dimensions that want to build and the possible need for
future architectural changes.

Keywords: structure; reinforced concrete; masonry; building system; cost.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Coliseu de Roma, antiga obra em alvenaria estrutural............................... 16


Figura 2: Edifício Monadnock - edificação clássica em alvenaria estrutural. ............. 17
Figura 3: Componentes da alvenaria estrutural......................................................... 18
Figura 4: Blocos estruturais. ...................................................................................... 19
Figura 5: Esquema para elevação de alvenaria estrutural. ....................................... 20
Figura 6: Exemplo de modulação da alvenaria. ........................................................ 21
Figura 7: Aspecto final após elevação. ...................................................................... 22
Figura 8: Esquema de montagem de lajes em alvenaria estrutural. .......................... 23
Figura 9: Edifício Itália. .............................................................................................. 24
Figura 10: Estrutura base em concreto armado. ....................................................... 25
Figura 11: Componentes do concreto armado .......................................................... 26
Figura 12: Os grandes grupos de fundações. ........................................................... 29
Figura 13: Esquema de implantação de estrutura em concreto armado. .................. 30
Figura 14: Montagem de fôrmas e armaduras. ......................................................... 31
Figura 15: Adensamento mecânico com vibrador de imersão................................... 33
Figura 16: Alvenaria de vedação com blocos vazados. ............................................ 35
Figura 17: Perspectiva da fachada. ........................................................................... 43
Figura 18: Planta baixa - 2 quartos 1ª opção ............................................................ 44
Figura 19: Planta baixa - 2 quartos 2ª opção ............................................................ 44
Figura 20: Fachada oeste da edificação. .................................................................. 45
Figura 21: Planta pavimento-tipo............................................................................... 45
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Tempos mínimos de cura convencional de desforma. .............................. 34


Tabela 2: Comparativo das características das edficações ...................................... 46
Tabela 3: Custos em serviços preliminares e movimentações de terra .................... 47
Tabela 4: Custos dos elementos estruturais da fundação ......................................... 48
Tabela 5: Custos dos elementos estruturais da superestrutura ................................ 49
Tabela 6: Custos da alvenaria de vedação ............................................................... 49
Tabela 7: Resumo de custos da estrutura em concreto armado ............................... 50
Tabela 8: Custos dos serviços preliminares e em terra ............................................. 50
Tabela 9: Custos do radier de fundação ................................................................... 51
Tabela 10: Custos dos elementos estruturais da superestrutura .............................. 52
Tabela 11: Resumo de custos da estrutura em alvenaria estrutural ......................... 53
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO......................................................................................... 13
1.2 HIPÓTESE .......................................................................................................... 13
1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 13
1.3.1 Geral ............................................................................................................... 13
1.3.2 Específicos ..................................................................................................... 13
1.4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 14

2 ALVENARIA ESTRUTURAL X CONCRETO ARMADO ...................................... 15


2.1 CONCEITO DE PROCESSO E SISTEMA CONSTRUTIVO ............................... 15
2.2 SISTEMA CONSTRUTIVO EM ALVENARIA ESTRUTURAL ............................. 15
2.2.1 Histórico .......................................................................................................... 15
2.2.2 Execução do Sistema ..................................................................................... 17
2.2.2.1 Componentes ............................................................................................... 18
2.2.2.2 Etapas de Execução ..................................................................................... 20
2.3 SISTEMA CONSTRUTIVO CONVENCIONAL EM CONCRETO ARMADO ....... 23
2.3.1 Histórico .......................................................................................................... 23
2.3.2 Execução do Sistema ..................................................................................... 25
2.3.2.1 Componentes ............................................................................................... 26
2.3.2.2 Etapas de Execução ..................................................................................... 28
2.4 CRITÉRIOS DE ESCOLHA DE UM SISTEMA ................................................... 35
2.4.1 Critérios Técnicos ........................................................................................... 36
2.4.2 Critérios Econômicos ...................................................................................... 37

3 METODOLOGIA ................................................................................................... 41
3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ...................................................................... 41
3.2 UNIVERSO E AMOSTRA ................................................................................... 41
3.3 COLETA, ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ....................................... 42

4 APRESENTAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS-PADRÃO ................................. 43

5 LEVANTAMENTO E ORGANIZAÇÃO DOS DADOS .......................................... 46


5.1 ESTRUTURA EM CONCRETO ARMADO.......................................................... 47
5.2 ESTRUTURA EM ALVENARIA ESTRUTURAL .................................................. 50

6 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................ 54


6.1 CUSTO DA FUNDAÇÃO .................................................................................... 54
6.2 CUSTO DA SUPERESTRURA ........................................................................... 55
6.3 CUSTO TOTAL DA ESTRUTURA ...................................................................... 57
6.4 PESO DAS ETAPAS NO CUSTO GLOBAL DA ESTRUTURA........................... 58

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 60

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 62

APÊNDICE A – ESTIMATIVA DE CUSTO PARA A EDIFICAÇÃO EM ALVENARIA


ESTRUTURAL .......................................................................................................... 66
APÊNDICE B – MEMÓRIA DE CÁLCULO EDIFICAÇÃO EM ALVENARIA
ESTRUTURAL .......................................................................................................... 68
APÊNDICE C – COMPOSIÇÃO DE CUSTOS EDIFICAÇÃO EM ALVENARIA
ESTRUTURAL .......................................................................................................... 70
APÊNDICE D – ESTIMATIVA DE CUSTOS PARA A EDIFICAÇÃO EM PÓRTICOS
DE CONCRETO ARMADO ....................................................................................... 74
APÊNDICE E – MEMÓRIA DE CÁLCULO EDIFICAÇÃO EM PÓRTICOS DE
CONCRETO ARMADO ............................................................................................. 78
APÊNDICE F – COMPOSIÇÃO DE CUSTOS EDIFICAÇÃO EM PÓRTICOS DE
CONCRETO ARMADO ............................................................................................. 83
12

1 INTRODUÇÃO

Impulsionado por programas de habitação como o Minha Casa Minha Vida, que
apresentam reduzidas taxas e atrativos valores de subsídios para as famílias com
renda mensal mais baixa, ocorre uma crescente procura por imóveis de interesse
habitacional em todo país.
Pesquisa realizada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômicas) (2013) aponta
para uma redução do déficit de habitação do país, passando do patamar de 10% (do
total dos domicílios brasileiros) em 2007 para 8,53% em 2012. Porém, a referida
pesquisa aponta ainda que embora constatada tal redução, o déficit ainda representa
5,24 milhões de residências, representando um desafio para o setor da construção.
De acordo com Lisboa (2008), para que se atenue o problema de moradia no
país torna-se, cada vez mais, necessários a realização de estudos que busquem a
qualidade no processo da construção, associada com a otimização dos custos para
implantação de sistemas construtivos. Ademais, a pesquisa e o desenvolvimento
tecnológico são a base para a evolução em qualquer setor industrial, inclusive na
Construção Civil (YAZIGI, 2009). Assim, fica claro que as construtoras estão buscando
soluções para aumentar sua capacidade de produção em menor prazo, tendo em vista
que neste segmento habitacional as margens de lucro são apertadas e ficam
condicionadas a quantidade produzida. Neste sentido, a escolha do sistema
construtivo adequado é crucial para a obtenção dos resultados financeiros desejados.
O sistema construtivo utilizando estruturas convencionais de concreto armado
já é largamente utilizado há muito tempo e em todos tipos de edificações. Por outro
lado, o sistema de alvenaria estrutural, segundo Campos (2006), têm se firmado como
um sistema construtivo bastante utilizado na forma de habitações multifamiliares.
Muito disso se deve a racionalização que o sistema propõe, abrindo possibilidades
maiores de redução de desperdícios na obra.
Pensando nesses critérios, foi elaborado o presente estudo que tem como
objetivo, analisar as características e comparar financeiramente a implantação dos
dois sistemas acima citados, considerando a construção de edificações habitacionais
de múltiplos pavimentos no Município de Caruaru, com a finalidade de verificar qual
dos sistemas apresenta menor custo para a implantação do seu sistema estrutural,
baseado nas características e dados de duas construções reais no Município.
13

1.1 PROBLEMATIZAÇÃO

Uma questão que sempre representa um desafio para o setor da construção


civil reside na escolha de métodos construtivos quando se opta pelo desenvolvimento
de um projeto. Neste sentido, a presente pesquisa procura contribuir ao discutir uma
das vertentes relevantes nesta escolha, qual seja a vertente econômica, discutindo
como o custo da construção pode ser considerado na escolha de sistemas
construtivos para edificações habitacionais de médio porte no município de Caruaru.

1.2 HIPÓTESE

Será adotada a hipótese de que o sistema construtivo em concreto armado


apresenta menor custo em relação ao sistema em alvenaria estrutural, tomando como
base a grande oferta de mão de obra com experiência na localidade onde se situou o
estudo. Com a alta oferta deste elemento é natural imaginar que os custos com tal
sejam reduzidos. Diferentemente do que acontece com o sistema construtivo em
alvenaria estrutural, onde a mão de obra deve ser especializada e por isso é mais
escassa.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Geral

Comparar o custo total para a implantação do sistema estrutural entre duas


edificações habitacionais de múltiplos pavimentos de porte similar construídas com
dois sistemas construtivos diferentes no Município de Caruaru.

1.3.2 Específicos

Apresentar uma revisão bibliográfica acerca das principais etapas construtivas


de cada sistema analisado (alvenaria estrutural e concreto armado) e ainda destacar
as principais vantagens e desvantagens associadas a cada um dos sistemas.
14

Apresentar um estudo comparativo entre os custos envolvidos com a


implantação dos dois sistemas estruturais, avaliando a influência de itens como
material, mão de obra e equipamentos.
Analisar o peso das etapa do processo construtivo de cada sistema no custo
final da estrutura de cada edificação.

1.4 JUSTIFICATIVA

A busca por lucros é natural da necessidade de sobrevivência e crescimento


da própria empresa segundo Mattos (2006), e na construção civil isso não é diferente.
Em tempos de crise no setor, se torna cada vez mais importante a busca por meios
que possibilitem o aumento da margem de lucro em seus empreendimentos, sem
perda na qualidade final do produto. Em empreendimentos de interesse habitacional
surge uma necessidade por estudos e pesquisas que auxiliem na escolha de um
sistema ao mesmo tempo econômico e qualificado que atenda todas as necessidades
normativas de moradia.
Edificações habitacionais que normalmente são produzidas em grande escala
têm seus lucros condicionados a essa quantidade, uma vez que sua margem de lucro
por unidade tende a ser apertada (FARIA, 2009). Com isso, a escolha do sistema
construtivo adequado é fundamental para se obter os resultados financeiros
esperados. Logo, é de suma importância a escolha de um sistema que seja rápido,
racional e que apresente os menores riscos possíveis na geração de retrabalhos e
manifestações patológicas. Qualquer fator que acarrete num aumento no custo da
obra impactará significativamente no custo total do empreendimento.
Com isso, este trabalho se justifica por apresentar um estudo comparativo entre
dois sistemas construtivos amplamente utilizados para a implantação de sistemas
estruturais de edificações habitacionais de múltiplos pavimentos no Município de
Caruaru, almejando que este venha a se tornar material auxiliar de estudo para
tomada de decisões sobre o sistema construtivo mais adequado a determinada
situação.
15

2 ALVENARIA ESTRUTURAL X CONCRETO ARMADO

2.1 CONCEITO DE PROCESSO E SISTEMA CONSTRUTIVO

Processo construtivo se conceitua como um organizado e bem definido modo


de se produzir uma edificação, ou seja, um específico processo construtivo se
caracteriza pelo seu particular conjunto de tarefas executadas na construção de uma
estrutura (SABBATINI, 1989 apud ARCARI, 2010). O autor acrescenta ainda que um
sistema construtivo compreende um conjunto de processos construtivos com elevados
níveis de organização, constituído de elementos e componentes inter-relacionados e
completamente integrados pelo processo.
Entende-se então, que um sistema construtivo depende dos processos
construtivos, sendo esses identificados pelas técnicas que serão utilizadas em cada
serviço durante a construção funcionando de forma, integrada e com um nível de
organização mais aprimorado. O termo sistema construtivo macro identifica o tipo de
estrutura de uma edificação, como o sistema construtivo em alvenaria estrutural e o
sistema construtivo em concreto armado. Estes sistemas são identificados pelos
processos e técnicas utilizadas na concepção da estrutura.
Mota (2004) destaca que o processo construtivo de uma edificação sempre
começa em função da concepção estrutural da obra e que sua escolha irá definir seus
diferentes materiais necessários e a qualificação da mão de obra que a construtora
precisará ter disponível.

2.2 SISTEMA CONSTRUTIVO EM ALVENARIA ESTRUTURAL

2.2.1 Histórico

O sistema construtivo em alvenaria estrutural é dos mais antigos já usados pelo


homem, tendo a princípio surgido a milhares de anos como um sistema empírico,
concebido de forma primitiva através do empilhamento de fragmentos de rochas.
(PRATA et al. 2012).
Existem diversos registros de obras importantes desenvolvidas no curso da
história que foram executadas em alvenaria estrutural. Pode-se destacar como
16

exemplos as Pirâmides de Guizé (construção em blocos de pedra que chegam a 147


metros de altura e data de aproximada 2600 anos a.C), o famoso Coliseu em Roma
(um anfiteatro com capacidade para 50 mil pessoas, construído por volta do ano 70
d.C.), o Farol de Alexandria (construção com 134 metros de altura, em 280 a.C. e
destruído por um terremoto no século XIV) (RAMALHO e CORRÊA, 2003).

Figura 1: Coliseu de Roma, antiga obra em alvenaria estrutural.

Fonte: Disponível em http://www.revistapelomundo.com.br/wp-


content/uploads/2014/07/281867

O Edifício Monadnock pode ser considerado como um símbolo clássico da


alvenaria estrutural. Construído em Chicago entre 1889 e 1891, sua estrutura de 65
metros de altura lhe rendeu o “status” de uma obra ousada na época. A ousadia da
obra pode ser inferida através de seus elementos, onde se observam paredes cuja
espessura na base chegou a 1,80 metros, devido aos métodos empíricos de
dimensionamento utilizados até então (RAMALHO e CORRÊA, 2003). A figura 2
apresenta um detalhe desta edificação.
17

Figura 2: Edifício Monadnock - edificação clássica em alvenaria estrutural.

Fonte: Disponível em http://www.valegandara.com/blog/nov/images/fotomonad02.jpg

No Brasil o sistema demorou a surgir e só foi notado em meados do século


passado quando foram construídos os primeiros prédios em alvenaria estrutural. Com
quatro pavimentos em alvenaria armada de blocos de concreto, o “Conjunto
Habitacional Central Parque da Lapa” (construído em 1966) é considerado o
empreendimento pioneiro do uso do sistema no país e marca um período onde se
estima que tenham sido executadas mais de dois milhões de unidades habitacionais
em alvenaria estrutural (KALIL, 2011). Desde então a utilização do sistema é
crescente no país para construção de unidades habitacionais e esse avanço auxilia
na sua chegada a cidades do interior que naturalmente apresentam maior déficit em
infraestrutura, se tornando alternativa para os construtores.

2.2.2 Execução do Sistema

A base do sistema está na execução da alvenaria a qual define-se como o


conjunto de peças justapostas unidas em sua interface, através de uma argamassa
apropriada, dando forma a um elemento vertical coeso. (TAUIL e NESE, 2010). Esse
elemento coeso serve para vedar espaços, promover segurança, resistir a impactos,
à ação do fogo, de ventos, de chuva e contribuir para a manutenção do conforto
18

térmico e acústico do ambiente. Penteado (2003) ainda acrescenta que em alvenaria


estrutural elas ainda são capazes de suportarem outras cargas além de seu peso
próprio.

2.2.2.1 Componentes

Segundo Ramalho e Corrêa (2003), os principais componentes constituintes da


alvenaria estrutural são: unidade (bloco), argamassa, graute e armaduras. Na Figura
3 é possível observar os componentes da alvenaria estrutural.

Figura 3: Componentes da alvenaria estrutural.

Fonte: TAUIL e NESE, 2010, p. 72

O bloco é o componente principal da alvenaria estrutural, responsável pela


definição das características resistentes da estrutura, podendo ser considerado
maciço ou vazado (TAUIL e NESE, 2010).
A NBR (Norma Brasileira) 6136/2014 especifica que a resistência característica
desses blocos à compressão devem ser de no mínimo 6 Mpa em paredes externas
sem revestimento e de do mínimo 4,5 Mpa para paredes internas ou externas com
revestimento. A Figura 4 mostra os diferentes tipos de blocos utilizados para alvenaria
estrutural.
19

Figura 4: Blocos estruturais.

Fonte: TAUIL e NESSE, 2010 p. 63

Para formação da alvenaria, os blocos devem ser colados com auxílio de


argamassas, produzidas a partir da mistura de aglomerantes, agregados e água,
destacando-se para este elemento a importância de sua capacidade de
endurecimento e aderência (FIORITO, 2009). Ramalho e Corrêa (2003) acrescentam
que as argamassas utilizadas em obras devem possuir características de
trabalhabilidade, resistência, plasticidade e durabilidade específicas para redução de
perdas e aumento da produtividade. Para atingir esses objetivos boa parte das
construtoras vêm utilizando argamassa industrializada, devido ao fácil transporte no
canteiro da obra, em função da mesma poder ser armazenada em sacos e misturada
no local de aplicação (ARCARI, 2010).
Uma característica importante no sistema em alvenaria estrutural é a utilização
do concreto graute para auxiliar no suporte às cargas atuantes na estrutura. Segundo
Ramalho e Corrêa (2003), o graute é um concreto fluído, com agregados miúdos,
destinado ao preenchimento dos vazios dos blocos promovendo a solidarização com
as armaduras posicionadas nestes vazios. O mesmo pode ser usinado em centrais
externas e enviados para a obra através de caminhões betoneira ou ser,
simplesmente, misturado na obra. Miranda (2012) acrescenta que o graute tem um
prazo máximo de uma hora e meia para ser utilizado após a adição de água na sua
composição, excludente os casos em que são utilizados aditivos retardadores de pega
e devem possuir o mesmo cuidado em relação ao concreto convencional quanto a
possibilidade de segregação dos seus componentes.
É importante salientar que a NBR 8798/1985 estabelece limites quanto a
quantidade de cimento, cal e agregados nas dosagens não-experimentais. E a NBR
20

10837/1989 indica que o graute deve ter resistência característica superior ou, no
mínimo, igual a duas vezes a resistência característica do bloco.
Manzione (2004) destaca ainda que este sistema faz uso de armadura nos
pontos de graute, as quais são utilizadas como um mecanismo adicional de resistência
através das funções de travamento, combate à retração, auxílio à alvenaria no
combate a esforços compressão e principalmente na resistência a esforços de tração,
salientando que as tensões provocadas por tais esforços devem ser compatíveis com
a alvenaria. Ramalho e Corrêa (2003), acrescentam que, no sistema em alvenaria
estrutural, as barras de aço utilizadas são tal como as utilizadas nas estruturas de
concreto armado, sendo que no primeiro caso elas devem ter seus locais de
confinamentos envolvidos por concreto do tipo graute, a fim de trabalhar em conjunto
com a alvenaria.

2.2.2.2 Etapas de Execução

Segundo Sabbatini (2003), para garantir a qualidade das edificações quanto à


confiabilidade e durabilidade, a construção de edifícios em alvenaria estrutural deve
ser realizada de acordo com técnicas específicas. Já Richter (2007), apresenta uma
sequência esquemática para a execução da alvenaria estrutural, como mostra a
Figura 5.
Figura 5: Esquema para elevação de alvenaria estrutural.

Fonte: Richter, 2007, p. 56


21

Segundo Roman (1996), as fundações desse sistema devem estar preparadas


para acomodar cargas distribuídas linearmente, sendo adequadas soluções como as
vigas baldrame, sapata corrida, radiers e estacas alinhadas ao longo da parede.
Yazigi (2009) atenta ainda para a necessidade de seguir algumas condições
iniciais nas fundações para a marcação antes de iniciar a elevação da alvenaria
estrutural, como a impermeabilização completa da base que receberá a alvenaria, o
nivelamento preciso do terreno e seu entorno e a locação topográfica precisamente
demarcada.
Essa precisão na demarcação da alvenaria exerce papel fundamental quanto a
resistência, nivelamento, esquadro e planeza das alvenarias, por isso se faz
necessário o auxílio de equipamentos topográficos (SANTOS, 1998). Para início da
elevação, deve-se demarcar e assentar toda a 1ª fiada, seguindo rigorosamente o
projeto de modulação das peças respeitando todas amarrações, já que não pode
haver sob hipótese alguma a quebra do bloco estrutural (PASTRO, 2007). Essa
primeira fiada é a referência para elevação de todas as outras fiadas superiores. A
figura 6 mostra um exemplo de modulação para o sistema em alvenaria estrutural em
perspectiva.

Figura 6: Exemplo de modulação da alvenaria.

Fonte: Pastro, 2007, p.8


22

Após a execução da primeira fiada, a alvenaria é levantada pelas amarrações


de canto e encontro de paredes e depois é preenchido o vão entre elas (RICHTER,
2007). Juntamente com a elevação da alvenaria deve ser feito o grauteamento nos
pontos especificados em projeto para recebimento das armaduras e concretagem das
vergas contravergas. Feita a elevação até a altura do fechamento, finaliza-se com a
concretagem da cinta e inicia-se a montagem da laje.

Figura 7: Aspecto final após elevação.

Fonte: Disponível em www.pdg.com.br/_upload/empreendimento/images/a-im-172-98.jpg

Mota (2004) menciona que na montagem e concretagem da laje, deve-se


atentar para que estas se apoiar sobre a alvenaria após a secagem das argamassas,
ou seja, pelo menos 48 horas após a execução. Seu processo construtivo será
definido a partir da escolha do tipo de laje que será utilizada. Tauil e Nese (2010)
esquematizam a montagem de alguns tipos de lajes sobre a alvenaria estrutural onde
é possível observar que o fechamento da alvenaria é sempre o mesmo para todos os
tipos de laje, com a última fiada de blocos tipo canaleta e armadura horizontal de
flexão concretada com graute, exercendo papel semelhante ao de uma viga de
concreto armado. A partir da montagem e concretagem da laje inicia-se novamente
todo processo a partir da marcação da 1ª fiada da alvenaria do pavimento superior.
23

Figura 8: Esquema de montagem de lajes em alvenaria estrutural.

Fonte: Tauil e Nese, 2010, p. 73-78

2.3 SISTEMA CONSTRUTIVO CONVENCIONAL EM CONCRETO ARMADO

2.3.1 Histórico

Desde a antiguidade que elementos como a pedra e o tijolo representam os


materiais mais importantes para a construção, seja para edificação de moradias, para
construir fortificações, para vencer vãos de rios ou construir templos aos deuses
(BOTELHO e MARCHETTI, 2013). O tijolo cerâmico foi desenvolvido pela civilização
romana, para escapar das formas retas que as construções precisavam ter por conta
24

dos materiais disponíveis, no entanto as obras portuárias exigiam uma solução


diferenciada, que foi encontrada na fabricação de um verdadeiro concreto. (FUSCO,
2008).
Segundo Helene (2010), foi apenas após o registro da patente do cimento
Portland por John Aspdin em 1824 que surgiu o concreto armado. O barco feito por
Lambot, em 1849 é considerado a primeira peça produzida em concreto armado. Já
na primeira metade do século XX foram inúmeros os avanços nesse composto, desde
a publicação da 1ª edição do livro “Teoria e Prática do Concreto Armado” até o
surgimento da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), justamente com a
elaboração da NB-1 (Norma para o projeto e execução de estruturas de concreto
armado). (FUSCO, 2008).
No Brasil, edificações construídas com concreto armado começaram a se
destacar ainda no século XX. O prédio Martinelli em São Paulo (construída na década
de 20 e com 106,5 metros de altura) e o edifício Itália (com altura de 150 metros e
construído na década de 60) são exemplos disso e se destacavam por sua altura
considerada muito alta para os padrões da época (VASCONCELOS, 1985). A figura
9 mostra um detalhe do edifício Itália.

Figura 9: Edifício Itália.

Fonte: Disponível em http://www.fotosefotos.com/admin/foto_img/foto_big/edificio_italia.JPG


25

2.3.2 Execução do Sistema

A estrutura base para execução do sistema construtivo em pórticos de concreto


armado é composta por vigas, pilares e lajes, seus elementos constituintes, todos
executados em concreto armado, diferenciando-se apenas por suas formas e funções
(LISBOA 2008).
A NBR 6118/2014 define todos esses elementos e trata as lajes (também
denominadas placas) como elementos estruturais de superfície plana, sujeitos
principalmente a esforços normais a seus planos e destinadas usualmente para
execução de coberta e pisos em uma edificação de múltiplos pavimentos. As cargas
atuantes nas lajes são transmitidas para as vigas que são elementos lineares em que
a flexão é preponderante, sendo estas normalmente dispostas na horizontal,
recebendo as cargas de reações das lajes, além de seu peso próprio e repassando
para os pilares.
Seguindo ainda os conceitos da NBR 6118/2014, os pilares são tratados como
elementos lineares de eixo reto, usualmente dispostos na vertical, em que as forças
normais de compressão são preponderantes. Eles têm a função de receber as cargas
atuantes na estrutura através das vigas que lhes são apoiadas ou engastadas e as
transmitir para as fundações. A figura 10 mostra de forma simplificada a estrutura base
do sistema em pórticos de concreto armado, utilizando sapatas isoladas como
elementos estruturais de fundação.

Figura 10: Estrutura base em concreto armado.

Fonte: RICHTER, 2007, p.8


26

2.3.2.1 Componentes

Como dito anteriormente a estrutura de concreto armado, é composta por


elementos estruturais em concreto armado, tais como pilares, vigas e lajes, e as
vedações são feitas com alvenarias sem função estrutural, onde o mais comumente
utilizado sejam as alvenarias em tijolos cerâmicos unidos através argamassa de
cimento e areia.
Os elementos estruturais são todos executados em concreto armado, material
decorrente da junção do concreto simples com armaduras de aço (FUSCO, 2008). O
autor ainda complementa dizendo que a existência da armadura de aço contorna a
baixa resistência à tração do concreto, formando o que é chamado de concreto
estrutural. Na figura 11 são ilustrados os componentes do concreto armado
convencional.

Figura 11: Componentes do concreto armado

Fonte: Disponível em http://speranzaengenharia.ning.com/page/patologias-das-edificacoes.

Por sua vez, o concreto simples é formado basicamente de aglomerantes,


agregados (graúdo e miúdo), água, aditivos e adições (AZEREDO, 1997). O principal
aglomerante utilizado na produção do concreto é o cimento Portland (comercializado
em sacos de 50 kg), Mota (2004) salienta que estes devem ser armazenado em pilhas
de, no máximo, 15 sacos e conservado ao abrigo da umidade, para evitar sua
hidratação e a consequente perda nas suas propriedades que podem afetar na
qualidade e vida útil do concreto.
27

Visando a vida útil do concreto, Rebmann (2011) salienta também para a


importância do controle da permeabilidade do concreto, uma vez que esta pode ditar
o ritmo da ação de agentes agressivos em seu interior podendo chegar a armadura.
O controle dessa permeabilidade depende, além das características da pasta de
cimento, da interação do fluxo com os agregados presentes na composição do
concreto.
Rohden (2015) complementa citando que para um composto menos permeável
orienta-se o uso de concreto com alto empacotamento dos agregados, agindo então
como bloqueadores do caminho de passagem da água. No mercado é possível
encontrar agregados das mais diversas dimensões, tanto agregados miúdos (areias e
pó de pedra) quanto graúdos (pedregulho, seixo rolado, pedra britada, argila
expandida, etc.). Ainda em relação aos cuidados contra a ação de agentes agressivos
no concreto Azeredo (1997) salienta ainda que os agregados devem ser inertes,
resistentes limpos e isentos de impurezas e matéria orgânica.
Porém uma causa isolada raramente é responsável pela facilitação da entrada
dos agentes agressivos no concreto. Por isso Fusco (2008) atenta também para os
cuidados que se deve ter em relação a água de amassamento utilizada na composição
do concreto para que esta não venha a comprometer as armaduras envolvidas pelo
concreto. Em resumo ele cita que a água de amassamento deve ser isenta de teores
prejudiciais, de substâncias estranhas e sempre acompanhada de um controle
rigoroso de sua composição química. O autor ainda dá o exemplo de um composto
químico particularmente perigoso para a corrosão das armaduras, que é constituído
pelos cloretos, pois a reação química de corrosão em virtude do íon Cl- é regeneradora
desse elemento agressivo. Sendo, portanto, terminantemente proibida a aplicação de
qualquer aditivo com cloreto em suas composições.
Outros componentes que podem ser utilizados em concretos para contornar
problemas em relação a redução de sua vida útil são os aditivos e adições,
adicionados durante a mistura, com a função de alterar suas propriedades de acordo
com a necessidade na produção ou execução do mesmo. Gomes (2005) exemplifica
citando que a adição de polímeros com certas propriedades em concretos os
beneficiam basicamente com o aumento de durabilidade, adesão e resistência a
impactos, abrasão e ação de gelo e degelo. Azeredo (1997) ainda classifica os aditivos
em: aceleradores, agentes redutores de água e reguladores de pega, difusores,
incorporadores de ar, expulsores de ar, formadores de gás, expansores, minerais
28

finitamente divididos, impermeabilizantes, ligantes, redutores de reação álcali-


agregado, inibidores de corrosão, fungicidas, germicidas e inseticidas, agentes
floculantes e colorantes.
Por fim, o fator que diferencia o concreto simples do concreto armado é a
utilização de uma armadura em aço no interior dos elementos estruturais para
melhorar sua capacidade de suporte a esforços de flexão. Almeida (2012) trata como
aço para concreto armado aqueles que atendem as características mecânicas
(Módulo de elasticidade, limite de proporcionalidade, limite de escoamento, entre
outros) e de aderência para trabalhar em conjunto com o concreto simples de forma
harmoniosa. A NBR 6118/2014 detalha que no concreto armado corrente devem ser
empregados aços com resistência de escoamento de até 500 ou 600 Mpa, podendo
as barras serem lisas, entalhas ou nervuradas para ajudar na aderência. Quanto aos
cuidados com a vida útil da estrutura é de suma importância a proteção do aço contra
a ação de agentes deletérios que possam causar sua oxidação, e além dos cuidados
já citados referente ao ação dos agentes agressivos no interior do concreto já
produzido, o aço também deverá ser protegido enquanto se mantiver em estoque no
canteiro da obra, preferencialmente coberto com uma lona de forma a evitar sua
exposição ao ar livre (MOTA, 2004).

2.3.2.2 Etapas de Execução

A construção da estrutura em concreto armado se inicia na fundação, a qual


Azeredo (1997) define como sendo os elementos estruturais destinados a transmitir
ao terreno as cargas de uma estrutura. Mota (2004) divide os tipos de fundações em
dois grandes grupos, são eles: O grupo das fundações rasas ou diretas e o Grupo das
fundações profundas ou indiretas. A figura abaixo mostra os dois grandes grupos de
fundações de forma esquemática.
29

Figura 12: Os grandes grupos de fundações.

Fonte: Adaptado de Azeredo, 1997, p. 30.

Yagizi (2008) diferencia os dois grandes grupos de fundações dizendo que as


fundações do tipo diretas são aquelas em que a carga é transmitida ao terreno,
predominantemente pela pressão distribuída sob a base da fundação e que sua
profundidade de assentamento é inferior a duas vezes a menor dimensão da
fundação. Já a fundação indireta é aquela em que o elemento de fundação transmite
a carga ao terreno pela base, chamada resistência de ponta, e pelo atrito da superfície
lateral, chamada resistência de atrito do fuste, e está assentada em profundidade
superior a no mínimo ao dobro de sua menor dimensão em planta.
É importante que tenha-se conhecimento da edificação e do solo ao qual a
mesma será levantada para uma melhor escolha do tipo de fundação utilizar. (MOTA,
2004). A partir daí segue-se as etapas do sistema proposto por Thomaz (2005) na
Figura 13 para a implantação do sistema estrutural em concreto armado.
30

Figura 13: Esquema de implantação de estrutura em concreto armado.

Fonte: Thomaz, 2005, P. 536

Analisando o esquema de implantação da estrutura percebe-se que algumas


etapas necessitam ser executadas ao mesmo tempo, e podem demandar várias
equipes com diferentes especialidades ou então equipes multidisciplinares para a
execução em harmonia e sem perdas.
A etapa seguinte é a de montagem das fôrmas e do escoramento, que têm a
função de dar forma e suporte durante o período de cura do elemento estrutural, até
que ele suporte as cargas atuantes por si só (DANTAS, 2006). Esta etapa deve ser
feita com o cuidado de facilitar a sua retirada após o término do processo. Mota (2004)
aconselha que, preferencialmente, essas fôrmas sejam executadas com madeira
industrializada e resinada para resultar numa menor aderência ao concreto no
momento do desmolde, estando elas bem alinhadas e bem articuladas antes da
concretagem, evitando até os pequenos afastamentos, devido aos esforços gerados
31

pelo lançamento e vibração do concreto. Na figura 14 são mostradas formas e


escoramentos montados na implantação do sistema estrutural em concreto armado.

Figura 14: Montagem de fôrmas e armaduras.

Fonte: Disponível em http://premonta.com.br/site/O-que-%C3%A9-Concreto-Armado.jpg

Ao mesmo tempo que se segue a montagem das fôrmas, é aconselhável


executar a etapa de montagem das armaduras. Nessa etapa os cuidados devem ser
tomados a fim de garantir que as propriedades que garantem suas associações com
o concreto não sejam alteradas, são essas propriedades, a boa aderência entre eles
e a proteção do aço contra a corrosão quando envolvido pelo concreto. (AZEREDO,
1997). As ferragens devem estar bem posicionadas, seguindo rigorosamente o projeto
estrutural, caso contrário haverá diminuição da resistência do elemento estrutural, pois
o concreto armado só funciona bem quando as barras de aço trabalham em conjunto
em função das solicitações dos carregamentos e estão devidamente protegidas pelo
cobrimento do concreto. As armaduras podem ser montadas com antecedência, mas
deverão ser guardadas e transportadas cuidadosamente para que não sofram
deformações. (YAZIGI, 2008).
Passadas essas etapas, inicia-se a fase de concretagem, que de acordo com
Dantas (2006) se divide em 5 etapas: Mistura dos materiais, transporte do concreto,
lançamento nas fôrmas, adensamento e cura do concreto. Yagizi (2008) atenta que,
32

existem diversas formas de executar cada uma dessas etapas e que a melhor deve
ser escolhida em função da dimensão da obra e localização da edificação.
Na etapa de mistura dos materiais, o cuidado deve ser com a dosagem dos
materiais, e esta deve ser definida pelo projeto estrutural em função da resistência
característica à compressão desejada no concreto (MASCOLO, 2012). De acordo com
Azeredo (1997) o concreto pode ser misturado de forma manual ou mecânica através
de betoneiras, ou ainda, ser usinado e transportado até a obra através de caminhões-
betoneira. Mota (2004) informa que quando forem usadas betoneiras dentro da obra
para misturar o concreto deve-se distribuir uniformemente a mistura em função da
grande massa de concreto que é utilizado e seguir uma sequência lógica de: água,
aditivos, brita, areia e por fim o cimento, este último colocado lentamente para que a
mistura apresente a uniformidade necessária, misturando tudo por um tempo entre 5
e 10 minutos.
Para efeito de controle tecnológico, devem ser moldados corpos-de-prova de
todo concreto utilizado na obra, seja esse feito manualmente ou usinado, para
avaliação em laboratório a fim de garantir que estes seguem as especificações do
projeto quanto a suas características de resistência. (YAZIGI, 2008).
Na etapa seguinte, a de transporte, Azeredo (1997) enumera os principais
meios por: carros de mão e motorizados, guinchos e calhas, correias, caminhões-
betoneira, bombas de concreto e tubulação. O concreto deverá ser transportado, de
modo a se evitar a segregação na mistura, ou seja, evitar paradas bruscas e grandes
inclinações no transporte vertical. (MOTA, 2004).
No caso de bombas e calhas, o próprio meio de transporte é também
responsável pelo lançamento do concreto nas fôrmas. Os cuidados no lançamento
têm a mesma finalidade que no transporte, evitar a segregação da mistura onde
Rohden (2015) atenta para que durante e após todas as etapas de concretagem o
concreto permaneça com sua mistura o mais homogênea possível. Para isso Mota
(2004) recomenda que se evite o lançamento acima de 2 metros de altura das fôrmas,
onde esse problema é contornado quando utiliza-se o lançamento por bombeamento,
pois o mangote pode ficar imerso nas peças estruturais e ser retirado conforme as
peças são preenchidas lentamente. É lógico que o lançamento através de bombas
resulta em custos maiores que o lançamento manual, porém apresenta melhor custo-
benefício quando levado em consideração a velocidade de execução e a segurança
na fabricação das peças. Yazigi (2008) complementa essa etapa da concretagem
33

dizendo que, antes do lançamento as fôrmas devem estar totalmente executadas,


escoradas, limpas e conferidas e que a armadura precisa estar limpa, posicionada e
conferida pelo engenheiro responsável da obra para só então ser autorizada a
concretagem das peças.
Após o lançamento do concreto nas fôrmas, inicia-se a etapa de adensamento
do mesmo, que tem por objetivo deslocar com esforços os componentes do concreto
obrigando-os a se arranjarem para ocupar todos os vazios entre as armaduras dentro
da fôrma e desalojar o ar do material. Pode ainda ser feito de forma manual
(apiloamento) ou mecânico (vibração ou centrifugação). (AZEREDO, 1997). É muito
mais comum o adensamento mecânico com uso de vibradores de imersão nessa fase.
Mota (2004) salienta que uma boa homogeneização do concreto através de vibradores
de imersão, se dá quanto mais rápido for sua penetração no concreto e mais lenta sua
retirada da massa.

Figura 15: Adensamento mecânico com vibrador de imersão.

Fonte: Disponível em http://img.olx.com.br/images/97/971511015610071.jpg

Após o adensamento, inicia-se a última etapa de produção do concreto, a cura.


Segundo Dantas (2006), o concreto preparado com cimento Portland deve se manter
umedecido por diversos dias após sua concretagem, uma vez que a água é
indispensável às reações químicas que ocorrem no processo de endurecimento do
concreto, principalmente nos primeiros dias. E acrescenta ainda que uma cura bem
realizada torna o concreto mais resistente e durável.
34

O tempo de cura do concreto é classicamente estimado em 28 dias após sua


fabricação, porém, com a introdução de aditivos é possível antecipar ou retardar esse
processo a depender das necessidades da construção. (MOTA, 2004).
Entretanto, a NBR 7678/1983, recomenda os seguintes tempos mínimos de
cura convencional antes de desformar a peça estrutural.

Tabela 1: Tempos mínimos de cura convencional de desforma.

Quando a sobrecarga for:


Tipo de peça estrutural Maior que o peso próprio do Menor que o peso próprio do
concreto e das formas concreto e das formas

Arcos 14 dias 7 dias

Fundo de vigas de menos


7 dias 4 dias
de 3 m de vão
Fundo de vigas de vãos
14 dias 7 dias
entre 3 e 6 m
Fundo de vigas de mais
21 dias 14 dias
de 6 m de vão
Lajes com vãos menores
4 dias 3 dias
que 3 m
Lajes com vãos entre 3 e
7 dias 4 dias
6m
Lajes com vãos maiores
10 dias 7 dias
que 6 m
Paredes 1 dia 1 dia
Colunas 1 dia 1 dia
Formas laterais de vigas 1 dia 1 dia
Lajes protendidas com
Assim que for aplicada a protensão final
aderência posterior
Fonte: Adaptado da NBR 7678, 1983, p. 94.

Implantado o sistema estrutural da edificação segue-se então para a etapa de


fechamento dos vãos entre o esqueleto da estrutura. Ele é feito convencionalmente
com alvenaria de vedação com blocos cerâmicos vazados, sem função estrutural,
porém ele deve satisfazer as condições estabelecidas pela NBR 15575/2013, quanto
as propriedades de isolante térmico, isolante acústico, resistência a impactos, entre
outros.
35

O bloco cerâmico vazado ainda apresenta diversas outras qualidades quando


comparado a outras unidades que podem ser utilizadas para alvenaria de vedação,
como: menor peso que o tijolo maciço comum, economia de mão de obra por seu
tamanho ser superior aos outros tijolos, economia na argamassa, é um bom isolante
térmico e acústico. (AZEREDO, 1997).
Para esse serviço de vedação, os blocos que constituem a alvenaria são
assentados com argamassa de areia e cimento. Como as faces dos tijolos furados
são sensivelmente lisas, as ranhuras externas facilitam a aderência e pega da
argamassa na elevação da alvenaria. Zuchetti (2010) salienta que apesar de não ter
função estrutural são necessários cuidados contra defeitos geométricos, como prumo
e esquadro, a fim de evitar desperdício com a necessidade revestimentos mais
espessos para nivelar o plano da alvenaria.

Figura 16: Alvenaria de vedação com blocos vazados.

Fonte: Disponível em http://mlb-s1-p.mlstatic.com/10698-MLB20032249694_012014-O.jpg

2.4 CRITÉRIOS DE ESCOLHA DE UM SISTEMA

A escolha de um sistema construtivo é definida através da análise de diversos


fatores, que normalmente se englobam em duas vertentes: a técnica e a econômica.
36

2.4.1 Critérios Técnicos

Para escolha de um sistema estrutural é fundamental uma avaliação que


comprove que a qualidade do produto ou processo, assim como seu comportamento
e desempenho, sejam mantidos sob condições locais de aplicação e qual
comportamento provável ou potencial do produto, tudo isso através de critérios
técnicos (NAKAMURA, 2014). A autora ainda destaca que a análise dos critérios do
ponto de vista técnico na escolha de um sistema construtivo deve ser feito de forma
objetiva com base em critérios de desempenho, à luz da NBR 15575/2013.
A referida norma estabelece critérios mínimos de desempenho buscando
atender às exigências dos usuários, independente do sistema construtivo utilizado.
Ela foca em diversos parâmetros dentre os quais destacam-se as exigências mínimas
quanto a durabilidade e manutenção, o desempenho estrutural, a resistência ao fogo,
o desempenho térmico e acústico, entre outros.
Pensando nisso, Hoffman et al (2012) destacam algumas vantagens e
desvantagens observadas no sistema em alvenaria estrutural com base nesse
critérios e em relação ao sistema em concreto armado. Como principal vantagens
destacam-se:
 A facilidade de integração da estrutura com outros subsistemas, com as
instalações sendo concentrada em locais específicos (shafts), que além
de não comprometerem o desempenho da estrutura, facilitam a
manutenção;
 São considerados bons isolantes térmicos e acústicos.

Como desvantagens nos critérios técnicos e em relação ao sistema em


concreto armados os autores citam:

 Limitação no projeto arquitetônico através da necessidade estrutural de


utilização de vãos relativamente pequenos (5 a 6 metros em média);
 Dificuldade na readaptação da arquitetura em reformas, em função da
impossibilidade de remoção de paredes;
 Dificuldade na execução de formas arredondadas.
37

Em se tratando do sistema construtivo em concreto armado, Souza Jr. (2013)


é quem destaca as principais vantagens e desvantagens em relação aos critérios
técnicos exigidos e ao sistema em alvenaria estrutural:

 Elevada vida útil;


 Possibilidade aumento no desempenho estrutural através do uso de
aditivos;
 Resistência a compressão da estrutura aumenta com a idade;
 Resistência ao fogo e às intempéries;
 Liberdade no projeto arquitetônico, em função da facilidade na
adaptação nas mais diversas formas, com as armaduras colocadas em
função dos esforços internos aos quais as peças são dimensionadas.

Em contrapartida, o mesmo autor cita algumas desvantagens do sistema na


mesma linha de lógica, sendo eles:

 Baixo grau de proteção térmica;


 O elevado peso próprio que demanda uma preocupação maior com a
concepção estrutural dos elementos de fundação e das tensões
admissíveis do solo;
 Em muitos casos, as instalações prediais são embutidas nas paredes de
vedação causando diversos transtornos quanto à manutenção.

2.4.2 Critérios Econômicos

A definição dos serviços necessários para execução de uma obra é a base para
estimativa de custos, necessária para estudo de viabilidade econômica de um
empreendimento. Mascaró (1998) destaca que o custo de uma edificação é definido
por sua concepção, porque é nele que serão traçados os elementos e serviços que
irão consumir os mais diferentes tipos de insumos durante a obra. Kato (2013)
complementa ao dizer que decisões prévias tomadas na fase de planejamento como
a escolha do sistema construtivo tem um impacto muito maior no custo final da obra,
do que as decisões tomadas na fase de execução.
38

Karshenas (1984 apud KATO, 2013) aponta que a estimativa de custos é uma
ferramenta de suma importância para empreendedores e projetistas, pois se trata de
uma análise útil tanto para verificar a viabilidade de execução de uma obra, como para
auxiliar na escolha entre dois diferentes tipos de sistemas construtivos.
Mattos (2006) acrescenta que a primeira etapa do processo de estimativa de
custos é o estudo das condicionantes, onde justamente são avaliadas as dificuldades
para obtenção de insumos, seja através da disponibilidade de fornecedores de
materiais nas proximidades, da qualificação e experiência da mão de obra disponível
ou da análise de logística que cada sistema construtivo exige.
A dificuldade na obtenção desses itens poderão impactar negativamente no
custo para implantação de um sistema, tornando-o menos vantajoso em relação a
outro. Através desse estudo pode-se constatar, por exemplo, uma escassez de mão
de obra qualificada, o que pode tornar onerosa a implantação de um sistema
construtivo mais racional que precisa dessa qualificação da mão de obra e terá que
ofertar treinamentos e cursos profissionalizantes.
Quando se trata da análise de critérios econômicos, Hoffman et al (2012), cita
diversas vantagens do sistema em alvenaria estrutural em relação ao sistema em
concreto armado, dentre os quais destacam-se:

 Redução nos custos com revestimentos, em função do prumo preciso


das paredes nessas obras, o que acabam por reduzir na espessura do
revestimento;
 Redução no consumo de argamassa na aplicação de revestimentos
cerâmicos, uma vez que este pode ser aplicado diretamente sobre os
blocos, dispensando também a execução de chapisco para fornecer
aderência;
 Redução no custo da mão de obra com carpinteiros e ferreiros, por
dispensar o uso de fôrmas;
 Redução no consumo de concreto e aço, uma vez que as paredes são
a própria estrutura da edificação;
 Redução na geração de entulhos, devido ao fato de não haver
necessidade do rasgamento de paredes para passagem de tubulações,
que são geralmente instaladas em shafts;
39

 Redução no desperdício de mão de obra e material na execução da


alvenaria em função da maior resistência e durabilidade dos blocos
estruturais;
 Mão de obra qualificada permite a redução do prazo de execução;

Na análise desse mesmo critério, o sistema também apresenta desvantagens


que são citadas a seguir:

 Carência de fornecedores de blocos com resistência elevada em muitos


locais, o que pode causar atrasos e prejuízos com equipes paradas;
 Falta de mão de obra qualificada, o que leva as empresas a realizar
treinamentos demandando tempo e recursos financeiros;
 Necessidade de um controle minucioso exigido pelos blocos estruturais,
já que o sistema demanda a utilização de blocos com tamanhos e
resistências variadas;

Partindo agora, para as vantagens do sistema em concreto armado em relação


ao sistema em alvenaria estrutural sob o olhar de análise de critérios econômicos,
Souza Jr. (2013) destaca:

 Grande oferta de mão de obra, que não necessita de elevado nível de


qualificação, proporcionando a facilidade em se encontrar profissionais
com experiência;
 Matéria prima disponível em abundância (facilidade de encontrar
fornecedores);
 Redução nos custos com vedações, uma vez que podem ser utilizados
elementos sem função estrutural.

Souza Jr. (2013) complementa destacando também, as principais


desvantagens desse sistema:
40

 Processo de cura do concreto limita o tempo de execução da estrutura


(podendo encurtar o tempo desse processo através da utilização de
aditivos);
 Recuperação e reforços apresentam custos elevados;
 Dificuldade na demolição dos elementos estruturais, demandando maior
tempo e consequentemente maior custo com mão de obra;
 Demandam de mais profissionais com especialidades distintas
(pedreiros, serventes, carpinteiros, armadores, etc.) em função do maior
número de serviços necessários para sua implantação.

É importante complementar que uma de estimativa de custos completa traz


informações mais precisas para análises de viabilidade na implantação de sistemas
construtivos. Após o estudo das condicionantes, Mattos (2006) cita ainda mais duas
etapas necessárias a complementação da estimativa, que são: composição de custos
e determinação de preços.
A composição de custos é a etapa onde se quantificam os serviços a serem
executados na implantação do sistema e são estimados os insumos necessários para
cada unidade de serviço. Muitas empresas levantam o índice de consumo de materiais
e de produtividade de seus funcionários, para orçamentação no decorrer de sua
própria obra, no entanto é muito comum em tarefas de estimativa de custos prévias a
obra, a utilização de composições estipuladas por tabelas de referência, como o
catálogo de composições da Sinapi (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e
Índices da Construção Civil), a TCPO (Tabela de Composições de Preços para
Orçamentos) ou equivalente (TISAKA, 2006).
Na etapa de determinação dos preços, são levantados os custos dos insumos
necessários para cada serviço. Mattos (2006) cita dois meios muito utilizados para
obtenção destes valores. O primeiro é através de uma cotação de preços, que nada
mais é que a coleta direta de preços no mercado através de consultas junto a
fornecedores e lojas de materiais de construção. O segundo é através do uso de
tabelas de custos elaboradas por órgãos e instituições, como a tabela de custos
Sinapi, atualizada mensalmente com custos de referência para cada estado brasileiro.
41

3 METODOLOGIA

Neste capítulo serão apresentados os métodos científicos adotados para


realização do estudo, sendo ele definido após revisão bibliográfica e a identificação
dos instrumentos disponíveis para coleta dos dados pertinentes aos objetivos da
pesquisa. Assim, será abordada a classificação da pesquisa, instrumento de coleta de
dados, o universo e as amostras desse estudo e como será feita a organização e
análise dos dados.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Este estudo tem como propósito uma análise comparativa da implantação de


sistema estrutural em duas edificações construídas no município de Caruaru e que
utilizam de sistemas construtivos diferentes (Alvenaria Estrutural e Concreto Armado)
com foco nos critérios econômicos.
Para tal propósito, o presente estudo foi desenvolvido seguindo os preceitos da
pesquisa exploratória com procedimentos técnicos de estudo de caso, uma vez que
buscou reunir informações detalhadas e sistemáticas sobre um fenômeno, onde o
pesquisador se envolveu num estudo profundo e exaustivo de dois objetos, permitindo
seu amplo e detalhado conhecimento (GIL, 2008).
Quanto à sua natureza, a presente pesquisa objetiva gerar conhecimentos para
aplicação prática direcionada à solução de problemas específicos, sendo então
classificada com aplicada. Por fim, em relação a abordagem do problema, ela ainda
pode ser classificada como quantitativa, devido ao fato de que todos os dados
coletados serão traduzidos em números para análise e comparação das amostras
(MARCONI e LAKATOS, 2002).

3.2 UNIVERSO E AMOSTRA

O universo desta pesquisa são as estruturas, tendo como amostras as duas


edificações construídas com sistemas estruturais diferentes (alvenaria estrutural e
concreto armado), porém com finalidade e dimensões similares.
42

3.3 COLETA, ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

A estrutura no método de coleta, organização e análise dos dados foi proposta


em 3 etapas:

Etapa 1. Levantamento dos dados

Levantar quantitativos de serviços, insumos, equipamentos e mão de obra


necessária para cada etapa do sistema construtivo. Obtendo tais informações através
da observação, levantamento in loco e através de documentos pertencentes as obras,
tais como projetos e planilhas de controle interno.

Etapa 2. Organização do orçamento

Organizar a quantificação dos serviços em uma planilha no formato de


orçamento separando-os por etapa do processo construtivo e dos elementos
executados, aplicando custos dos insumos de acordo com planilha de referência e
tabelas de custo atualizadas e reconhecidas no setor da construção civil, gerando
assim a estimativa de custos diretos para implantação do sistema estrutural nas
edificações estudadas.

Etapa 3. Análise comparativa

Comparar quantitativamente os dados anteriormente obtidos para os dois


sistemas, analisando em conjunto e separadamente cada etapa dos processos
construtivos com auxílio de gráficos e tabelas para melhor visualização. Para definir a
resolução do problema ao qual a pesquisa se propôs, atingindo os objetivos traçados.
43

4 APRESENTAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS-PADRÃO

Ambos os métodos construtivos foram analisados através de visitas a obras


reais e de características semelhantes de cada um dos dois sistemas para a
elaboração de um orçamento de custos abrangendo cada fase de execução pertinente
ao estudo com a finalidade de se chegar a um denominador comum entre os dois para
comparação, tal denominador utilizado foi o de custo por metro quadrado construído.
Para o estudo foram analisados um empreendimento construído através do sistema
de alvenaria estrutural e outro executado com sistema construtivo em concreto
armado.
O empreendimento de alvenaria estrutural está situado num lote de 25.988,83
m² e é composto por blocos de 3 pavimentos-tipo mais térreo com 412,64 m² de área
construída por pavimento e 1650,56 m² de área construída total por bloco, divididos
em 8 apartamentos por andar, tendo 4 apartamentos de 46,38 m² e 4 apartamentos
de 45,54 m², todos com 2 quartos. A figura 17 apresenta a fachada de um dos blocos
e as figuras 18 e 19 apresentam as plantas dos apartamentos individualizados.

Figura 17: Perspectiva da fachada.

Fonte: Disponível em http://www.premiumimobiliaria-pe.com.br

Tal empreendimento foi escolhido para estudo devido ao fato de ser executado
por uma grande empresa nacional que dispõe de todos os dados documentados
44

necessários para o estudo, embora liberados de forma bem restrita fazendo-se


necessário o levantamento de alguns desses dados in loco pelo pesquisador. Por
questões de regimento interno, a mesma solicitou que nem sua marca nem a
identidade dos responsáveis pela obra fossem divulgados nesse estudo.

Figura 18: Planta baixa - 2 quartos 1ª opção

Fonte: Disponível em http://www.premiumimobiliaria-pe.com.br

Figura 19: Planta baixa - 2 quartos 2ª opção

Fonte: Disponível em http://www.premiumimobiliaria-pe.com.br

Já o empreendimento com sistema construtivo em concreto armado está sendo


construído num lote urbano de 669,28 m² e é composto por apenas 1 bloco de 5
pavimentos-tipo mais térreo, com 381,26 m² construídos no térreo e 314,83 m² de área
45

construída por pavimento-tipo, divididos em 8 apartamentos por andar, totalizando


uma área construída de 1955,41 m² em toda edificação. As figuras 21 e 22 apresentam
a fachada frontal do bloco e a planta baixa do pavimento tipo.

Figura 20: Fachada oeste da edificação.

Fonte: Material interno da empresa.

Figura 21: Planta pavimento-tipo.

Fonte: Material interno da empresa.


46

Tal empreendimento está sendo executado por uma empresa de pequeno porte
que atua apenas no município de Caruaru, mas com a experiência de ter executado
diversas obras do tipo na cidade. A responsável pelo projeto e pela obra é a Engª
Débora Queiroz com mais de 15 anos de experiência na construção civil.
O mesmo foi escolhido para o estudo por apresentar características padrões
técnicos o mais semelhantes possíveis em relação ao empreendimento em alvenaria
estrutural (fundações diretas, nº de pavimentos, nº de apartamentos e área
construída), obtendo assim um padrão técnico e de características mais justas para o
estudo comparativo.
A tabela 2 apresenta um comparativo entre as principais características dos
empreendimentos analisados.

Tabela 2: Comparativo das características das edficações

CARACTERÍSTICAS DOS PÓRTICOS EM ALVENARIA


EMPREENDIMENTOS CONCRETO ARMADO ESTRUTURAL

Finalidade Habitacional Habitacional

Fundação Sapatas isoladas Radier

Nº de pavimentos garagem 1 0

Nº de pavimentos-tipo 5 4

Nº de apartamentos por pavimento-tipo 5 8

Nº de apartamentos do empreendimento 25 24

Área construída por pavimento-tipo (m²) 314,83 412,64

Área construída total 1955,41 1650,56


Fonte: O autor

5 LEVANTAMENTO E ORGANIZAÇÃO DOS DADOS

O estudo das condicionantes e o levantamento dos quantitativos de serviços


de cada obra foram baseados nos projetos disponibilizados, tanto arquitetônico como
estrutural, e através do acompanhamento in loco nas obras com uso da observação,
aplicando as composições de custos e a determinação dos preços dos insumos das
47

principais etapas do processo baseado na tabela Sinapi (Sistema Nacional de


Pesquisa de custos e Índices da Construção Civil) da disponibilizada pela Caixa
Econômica Federal, com data de referência de 04/2016. A planilha de custos
detalhada com valores de material, mão de obra e equipamentos de cada serviço e a
memória de cálculo do levantamento encontram-se anexos a esse estudo, assim
como a composição custos de cada serviço.

5.1 ESTRUTURA EM CONCRETO ARMADO

A iniciar pela fundação da obra, dados como locação, escavação e reaterro


foram levantados a partir das dimensões dos elementos estruturais da fundação
encontrada em projeto, uma vez que ao início dessa pesquisa a edificação já se
encontrava com a fundação totalmente executada.
A locação foi feita de forma convencional com gabaritos de madeira
pontaletadas a cada 1,5 metros e afastados 1,20m das faces dos pilares de canto e
extremidades que compõem a estrutura da edificação.
Já a escavação foi executada com auxílio de retroescavadeira e levantado a
partir das dimensões dos elementos de fundação contidos em projeto. O volume de
reaterro foi calculado pelo desconto do volume dos elementos estruturais da fundação
no volume escavado.
A tabela 3 apresenta um resumo dos itens considerados para a avaliação de
custos relativa aos serviços preliminares e de movimento de terra.

Tabela 3: Custos em serviços preliminares e movimentações de terra

Custo
1 SERVIÇOS PRELIMINARES E EM TERRA Quant. Und Custo Total
Unit.
Locação convencional de obra, através de
1.1 gabarito de tábuas corridas pontaletadas a cada 427,50 M² R$ 4,79 R$ 2.047,73
1,50m
Escavação de cavas para fundações em solo de
1ª categoria, com meios mecânicos, remoção dos
1.2 72,93 M³ R$ 27,66 R$ 2.017,24
materiais escavados e carregamento em
caminhão.
Reaterro compactado manualmente (valas de
1.3 13,10 M³ R$ 13,59 R$ 178,03
fundações)
TOTAL R$ 4.243,00
Fonte: O autor.
48

Nos elementos estruturais em concreto armado da fundação (Sapatas isoladas,


vigas baldrame), os dados foram levantados a partir de documentos e projetos cedidos
pela responsável técnica da obra, assim como foi também constatado in loco, o
seguimento de tais projetos. Os custos resumidos para execução da fundação são
mostrados na Tabela 4 e as planilhas contendo a descrição e custos detalhados se
encontram anexo a este trabalho.

Tabela 4: Custos dos elementos estruturais da fundação

Custo
2 ELEMENTOS ESTRUTURAIS FUNDAÇÃO Quant. Und Custo Total
Unit.
R$
2.1 Regularização com concreto não estrutural 10,12 M³ R$ 2.860,22
282,63
Fabricação, montagem e desmontagem de
2.2 482,86 M² R$ 43,73 R$ 21.115,63
fôrmas
2.3 Fabricação e montagem das armações 5.481,52 KG R$ 6,49 R$ 35.572,31
R$
2.4 Concreto fck 25 MPa 59,83 M³ R$ 21.408,32
357,82
TOTAL R$ 80.956,48
Fonte: O autor.

Partindo para a superestrutura, foram levantados a partir de projetos estruturais


e levantamentos in loco as quantidades exatas e os serviços necessários para
execução dos pórticos em concreto armado daquela obra, constituídos por pilares e
vigas retangulares com concreto de classe C25 e armações de aço nervurado CA-50.
Estão inclusos nos custos, os serviços de fôrmas e desformas com chapas de madeira
compensada resinada, escoras de madeira, armações e concretagem de todos os
elementos estruturais da superestrutura
As lajes de piso, coberta e escadas executadas na edificação foram do tipo pré-
moldadas com capeamento em concreto classe C25 e espessura de 5cm. Para o
levantamento das mesmas foi levantado a partir do projeto arquitetônico a área de
piso de cada pavimento descontando-se as áreas livres de iluminação e ventilação.
A tabela 5 apresenta um resumo dos itens considerados para a avaliação de
custos relativa à superestrutura.
49

Tabela 5: Custos dos elementos estruturais da superestrutura

Custo
3 ELEMENTOS SUPERESTRUTURA Quant. Und Custo Total
Unit.
Fabricação, montagem e desmontagem de
3.1 2.630,74 M² R$ 44,03 R$ 115.823,62
fôrmas
Fabricação, montagem e desmontagem de
3.2 1.086,55 M R$ 18,44 R$ 20.035,98
escoras
18.962,1
3.3 Fabricação e montagem das armações KG R$ 6,11 R$ 115.749,77
7
3.4 Concreto fck 25 MPA 173,52 M³ R$ 357,94 R$ 62.110,05
Laje Pré-moldada com capeamento em
3.5 1.888,98 M² R$ 64,59 R$ 120.329,88
concreto (e=5cm)
Verga ou contraverga pré-moldada para vãos
3.5 674,50 M R$ 14,15 R$ 12.997,42
com até 1,5 m de largura.

TOTAL R$ 443.593,48
Fonte: O autor.

Por fim, considerou a alvenaria de vedação, executada com blocos cerâmicos


vazados de 8 furos dimensões de 9 x 19 x 19 cm, do tipo ½ vez (“tijolo em pé”),
assentados com argamassa preparada manualmente. Para obtenção da área de
alvenaria total da edificação foi levantado o perímetro de parede dos pavimentos tipo
a partir do projeto arquitetônico. As informações relativas ao custo deste serviço
seguem apresentadas na tabela 6.

Tabela 6: Custos da alvenaria de vedação

Custo
4 ALVENARIA DE VEDAÇÃO Quant. Und Custo Total
Unit.
Alvenaria de vedação de blocos cerâmicos
furados na vertical de 9x19x19cm (espessura
4.1 9cm) de paredes e argamassa de 3.587,09 M² R$ 34,51 R$ 123.790,48
assentamento com preparo manual.
Af_06/2014

Argamassa traço 1:2:8 (cimento, cal e areia


média) para emboço/massa
4.2 35,15 M³ R$ 369,76 R$ 12.997,42
única/assentamento de alvenaria de vedação,
preparo manual. Af_06/2014

TOTAL R$ 136.787,90
Fonte: O autor.

Em resumo, a execução da estrutura feita no sistema de pórtico de concreto


armado e alvenaria de vedação resultou num custo total de R$ 665.580,86, sendo
desse valor, R$ 405.442,88 em materiais, R$ 256.449,48 em mão de obra e R$
3.688,50 em equipamentos . A edificação dispõe de 1955,41 m² de área construída, o
50

que nos resulta num custo total de R$ 340,38 por m² construído com o sistema. A
tabela 7 apresenta uma sistematização destas informações.

Tabela 7: Resumo de custos da estrutura em concreto armado

INSUMO CUSTO CUSTO POR M² PERCENTUAL

Material R$ 405.442,88 R$ 207,34 60,92%

Mão-de-obra R$ 256.449,48 R$ 131,15 38,53%

Equipamentos R$ 3.688,50 R$ 1,89 0,55%


TOTAL R$ 665.580,86 R$ 340,38 100%
Fonte: O autor.

5.2 ESTRUTURA EM ALVENARIA ESTRUTURAL

Iniciando novamente pela fundação, para edificação em alvenaria estrutural


utilizou-se do sistema de fundação tipo radier de concreto armado. Para isso foram
necessários serviços preliminares de preparação do terreno para que este se encontre
rigorosamente nivelado e devidamente compactado para recebimento de uma
camada de drenagem de 7 cm de brita nº 0 impermeabilizado com lona plástica antes
da execução do elemento estrutural de fundação. Para locação da obra e nivelamento
do terreno, se fez necessário serviços de demarcação topográfica para assegurar a
precisão que o sistema exige. A área de locação foi medida in loco e os serviços em
terra estimados baseando-se no desnível encontrado no terreno. A tabela 8 apresenta
o resultado dos custos apurados para estas intervenções.

Tabela 8: Custos dos serviços preliminares e em terra

Custo
1.1 SERVIÇOS PRELIMINARES E EM TERRA Quant. Und Custo Total
Unit.
Locação da obra, com uso de equipamentos
1.1.1 412,64 M² R$ 12,55 R$ 5.178,63
topográficos, inclusive nivelador
Regularização do terreno com corte e aterro
1.1.2 247,58 M³ R$ 5,91 R$ 1.463,20
compensado
Compactação mecânica do terreno,
1.1.3 412,64 M² R$ 2,48 R$ 1.023,35
(c/compactador placa 400 kg)
1.1.4 Lastro de brita N. 1 288,85 M³ R$ 75,33 R$ 21.759,07
Fornecimento/instalação lona plástica preta, para
1.1.5 247,58 M² R$ 3,64 R$ 901,19
impermeabilização, espessura 150 micras.
TOTAL R$ 30.325,44
Fonte: O autor.
51

O radier de concreto foi o elemento estrutural de fundação utilizada na obra de


alvenaria estrutural e foi executado seguindo a etapas de preparação de fôrmas,
assentamento da armação e concretagem. A armação foi feita com tela soldada
nervurada Q-196, medida e levantada em metros quadrados e o radier teve espessura
total de 18cm após concretado, com concreto usinado classe C25 lançado com bomba
para a edificação, sendo assim possível o levantamento pela área construída do
pavimento térreo. Os resultados dos custos relativos aos serviços de fundação
seguem apresentadas na Tabela 9.

Tabela 9: Custos do radier de fundação

1.2 RADIER EM CONCRETO ARMADO Quant. Und Custo Unit. Custo Total

Forma tabua p/ concreto em fundação


1.2.1 21,89 M² R$ 24,90 R$ 545,06
radier

Armação em tela de aço soldada


1.2.2 nervurada Q-196, aço ca-60, 5.0mm, 412,64 KG R$ 20,97 R$ 8.653,06
malha 10x10cm

Concretagem de lajes em edificações


multifamiliares feitas com concreto
1.2.3 usinado bombeável, fck 25 mpa, lançado 74,28 M³ R$ 364,71 R$ 27.090,66
com bomba - lançamento, adensamento e
acabamento. Af_06/2015

TOTAL R$ 36.288,78

Fonte: O autor.

Diferentemente do sistema de pórtico em concreto armado, o sistema em


alvenaria estrutural utiliza as próprias paredes como estrutura que recebe e transmite
das cargas atuantes para a fundação, com isso a superestrutura nesse sistema
engloba a alvenaria, argamassa de assentamento, lajes e pontos de grauteamento
armado.
Para a obtenção dos quantitativos de alvenaria (ver Tabela 10) foi feito um
levantamento in loco, com auxílio do projeto arquitetônico da edificação observando-
se um pé direito de 3 metros de altura para cada pavimento, os pontos de graute foram
executados em todos os encontros de paredes, fazendo função similar a dos pilares
no sistema em concreto armado e também executados numa cinta intermediária a
52

altura do pé direito e outra no topo da alvenaria de cada pavimento, na última fiada


antes da laje. Esta por sua vez foi executada da mesma forma que a da estrutura da
edificação de concreto armado apresentado neste mesmo trabalho, sendo pré-
moldada com capeamento em concreto de 5cm classe C25 e seu levantamento se
deu através da área construída por pavimento-tipo, descontando-se as áreas livres de
ventilação e iluminação.

Tabela 10: Custos dos elementos estruturais da superestrutura

2 SUPERESTRUTURA Quant. Und Custo Unit. Custo Total

2.1 ALVENARIA ESTRUTURAL


Alvenaria estrutural de blocos cerâmicos
14x19x29, (espessura de 14 cm), para
2.1.1 4.183,92 M² R$ 46,82 R$ 195.891,13
paredes com área líquida maior ou igual a
6m², com vãos, utilizando palheta.
Argamassa traço 1:2:8 (cimento, cal e areia
média) para emboço/massa
3.1.2 72,80 M³ R$ 369,77 R$ 26.919,26
única/assentamento de alvenaria de
vedação, preparo manual. Af_06/2014
2.2 GRAUTEAMENTO
Armação vertical de alvenaria estrutural;
2.2.1 11.631,30 KG R$ 4,95 R$ 57.574,94
diâmetro de 10,0 mm. Af_01/2015
Graute fck=15 mpa; traço 1:0,04:2,0:2,4
2.2.2 (cimento/ cal/ areia grossa/ brita 0) - preparo 171,54 M³ R$ 239,08 R$ 41.011,78
mecânico com betoneira 400 l. Af_02/2015
Serviço de grauteamento vertical em
2.2.2 58,51 M³ R$ 141,55 R$ 8.282,09
alvenaria estrutural. Af_01/2015
Serviço de grauteamento de cinta
2.2.3 intermediária ou de contraverga em 56,52 M³ R$ 82,69 R$ 4.673,64
alvenaria estrutural. Af_01/2015
Serviço de grauteamento de cinta superior
2.2.4 ou de verga em alvenaria estrutural. 56,52 M³ R$ 126,49 R$ 7.149,21
Af_01/2015
2.3 LAJES
Laje pré-moldada p/piso e escada,
sobrecarga 200kg/m2, vãos até
4,50m/e=10cm, c/lajotas e cap..c/conc.
2.3.1 1.637,76 M² R$ 64,59 R$ 105.782,92
fck=25mpa, 5cm, inter-eixo 38cm,
c/escoramento (reapr.3x) e ferragem
negativa
TOTAL R$ 448.111,72
Fonte: O autor.

Em resumo, a execução da estrutura feita no sistema de alvenaria de estrutural


resultou num custo total de R$ 513.899,19, sendo desse valor, R$ 368.723,48 em
materiais, R$ 143.111,91 em mão de obra e R$ 2.063,80 em equipamentos. A
edificação dispõe de 1650,56 m² de área construída, o que nos resulta num custo de
53

R$ 311,35 por m² construído com o sistema. A tabela 11 apresenta uma


sistematização destas informações.

Tabela 11: Resumo de custos da estrutura em alvenaria estrutural

INSUMO CUSTO CUSTO POR M² PERCENTUAL

Material R$ 368.723,48 R$ 223,39 71,75%


Mão de obra R$ 143.111,91 R$ 86,71 27,85%
Equipamentos R$ 2.063,80 R$ 1,25 0,40%
TOTAL R$ 513.899,19 R$ 311,35 100%
Fonte: O autor.
54

6 ANÁLISE DOS RESULTADOS

De posse de todos os dados levantados e das estimativas de custo executadas,


parte-se então a análise comparativa entre as fundações, superestrutura e vedações
dos empreendimentos-padrão e os sistemas estudados, levando em consideração
sempre como objeto de comparação o custo por metro quadrado construído, visto que
as edificações não são exatamente iguais em suas dimensões.

6.1 CUSTO DA FUNDAÇÃO

Levando-se em conta os serviços preliminares e em terra que foram


necessários e a execução dos elementos estruturais de fundação, obteve-se o gráfico
a seguir.

Gráfico 1: Custo por m² da fundação

R$50,00

R$45,00 R$43,57
R$40,36
R$40,00
Custo por m² construído

R$35,00 R$31,84
R$30,00 R$28,06

R$25,00

R$20,00
R$14,49
R$15,00

R$10,00 R$7,44

R$5,00
R$1,07 R$1,02
R$-
Material Mão-de-obra Equipamentos TOTAL

Alvenaria Estrutural Concreto Armado

Fonte: O autor.

Tem-se então que a construção no sistema com concreto armado, que utilizou
uma fundação com sapatas isoladas e vigas baldrame, um custo aproximadamente
7,95% mais caro em relação ao da fundação do empreendimento construído no
sistema de alvenaria estrutural com radier de concreto. Apesar dos custos com
55

materiais serem 13,47% mais caros no sistema com alvenaria estrutural, vê-se
facilmente que o fator preponderante para maior custo no sistema com concreto
armado foi a mão de obra, que chegou a ser 94,76% mais cara do que no sistema em
alvenaria estrutural. Isso é relacionado a necessidade de execução de mais fôrmas e
armações para concretagem de diversos elementos estruturais isolados, que foram
as sapatas, enquanto que na fundação radier, só é necessário uma única fôrma e
armadura contínua para concretagem de toda a fundação. Custos com equipamentos
se equivaleram.

6.2 CUSTO DA SUPERESTRURA

Para melhor visão comparativa dos custos nessa etapa, dividiu-se os custos da
superestrutura em custos com alvenaria e custos com elementos de concreto (pilares,
vigas, lajes e pontos de graute). Para os custos com alvenaria obteve-se o gráfico a
seguir.

Gráfico 2: Custo por m² da alvenaria

R$160,00

R$140,00 R$134,99
Custo por m² construído

R$120,00

R$100,00 R$90,23

R$80,00 R$69,95

R$60,00
R$44,76 R$41,20
R$40,00 R$28,76

R$20,00
R$- R$-
R$-
Material Mão-de-obra Equipamentos TOTAL

Alvenaria Estrutural Concreto Armado

Fonte: O autor.

Naturalmente os custos nesse quesito foram consideravelmente maiores no


sistema de alvenaria estrutural, devido a necessidade de se utilizar de unidades mais
resistentes, uma vez que essa alvenaria deve resistir as cargas atuantes na estrutura
além de seu peso próprio. Isto elevou os custos com material, deixando-o 213,73%
56

mais caros em relação a alvenaria do sistema em concreto armado que tem função
apenas de vedação e necessita apenas suportar o seu peso próprio. No geral os
custos com essa etapa foram 92,98% mais elevados no sistema em alvenaria
estrutural.
Para os custos com concreto/graute nos dois sistemas, obteve-se o gráfico a
seguir.

Gráfico 3: Custos por m² do concreto/graute na superestrutura

R$250,00 R$226,87
Custo por m² construído

R$200,00
R$150,53
R$150,00 R$136,00
R$101,32
R$100,00 R$75,48

R$50,00 R$34,50
R$0,18 R$0,87
R$-
Material Mão-de-obra Equipamentos TOTAL

Alvenaria Estrutural Concreto Armado

Fonte: O autor.

Desta vez, tem-se o inverso, ou seja, os custos com concreto/graute foram


naturalmente mais altos no sistema em concreto armado, uma vez que os elementos
estruturais desse sistema são os responsáveis por suportar as cargas atuantes da
edificação, não recebendo auxílio da alvenaria, com isso foram necessários elementos
com dimensões e armações mais robustas, o que resultou num custo 66,82% maior
em relação ao sistema de alvenaria estrutural.
No geral, análogo ao que se observou na fundação, a superestrutura
apresentou custo mais elevado no sistema em concreto armado, dessa vez na ordem
de 9,53% como mostra o gráfico abaixo. Novamente apesar de os custos com
materiais forem maiores no sistema de alvenaria estrutural (variação de 6,84%), o
fator preponderante da variação de custos foi na mão de obra, que se apresentou
47,17% mais cara no sistema em concreto armado. Novamente esse custo mais
elevado se deu na necessidade de fabricação e montagem de fôrmas e armações dos
elementos estruturais em concreto armado, uma vez que o sistema em alvenaria
estrutural dispensa o uso desses elementos.
57

Gráfico 4: Custo por m² da superestrutura

R$350,00
R$296,81
R$300,00 R$270,99
Custo por m² construído

R$250,00
R$191,55
R$200,00 R$179,28

R$150,00 R$116,66
R$100,00 R$79,27

R$50,00
R$0,18 R$0,87
R$-
Material Mão-de-obra Equipamentos TOTAL

Alvenaria Estrutural Concreto Armado

Fonte: O autor.

6.3 CUSTO TOTAL DA ESTRUTURA

Na soma das etapas anteriores foi possível obter, a comparação do custo global
da obra por etapas dos sistemas, como mostra o gráfico abaixo.

Gráfico 5: Custo por m² global dos sistemas

R$400,00
R$340,38
R$350,00
R$311,35
Custo por m² construído

R$300,00

R$250,00 R$226,85

R$200,00

R$150,00 R$134,99 R$136,00

R$100,00 R$69,95
R$40,36 R$43,57
R$50,00

R$-
Fundação Alvenaria Concreto/Graute TOTAL
Etapas do sistema

Alvenaria Estrutural Concreto Armado

Fonte: O autor.

Observa-se então que os custos com fundação praticamente se equivaleram,


e apesar do custo mais elevado da alvenaria no sistema de alvenaria estrutural, os
58

custos com concreto no sistema de concreto armado fizeram com que ele ficasse
9,32% mais caro no custo global em relação ao sistema de alvenaria estrutural,
demonstrando assim que para as condições consideradas, o sistema de alvenaria
estrutural apresentou-se mais econômico que o de pórticos em concreto armado.
Pesando sobre o sistema em concreto armado o elevado custo com mão de obra,
como é possível observar no gráfico abaixo, devido a necessidade de fabricação de
fôrmas e armações para execução de seus elementos estruturais.

Gráfico 6: Comparação dos tipos de custo dos sistemas por m²

R$400,00
R$340,38
R$350,00
R$311,35
Custo por m² construído

R$300,00

R$250,00 R$223,39
R$207,34
R$200,00

R$150,00 R$131,15
R$86,71
R$100,00

R$50,00
R$1,25 R$1,89
R$-
Material Mão-de-obra Equipamentos TOTAL
Tipo do custo

Alvenaria Estrutural Concreto Armado

Fonte: O autor.

6.4 PESO DAS ETAPAS NO CUSTO GLOBAL DA ESTRUTURA

A partir dos dados demonstrados nas análises acima, foi possível analisar o
peso de cada etapa no custo global da obra, para melhor entendimento do porquê o
sistema em alvenaria ter sido mais econômico em relação ao sistema com pórticos de
concreto armado, mesmo tendo o custo na etapa de alvenaria cerca de 3 vezes mais
alto em relação ao custo por metro quadrado da edificação executada no sistema de
pórticos em concreto armado.
59

Gráfico 7: Peso das etapas no custo global dos sistemas

100%
90%

% em relação ao custo total


80% 43,68%
70%
66,65%
60%
50%
40%
43,36%
30%
20% 20,55%
10%
12,96% 12,80%
0%
Alvenaria Estrutural Concreto Armado
Sistema Construtivo

Fundação Alvenaria Concreto/Graute

Fonte: O autor.

Com isso constata-se que apesar do custo com alvenaria ser


consideravelmente mais alto no sistema de alvenaria estrutural, ele representa uma
parcela menor no custo total da estrutura dos dois sistemas. O maior peso no custo
para execução da estrutura foi em concreto/graute na superestrutura para os dois
sistemas, e foi exatamente nele que o sistema executado com pórticos de concreto
armado foi bem mais caro.
Constata-se também que no sistema de alvenaria estrutural, pelo fato do graute
auxiliar a alvenaria no suporte as cargas atuantes, estes apresentam peso similar no
custo total da estrutura, diferentemente do que acontece no sistema de pórticos em
concreto armado, onde a alvenaria tem a função apenas de vedação e os elementos
estruturais em concreto armado são os únicos responsáveis por suportar as cargas
atuantes na edificação, o que justifica a etapa de concretos ter maior peso no custo
total por metro quadrado construído da edificação desse sistema.
60

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao término do estudo foi possível concluir que, para as condições apresentadas


e avaliadas, o sistema de alvenaria estrutural apresenta um custo de execução da
estrutura (por metro quadrado) cerca de 9,32% menor quando comparado ao sistema
construtivo em pórticos de concreto armado, indicando uma tendência de que a
construção de edificações com características próximas as analisadas são
financeiramente mais viáveis. No presente estudo, o resultado alcançado é justificado
pelo menor custo final com mão de obra que o sistema em alvenaria estrutural
apresentou, por necessitar de menos tarefas em seu processo construtivo que
necessitem de serviços de “profissionais” do que o sistema em pórticos de concreto
armado. Tal resultado pode auxiliar na escolha futura de qual sistema construtivo
utilizar em uma obra de características semelhantes as apresentadas nessa pesquisa.
Além do fator econômico outros fatores também devem ser levados em
consideração para escolha do sistema construtivo a ser utilizado. O sistema em
alvenaria estrutural possui diversas outras vantagens como visto na pesquisa
bibliográfica do referencial teórico, como por exemplo o potencial de racionalização e
a redução de desperdícios. Apesar de contar também com algumas desvantagens,
sendo que a mais relevante reside no engessamento da arquitetura para reformas
futuras.
No sistema construtivo com pórticos em concreto armado existe uma liberdade
bem maior para reformas com necessidade para retirada de paredes, já que estas não
exercem função estrutural na estrutura. Conta também a favor desse método uma
grande flexibilidade quanto a altura e tamanho dos vãos das estruturas.
Em relação a qualidade da mão de obra encontrada, notou-se tanto pelo
convívio nas obras, quanto pelas pesquisas bibliográficas, uma necessidade da
qualificação da mesma, principalmente quando se trata do sistema em alvenaria
estrutural.
Apesar deste problema não ter sido observado no caso estudado é muito
frequente ler autores de estudos semelhantes citarem a falta de mão de obra
qualificada como um elemento que dificulta a expansão desse sistema e pode diminuir
a qualidade final da edificação, potencializando a possibilidade de surgimento de
patologias, reduzindo sua vida útil.
61

Cabe ressaltar, contudo, que este fato não representa algo exclusivo do
sistema em alvenaria estrutural, tendo em vista que outros sistemas construtivos
utilizados na construção civil também são passíveis do mesmo problema. Neste
sentido, o que se observa é a necessidade de se buscar uma melhor qualificação par
a mão de obra entendendo que esta ação deve ser estimulada através de
treinamentos e cursos profissionalizantes, papel que cabe não apenas às empresas
construtoras como também aos entes governamentais ligados à cadeia da construção
civil.
62

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66

APÊNDICE A – ESTIMATIVA DE CUSTO PARA A EDIFICAÇÃO EM ALVENARIA


ESTRUTURAL
68

APÊNDICE B – MEMÓRIA DE CÁLCULO EDIFICAÇÃO EM ALVENARIA


ESTRUTURAL
70

APÊNDICE C – COMPOSIÇÃO DE CUSTOS EDIFICAÇÃO EM ALVENARIA


ESTRUTURAL
74

APÊNDICE D – ESTIMATIVA DE CUSTOS PARA A EDIFICAÇÃO EM PÓRTICOS


DE CONCRETO ARMADO
78

APÊNDICE E – MEMÓRIA DE CÁLCULO EDIFICAÇÃO EM PÓRTICOS DE


CONCRETO ARMADO
83

APÊNDICE F – COMPOSIÇÃO DE CUSTOS EDIFICAÇÃO EM PÓRTICOS DE


CONCRETO ARMADO

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