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PONTES EM VIGAS MÚLTIPLAS

2.1 Ações permanentes2.1 Ações permanentes


2.1 Ações permanentes

2. Ação em pontes e viadutos

Sander David Cardoso Júnior


M.Sc., Eng. Civil - Prof. Instituto Mauá de Tecnologia - Sócio da EGT Engenharia
2. Ação em pontes e viadutos

Ações são as causas que provocam o aparecimento de esforços e


deformações nas estruturas. As ações são classificadas segundo a sua
variabilidade no tempo em três categorias:

• Permanentes (G);
• Variáveis (Q);
• Excepcionais (E).
2.1 Ações permanentes

Ações permanentes são aquelas cuja variação no tempo é desprezível em


relação ao tempo médio de vida da estrutura, como por exemplo:

• Peso próprio dos elementos estruturais;


• Peso da pavimentação, revestimentos, guarda-rodas;
• Lastro e trilhos (pontes ferroviárias);
• Empuxos de solo;
• Forças de protensão;
• Fluência e retração do concreto
2.1 Ações permanentes

Peso próprio dos elementos estruturais:


Esboça-se um ante projeto da ponte fixando as dimensões com base na
observação de estruturas anteriormente projetadas, calculando-se a
carga permanente a partir do volume de cada peça.

Pavimentação:
Deve ser adotado para o peso específico do material empregado o valor
mínimo de 24 kN/m³, prevendo-se carga adicional de 2 kN/m² para
atender a um eventual recapeamento.

Guarda-rodas:
O peso deve ser considerado de acordo com suas dimensões, calculando-
se a carga permanente a partir do seu volume.
2.2 Ações variáveis

Ações variáveis são aquelas de caráter transitório e compreendem entre


outras:

• Cargas móveis: (Pontes rodoviárias ou ferroviárias);


• Sobrecargas construtivas;
• Variação de temperatura;
• Carregamentos devido ao vento;
• Empuxos de solo provocados por sobrecarga;
• Movimento de água.
2.2.1 Cargas móveis: Pontes rodoviárias

Carga móvel em pontes rodoviárias (NBR7188:2013):


Sistema de cargas representativo dos valores característicos dos
carregamentos provenientes do tráfego a que a estrutura está
submetida.
Q = P x CIV x CNF x CIA

Classe TB240 TB450 Un.


Peso total do veículo 240 450 kN
Peso por roda (P) 40 75 kN
Sobrecarga pista (p) 4 5 kN/m²
Sobrecarga passeio (p')¹ 3 3 kN/m²
(¹) p’ = 5 kN/m² para o dimensionamento
do elemento estrutural do passeio.
2.2.1 Cargas móveis: Pontes rodoviárias

O veículo-tipo, sempre orientado na direção do tráfego, é colocado


na posição mais desfavorável para o cálculo de cada elemento;

A carga distribuída de intensidade p é aplicada em toda a pista de


rolamento, nesta incluídas as faixas de tráfego, os acostamentos e
os afastamentos, sendo descontada a área ocupada pelo veículo e
não se considera a porção do carregamento que provoque redução
das solicitações;

Os passeios, independentemente de largura ou altura, são


carregados com a carga distribuída de intensidade p’, não majorada
de impacto.
2.2.1 Cargas móveis: Pontes rodoviárias

Coeficiente de impacto vertical (CIV):


Pelo fato das cargas atuarem com certa velocidade, o efeito das mesmas
é maior do que se fossem aplicadas estaticamente. Estes efeitos
dinâmicos podem ser considerados multiplicando o valor da carga
estática por um fator CIV, dado pela seguinte expressão:
CIV  1,35 para   10,0 m;
 20 
CIV  1  1,06    para 10,0 m    200,0 m
 Liv  50 
Com Liv é o vão teórico do elemento analisado, dado em metros:
Liv é o comprimento do próprio vão para estruturas isostáticas;
Liv é a média aritmética dos vão nos casos de estrutura contínua;
Liv é o comprimento do próprio balanço para estruturas em balanço;
Liv é o menor vão para lajes com vínculos os quatro bordos.
2.2.1 Cargas móveis: Pontes rodoviárias

Coeficiente de impacto vertical (NBR7187:2003 X NBR 7188:2013):

1,40

NBR7188:2013
Coeficiente de Impacto Vertical

1,30
CIV = 1,35, para  < 10 m
20
1,20 CIV = 1 + 1,06 , para 10 ≤  ≤ 200m
Liv+50

1,10

1,00 NBR7187:2003
φ = 1,4 – 0,007 
0,90

0,80
0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0
Vão da Ponte (m)

j - NBR-7187:2003 CIV - NBR-7188:2013


2.2.1 Cargas móveis: Pontes rodoviárias

Coeficiente de número de faixas (CNF):


As cargas móveis devem ser multiplicadas pelo coeficiente de número de
faixas do tabuleiro, dados por:

CNF = 1 – 0,05(n-2) ≥ 0,9

onde:
n: número (inteiro) da razão b/3,5;
b: largura do tabuleiro rodoviário transversalmente contínuo em
metros, a ser carregado para uma determinada hipótese de carga.

Este coeficiente não se aplica ao dimensionamento de elementos


estruturais transversais ao sentido do tráfego (lajes, transversinas, etc.).
2.2.1 Cargas móveis: Pontes rodoviárias

Coeficiente de impacto adicional (CIA):


As cargas móveis devem ser majoradas por CIA para o dimensionamento
de lajes e transversinas em regiões com uma distância horizontal inferior
a 5,0 m de juntas estruturais e extremidades da obra. Sendo este
coeficiente dado por:

CIA = 1,25, para obras em concreto ou mistas;


CIA = 1,15, para obras em aço.
2.2.1 Cargas móveis: Pontes rodoviárias

Elementos estruturais adjacentes às juntas de dilatação:


2.2.1 Cargas móveis: Pontes rodoviárias

Situações em que não se aplica o coeficiente de ponderação:

• Empuxo de terra provocado por cargas móveis;


• Cálculo das fundações;
• Efeitos da frenação e da aceleração;
• Passeios;
2.2.1 Cargas móveis: Pontes rodoviárias

Frenagem e aceleração (NBR7188:2013):


Forças horizontais ao longo do eixo da ponte calculadas como uma fração
das cargas móveis verticais. É o maior entre 5% da multidão ou 30% do
veículo de 450 kN:

Hf = 0,05 x p x B x L x CNF

Onde
Hf ≥ 135 kN;
p é a carga distribuída de 5 kN/m²;
B é a largura efetiva, em metros, da carga distribuída de 5 kN/m²;
L é o comprimento concomitante, em metros, da carga distribuída.
2.2.1 Cargas móveis: Pontes rodoviárias

Força centrífuga (NBR7188:2013):


As cargas horizontais provenientes da força centrífuga nas obras em curva
horizontal, aplicadas no nível da pista de rolamento, são um percentual
da carga vertical do veículo tipo aplicado sobre o tabuleiro, na posição
mais desfavorável, concomitante com a respectiva carga vertical.

Hfc = 2,4 P, para curva com raio R ≤ 200 m;


Hfc = 480 P / R, para curva com raio 200 < R ≤ 1500 m;
Hfc = zero para raios superiores a 1500 m.

Onde:
R é o raio da curva horizontal no eixo da obra, em metros;
P é a carga da roda do veículo tipo (75 kN para o TB450).
2.2.1 Cargas móveis: Pontes rodoviárias

Força centrífuga (NBR7187:2003 X NBR 7188:2013):


200
180
160 NBR7188:2013
Força centrífuga (kN)

140 𝑯𝒇𝒄 = 𝟏𝟖𝟎 𝒌𝑵 Se 𝑹 ≤ 𝟐𝟎𝟎 𝒎

120 𝟑𝟔𝟎𝟎𝟎 𝒌𝑵 ∙ 𝒎 Se 𝟐𝟎𝟎 𝒎 < 𝑹 ≤ 𝟏𝟓𝟎𝟎 𝒎


𝑯𝒇𝒄 =
𝑹
100 𝑯𝒇𝒄 = 𝟎, 𝟎 Se 𝑹 > 𝟏𝟓𝟎𝟎 𝒎
80
60
NBR7187 𝑹 ≤ 𝟑𝟎𝟎 𝒎 𝑹 > 𝟑𝟎𝟎 𝒎
40
33750 kN.m
Classe 45 112,5 kN
20 𝑅
22500 kN.m
0 Classe 30 75 kN
𝑅
0 500 1000 1500 2000 9000 kN.m
Classe 12 30 kN
R (m) 𝑅

NBR7187 NBR7188
2.2.1 Cargas móveis: Pontes rodoviárias

Ações excepcionais (NBR7188:2013):


As ações excepcionais (colisões) sobre os diversos elementos estruturais
e sobre a obra, de uma forma global, exigem verificações somente no
estado limite último e de estabilidade global de forma isolada,
concomitante apenas com as cargas verticais definidas no item 5.1
(Cargas móveis verticais).
2.2.1 Cargas móveis: Pontes rodoviárias

Ações excepcionais (NBR7188:2013):


Colisão em pilares:
Todos os pilares próximos a rodovias e ferrovias devem ser protegidos
por apropriadas barreiras rígidas de concreto. dimensionadas como
dispositivos de contensão.

Como medida mitigadora de eventuais impactos, os pilares situados junto


a faixas rodoviárias devem ser verificados para uma carga horizontal de
colisão de 1000kN na direção do tráfego, e 500kN perpendicular ao
tráfego, não concomitantes entre si, aplicadas a uma altura de 1,25m do
terreno ou pavimento. Estes valores decrescem linearmente com a
distância do pilar à pista, sendo zero a 10,0m.
2.2.1 Cargas móveis: Pontes rodoviárias

Ações excepcionais (NBR7188:2013):


Dispositivo de contenção (ex. guarda-rodas)
O elemento deve ser dimensionado para uma carga horizontal
perpendicular à direção do tráfego de 100kN e carga vertical
concomitante de 100kN.

A ação é aplicada num comprimento de 50cm., no topo do elemento


admitindo-se distribuição espacial a 45°.

Guarda-corpo:
O elemento deve ser dimensionado para uma força horizontal transversal
distribuída de 2,0kN/m.
2.2.1 Cargas móveis: Pontes rodoviárias

Ações em estruturas de garagem (NBR7188:2013):


• Altura livre ≤ 2,5 m: q = 3 kN/m² (com alternância e sem impacto)

• 2,5 m < Altura livre ≤ 3,5 m: q = 3 kN/m² (com alternância e sem impacto)
Ou passagem isolada do veículo
da figura ao lado, sem impacto.

• 3,5 m < Altura livre: q = 4 kN/m²


(com alternância e sem impacto)
Ou passagem isolada do veículo
TB240, sem impacto.
2.2.1 Cargas móveis: Pontes rodoviárias

Cargas de veículos especiais:


As pontes podem ser verificadas para o transporte de carga especial a
partir do veículo tipo apresentado no anexo A da NBR 6188.
2.2.1 Cargas móveis: Pontes rodoviárias

Cargas de veículos especiais:


Esta verificação é feita a critério do órgão com jurisdição sobre a rodovia,
e devem seguir as seguintes prescrições de operação:

- A ponte deve estar interditada aos demais veículos;


- O veículo de trafegar em eixo predefinido (em princípio o eixo da
estrutura);
- O veículo deve trafegar com velocidade constante inferior a 5 km/h;
- Não realizar a operação na ocorrência de ventos com velocidade acima
de 20 m/s.
2.2.1 Cargas móveis: Pontes rodoviárias

Tráfego atual:
2.2.1 Cargas móveis: Pontes rodoviárias

Tráfego atual:
2.2.1 Cargas móveis: Pontes rodoviárias

Tráfego atual:

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